O documento discute a alimentação sob três perspectivas: antropológica, ambiental e espiritual. Do ponto de vista antropológico, explora os significados culturais e sociais dos processos alimentares. Sob a ótica ambiental, destaca os impactos negativos do atual sistema alimentar e defende práticas sustentáveis. Espiritualmente, propõe resgatar tradições que conectem o alimento à gratidão e à comunhão com a natureza.
3. Antropológico
•Criamos cultura e produzimos significados.
•A comida visa:
Saciar a fome e nutrir
reunir pessoas em torno à mesa,
celebrar momentos especiais da existência, desde o
nascimento até a morte,
Manter a conexão com a Terra,
manifestar a gratidão ao solo, às plantas e aos animais.
4. •Cada etapa do sistema alimentar tem
valor efetivo e simbólico:
Semear (ou plantar as mudas)
acompanhar o crescimento,
colher,
Transportar (logística),
vender,
comprar,
elaborar (cozinha),
comer
descartar o que sobra.
5. • Cada etapa do sistema alimentar tem um
impacto sobre o solo, a água, o ar e os biomas:
Semear (ou plantar as mudas)
acompanhar o crescimento,
colher,
transportar,
vender,
comprar,
elaborar (cozinha),
comer
descartar o que sobra.
6. Preparar o alimento (cozinhar)
•Não somente uma necessidade
humana,
•Uma arte fascinante:
escolher adequadamente os
alimentos
combinar os elementos,
liberar odores e sabores
agradáveis
apresentar a comida com beleza.
8. Comensalidade: comer e beber juntos(as)
•experiência afetiva, interpessoal e
comunitária de convivência;
•rito de preparar o alimento e saboreá-lo,
com odor e sabor;
•partilha à mesa, relações de igualdade e
amizade;
•comunhão com a natureza, através dos
alimentos;
•representações culturais e religiosas
associadas a esse ato.
9. Social e econômico
• Alimentação é um Direito Humano básico.
• A fome não é mera consequência de atitudes
individuais.
• Fome: Realidade cruel, desumanizadora, violenta.
• No mercado global de commodities, a grande
produção e distribuição de alimentos (sistema
alimentar) é controlada por poderosos grupos
econômicos, apoiados por lideranças políticas
nacionais.
10.
11.
12. O alimento na lógica consumista
•Péssimos hábitos alimentares,
induzidos pelas grandes corporações
que produzem e vendem alimentos
(ultra) processados.
•Causam sobrepeso, obesidade e
vários problemas de saúde, a
começar nas crianças.
•Geram muitos resíduos sólidos (lixo):
plásticos, metálicos e de vidro.
13. No Brasil...
• Principais commodities da agropecuária, em parte
destinadas à exportação: soja; a carne bovina, suína
e de frango; a cana-de-açúcar; o café; a laranja; o
algodão e o milho. Monoculturas.
• O arroz e o feijão, elementos básicos da dieta
alimentar dos brasileiros(as), não estão no topo da
lista!
• Consumo extremo de água para a agricultura e
pecuária -> destruição dos biomas -> aridez
14. Impactos ambientais negativos
• Agentes poluentes ligados à produção de alimentos:
fertilizantes e agrotóxicos (inseticidas, fungicidas,
herbicidas e bactericidas).
• Visam corrigir falhas de um sistema de produção
linear que se opõe ao sistema circular natural
• Impacto em pessoas; solo, água e ar; insetos, pássaros,
peixes, animais.
15. Perdemos a conexão com a natureza,
com a Terra e seus outros moradores
A alimentação pode nos ajudar a
recuperar a sintonia:
adoção de novos hábitos, sistema
produtivo e na política (segurança
alimentar)
16. Uma nova relação com os alimentos
• Gratidão à Deus e à nossa Mãe Terra.
• Se possível, cultivar algo comestível
• Fazer escolhas: menos produtos processados e mais
“in natura”
• Comprar produtos agroecológicos
• Cozinhar
• Comer devagar, tomando consciência do gesto
• Reaproveitar o alimento
• Partilhar
17. Política alimentar
•Apoio à fixação de famílias no campo,
•Políticas de segurança alimentar a nível nacional e
internacional,
•Estímulo aos pequenos produtores e à agricultura
familiar e socioeconomia solidária,
•Disseminação das sementes nativas
•Projetos agroflorestais.
•Produção e consumo local, à curta distância.
19. Uma espiritualidade do alimento
Resgatar a força
simbólica de
diferentes tradições
religiosas, em diálogo
com a ecologia.
20. Espiritualidade cristã do alimento
• O ser humano no jardim da criação: nutrir-se,
cultivar e cuidar.
• Precisamos das outras criaturas.
• Ação de Graças pelo dom dos alimentos, quem
cultiva e quem prepara.
• Jesus e a prática da comensalidade (na mesa com os
excluídos/as e subarternos)
• Jesus, o pão da vida
• Um apelo à “sobriedade feliz”