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Educação & Sociedade, ano XX, nº 66, Abril/99 181
Disciplina: construção da disciplina consciente e
interativa em sala de aula e na escola *
Dorotéia Baduy Pires**
O que seria de uma orquestra, se cada músico tocasse o que
quisesse? Se não houvesse disciplina? Ela é necessária. E deve
ser analisada como um meio e não um fim.
Vasconcellos 1994.
Motivado pela questão da ausência da disciplina em sala de aula,
o pedagogo Celso dos Santos Vasconcellos publicou recentemente sua
pesquisa: Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em
sala de aula e na escola. Este assunto tem sido objeto de grande preo-
cupação da chefia departamental do Curso de Desenho Industrial da
PUC-PR, que pretendeu traçar um plano de ação, no ano de 1996, para
enfrentar a questão da indisciplina.
Na universidade, muitos dos professores são profissionais que brus-
camente passaram para a condição de educadores sem nenhuma pedago-
gia ou didática para enfrentar as adversidades e diversidades de uma sala
de aula, suprida em parte pela experiência e pelo convívio entre os pares.
Mas uma das maiores dificuldades é, sem dúvida, a indisciplina na educa-
ção. Tornou-se um grande desafio, que cada vez mais tem sido alvo de pre-
ocupação das escolas, da direção, dos pais e professores.
Da pré-escola à universidade, nunca a relação professor-aluno
esteve tão difícil.
* Resenha da obra de Celso dos Santos Vasconcellos, Disciplina: construção da disciplina
consciente e interativa em sala de aula e na escola. São Paulo: Libertad, 1994.
** Professora do Curso de Desenho Industrial, coordenadora do Centro de Pesquisa de Design
e mestranda em Educação – Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
182 Educação & Sociedade, ano XX, nº 66, Abril/99
Assim como um médico, em sua formação acadêmica, de modo geral
não é preparado psicologicamente para receber os inevitáveis impactos e
problemáticas características de sua profissão, também o professor geralmen-
te não recebe por parte da escola e por comodismo próprio o suporte para
administrar esta série de microcosmos com diferentes composições genéti-
cas, origens, histórias, famílias, expectativas, pensamentos, experiências etc.
Vasconcellos pergunta: “Como desencadear um processo de apren-
dizagem num universo tão diversificado?” (1994, p. 34).
Os agentes sociais – a Igreja, os partidos, a família, a escola, a ciên-
cia – não estão com seus autogovernos definidos, vitimando e desorientan-
do o aluno. Estão em uma crise que merece um enfrentamento e um
envolvimento maduro e consciente por parte de todos. Não se trata de des-
cobrir os culpados. As causas da indisciplina estão entrelaçadas com a so-
ciedade, a família, a escola, o professor e o aluno. São problemas familia-
res, carências, influências da TV, de toda a mídia, o que demanda uma atu-
ação organizada e articulada em todas as frentes.
A família e a escola mudaram muito. Antes, a família era cúmplice da
escola. Hoje deposita suas funções e delega suas responsabilidades a ela,
porém a critica. Cada vez mais os alunos vêm para a escola com menos li-
mites trabalhados pela família.
Qual o papel da universidade? Falta perspectiva para o jovem. Estu-
dar para quê? Promove a ascensão social? Prepara para a profissão? For-
ma a cidadania?
Houve uma profunda mudança na relação universidade-sociedade e
não percebemos. A sociedade mostra-se imatura pelo alto consumismo, le-
vando à busca da satisfação imediata do prazer, diminuindo a capacidade
de tolerância à frustração e aumentando a agressividade, a violência, a cri-
se ética da corrupção, do “levar vantagem em tudo”. A indisciplina na sala
de aula comparada à indisciplina social não é tão grave. Conforme Vascon-
cellos, “segundo alguns analistas, daqui a algum tempo teremos no país ape-
nas duas categorias de pessoas: os que não comem – porque não têm o que
comer –e os que não dormem –de medo dos que não comem...”(1994, p. 24).
Vasconcellos (idem, p. 24) nos alerta que “a sociedade espera que
a sala de aula seja um lugar de submissão, de doutrinação, de seleção
natural, de domesticação”.
E a universidade? Funciona ou está reproduzindo esse sistema?
O que a universidade está fazendo dentro da sua autonomia relativa?
Educação & Sociedade, ano XX, nº 66, Abril/99 183
Para que tipo de sociedade está colaborando? Ela quer formar o cida-
dão ativo, responsável e autônomo mas não lhe dá a oportunidade de
exercitar-se. É quase sempre constituída por um aglomerado de pesso-
as e não por uma equipe de trabalho. Apresenta propostas curriculares
desarticuladas e anacrônicas.
E o educador? Qual é a sua postura: autoritária, conformada, compro-
metida, desesperada, desanimada, consciente? Que visão tem de sua ação
pedagógica? Repressiva ou liberal? Vê o aluno como um mal necessário e
a liberdade como um monstro subversivo e corrosivo, ou tem medo de ser
repressor, quer ser legal e exalta o descompromisso, o espontaneísmo e a
atitude do “cada um na sua”? Este último, pelo abandono e pela falta de res-
ponsabilidade, disciplina e conteúdo, acaba sendo desmoralizado pelos
alunos “libertados”. Esses extremos aumentam o descompromisso e o des-
caso, transformando o movimento educacional num processo destrutivo.
Essas relações mostram-se alienadas. O professor espera que a
classe faça silêncio para poder dar aula; o aluno quer logo ir embora e
receber a nota; a direção não quer problemas e os pais querem que o
filho seja aprovado objetivando a ascensão social.
Quantos professores há que não estão preocupados com o futuro
do educando, mas sim em sobreviver como educador. Não encaram o
aluno-problema como desafio pedagógico. O professor que apenas quer
obter o silêncio tem visão estreita. Os repressores conseguem uma dis-
ciplina que se esvai quando os alunos não estão na sua presença. O ideal
é mostrar os limites, mas também as possibilidades, geralmente esque-
cidas. A educação por coação produz uma personalidade dependente,
imatura e pouco criativa.
O professor não entra sozinho na sala de aula. Vão com ele os co-
legas, os funcionários, as regras, as vivências, toda a instituição está
representada. Que imagem os alunos fazem da universidade?
O professor precisa refletir a sua prática, fazer uma autocrítica. Sem
uma definição clara do seu papel, não estará em condições de educar, dado
que o aluno capta isso com muita facilidade e explora essa fragilidade. A fal-
ta de convicção da proposta do professor gera um acúmulo de dificuldades,
podendo chegar a uma confusão generalizada na sala de aula. São aulas
sem aprofundamento, sem clareza dos objetivos, sem renovação meto-
dológica, sem articulação interdisciplinar, sem conteúdos relacionados com
as necessidades do aluno. Vasconcellos (idem, p. 53) nos diz que “não se
trata de fazer ajustes no velho para que ele permaneça, ao contrário, a pers-
184 Educação & Sociedade, ano XX, nº 66, Abril/99
pectiva é dar pequenos passos, mas concretos na nova direção, prepa-
rando um salto qualitativo, e fazer com que seja uma mudança dura-
doura”.
Há um consenso de que sem disciplina não se pode fazer nenhum
trabalho pedagógico significativo.
Em uma mesma universidade existem professores conseguindo rea-
lizar um bom trabalho. Assim sendo, será que existe o aluno indisciplinado
“em si”? Para Rosemberg, “é preciso saber ouvir e compreender a men-
sagem que se esconde por trás do comportamento manifesto como indisci-
plina” (apud Vasconcellos 1994, p. 50).
Trata-se de redimensionar o problema. A questão central não está
na disputa entre professor e aluno, mas na organização do trabalho cole-
tivo em sala de aula para se realizar a construção do conhecimento, quan-
do o professor é o articulador da proposta, o coordenador do processo de
aprendizagem e deve assumir seu papel de agente histórico de transfor-
mação da realidade, por meio de um ensino exigente e inteligente. Estar
inteiro na sala de aula, manter a tensão entre a ternura e o vigor, o porto
seguro e o “mar aberto”, entre direção e participação.
Cabe a ele resgatar valores do passado, mas estar aberto aos no-
vos valores emergentes, em função das necessidades colocadas pelas
contradições sociais, políticas, econômicas, culturais, num processo de
continuidade-ruptura, numa visão dialética.
O ideal seria uma disciplina consciente e interativa, marcada por
participação, respeito, responsabilidade, construção do conhecimento, for-
mação do caráter e da cidadania.
A disciplina deve formar o aluno “como pessoa capaz de pensar, de
estudar, de dirigir ou de controlar quem dirige” (Gramsci 1982, p. 36).
Não queremos mais a educação tradicional autoritária, mas não
desejamos a educação moderna, de cunho espontaneísta.
A efetivação de uma disciplina democrática na universidade depen-
de da democratização da sociedade, na medida em que esta assumir uma
nova ética social (superar a “Lei de Gerson”), valorizar a educação e ado-
tar uma nova política para os meios de comunicação.
Vasconcellos conclui que “os educadores devem se comprometer
com o processo de transformação da realidade, alimentando um projeto
comum de escola e de sociedade”, como numa orquestra.
Educação & Sociedade, ano XX, nº 66, Abril/99 185
“...Ninguém educa ninguém. Ninguém se educa sozinho. Os ho-
mens se educam em comunhão, mediados pela realidade. (Freyre,
apud Vasconcellos 1981, p. 79)
Bibliografia
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Disciplina: construção da discipli-
na consciente e interativa em sala de aula e na escola. São Pau-
lo: Libertad, 1994.

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Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola

  • 1. Educação & Sociedade, ano XX, nº 66, Abril/99 181 Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola * Dorotéia Baduy Pires** O que seria de uma orquestra, se cada músico tocasse o que quisesse? Se não houvesse disciplina? Ela é necessária. E deve ser analisada como um meio e não um fim. Vasconcellos 1994. Motivado pela questão da ausência da disciplina em sala de aula, o pedagogo Celso dos Santos Vasconcellos publicou recentemente sua pesquisa: Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. Este assunto tem sido objeto de grande preo- cupação da chefia departamental do Curso de Desenho Industrial da PUC-PR, que pretendeu traçar um plano de ação, no ano de 1996, para enfrentar a questão da indisciplina. Na universidade, muitos dos professores são profissionais que brus- camente passaram para a condição de educadores sem nenhuma pedago- gia ou didática para enfrentar as adversidades e diversidades de uma sala de aula, suprida em parte pela experiência e pelo convívio entre os pares. Mas uma das maiores dificuldades é, sem dúvida, a indisciplina na educa- ção. Tornou-se um grande desafio, que cada vez mais tem sido alvo de pre- ocupação das escolas, da direção, dos pais e professores. Da pré-escola à universidade, nunca a relação professor-aluno esteve tão difícil. * Resenha da obra de Celso dos Santos Vasconcellos, Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. São Paulo: Libertad, 1994. ** Professora do Curso de Desenho Industrial, coordenadora do Centro de Pesquisa de Design e mestranda em Educação – Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
  • 2. 182 Educação & Sociedade, ano XX, nº 66, Abril/99 Assim como um médico, em sua formação acadêmica, de modo geral não é preparado psicologicamente para receber os inevitáveis impactos e problemáticas características de sua profissão, também o professor geralmen- te não recebe por parte da escola e por comodismo próprio o suporte para administrar esta série de microcosmos com diferentes composições genéti- cas, origens, histórias, famílias, expectativas, pensamentos, experiências etc. Vasconcellos pergunta: “Como desencadear um processo de apren- dizagem num universo tão diversificado?” (1994, p. 34). Os agentes sociais – a Igreja, os partidos, a família, a escola, a ciên- cia – não estão com seus autogovernos definidos, vitimando e desorientan- do o aluno. Estão em uma crise que merece um enfrentamento e um envolvimento maduro e consciente por parte de todos. Não se trata de des- cobrir os culpados. As causas da indisciplina estão entrelaçadas com a so- ciedade, a família, a escola, o professor e o aluno. São problemas familia- res, carências, influências da TV, de toda a mídia, o que demanda uma atu- ação organizada e articulada em todas as frentes. A família e a escola mudaram muito. Antes, a família era cúmplice da escola. Hoje deposita suas funções e delega suas responsabilidades a ela, porém a critica. Cada vez mais os alunos vêm para a escola com menos li- mites trabalhados pela família. Qual o papel da universidade? Falta perspectiva para o jovem. Estu- dar para quê? Promove a ascensão social? Prepara para a profissão? For- ma a cidadania? Houve uma profunda mudança na relação universidade-sociedade e não percebemos. A sociedade mostra-se imatura pelo alto consumismo, le- vando à busca da satisfação imediata do prazer, diminuindo a capacidade de tolerância à frustração e aumentando a agressividade, a violência, a cri- se ética da corrupção, do “levar vantagem em tudo”. A indisciplina na sala de aula comparada à indisciplina social não é tão grave. Conforme Vascon- cellos, “segundo alguns analistas, daqui a algum tempo teremos no país ape- nas duas categorias de pessoas: os que não comem – porque não têm o que comer –e os que não dormem –de medo dos que não comem...”(1994, p. 24). Vasconcellos (idem, p. 24) nos alerta que “a sociedade espera que a sala de aula seja um lugar de submissão, de doutrinação, de seleção natural, de domesticação”. E a universidade? Funciona ou está reproduzindo esse sistema? O que a universidade está fazendo dentro da sua autonomia relativa?
  • 3. Educação & Sociedade, ano XX, nº 66, Abril/99 183 Para que tipo de sociedade está colaborando? Ela quer formar o cida- dão ativo, responsável e autônomo mas não lhe dá a oportunidade de exercitar-se. É quase sempre constituída por um aglomerado de pesso- as e não por uma equipe de trabalho. Apresenta propostas curriculares desarticuladas e anacrônicas. E o educador? Qual é a sua postura: autoritária, conformada, compro- metida, desesperada, desanimada, consciente? Que visão tem de sua ação pedagógica? Repressiva ou liberal? Vê o aluno como um mal necessário e a liberdade como um monstro subversivo e corrosivo, ou tem medo de ser repressor, quer ser legal e exalta o descompromisso, o espontaneísmo e a atitude do “cada um na sua”? Este último, pelo abandono e pela falta de res- ponsabilidade, disciplina e conteúdo, acaba sendo desmoralizado pelos alunos “libertados”. Esses extremos aumentam o descompromisso e o des- caso, transformando o movimento educacional num processo destrutivo. Essas relações mostram-se alienadas. O professor espera que a classe faça silêncio para poder dar aula; o aluno quer logo ir embora e receber a nota; a direção não quer problemas e os pais querem que o filho seja aprovado objetivando a ascensão social. Quantos professores há que não estão preocupados com o futuro do educando, mas sim em sobreviver como educador. Não encaram o aluno-problema como desafio pedagógico. O professor que apenas quer obter o silêncio tem visão estreita. Os repressores conseguem uma dis- ciplina que se esvai quando os alunos não estão na sua presença. O ideal é mostrar os limites, mas também as possibilidades, geralmente esque- cidas. A educação por coação produz uma personalidade dependente, imatura e pouco criativa. O professor não entra sozinho na sala de aula. Vão com ele os co- legas, os funcionários, as regras, as vivências, toda a instituição está representada. Que imagem os alunos fazem da universidade? O professor precisa refletir a sua prática, fazer uma autocrítica. Sem uma definição clara do seu papel, não estará em condições de educar, dado que o aluno capta isso com muita facilidade e explora essa fragilidade. A fal- ta de convicção da proposta do professor gera um acúmulo de dificuldades, podendo chegar a uma confusão generalizada na sala de aula. São aulas sem aprofundamento, sem clareza dos objetivos, sem renovação meto- dológica, sem articulação interdisciplinar, sem conteúdos relacionados com as necessidades do aluno. Vasconcellos (idem, p. 53) nos diz que “não se trata de fazer ajustes no velho para que ele permaneça, ao contrário, a pers-
  • 4. 184 Educação & Sociedade, ano XX, nº 66, Abril/99 pectiva é dar pequenos passos, mas concretos na nova direção, prepa- rando um salto qualitativo, e fazer com que seja uma mudança dura- doura”. Há um consenso de que sem disciplina não se pode fazer nenhum trabalho pedagógico significativo. Em uma mesma universidade existem professores conseguindo rea- lizar um bom trabalho. Assim sendo, será que existe o aluno indisciplinado “em si”? Para Rosemberg, “é preciso saber ouvir e compreender a men- sagem que se esconde por trás do comportamento manifesto como indisci- plina” (apud Vasconcellos 1994, p. 50). Trata-se de redimensionar o problema. A questão central não está na disputa entre professor e aluno, mas na organização do trabalho cole- tivo em sala de aula para se realizar a construção do conhecimento, quan- do o professor é o articulador da proposta, o coordenador do processo de aprendizagem e deve assumir seu papel de agente histórico de transfor- mação da realidade, por meio de um ensino exigente e inteligente. Estar inteiro na sala de aula, manter a tensão entre a ternura e o vigor, o porto seguro e o “mar aberto”, entre direção e participação. Cabe a ele resgatar valores do passado, mas estar aberto aos no- vos valores emergentes, em função das necessidades colocadas pelas contradições sociais, políticas, econômicas, culturais, num processo de continuidade-ruptura, numa visão dialética. O ideal seria uma disciplina consciente e interativa, marcada por participação, respeito, responsabilidade, construção do conhecimento, for- mação do caráter e da cidadania. A disciplina deve formar o aluno “como pessoa capaz de pensar, de estudar, de dirigir ou de controlar quem dirige” (Gramsci 1982, p. 36). Não queremos mais a educação tradicional autoritária, mas não desejamos a educação moderna, de cunho espontaneísta. A efetivação de uma disciplina democrática na universidade depen- de da democratização da sociedade, na medida em que esta assumir uma nova ética social (superar a “Lei de Gerson”), valorizar a educação e ado- tar uma nova política para os meios de comunicação. Vasconcellos conclui que “os educadores devem se comprometer com o processo de transformação da realidade, alimentando um projeto comum de escola e de sociedade”, como numa orquestra.
  • 5. Educação & Sociedade, ano XX, nº 66, Abril/99 185 “...Ninguém educa ninguém. Ninguém se educa sozinho. Os ho- mens se educam em comunhão, mediados pela realidade. (Freyre, apud Vasconcellos 1981, p. 79) Bibliografia VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Disciplina: construção da discipli- na consciente e interativa em sala de aula e na escola. São Pau- lo: Libertad, 1994.