2. Jonas (do hebraico [Yonah];
em latim Ionas – Significado = Pomba) foi
um profeta israelita da Tribo de Zebulão,
filho de Amitai, natural Gate-
Héfer. Profetizou durante o
reinado de Jeroboão II, Rei
de Israel Norte. (II Reis 14:25; Jonas
1:1) Crê-se que tenha sido o
escritor
do livro bíblico do Antigo
Testamento que leva o seu
nome.
3. Jonas é comissionado pelo Deus de Israel para ir a Nínive, capital
da Assíria. A sua missão era admoestar os assírios que devido a sua
crueldade e ao muito derramamento de sangue, iriam sofrer a ira
Divina caso não se arrependessem dentro de quarenta dias.
Temendo pela sua vida, Jonas foge rumo a Társis, no SE da Península
Ibérica (na moderna região da Andaluzia). Situa-se a aproximadamente
3.500 km do porto de Jope (a moderna Tel Aviv-Yafo).
Segundo o relato bíblico, durante a viagem acontece um violenta
tempestade. Esta só acaba quando Jonas é lançado ao mar. Ele é
engolido por um "grande peixe [em grego këtos]" (Jonas 1:17) e no
seu estômago, passa três dias e três noites. Sentindo
como se estivesse sepultado, nesta situação arrependido reconsidera a
sua decisão. Tendo se arrependido, é vomitado pelo "grande peixe"
numa praia e segue rumo para Nínive.
4. Para alguns exegetas bíblicos, este relato tem apenas um valor
de caráter didático, não devendo ser interpretado como um
acontecimento literal. A expressão "um grande peixe" do relato
de Jonas não permite fazer uma identificação com qualquer
tipo de ser marinho. Para os que acreditam no relato literal do
"grande peixe", procuram identificar que espécie de ser
marinho seria. Para uns terá sido um Cachalote, para outros,
seria um Grande Tubarão-branco. Recentemente, foi sugerido
um outro candidato - o Tubarão-baleia.1 Há uma referência
Bíblica em que diz que Jonas Esteve no ventre de uma baleia:
"Assim como Jonas esteve no ventre da baleia três dias e três
noites,..." (Mateus 12:40). O Livro de Jonas, porém, não fala do
ventre. É possível que a classificação que diferencia baleia de
grande peixe não existisse nos dias de Jesus e nem nos de
Jonas, nem na cultura do Israel Antigo...
5. A diferenciação é moderna, surgiu apenas
no último milênio, então tanto faz se as
escrituras estivessem referindo-se a um
grande peixe ou a uma baleia no caso de
Jonas. Resta a hipótese que o profeta foi
transportado na boca. O cachalote poderia
ter conseguido tal façanha. Normalmente
ele transporta os bebês doentes dele na
boca, que é espaçosa como um pequeno
quarto, e leva-os à tona para respirar.
Nesta época cachalotes povoavam o mar
mediterrâneo, o lugar desta narrativa.
6. Resgates de seres humanos por
cachalotes são, porém, pouco
documentados. É conhecido o caso do
marinheiro inglês, James Bartley, que
foi salvo vivo perto das
ilhas Malvinas em fevereiro de 1891,
depois de passar quinze horas dentro
do ventre de uma baleia da
espécie Cachalote, na maneira igual à
aplicada a Jonas segundo a Bíblia.
É conhecido também o caso de outro
marinheiro inglês, que caiu no canal de Calais,
e foi tragado por um imenso tubarão da
espécie "Rhincodon Typus", mais conhecida
como "Tubarão Baleia". Este ficou dentro do
Rhincodon durante 48 horas, e algumas horas
após ser resgatado estava em bom estado, e foi
exibido ao público no Museu de Londres. O
fato é narrado no livro "The Harmony Science
and Scripture", de Harry Rimmer, onde o autor
conheceu pessoalmente o personagem da
história.
7. A Assíria foi um reino acádio semita em torno da região do alto rio
Tigre, no norte da Mesopotâmia (atual norte do Iraque), e que
dominou por diversas vezes ao longo da história os impérios
existentes naquela região, desde a tomada da Babilônia até a
sua reconquista. Seu nome vem de sua capital original, a antiga
cidade de Assur ; em árabe: transl. Ashûr; em hebraico:
transl. Ashûr; em aramaico: Aṯur). O termo também pode se
referir à região geográfica, ou, mais precisamente, ao centro da
região onde estes reinos se localizavam.
Os descendentes dos assírios ainda habitam a região
nos dias de hoje, formando uma minoria cristã no
Iraque.
Durante o Antigo Período Assírio (do século XX a.C. ao século
XV a.C.), Assur controlou a maior parte da Alta Mesopotâmia.
No Período Assírio Médio (do século XV a.C. ao século X a.C.)
a sua influência declinou, e só foi reconquistada
posteriormente, após uma série de conquistas. O Império
Neo-Assírio do início da Idade do Ferro (911 a.C.-612 a.C.)
expandiu-se ainda mais, e sob Assurbanipal (c. 668 a.C. -
627 a.C.) controlou, por algumas décadas, todo o Crescente
Fértil, bem como o Egito, antes de sucumbir à expansão neo-
babilônia e, posteriormente, persa.
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11. Quanto ao profeta Jonas, as questões da data e autoria de Jonas
estão profundamente relacionadas. Se Jonas escreveu o Livro o
teria, obviamente, datado durante o reinado de Jeroboão II. No
início do séc. VIII, cerca de 793 a 753 a.C. Se um narrador
escreveu o livro, ele poderia ter sido escrito em qualquer
tempo. Como indicado em 2Rs 14:25, Jonas era filho de
Hamitai e um nativo de Gate-Hefer, um vilarejo situado a 5 Km
em direção ao nordeste de Nazaré, dentro das fronteiras tribais
de Zebulom. Profetizando durante o reinado de Jeroboão
II e precedendo imediatamente Amós, ele foi um forte
nacionalista que estava completamente consciente da
destruição que os assírios haviam feito em Israel através
dos anos. Jonas achou difícil aceitar o fato de que Deus
pudesse oferecer misericórdia a Nínive da Assíria, uma
vez que seus habitantes mereciam um julgamento
severo. Ele foi o único profeta mandado para pregar aos
gentios. Elias foi mandado para Sarepta para morar lá durante
uma temporada (1Rs 17:8-10), e Eliseu viajou a Damasco (2Rs
8:7), mas somente a Jonas é que foi dada uma mensagem de
arrependimento e misericórdia, para pregar diretamente a uma
cidade gentia.
12. Sua relutância em ir pregar estava baseada num desejo de ver seu
declínio culminar numa completa perda de poder. Também ele temeu que
Deus pudesse mostrar misericórdia, deste modo oferecendo aos assírios
a oportunidade de molestar Israel. Deus ama todas as pessoas e deseja
compartilhar seu perdão e misericórdia com elas. Israel havia sido
encarregado de entregar aquela mensagem, mas, de algum modo, eles
não compreenderam a importância dela. Essa falha
conseqüentemente levou-os a um orgulho religioso extremo.
No Livro de Jonas, pode ser encontrada a semente do
farisaísmo no Novo Testamento. Deus pediu a Jonas, o profeta,
para levantar-se e ir a Nínive, uma cidade dos temidos e odiados assírios.
Sua mensagem é pra ser um chamado ao arrependimento e uma
promessa de misericórdia, caso eles respondam positivamente. Jonas
sabe que, se Deus poupar Nínive, então aquela cidade estará livre para
saquear e roubar Israel novamente. Esse patriotismo nacionalista e seu
desdém a que a misericórdia seja oferecida para pessoas que não fazem
parte do concerto, induzem Jonas a decidir deixar Israel e "fugir de diante
da face do Senhor".
13. Sem dúvida, ele esperava que o Espírito da profecia não o
seguisse. Jonas está descontente e de algum modo se
convence de que uma viagem a Társis irá livra-lo da
responsabilidade que Deus colocou sobre ele. A viagem a
Társis logo fornece a evidência de que a presença e a
influência do Senhor não está restrita à Palestina. Deus
manda uma tempestade para golpear o navio e causar
circunstâncias que conduzem Jonas face à face ao seu
chamado missionário. Após determinarem que Jonas e seu
Deus são responsáveis pela tempestade, e após esgotarem
todas as alternativas, os marinheiros atiraram Jonas ao mar.
Sem dúvida, Jonas e os marinheiros acharam que esse seria o
fim de Jonas; mas Deus havia preparado um grande peixe
para engolir Jonas e, após três dias e três noites, o peixe o
jogou em terra firme. Novamente,
14. Deus manda Jonas levantar e ir a Nínive para entregar a
mensagem de libertação. Desta vez, o profeta concorda
relutantemente em fazer a viagem e entregar a mensagem de
Deus. Para seu espanto, os habitantes de Nínive, desde a
pessoa mais humilde até o rei, se arrependeram e
mostraram isso através do jejum cerimonial, vestindo-se
de panos de saco e assentando-se sobre a cinza. Até
mesmo os animais são obrigados a participar dessa
conduta humilde. O coração de Jonas ainda não está mudado,
e ele reage com ira e confusão. Por que Deus teria misericórdia
de pessoas que abusaram da nação de Israel? Talvez esperando
que o arrependimento não tivesse sido genuíno, ou que Deus
fosse escolher outra estratégia, Jonas constrói um abrigo numa
colina, com vista para a cidade do lado oriente
15. "Vá depressa à grande cidade de Nínive e pregue contra ela, porque a sua maldade subiu até a
minha presença". Mas Jonas fugiu da presença do Senhor, dirigindo-se para Társis. Desceu à cidade
de Jope, onde encontrou um navio que se destinava àquele porto. Depois de pagar a passagem,
embarcou para Társis, para fugir do Senhor. Jonas 1:2-3
Todos os marinheiros ficaram com medo e cada um clamava ao seu próprio deus. E atiraram as
cargas ao mar para tornar mais leve o navio. Enquanto isso, Jonas, que tinha descido para o porão e
se deitado, dormia profundamente. O capitão dirigiu-se a ele e disse: "Como você pode
ficar aí dormindo? Levante-se e clame ao seu deus! Talvez ele tenha piedade de nós e
não morramos". Então os marinheiros combinaram entre si: "Vamos tirar sortes para descobrir
quem é o responsável por esta desgraça que se abateu sobre nós". Tiraram sortes, e a sorte caiu
sobre Jonas. Por isso lhe perguntaram: "Diga-nos, quem é o responsável por esta calamidade? Qual
é a sua profissão? De onde você vem? Qual é a sua terra? A que povo você pertence? "
Ele respondeu: "Eu sou hebreu, adorador do Senhor, o Deus dos céus, que fez o mar e
a terra". Com isso eles ficaram apavorados e perguntaram: "O que foi que você fez? ",
pois sabiam que Jonas estava fugindo do Senhor, porque ele já lhes tinha dito.
Visto que o mar estava cada vez mais agitado, eles lhe perguntaram: "O que devemos fazer com
você, para que o mar se acalme? “ Respondeu ele: "Peguem-me e joguem-me ao mar, e ele
se acalmará. Pois eu sei que é por minha causa que esta violenta tempestade caiu
sobre vocês".Jonas 1:5-12
16. Lá de dentro do peixe, Jonas orou ao Senhor, ao seu Deus.
Ele disse: "Em meu desespero clamei ao Senhor, e ele me respondeu. Do
ventre da morte gritei por socorro, e ouviste o meu clamor.
Jogaste-me nas profundezas, no coração dos mares; correntezas formavam
turbilhão ao meu redor; todas as tuas ondas e vagas passaram sobre mim.
Eu disse: Fui expulso da tua presença; contudo, olharei de novo para o teu
santo templo.
As águas agitadas me envolveram, o abismo me cercou, as algas marinhas se
enrolaram em minha cabeça.
Afundei até os fundamentos dos montes; à terra cujas trancas estavam me
aprisionando para sempre. Mas tu trouxeste a minha vida de volta da cova, ó
Senhor meu Deus!
"Quando a minha vida já se apagava, eu me lembrei de ti, Senhor, e a minha
oração subiu a ti, ao teu santo templo.
"Aqueles que acreditam em ídolos inúteis desprezam a misericórdia.
Mas eu, com um cântico de gratidão, oferecerei sacrifício a ti. O que eu
prometi cumprirei totalmente. A salvação vem do Senhor".
E o Senhor deu ordens ao peixe, e ele vomitou Jonas em terra firme.
Jonas 2:1-10
17. A palavra do Senhor veio a Jonas pela segunda vez com esta ordem:
"Vá à grande cidade de Nínive e pregue contra ela a mensagem que eu vou dar a você".
E Jonas obedeceu à palavra do Senhor e foi para Nínive. Era uma cidade muito grande;
demorava-se três dias para percorrê-la.
Jonas entrou na cidade e a percorreu durante um dia, proclamando: "Daqui a quarenta
dias Nínive será destruída".
Os ninivitas creram em Deus. Proclamaram jejum, e todos eles, do maior ao menor,
vestiram-se de pano de saco.
Quando as notícias chegaram ao rei de Nínive, ele se levantou do trono, tirou o manto
real, vestiu-se de pano de saco e sentou-se sobre cinza.
Então fez uma proclamação em Nínive: "Por decreto do rei e de seus nobres: Não é
permitido a nenhum homem ou animal, bois ou ovelhas provar coisa alguma; não
comam nem bebam!
Cubram-se de pano de saco, homens e animais. E todos clamem a Deus com todas as
suas forças. Deixem os maus caminhos e a violência.
Talvez Deus se arrependa e abandone a sua ira, e não sejamos destruídos".
Deus viu o que eles fizeram e como abandonaram os seus maus caminhos. Então Deus
se arrependeu e não os destruiu como tinha ameaçado.
Jonas 3:1-10
18. Mas Jonas ficou profundamente descontente com isso e enfureceu-se.
Ele orou ao Senhor: "Senhor, não foi isso que eu disse quando ainda estava em casa? Foi
por isso que me apressei em fugir para Társis. Eu sabia que tu és Deus misericordioso e
compassivo, muito paciente, cheio de amor e que promete castigar mas depois se
arrepende.
Agora, Senhor, tira a minha vida, eu imploro, porque para mim é melhor morrer do que
viver".
O Senhor lhe respondeu: "Você tem alguma razão para essa fúria? "
Jonas saiu e sentou-se num lugar a leste da cidade. Ali, construiu para si um abrigo,
sentou-se à sua sombra e esperou para ver o que aconteceria com a cidade.
Então o Senhor Deus fez crescer uma planta sobre Jonas, para dar sombra à sua cabeça e
livrá-lo do calor, e Jonas ficou muito alegre.
Mas na madrugada do dia seguinte, Deus mandou uma lagarta atacar a planta de modo
que ela secou.
Ao nascer do sol, Deus trouxe um vento oriental muito quente, e o sol bateu na cabeça de
Jonas, a ponto de ele quase desmaiar. Com isso ele desejou morrer, e disse: "Para mim
seria melhor morrer do que viver".
Mas Deus disse a Jonas: "Você tem alguma razão para estar tão furioso por causa da
planta? " Respondeu ele: "Sim, tenho! E estou furioso a ponto de querer morrer".
Mas o Senhor lhe disse: "Você tem pena dessa planta, embora não a tenha podado nem a
tenha feito crescer. Ela nasceu numa noite e numa noite morreu.
Contudo, Nínive tem mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem
nem distinguir a mão direita da esquerda, além de muitos rebanhos. Não
deveria eu ter pena dessa grande cidade? " Jonas 4:1-11