O documento discute o trabalho, consumo e lazer ao longo da história. Aborda como o trabalho foi visto como tortura em suas origens e como passou a ser visto como emancipação com o desenvolvimento tecnológico e científico. Também analisa como o trabalho passou a ser uma mercadoria na modernidade e como o consumo e a disciplina se tornaram centrais na sociedade moderna.
4. “
Trabalho é a atividade da qual a natureza é
transformada mediante o esforço coletivo para
arar a terra, colher seus frutos, domesticar
animais, modificar paisagens e construir
cidades.
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5. “
Podemos dizer que o ser humano se faz pelo
trabalho, porque, ao mesmo tempo que
produz coisas, torna-se humano, constrói a
própria subjetividade.
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6. Termo
◍ Tripalium /tripálio
◍ A origem comum identifica o trabalho
tortura.
Instrumento formado por três paus, próprio
para atar os condenados.
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7. Se a vida humana depende do trabalho, que causa
tanto desprazer, poderíamos concluir que, no
contexto do trabalho como tortura, o ser humano
estaria condenado à infelicidade.
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8. Desde as mais antigas
civilizações existe a divisão
entre os que mandam e os
que apenas obedecem
e executam, o que abriu
caminho para a divisão
social, para as relações de
dominação e a desigual
apropriação dos frutos do
trabalho.
Entre os antigos gregos e
romanos, que viviam em
sociedades escravagistas,
era nítida a separação entre
atividades intelectuais e
braçais, com a evidente
desvalorização destas
últimas. Um dos indícios da
divisão social era a educação,
por ser ela privilégio dos que
possuíam bens.
Trabalho é tortura ou emancipação?
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9. Até a Idade Média, a riqueza se
restringia à posse de terras, mas ao
final desse período e durante a Idade
Moderna as atividades mercantis e
manufatureiras adquiriram
importância, pois a burguesia
emergente derivou de antigos servos
libertos.
O desenvolvimento das máquinas
exercia grande fascínio e a técnica
transformava o trabalho.
No século XVII, Pascal inventou a
primeira máquina de calcular,
Torricelli construiu o barômetro e
Edmund Cartwright inventou o
primeiro tear mecânico.
No mesmo espírito, Galileu Galilei
inaugurou o método das ciências da
natureza, que recorria à técnica e à
experimentação.
Teorias da modernidade
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10. Francis Bacon (1561-1626), com o seu lema
“Saber é poder”, criticou o conteúdo
metafísico da física grega e medieval, por
não apresentar resultado prático ao homem,
realçando o papel histórico da ciência
nascente e do saber instrumental, capaz de
agir sobre a natureza e controlá-la.
Escolhendo um caminho semelhante,
René Descartes (1596-1650) antevia o
momento em que os seres humanos
viriam a se tornar “senhores e
possuidores da natureza”
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11. Começava aí o ideal prometeico da ciência.
Embora Bacon e Descartes seguissem
linhas de reflexão diferentes e em certos
pontos antagônicas, ambos destacavam
que a ciência e a técnica são capazes de
“dominar a natureza”.
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