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Faculdade Dom Bosco
   Imunologia Clínica


DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS
      HEPATITES VIRAIS


    Prof. Esp. Vitor Y. Obara
     vitorobara@gmail.com
Nesta aula veremos:

   O que é hepatite?
   Quais são os tipos de hepatites virais mais
    comuns e quais as características de cada
    uma?
   Como de dá o processo de patogenia das
    hepatites?
   Quais são os achados laboratoriais
    relacionados?
   Quais são as fases e quais os marcadores
    sorológicos de cada fase da infeccção?
1 INTRODUÇÃO

   Anatomia Hepática
1 INTRODUÇÃO

   Funções Hepáticas:
       Metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas;
       Excreção da Bile (Bilirrubina, Colesterol, Ácidos
        biliares, outros);
       Armazenamento de vitaminas (A, D e B12), ferro e
        outros minerais, glicogênio, lipídeos;
       Biotransformação de Xenobióticos e hormônios.

   Hepatite: Lesão inflamatória do fígado.
1 INTRODUÇÃO

   5 vírus diferentes cusadores das principais
    hepatites virais: A, B, C, D e E;
   Diagnóstico laboratorial se baseia em três
    pontos:
       Testes bioquímicos,
       Testes sorológicos e
       Teste de Biologia Molecular.
1.1 Testes Bioquímicos



   Determinação dos níveis séricos de atividade
    (NSA) enzimáticas das aminotransferases;
   Determinação dos NSA da Fosfatase Alcalina
    (FAL) e Gama-glutamiltransferase (γ-GT);
   Concentração sérica das Bilirrubinas;
1.1.1 ALT e AST
   Aspartato Aminotransferase (AST) e Alanina
    Aminotransferase;
   Enzimas do citoplasma de hepatócitos;
       ALT: Mais específica do fígado;
       AST: Mitocondrial;
   Aumento de 10 a 100 vezes;
   10 dias antes de surgirem o sintoma;
   Pico em uma semana após o surgimento dos
    sintomas;
   Indicam compromentimento hepático →
    acompanhamento do curso da infecção.
1.1.1 ALT e AST

   Casos benignos:
       NSA retornam ao normal no prazo de poucas
        semanas;
       ALT>AST;
   Casos crônicos:
       Persistência do aumento enzimático por período
        superior a seis meses;
       AST>ALT → comprometimento mitocondrial e
        necrose;

    Casos fulminantes: ↓ brusca → destruição total
    do parênquima hepático.
1.1.2 FAL e γ-GT
   Indicam colestase;
   Hepatites virais: Aumento discreto;
   Índice ALT/γ-GT:
       Hepatite viral: >2;
       Icterícia obstrutiva: <1.

    ↑ γ-GT:
       Ação do álcool e drogas;
       Obstrução dos ductos biliares;
       Tumores hepáticos;
       Hepatopatias alcoólicas.
1.1.2 FAL e γ-GT




    Colestase
1.1.3 Bilirrubinas

Hemácias




           Hemoglobina
1.1.3 Bilirrubinas
1.1.3 Bilirrubinas
            Hepatites virais




                                  Icterícia




                ↑ BD: ↓Excreção
1.1.3 Bilirrubinas
Icterícia: Sinais clínicos.
1.2 Testes de Biologia Molecular

   Hibridação (DNA se hibridar com fitas
    complementares:
       Reação em cadeia da polimerase (PCR);
       Branched-DNA;
       Captura híbrida.
1.2.1 PCR
1.2.2 b-DNA
1.2.3 Captura Híbrida
1.3 Marcadores sorológicos

   Busca de Ag e/ou Ac;
   Determinam fase da infecção (VHB);
   Somados aos outros testes, servem de
    parâmetro para prognóstico e monitoramento;
   Especifica o vírus que está causando a
    infecção.
2 HEPATITES VIRAIS
   Hepatites virais:
       Vírus A;
       Vírus B;
       Vírus C;
       Vírus D;
       Vírus E.
2.1 Hepatite por vírus A

   RNA vírus;
   Família Picornaviridae, Gênero Hepatovírus;
   Presente nas fezes de pacientes infectados;
   Transmissão fecal-oral (alimentação, água
    contaminada);
   Não ocorre transmissão parenteral ou por via
    transfusão sanguínea;
   Não evolui para a cronicidade nem para o
    estado de portador assintomático.
2.1 Hepatite por vírus A

   RNA vírus;
   Família Picornaviridae, Gênero Hepatovírus;
   Presente nas fezes de pacientes infectados;
   Transmissão fecal-oral (alimentação, água
    contaminada);
   Não ocorre transmissão parenteral ou por via
    transfusão sanguínea;
   Não evolui para a cronicidade nem para o
    estado de portador assintomático.
2.1 Hepatite por vírus A

   Período de incubação: 2-7 semanas;
   Grande parte ocorre de forma assintomártica ,
    mas quando há sintomas, ocorrem de forma
    abrupta;
   Forma fulmantes são raras e a mortalidade é
    muito baixa (<0,2%);
   Testes sorológicos: anti-VHA IgM (diagnóstico da
    infecção aguda) e anti-VHA IgG (estudos
    epidemiológicos);
       Métodos: ELISA, Quimioluminescência.
2.1.1 Diagnóstico laboratorial do
              VHA
2.1.1 Diagnóstico laboratorial do
              VHA
    (ALT)
2.2 Hepatite por vírus B

   DNA vírus;
   Família Hepadnaviridae;
   Estrutura viral:
       Antígenos:
                  C (core)
                  S (superfície)
                  E (envelope)
2.2 Hepatite por vírus B

   Período de incubação: 6 a 8 semanas;
   Presença do vírus no sangue em todas as
    fases da doença (aguda, crônica, durante o
    período de convalescença);
   Transmissão por via sanguínea, por meio de
    relações sexuais e de forma vertical (mãe-
    filho);
   93% recuperação sorológica, bioquímica e
    clínica, 5-7% forma crônica e 1% hepatite
    fulminante.
2.2 Hepatite por vírus B

   Epidemiologia
2.2.1 Diagnóstico laboratorial do
                  VHB

   Testes sorológicos:
        Superfície viral: HBsAg e anti-HBs;
        Core viral: anti-HBc IgM ou IgG;
        Antígeno ”e”: HBeAg e anti-HBe;
   Métodos por Biologia Molecular:
        Hibridação (b-DNA);
        PCR (mais sensível).
2.2.1.1 HBsAg

   Indicador precoce (1 mês após a infecção);
   Marcador mais fidedigno para VHB;
   Persiste durante a fase aguda;
   Desaparece após 1 a 3 semanas após as
    anormalidades BQ;
   Porém se > 6 meses: portador crônico;
   Títulos não têm significado clínico;
2.2.1.2 HBeAg

   Indica estado altamente infeccioso (replicação
    viral);
   Aparece 1 semana depois do HBsAg;
   Encontrado somente quando houver presença
    de HBsAg;
   Determina resolução da infecção;
   Se >10 semanas: sugere progressão para
    portador crônico;
2.2.1.3 Anti-HBe

   Diminuição da infectividade;
   Sugere bom prognóstico da resolução da fase
    aguda;
2.2.1.4 Anti-HBc
   Ocorre precocemente na fase aguda;
   4 a 10 semanas após HBsAg, durante os sinais
    clínicos;
   Anti-HBc IgM é mais específico qie IgG para
    doença aguda;
   Único teste para infecção recente;
2.2.1.5 Anti-HBs

   Indica recuperação clínica e imunidade;
   Não detectado em pacientes crônicos;
   Pode ocorrer em transferência passiva;
   80% dos pacientes depois da cura clínica;
   Demontra eficácia em programas de
    imunização;
2.2.2 Padrões sorológicos

   Infecção aguda pelo VHB;
   Infecção crônica pelo VHB com soroconversão
    Anti-HBe;
   Infecção crônica pelo VHB sem soroconversão
    Anti-HBe.
2.2.2.1 Padrão sorológico durante
             a Infecção aguda
Concentração
Relativa
            Fase Aguda   Convalescência                  Recuperação - Imunidade

                         ALT

                                          IgG anti-HBc
                                                                Anti-HBs


                               IgM anti-HBc          Anti-HBe




            2            4               6               8 //     → Anos
           DNA viral           Meses
Infecção
2.2.2.2 Padrão sorológico durante a Infecção
         crônica com soroconversão Anti-HBe
Concentração
Relativa
                   Fase Aguda                               Infecção Crônica


                                          IgG anti-HBc




                           IgM anti-HBc

                                                                 Anti-HBe




               2       4              6              8 //   → Anos
                           Meses
Infecção                           DNA viral
2.2.2.3 Padrão sorológico durante a Infecção
         crônica sem soroconversão Anti-HBe
Concentração
Relativa
                   Fase Aguda                                  Infecção crônica


                                          IgG anti-HBc




                           IgM anti-HBc




               2       4             6                  8 //   → Anos
                           Meses
Infecção                                    DNA viral
2.2.3 Perfil sorológico

Perfil     HBsAg   Anti-HBc   Anti-HBc   anti-HBs
                     IgM        IgG
  1          +         -          -         -
  2          +         +          -         -
  3          +         +          +         -
  4          +         -          +         -
  5          -         -          +         -
  6          +         -          +         +
  7          -         -          +         +
  8          -         -          -         +
2.2.3 Perfil sorológicos
   Perfil 1: Fase prodrômica (assintomático):
    HBsAg;
   Perfil 2 e 3: Fase aguda: HBeAg;
   Perfil 4: Estágio de recuperação (Anti-HBe) ou
    fase crônica (HBeAg);
   Perfil 5:
       Janela Imunológica (exceto anti-HBc IgM);
       Variantes VHB, HBsAg (-)vo, DNA do VHB (+)vo;
       Transmissão vertical, por transfusão ou
        transferência passiva;
       Falso-positivo.
2.2.3 Perfil sorológico

   Perfil 6: Fase de recuperação: HBsAg e Anti-HBs;
   Perfil 7: Evolução para cura e imunização: anti-
    HBc e anti-HBs;
   Perfil 8: Vacinação contra VHB, perfil 7 cujo anti-
    HBc desapareceu com o tempo.
2.2.4 Tratamento para VHB
          Fonte: YUEN; LAI, 2001
2.2.4 Tratamento para VHB
                  Fonte: YUEN, LAI, 2001.
2.3 Hepatite por vírus C

   Identificada em 1989, por Choo e cols, até
    então era identificada como não-A e não-B,
    pós-transfusional e não-determinada;
   RNA vírus;
   Gênero Flaviviridae;
   Transmissão: via parenteral; transfusão de
    sangue e hemocomponentes, utilização de
    agulhas e seringas contaminadas, transplante
    de órgãos e tecidos contaminados.
2.3.1 Variabilidade genética

   Mutações frequentes → ↑ Variabilidade
    genética;
   6 tipos ou gneótipos, designados de 1 a 6;
   30 subtipos diferentes, desgnados com letras;
   Importância da identificação genética:
    diversidade genética, epidemiologia, evolução
    da doença, aplicações do diagnóstico
    sorológico e molecular, resposta terapêutica
    anti-viral e formas de transmissão.
2.3.2 Epidemiologia
2.3.1 Epidemiologia

   70-80% das pessoas infectadas tornam-se
    crônicas;
   Necessidade de testes com maior
    sensibilidade;
   Aprox. 60% casos crônicos são do genótipo 1a
    e 15% do 1b.
2.3.3 Diagnóstico Laboratorial do
                  VHC
   Testes sorológicos de triagem: ELISA,
    Quimioluminescência;
   Testes confirmatórios: Immunoblot;
2.3.3.1 Testes de Triagem
   Detecção de anticorpos anti-HCV para
    diagnóstico de infecção presente (IgM) ou
    infecção passada (IgG);
           MÉTODO                    CARACTERÍSTICA

        ELISA 1ª Geração                   Ag NS4
                              Baixa sensibilidade especificidade
                                 Rapidamente abandonados
                               Janela sorológica: 52 semanas
        ELISA 2ª Geração           Ag NS4, NS4 e core viral
                                Janela sorológica: 6-9 semanas
                           Falso negativo, resultados indeterminados
        ELISA 3ª Geração   Ag NS4, NS3, NS5 (epítodos dominantes)
                               Janela sorológica:4-8 semanas
        ELISA 4ª Geração    Ag core viral, NS3, NS4 de genotipo 1 e
                                             não-1
                                Janela sorológica: 4 semanas.
2.3.3.2 Testes confimatórios

   Immunoblot: alta especificidade: complementar
    ou confirmatório;
2.3.3.2 Testes confirmatórios
   Immunoblot
2.3.4 Testes de Monitorização
      terapêutica e prognóstico
   Teste qualitativo para detecção de RNA-HCV;
   Carga viral (quantitativo);
   Detecção do genótipo (definição do tempo de
    tratamento combinado: interferon e ribavirina);
2.3.5 Interpretação dos
      resultados obitdos
RNA-VHC    ANTICORPOS anti-VHC         INTERPRETAÇÃO
NEGATIVO       REAGENTE            •Manuseio inadequado da
                                    amostra (degradação do
                                              RNA);
                                        •Baixa viremia;

                                 •Heterogeneidade genética do

                                              VHC;
                                  •Doença resolvida ou crônica

                                   com baixos níveis de carga
                                               viral
                                         •Falso-positivo


POSITIVO       REAGENTE                Doença presente
POSITIVO     NÃO REAGENTE              Doença presente
NEGATIVO     NÃO REAGENTE           Ausência de doença ou
                                  doença crônica com baixos
                                        níveis de CV.
2.3.5.1 Importância clínica

   O anti-corpo anti-HCV é de aparecimento tardio
    (12 a 20 semanas após o aparecimento do
    quadro clínico);
   Hepatite C ativa: Maior potencial para cirrose;
   Diagnóstico mais precoce por pesquisa de
    HCV RNA por PCR;
   Presença de Ac anti-HCV é mais indicativo de
    replicação viral ativa e infectividade do que
    imunidade;
   HCV não pode ser cultivado in vitro;
Cirrose

   Expansão do processo inflamatório para as
    áreas portais, que são infiltradas por
    mononucleares, linfócitos e plasmóticos, com
    invasão da placa limitante e necrose em saca-
    bocado, ao lado de necrose em ponte
    (processo inflamatório interligando os espaços-
    porta entre si ou à veia centro-lobular)
Cirrose

   Expansão do processo inflamatório para as
    áreas portais, que são infiltradas por
    mononucleares, linfócitos e plasmóticos, com
    invasão da placa limitante e necrose em saca-
    bocado, ao lado de necrose em ponte
    (processo inflamatório interligando os espaços-
    porta entre si ou à veia centro-lobular)
Cirrose
Cirrose
Cirrose
2.3.5.1 Importância clínica

   Anti-HCV está presente em 70% dos usuários
    de drogas endovenosas, 20% dos pacientes
    hemodializados e 8% em homossexual
    masculino positivo para HIV;
   Anti-HCV posem ser detectados na hepatite
    aguda ou crônica, em indivíduos possível
    portador ou exposição passada (infecção);
2.3.5.1 Importância clínica

   FP: Doenças auto-imunes, fator reumatóide,
    hipergamaglobulinemia, paraproteínemia,
    armazenamento prolongado e congelamento e
    descongelamento repetidos da mesma
    amostra;
   FN: Infecção aguda no início, imunossupressão
    (hemodializados, transplantados),
    imunodeficiência, armazenamento prolongado
    e congelamento e descongelamento repetidos
    da mesma amostra.
2.3.5.1 Importância clínica
              Infecção por HCV

                                                    Portador crônico
                 Hepatite aguda                       50% casos

Recuperação
 50% casos
                                                           Hepatite C aguda
                 Portador assintomático



                                                              Cirrose
                                                               50%



                                      Hepatocarcinoma
                                           30%
2.3.5.2 Padrão sorológicos durante a
                      infecção aguda
                       Fase aguda
                                                    HVC RNA




           ALT



                                     V C
                                  ti-H
                               An
Infecção




                 3    6    9           12   15 //    5          10
                     MESES                               ANOS
2.3.5.2 Padrão sorológicos durante a
                      infecção aguda
                     Fase aguda    Hepatite Crônica ativa    Cirrose
                                                                   HVC RNA




           ALT
                                           CV
                                      ti-H
                                   An
Infecção




                 3        6    9                12   15 //   5          10
                         MESES                                   ANOS
2.3.6 Tratamento com Interferon α

   Não respondedor: indicado transplante
2.3.6 Tratamento com Interferon α

   Respondedor parcial: Acompanhamento
2.3.6 Tratamento com Interferon α

   Respondedor Total: Evolui para cura




    SVR: Resposta virológica sustentada
2.4 Hepatites por vírus Delta
                 (VHD)
   Vírus defectivo, depende da infecção prévia
    pelo VHB para produção de Antígeno de
    superfície;
   Na presença do VHB, o vírus Delta utiliza o
    HBsAg e consegue replicar-se;
   Replicação enquanto durar a infecção pelo
    VHB;
2.4 Hepatites por vírus Delta
            (VHD)
2.4.1 Formas de associação VHD
             e VHB
   Coninfecção: Infecção ao mesmo tempo VHD e
    VHB (transfusão sanguínea) → Hepatite D;
   Superinfecção: Portador crônico do VHB pode
    infectar-se pelo VHD;
   Diagnóstico laboratorial: HDAg e anti-HDV IgM.
2.5 Hepatite por vírus E (VHE)

   Via entérica;
   Semelhante ao VHA;
   Alta taxa de mortalidade em mulheres
    grávidas;
   Não ocorre doença crônica;
   Não existe terapia anti-retroviral nem vacina;
   Diagnóstico por exclusão de HVA e outros.
REFERÊNCIAS
   SÁEZ-ALQUÉZAR, A.; BASSIT, L.; SABINO, E.C.
    Hepatites virais. In: FERREIRA, A.W.; ÁVILA,
    S.L.M. Diagnóstico laboratorial das principais
    doenças infecciosas e auto-imunes. 2.ed.
    [Reimp] Rio de Janeiro: Gunabara Koogan, 2011.
    Cap. 6. pp.74-91.
   REICHE, E.M.V. et al. Manual de exames
    imunológicos: procedimentos técnicos e
    interpretação laboratorial. Londrina: EDUEL, s/d.
   YUEN, M.; LAI, C. Treatment of chronic hepatitis B.
    The Lancet Infectious Desease. v. 1, n.4, pp. 232-
    241. 2001.

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Diagnóstico laboratorial das hepatites virais

  • 1. Faculdade Dom Bosco Imunologia Clínica DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS HEPATITES VIRAIS Prof. Esp. Vitor Y. Obara vitorobara@gmail.com
  • 2. Nesta aula veremos:  O que é hepatite?  Quais são os tipos de hepatites virais mais comuns e quais as características de cada uma?  Como de dá o processo de patogenia das hepatites?  Quais são os achados laboratoriais relacionados?  Quais são as fases e quais os marcadores sorológicos de cada fase da infeccção?
  • 3. 1 INTRODUÇÃO  Anatomia Hepática
  • 4. 1 INTRODUÇÃO  Funções Hepáticas:  Metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas;  Excreção da Bile (Bilirrubina, Colesterol, Ácidos biliares, outros);  Armazenamento de vitaminas (A, D e B12), ferro e outros minerais, glicogênio, lipídeos;  Biotransformação de Xenobióticos e hormônios.  Hepatite: Lesão inflamatória do fígado.
  • 5. 1 INTRODUÇÃO  5 vírus diferentes cusadores das principais hepatites virais: A, B, C, D e E;  Diagnóstico laboratorial se baseia em três pontos:  Testes bioquímicos,  Testes sorológicos e  Teste de Biologia Molecular.
  • 6. 1.1 Testes Bioquímicos  Determinação dos níveis séricos de atividade (NSA) enzimáticas das aminotransferases;  Determinação dos NSA da Fosfatase Alcalina (FAL) e Gama-glutamiltransferase (γ-GT);  Concentração sérica das Bilirrubinas;
  • 7. 1.1.1 ALT e AST  Aspartato Aminotransferase (AST) e Alanina Aminotransferase;  Enzimas do citoplasma de hepatócitos;  ALT: Mais específica do fígado;  AST: Mitocondrial;  Aumento de 10 a 100 vezes;  10 dias antes de surgirem o sintoma;  Pico em uma semana após o surgimento dos sintomas;  Indicam compromentimento hepático → acompanhamento do curso da infecção.
  • 8. 1.1.1 ALT e AST  Casos benignos:  NSA retornam ao normal no prazo de poucas semanas;  ALT>AST;  Casos crônicos:  Persistência do aumento enzimático por período superior a seis meses;  AST>ALT → comprometimento mitocondrial e necrose;  Casos fulminantes: ↓ brusca → destruição total do parênquima hepático.
  • 9. 1.1.2 FAL e γ-GT  Indicam colestase;  Hepatites virais: Aumento discreto;  Índice ALT/γ-GT:  Hepatite viral: >2;  Icterícia obstrutiva: <1.  ↑ γ-GT:  Ação do álcool e drogas;  Obstrução dos ductos biliares;  Tumores hepáticos;  Hepatopatias alcoólicas.
  • 10. 1.1.2 FAL e γ-GT Colestase
  • 13. 1.1.3 Bilirrubinas Hepatites virais Icterícia ↑ BD: ↓Excreção
  • 15. 1.2 Testes de Biologia Molecular  Hibridação (DNA se hibridar com fitas complementares:  Reação em cadeia da polimerase (PCR);  Branched-DNA;  Captura híbrida.
  • 19. 1.3 Marcadores sorológicos  Busca de Ag e/ou Ac;  Determinam fase da infecção (VHB);  Somados aos outros testes, servem de parâmetro para prognóstico e monitoramento;  Especifica o vírus que está causando a infecção.
  • 20. 2 HEPATITES VIRAIS  Hepatites virais:  Vírus A;  Vírus B;  Vírus C;  Vírus D;  Vírus E.
  • 21. 2.1 Hepatite por vírus A  RNA vírus;  Família Picornaviridae, Gênero Hepatovírus;  Presente nas fezes de pacientes infectados;  Transmissão fecal-oral (alimentação, água contaminada);  Não ocorre transmissão parenteral ou por via transfusão sanguínea;  Não evolui para a cronicidade nem para o estado de portador assintomático.
  • 22. 2.1 Hepatite por vírus A  RNA vírus;  Família Picornaviridae, Gênero Hepatovírus;  Presente nas fezes de pacientes infectados;  Transmissão fecal-oral (alimentação, água contaminada);  Não ocorre transmissão parenteral ou por via transfusão sanguínea;  Não evolui para a cronicidade nem para o estado de portador assintomático.
  • 23. 2.1 Hepatite por vírus A  Período de incubação: 2-7 semanas;  Grande parte ocorre de forma assintomártica , mas quando há sintomas, ocorrem de forma abrupta;  Forma fulmantes são raras e a mortalidade é muito baixa (<0,2%);  Testes sorológicos: anti-VHA IgM (diagnóstico da infecção aguda) e anti-VHA IgG (estudos epidemiológicos);  Métodos: ELISA, Quimioluminescência.
  • 26. 2.2 Hepatite por vírus B  DNA vírus;  Família Hepadnaviridae;  Estrutura viral:  Antígenos:  C (core)  S (superfície)  E (envelope)
  • 27. 2.2 Hepatite por vírus B  Período de incubação: 6 a 8 semanas;  Presença do vírus no sangue em todas as fases da doença (aguda, crônica, durante o período de convalescença);  Transmissão por via sanguínea, por meio de relações sexuais e de forma vertical (mãe- filho);  93% recuperação sorológica, bioquímica e clínica, 5-7% forma crônica e 1% hepatite fulminante.
  • 28. 2.2 Hepatite por vírus B  Epidemiologia
  • 29. 2.2.1 Diagnóstico laboratorial do VHB  Testes sorológicos:  Superfície viral: HBsAg e anti-HBs;  Core viral: anti-HBc IgM ou IgG;  Antígeno ”e”: HBeAg e anti-HBe;  Métodos por Biologia Molecular:  Hibridação (b-DNA);  PCR (mais sensível).
  • 30. 2.2.1.1 HBsAg  Indicador precoce (1 mês após a infecção);  Marcador mais fidedigno para VHB;  Persiste durante a fase aguda;  Desaparece após 1 a 3 semanas após as anormalidades BQ;  Porém se > 6 meses: portador crônico;  Títulos não têm significado clínico;
  • 31. 2.2.1.2 HBeAg  Indica estado altamente infeccioso (replicação viral);  Aparece 1 semana depois do HBsAg;  Encontrado somente quando houver presença de HBsAg;  Determina resolução da infecção;  Se >10 semanas: sugere progressão para portador crônico;
  • 32. 2.2.1.3 Anti-HBe  Diminuição da infectividade;  Sugere bom prognóstico da resolução da fase aguda;
  • 33. 2.2.1.4 Anti-HBc  Ocorre precocemente na fase aguda;  4 a 10 semanas após HBsAg, durante os sinais clínicos;  Anti-HBc IgM é mais específico qie IgG para doença aguda;  Único teste para infecção recente;
  • 34. 2.2.1.5 Anti-HBs  Indica recuperação clínica e imunidade;  Não detectado em pacientes crônicos;  Pode ocorrer em transferência passiva;  80% dos pacientes depois da cura clínica;  Demontra eficácia em programas de imunização;
  • 35. 2.2.2 Padrões sorológicos  Infecção aguda pelo VHB;  Infecção crônica pelo VHB com soroconversão Anti-HBe;  Infecção crônica pelo VHB sem soroconversão Anti-HBe.
  • 36. 2.2.2.1 Padrão sorológico durante a Infecção aguda Concentração Relativa Fase Aguda Convalescência Recuperação - Imunidade ALT IgG anti-HBc Anti-HBs IgM anti-HBc Anti-HBe 2 4 6 8 // → Anos DNA viral Meses Infecção
  • 37. 2.2.2.2 Padrão sorológico durante a Infecção crônica com soroconversão Anti-HBe Concentração Relativa Fase Aguda Infecção Crônica IgG anti-HBc IgM anti-HBc Anti-HBe 2 4 6 8 // → Anos Meses Infecção DNA viral
  • 38. 2.2.2.3 Padrão sorológico durante a Infecção crônica sem soroconversão Anti-HBe Concentração Relativa Fase Aguda Infecção crônica IgG anti-HBc IgM anti-HBc 2 4 6 8 // → Anos Meses Infecção DNA viral
  • 39. 2.2.3 Perfil sorológico Perfil HBsAg Anti-HBc Anti-HBc anti-HBs IgM IgG 1 + - - - 2 + + - - 3 + + + - 4 + - + - 5 - - + - 6 + - + + 7 - - + + 8 - - - +
  • 40. 2.2.3 Perfil sorológicos  Perfil 1: Fase prodrômica (assintomático): HBsAg;  Perfil 2 e 3: Fase aguda: HBeAg;  Perfil 4: Estágio de recuperação (Anti-HBe) ou fase crônica (HBeAg);  Perfil 5:  Janela Imunológica (exceto anti-HBc IgM);  Variantes VHB, HBsAg (-)vo, DNA do VHB (+)vo;  Transmissão vertical, por transfusão ou transferência passiva;  Falso-positivo.
  • 41. 2.2.3 Perfil sorológico  Perfil 6: Fase de recuperação: HBsAg e Anti-HBs;  Perfil 7: Evolução para cura e imunização: anti- HBc e anti-HBs;  Perfil 8: Vacinação contra VHB, perfil 7 cujo anti- HBc desapareceu com o tempo.
  • 42. 2.2.4 Tratamento para VHB Fonte: YUEN; LAI, 2001
  • 43. 2.2.4 Tratamento para VHB Fonte: YUEN, LAI, 2001.
  • 44. 2.3 Hepatite por vírus C  Identificada em 1989, por Choo e cols, até então era identificada como não-A e não-B, pós-transfusional e não-determinada;  RNA vírus;  Gênero Flaviviridae;  Transmissão: via parenteral; transfusão de sangue e hemocomponentes, utilização de agulhas e seringas contaminadas, transplante de órgãos e tecidos contaminados.
  • 45. 2.3.1 Variabilidade genética  Mutações frequentes → ↑ Variabilidade genética;  6 tipos ou gneótipos, designados de 1 a 6;  30 subtipos diferentes, desgnados com letras;  Importância da identificação genética: diversidade genética, epidemiologia, evolução da doença, aplicações do diagnóstico sorológico e molecular, resposta terapêutica anti-viral e formas de transmissão.
  • 47. 2.3.1 Epidemiologia  70-80% das pessoas infectadas tornam-se crônicas;  Necessidade de testes com maior sensibilidade;  Aprox. 60% casos crônicos são do genótipo 1a e 15% do 1b.
  • 48. 2.3.3 Diagnóstico Laboratorial do VHC  Testes sorológicos de triagem: ELISA, Quimioluminescência;  Testes confirmatórios: Immunoblot;
  • 49. 2.3.3.1 Testes de Triagem  Detecção de anticorpos anti-HCV para diagnóstico de infecção presente (IgM) ou infecção passada (IgG); MÉTODO CARACTERÍSTICA ELISA 1ª Geração Ag NS4 Baixa sensibilidade especificidade Rapidamente abandonados Janela sorológica: 52 semanas ELISA 2ª Geração Ag NS4, NS4 e core viral Janela sorológica: 6-9 semanas Falso negativo, resultados indeterminados ELISA 3ª Geração Ag NS4, NS3, NS5 (epítodos dominantes) Janela sorológica:4-8 semanas ELISA 4ª Geração Ag core viral, NS3, NS4 de genotipo 1 e não-1 Janela sorológica: 4 semanas.
  • 50. 2.3.3.2 Testes confimatórios  Immunoblot: alta especificidade: complementar ou confirmatório;
  • 52. 2.3.4 Testes de Monitorização terapêutica e prognóstico  Teste qualitativo para detecção de RNA-HCV;  Carga viral (quantitativo);  Detecção do genótipo (definição do tempo de tratamento combinado: interferon e ribavirina);
  • 53. 2.3.5 Interpretação dos resultados obitdos RNA-VHC ANTICORPOS anti-VHC INTERPRETAÇÃO NEGATIVO REAGENTE •Manuseio inadequado da amostra (degradação do RNA); •Baixa viremia; •Heterogeneidade genética do VHC; •Doença resolvida ou crônica com baixos níveis de carga viral •Falso-positivo POSITIVO REAGENTE Doença presente POSITIVO NÃO REAGENTE Doença presente NEGATIVO NÃO REAGENTE Ausência de doença ou doença crônica com baixos níveis de CV.
  • 54. 2.3.5.1 Importância clínica  O anti-corpo anti-HCV é de aparecimento tardio (12 a 20 semanas após o aparecimento do quadro clínico);  Hepatite C ativa: Maior potencial para cirrose;  Diagnóstico mais precoce por pesquisa de HCV RNA por PCR;  Presença de Ac anti-HCV é mais indicativo de replicação viral ativa e infectividade do que imunidade;  HCV não pode ser cultivado in vitro;
  • 55. Cirrose  Expansão do processo inflamatório para as áreas portais, que são infiltradas por mononucleares, linfócitos e plasmóticos, com invasão da placa limitante e necrose em saca- bocado, ao lado de necrose em ponte (processo inflamatório interligando os espaços- porta entre si ou à veia centro-lobular)
  • 56. Cirrose  Expansão do processo inflamatório para as áreas portais, que são infiltradas por mononucleares, linfócitos e plasmóticos, com invasão da placa limitante e necrose em saca- bocado, ao lado de necrose em ponte (processo inflamatório interligando os espaços- porta entre si ou à veia centro-lobular)
  • 60. 2.3.5.1 Importância clínica  Anti-HCV está presente em 70% dos usuários de drogas endovenosas, 20% dos pacientes hemodializados e 8% em homossexual masculino positivo para HIV;  Anti-HCV posem ser detectados na hepatite aguda ou crônica, em indivíduos possível portador ou exposição passada (infecção);
  • 61. 2.3.5.1 Importância clínica  FP: Doenças auto-imunes, fator reumatóide, hipergamaglobulinemia, paraproteínemia, armazenamento prolongado e congelamento e descongelamento repetidos da mesma amostra;  FN: Infecção aguda no início, imunossupressão (hemodializados, transplantados), imunodeficiência, armazenamento prolongado e congelamento e descongelamento repetidos da mesma amostra.
  • 62. 2.3.5.1 Importância clínica Infecção por HCV Portador crônico Hepatite aguda 50% casos Recuperação 50% casos Hepatite C aguda Portador assintomático Cirrose 50% Hepatocarcinoma 30%
  • 63. 2.3.5.2 Padrão sorológicos durante a infecção aguda Fase aguda HVC RNA ALT V C ti-H An Infecção 3 6 9 12 15 // 5 10 MESES ANOS
  • 64. 2.3.5.2 Padrão sorológicos durante a infecção aguda Fase aguda Hepatite Crônica ativa Cirrose HVC RNA ALT CV ti-H An Infecção 3 6 9 12 15 // 5 10 MESES ANOS
  • 65. 2.3.6 Tratamento com Interferon α  Não respondedor: indicado transplante
  • 66. 2.3.6 Tratamento com Interferon α  Respondedor parcial: Acompanhamento
  • 67. 2.3.6 Tratamento com Interferon α  Respondedor Total: Evolui para cura SVR: Resposta virológica sustentada
  • 68. 2.4 Hepatites por vírus Delta (VHD)  Vírus defectivo, depende da infecção prévia pelo VHB para produção de Antígeno de superfície;  Na presença do VHB, o vírus Delta utiliza o HBsAg e consegue replicar-se;  Replicação enquanto durar a infecção pelo VHB;
  • 69. 2.4 Hepatites por vírus Delta (VHD)
  • 70. 2.4.1 Formas de associação VHD e VHB  Coninfecção: Infecção ao mesmo tempo VHD e VHB (transfusão sanguínea) → Hepatite D;  Superinfecção: Portador crônico do VHB pode infectar-se pelo VHD;  Diagnóstico laboratorial: HDAg e anti-HDV IgM.
  • 71. 2.5 Hepatite por vírus E (VHE)  Via entérica;  Semelhante ao VHA;  Alta taxa de mortalidade em mulheres grávidas;  Não ocorre doença crônica;  Não existe terapia anti-retroviral nem vacina;  Diagnóstico por exclusão de HVA e outros.
  • 72. REFERÊNCIAS  SÁEZ-ALQUÉZAR, A.; BASSIT, L.; SABINO, E.C. Hepatites virais. In: FERREIRA, A.W.; ÁVILA, S.L.M. Diagnóstico laboratorial das principais doenças infecciosas e auto-imunes. 2.ed. [Reimp] Rio de Janeiro: Gunabara Koogan, 2011. Cap. 6. pp.74-91.  REICHE, E.M.V. et al. Manual de exames imunológicos: procedimentos técnicos e interpretação laboratorial. Londrina: EDUEL, s/d.  YUEN, M.; LAI, C. Treatment of chronic hepatitis B. The Lancet Infectious Desease. v. 1, n.4, pp. 232- 241. 2001.