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A PROBLEMÁTICA DA FALTA DE LIMITES DOS ALUNOS: ASPECTOS DA
    SOCIALIZAÇÃO-INTERAÇÃO DO CONHECIMENTO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO
                              FUNDAMENTAL


                                                                         Adria Rosane Leão pereira
                                                                                      Alberto Silva¹
                                                                           Clariane Castro Pedroso
                                                                    Hellem Cristina Souza Cardoso
                                                              Leandra Maria da Silva Santos Libório



INTRODUÇÃO



            Este estudo surgiu do compromisso e do interesse em discutir sobre a temática
relacionada ao cotidiano da escola, no que diz respeito ao comportamento dos estudantes, mais
especificamente a falta de limites, aonde muitas crianças chegam à escola sem qualquer respeito
às regras do convívio social. Muitas das vezes é o professor ou a professora que assume a
responsabilidade de mostrar para a criança que existe uma norma de convivência entre as
pessoas e nem tudo ou todos estão à disposição de uma só pessoa ou ela pode “fazer o que
quiser”.
       Em nossas observações no estágio supervisionado, esta problemática foi a que nos
motivou a refletir e a contribuir para o debate sobre esse assunto. Desde o primeiro momento, na
escola observada por nosso grupo de estudo no estágio, tal assunto se tornou evidente e daí a
procurarmos relacionar os aspectos da socialização-interação do conhecimento nos anos iniciais
do Ensino Fundamental. Núñez explica:


                  O processo de assimilação pelo aluno é um tipo de atividade de apropriação e não de
                  reações especificas que condicionam condutas do aluno, como explicam as teorias
                  condutivas e neocondutista.(NÚÑEZ apud. TALIZINA p.70 2009).


       A aprendizagem só acontece quando há interação entre professor (a) e aluno isto vem
acontecer no momento após a integração do composto em sala de aula para poder acontecer a
socialização. Observamos no estágio a falta de educação doméstica e a visível desorientação do
aluno em relação ao professor, a violência em cada gesto, o tom de ameaça na voz da criança
deixando explícito o meio que frequenta, e o total desrespeito ao professor(a).
       Comuns as agressões verbais ocorridas entre os alunos e não raro                dirigindo-se ao
professor(a) em tom de deboche, para isso basta o professor cobrar o exercício levado para casa
ou convidá-los a participar da aula. A brutalidade das palavras assustam, mas segundo Vygotsky
essa influência é social, vide:


                  [...]a   atividade   mental   é   exclusivamente   humana    e   é   resultante   da
aprendizagem social, da interiorização da cultura e das relações sociais;[...] o
                 desenvolvimento mental é, em sua essência, um processo sociogenético;[...]
                 a atividade cerebral superior não é simplesmente uma atividade nervosa ou
                 neuronal superior, mas uma atividade que interiorizou significados sociais
                 derivados das atividades culturais e mediada por signos (Vygotsky Apud
                 LUCCI 2006).


            A falta de autoridade dos pais provoca a falta de limites, as ações e reações
incompatíveis com a escola. A violência trazida das ruas chegam à sala de aula por que desde
pequenos aprendem a bater e não há quem lhes diga quando parar.
            Dos signos falados por Vygotsky seja essa liberalidade em moda, que provoque maior
dano na formação destes indivíduos, o estímulo resposta dos primeiros anos, que deveriam ser
dados dentro da sala de aula do ensino infantil com trabalho de coordenação motora e
lateralidades.
            Ficou a mercê das brincadeiras de rua e de uma liberdade sem o controle familiar
aliado a uma gama de informação contraditórias, que só ensinam direitos omitindo das crianças os
deveres. A apropriação das funções superiores, a saber, percepção, memória voluntária etc.
Lampreia apoia-se em Vygotsky para falar deste comportamento:

                 “Poder-se-ia dizer que a característica básica do comportamento humano em geral é que
                 é que os próprios homens influenciam sua relação com o ambiente e, através desse
                 ambiente, pessoalmente modificam seu comportamento, colocando-o sobre
                 controle”( Vygotsky adup LAMPREIA p.123 1992).


            Nosso objetivo nesse trabalho é mostrar as dificuldades do professor(a) em socializar
o conhecimento ante a falta de limites dos alunos. O processo de integração que precede todo o
ritual de aproximação e a socialização do aluno na busca da apropriação do processo de ensino e
aprendizagem.
            Observamos esta construção por quatro períodos em dois momentos distintos na
escola privada e na pública, na primeira, há regras bem definidas e a presença da família, mesmo
que, não no grau desejado, dado o contexto social que vivemos com nosso cotidiano atarefado
pela imposição do mercado de trabalho acontece.
            No segundo caso as regras não são tão definidas, pois o pacto social e diferenciado, e
por isso percebemos o extra-classe muito mais influente nas relações professor aluno e
principalmente na relação aluno professor. E nesse processo a forma não correta como é
trabalhada na própria escola os direitos sem deveres, o desrespeito do aluno para com o
professor incida bem mais alarmante, e o ensinar a aprender muito mais deficiente. Buscaremos
mostrar essa relação de socialização e interação do conhecimento frente a falta de limites dos
alunos na sala de aula.


1- A relação professor (a) aluno na escola particular investigada:
A forma de tratamento da palavra educador no campo de estágio na escola pública
tem a visão holística da escola. Todos os servidores são educadores nesse contexto, os alunos
respeitam os servidores e a reciproca é verdadeira. Pais e escola caminham juntos. Há casos de
pais relapsos sim, mas a quantidade é bem menor em relação a escola pública.
           A qualidade do ensino se dá do ponto de vista comercial, como uma mercadoria cara e
a cobrança de resultados é rígida e constante, a autoridade do professor e do corpo de
educadores da escola é inquestionável, os pais têm acesso à cantina e dizem o que os filhos
podem e o que não podem comer. Os limites são compartilhados entre escola e família e a
criança não se sente tão senhora de si.
             A cantina obedece a regras acolhendo as determinações dos pais. Servindo
alimentação de qualidade e saudável. Essa interação entre pais e escola facilita na interação
aluno professor e professor aluno decorre num clima ameno onde todos buscam a educação da
criança, sua socialização e interação nos vários aspectos do conhecimento.
           Essa relação é possível por haver todo um trabalho de apoio que vem colaborar com o
trabalho em sala de aula. A cumplicidade entre professores e alunos facilita a socialização do
conhecimento por haver interação entre o corpo docente e o discente. Nesse contexto todos na
escola são educadores e mantém a mesma postura dos professores em relação aos alunos.
Nunca erguem a voz mantendo a contagem de calma que nunca chega a dez.


1.1- Como confrontar a falta de limites na escola?


           É necessário que se explicite as normas de convivência muito fortemente na escola,
mas a família tem que estar cobrando e fazendo sua parte, aliando-se a escola e também
questionando os métodos para que, juntos possamos melhorar a sociedade.
           A família não pode ser deixada a margem do processo de construção destes valores
que devem ser trabalhados em conjunto com a escola para que a hierarquia seja integrada na
formação do indivíduo nesse sentido reflete Demo:


                 A necessidade da relação entre educação e conhecimento se coloca, pois,sobretudo do
                 ponto de vista da educação, que corre atrás do prejuízo. Primeiro, é mister que a
                 educação não se reduza a conhecimento. Segundo, é mister manter a hierarquia ética,
                 resguardando o lugar de cada termo.(DEMO. p.19- 2002).


           Demo, reforça essa ideia de hierarquia e respeito de educar socialmente o indivíduo
para o coletivo. A presença da supervisão efetiva na sala de aula, é para o professor a certeza do
apoio pedagógico. Os recursos de áudio e vídeo trabalham sempre a colaboração, a obediência e
o respeito e a necessidade de aprender. O professor (a) reflete na sala de aula os problemas do
dia a dia provocando a criança a fazer a reflexão do aprendizado.
           Essa visão de formação do aluno é que permite a escola campo de estágio ter o
retorno esperado pela metodologia e prática na sala de aula, que trabalha a interação
provocadora e socializadora do conhecimento.


2 A relação entre professor e o aluno na escola pública:


           Diferente do que ocorre na escola particular, o aluno-(a) da escola pública, vem na sua
maioria de uma realidade dura e não raro são pequenos adultos pelos conflitos a que são
expostos no seu dia a dia.
           Filhos de pais nem sempre tão próximos ou presentes, vão à escola pelo atrativo da
merenda escolar é; e continuará sendo assim por muito tempo. A garantia de frequência escolar a
merenda sendo o ponto de integração dos alunos.
           A autoridade do professor está definitivamente na máxima: “ Faz a tarefa, senão vai
ficar sem merendar, hoje”. Essa é em muitos casos a certeza da tarefa pronta no dia seguinte,
pelo medo de ficar sem comer a atividade solicitada acontece.
           O professor (a) provocador (a) e reflexivo acaba tolido na sua ação, pois seus alunos
no quarto ano ainda não estão alfabetizado, como vai refletir e provocar num ambiente em que o
aluno que não sabe ler está sendo trabalhado nos conteúdos como se soubesse.


                 Os alunos não criam os conceitos, as imagens, os valores e as normas da moral social,
                 mas a assimilam no processo da atividade de aprendizagem. Como foi anteriormente
                 dito, essa assimilação pode ser reprodutiva, produtiva e criativa.(NÚÑEZ P. 70 2009).


           A falta de limites das crianças faz com que o desrespeito pelo professor (a) se torne
um dos pontos cruciais, as culturas da ruas vem fortemente para a sala de aula. Como ensinar
alguém que não quer aprender, pois declaradamente só vai para a escola a fim de garantir o
benefício das bolsas sociais, que dão suporte ao sustento mensal.


                 […] A escola que na origem grega designava “o lugar do ócio” é transformada num
                 grande negócio”. Inaugura-se um promissor micho de mercado.[...] a expansão dos
                 capitalistas do ensino.(SHIROMA,MORAES e EVANGELÌSTA p.100 2700).


           O sucateamento da escola pública é a garantia de uma nova escola particular de
qualidade sem diferencial oficial, dessa forma não há interesse do estado em tornar a escola
pública em escola de qualidade. E o ócio aqui garantido é o ócio marginalizador.


2.1- A criança cliente e o menino (a) carente.


           O público-alvo é que determina a prática, o compromisso, as responsabilidades e o
envolvimento. O desestímulo profissional é causado por vários motivos, que vão desde o baixo
salário à falta de recursos pedagógicos e recursos humanos.
           O olhar para a criança da escola pública é diferente em relação a escola particular. Na
escola particular essa criança é cliente, todos os envolvidos no processo de formação olham
assim esta criança.
            A socialização e interação acontece porque assim é determinado, a criança cliente
tem que ler e entender o que leu aos oito anos, essa criança teve uma base pré-escolar onde foi
trabalhada as lateralidades a coordenação motora, todo um conjunto de ações que vão ajudá-lo
no desenvolvimento dos primeiros anos.
           Essa criança foi socializada integrada e inteirada no ensino infantil seu rendimento nos
anos iniciais serão bem melhores, que o rendimento daquela criança carente, que vai a escola
para não perder o bolsa família, e que vê a professora não como uma amiga, mas como alguém,
que está ali para fazer cobranças.
           O sistema criou prêmios e abonos para melhorar o ganho do professor (a), e isso não
visa a qualidade de ensino. Fez da criança carente objeto de índices de aprovação no IDEB e a
aprovação a metas.
           Nesse contexto aprovar criança analfabeta é comum, afinal toda escola gostaria de
receber salários extras. Os professores compromissados são olhados com desrespeito até pelos
colegas.


                 [...] Um professor que é afetivo com seus alunos estabelece uma relação de segurança
                 evita bloqueios afetivos e cognitivos, favorece o trabalho socializado e ajuda o aluno a
                 superar erros e a aprender com eles.[...] a criança aprende com os membros mais
                 experientes de sua cultura. Assim sendo, se o professor for afetivo com seus alunos, a
                 criança aprenderá a sê-lo.(SILVA E SCHNEIDER p.83 2007).


           Em que tempo poderia acontecer este aprendizado se cada aluno tem seu próprio
tempo, pois se o professor cobra o cobra o aluno em sala de aula recebe uma resposta não
educada por parte dele (a).
           Como socializar conhecimento se o sujeito da ação não tem interesse em aprender;
como fazer interação se as crianças não se integram entre si divididos em tribos.


3- Os direitos e a falta de limites


           A fragmentação da cidadania em grupos para variar veio fazer da escola um campo de
batalha onde o professor ao trabalhar pode cometer crimes inafiançáveis, tais como
constrangimentos, homofobia, racismo e outros. (continuar da
           A criança não consegue ler no quarto ano das series iniciais, mas sabe cobrar direitos.
Isso seus pais ensinaram, mas os deveres estes a vida vai cobrá-los. Gadotti, refletindo sobre as
experiências nicaraguenses de alfabetização esclarece-nos sobre a necessidade socializadora da
alfabetização.


                  […] Impulsionar e levar à frente uma alfabetização popular requer, como condição, uma
autêntica confiança no povo como protagonista ativo e sujeito de suas próprias
                  transformações históricas.(GADOTTI P. 219 2008).


            Como pode um povo construir sua história com rupturas onde as diferenças não
somam para a igualdade, onde o ser cidadão está legalmente separado em direitos específicos,
que não deixam claros os deveres.
             O educador no ensino público não inclui o pessoal do apoio pedagógico. A
socialização desta ideias na prática ainda é o professor (a) o educador (a), que evitam a
aproximação com as demais categoria profissionais, que trabalham na escola e que colaboram
nesse processo de formação de cidadãos.
            A desvalorização do professor (a) nos seus vários aspectos desestimula o exemplo e
na sala de aula, assim como pelo exemplo a marginalização do servidor mais humilde pelo
professor(a) no âmbito escola, fortalece essa posição negativa e finda por tirar a força da
respeitabilidade e do respeito ao próximo.
            Hoje, ameaçado e não raro com a anuência de pais, que além de não ajudar na
formação dos filhos ainda orientam-lhes os direitos e esquecem dos deveres, o professor (a)
perdem por não se tornarem espelhos.
             A escola pública em alguns casos tornou-se depósito de crianças sem apoio da
família; como vai o professor socializar conhecimento sem apoio pedagógico, sem ética e sem
moral.


                  […] todas as práticas sociais exercidas, quer pelos diversos meios de comunicação, quer
                  por diversas instituições culturais, políticas, sociais ou por diferentes agrupamentos, […]
                  se não forem pedagogizadas permanecem na esfera de serem influências educacionais,
                  muitas vezes poderosas influências, deixando de estarem contribuindo para uma
                  formação ética e emancipatória dos sujeitos.(FRANCO p. 80 2008).


            A deficiência da afetividade para promover a interação e socialização do
conhecimento entre alunos e professores ocorre nos dois níveis de escola, na pública é mais
gritante por falta de apoio de aos professores.
            O pedagogo na escola pública tem pouco ou quase nada de tempo para dedicar-se a
essa tarefa, pois acumula maior números de funções possíveis, e tenta resolver os mais diversos
conflitos interpessoais.
            Acabam por não ter como fazer frente as mídias sem qualquer pedagogia que
trabalham contra a educação e desmoralizam o ensino público.


3.1- O falta de limites na sociedade que estamos construindo.


            A sociedade se reflete na escola, que reflete a sociedade que se constrói, ou que se
está destruindo a cada nova tentativa de acerto.
            Há que se trabalhar respeito tanto com o aluno, que entra na sala de aula armado para
o conflito com o professor; assim como devemos desarmar o professor, que coagido pelas
legislações faraônicas, caça palavras e coage seu próprio pensamento para não ser tomado por
esse ou aquele aluno como homofóbico, racista, ou politicamente incorreto.
            O aluno não interessado em aprender perturba a sala e compromete o aprendizado
dos demais e o professor não pode pedir que se retire, pois este ser em construção só tem
direitos.
            Os deveres não são cobrados nem pelos pais, que pouco se importam, pois
normalmente são estes os que não aparecem nem para reuniões e quando chamados não têm
tempo para comparecer na escola.
            Segundo a teoria da atividade de Leontiev (1985) apud. Núnez:


                 [...]na análise estrutural da aprendizagem como tipo de atividade , faz-se necessário
                 delimitar [...] o papel do aluno no processo de aprendizagem, sua esfera de motivos,
                 interesses, necessidades, nível de desenvolvimento de sua estratégia de aprendizagem
                 e sua habilidade para estudar.(NÚÑEZ p.71 2009).


            Se o aluno não quer aprender e não se consegue criar neste o interesse, ou motivá-lo
a querer aprender. Como socializar conhecimento se quando a criança que tem o direito de se
encontrar sexualmente não tem o dever de estudar, nem a obrigação de responder por seus atos
por que é incapaz.      Quando agride o professor, é vítima, quando o professor é duro para
formar o caráter, é vítima e quando vitima o professor e o colega, é vítima. Estamos criando uma
sociedade de vítimas?
            Estamos construindo uma sociedade sem responsabilidade social, pois o cidadão que
seria construído na escola é hoje construído pela internet, pela televisão e nessa mídia o
professor é sempre desrespeitado, desvalorizado por comentários nem sempre com bases
verdadeiras.


                 […] a educação e o ensino do homem em um sentido amplo, não é outra coisa senão
                 que a “apropriação”, e a “reprodução” por ele das capacidades dadas histórica e
                 socialmente. […} educação e o ensino (apropriação da cultura) são as formas universais
                 do desenvolvimento psíquico do homem. (NÚNEZ p.72 – 2009).


            Essa apropriação acontece de forma errada com motivações erradas. Bater em
professor virou moda basta o aluno (a) não gostar da nota de uma avaliação. Como não pode
reter o aluno, como pode construir sem avaliar o positivo e o negativo do aluno.
            Reagiremos com decisão para salvar nossas crianças ou o número de analfabetos
funcionais só aumentará.
            No campo de estágio crianças do quarto ano sem conseguir ler uma palavra se quer,
que tornaram-se grandes copiadores e um grande problema para o professor, com uma sala de
quarenta alunos tem que dar o conteúdo e alfabetizar.
Como chegaram tão longe?


            Esses gargalos denunciam que o descompromisso dos municípios brasileiros com a
implantação da educação infantil é grande colaborador deste quadro.
            Uma criança analfabeta no quarto ano é problema de toda escola. Três fatores básicos
despertam na criança o desejo de aprender, a saber, o exemplo, a afetividade e duro trabalho de
sala de aula que deve trabalhar incansável o ler e escrever, não importa a disciplina muito menos
a atividade, ler e escrever são o objetivo. Dos anos iniciais.


Considerações Finais


            A falta de limites dos pais na reparação dos erros dos filhos, o mercado de trabalho
que exige dedicação, as responsabilidades do dia a dia.
            Uma legislação surrealista que fez da criança um objeto de decoração sem preocupar-
se com o futuro, pois qual o futuro que o estado oferece?
            Quantas escolas de ensino infantil foram construídas para ensinar a criança a viés da
socialização e da interação, estes passos da alto estima, do respeito e da cidadania o estado não
cumpriu.
             O professor já não pode corrigir o aluno, pois, incidirá em crime podendo ser
enquadrado como constrangedor da criança, que é a mesma criança, que o pai não corrige, pois o
vizinho pode ir ao conselho tutelar e o pai pode ser preso.
            A dinâmica de grupo aplicada pela equipe na intervenção, visa provocar a reflexão do
composto professor – aluno no cuidado com a importância do que é dito.
            A força da palavra na atividade e na interatividade é por vezes decisiva. É como um
prego varando a madeira transfixando o papelão cicatriz está garantida, que tipo de marca
queremos deixar no outro sem dúvida é escolha nossa.          Em Vygotsky a interação social só
ocorre quando um dos parceiros é mais capaz, e este parceiro é o professor (a). É mister trabalhar
signos de respeito e de aceitação na sala de aula, na família e na sociedade.
       Não existe educação sem socialização e interação de afetividade e conhecimentos e nada
acontece sem a integração.
            Dos meninos (a) sem limites, que não conseguem ler no quarto ano e que por sua vez
são os mesmo que não deixam a professora trabalhar direito, que literalmente perturbam a aula,
não foram trabalhados no ensino infantil.



            Referências:


DEMO,Pedro.-Educação e conhecimento - relação necessário, insuficiente e controversa.3 ed.
-Petrópolis, RJ.VOZES-2002.
GADOTTI, Moacir. História das Ideias Pedagógicas- Ed. Ática-SP 2008

LUCCI,Marcos Antônio. A proposta de Vygotsky: A psicologia sócio-histórica.
Profesorado. Revista de curriculum y formación del profesorado, 10, 2 (2006)

NÚÑEZ, Isauro Beltrán. -Vygotsky, Leontiev, Gaperin.-Formação de Conceitos e princípios
Didáticos ed. Liber Livro. Brasília.2009.

SILVA,Jamile Beatriz Carneiro e. Schneider, Ernani José.-Aspectos Socioafetivo do processo de
Ensino e Aprendizagem - ICPG 2007.

SHIROMA, Eneida Oto. MORAES, Maria Célia Marcondes. EVANGELISTA, Olinda. Políticas
Educacionais. ed.

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A problemática da falta de limites dos alunos artigo2 2

  • 1. A PROBLEMÁTICA DA FALTA DE LIMITES DOS ALUNOS: ASPECTOS DA SOCIALIZAÇÃO-INTERAÇÃO DO CONHECIMENTO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Adria Rosane Leão pereira Alberto Silva¹ Clariane Castro Pedroso Hellem Cristina Souza Cardoso Leandra Maria da Silva Santos Libório INTRODUÇÃO Este estudo surgiu do compromisso e do interesse em discutir sobre a temática relacionada ao cotidiano da escola, no que diz respeito ao comportamento dos estudantes, mais especificamente a falta de limites, aonde muitas crianças chegam à escola sem qualquer respeito às regras do convívio social. Muitas das vezes é o professor ou a professora que assume a responsabilidade de mostrar para a criança que existe uma norma de convivência entre as pessoas e nem tudo ou todos estão à disposição de uma só pessoa ou ela pode “fazer o que quiser”. Em nossas observações no estágio supervisionado, esta problemática foi a que nos motivou a refletir e a contribuir para o debate sobre esse assunto. Desde o primeiro momento, na escola observada por nosso grupo de estudo no estágio, tal assunto se tornou evidente e daí a procurarmos relacionar os aspectos da socialização-interação do conhecimento nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Núñez explica: O processo de assimilação pelo aluno é um tipo de atividade de apropriação e não de reações especificas que condicionam condutas do aluno, como explicam as teorias condutivas e neocondutista.(NÚÑEZ apud. TALIZINA p.70 2009). A aprendizagem só acontece quando há interação entre professor (a) e aluno isto vem acontecer no momento após a integração do composto em sala de aula para poder acontecer a socialização. Observamos no estágio a falta de educação doméstica e a visível desorientação do aluno em relação ao professor, a violência em cada gesto, o tom de ameaça na voz da criança deixando explícito o meio que frequenta, e o total desrespeito ao professor(a). Comuns as agressões verbais ocorridas entre os alunos e não raro dirigindo-se ao professor(a) em tom de deboche, para isso basta o professor cobrar o exercício levado para casa ou convidá-los a participar da aula. A brutalidade das palavras assustam, mas segundo Vygotsky essa influência é social, vide: [...]a atividade mental é exclusivamente humana e é resultante da
  • 2. aprendizagem social, da interiorização da cultura e das relações sociais;[...] o desenvolvimento mental é, em sua essência, um processo sociogenético;[...] a atividade cerebral superior não é simplesmente uma atividade nervosa ou neuronal superior, mas uma atividade que interiorizou significados sociais derivados das atividades culturais e mediada por signos (Vygotsky Apud LUCCI 2006). A falta de autoridade dos pais provoca a falta de limites, as ações e reações incompatíveis com a escola. A violência trazida das ruas chegam à sala de aula por que desde pequenos aprendem a bater e não há quem lhes diga quando parar. Dos signos falados por Vygotsky seja essa liberalidade em moda, que provoque maior dano na formação destes indivíduos, o estímulo resposta dos primeiros anos, que deveriam ser dados dentro da sala de aula do ensino infantil com trabalho de coordenação motora e lateralidades. Ficou a mercê das brincadeiras de rua e de uma liberdade sem o controle familiar aliado a uma gama de informação contraditórias, que só ensinam direitos omitindo das crianças os deveres. A apropriação das funções superiores, a saber, percepção, memória voluntária etc. Lampreia apoia-se em Vygotsky para falar deste comportamento: “Poder-se-ia dizer que a característica básica do comportamento humano em geral é que é que os próprios homens influenciam sua relação com o ambiente e, através desse ambiente, pessoalmente modificam seu comportamento, colocando-o sobre controle”( Vygotsky adup LAMPREIA p.123 1992). Nosso objetivo nesse trabalho é mostrar as dificuldades do professor(a) em socializar o conhecimento ante a falta de limites dos alunos. O processo de integração que precede todo o ritual de aproximação e a socialização do aluno na busca da apropriação do processo de ensino e aprendizagem. Observamos esta construção por quatro períodos em dois momentos distintos na escola privada e na pública, na primeira, há regras bem definidas e a presença da família, mesmo que, não no grau desejado, dado o contexto social que vivemos com nosso cotidiano atarefado pela imposição do mercado de trabalho acontece. No segundo caso as regras não são tão definidas, pois o pacto social e diferenciado, e por isso percebemos o extra-classe muito mais influente nas relações professor aluno e principalmente na relação aluno professor. E nesse processo a forma não correta como é trabalhada na própria escola os direitos sem deveres, o desrespeito do aluno para com o professor incida bem mais alarmante, e o ensinar a aprender muito mais deficiente. Buscaremos mostrar essa relação de socialização e interação do conhecimento frente a falta de limites dos alunos na sala de aula. 1- A relação professor (a) aluno na escola particular investigada:
  • 3. A forma de tratamento da palavra educador no campo de estágio na escola pública tem a visão holística da escola. Todos os servidores são educadores nesse contexto, os alunos respeitam os servidores e a reciproca é verdadeira. Pais e escola caminham juntos. Há casos de pais relapsos sim, mas a quantidade é bem menor em relação a escola pública. A qualidade do ensino se dá do ponto de vista comercial, como uma mercadoria cara e a cobrança de resultados é rígida e constante, a autoridade do professor e do corpo de educadores da escola é inquestionável, os pais têm acesso à cantina e dizem o que os filhos podem e o que não podem comer. Os limites são compartilhados entre escola e família e a criança não se sente tão senhora de si. A cantina obedece a regras acolhendo as determinações dos pais. Servindo alimentação de qualidade e saudável. Essa interação entre pais e escola facilita na interação aluno professor e professor aluno decorre num clima ameno onde todos buscam a educação da criança, sua socialização e interação nos vários aspectos do conhecimento. Essa relação é possível por haver todo um trabalho de apoio que vem colaborar com o trabalho em sala de aula. A cumplicidade entre professores e alunos facilita a socialização do conhecimento por haver interação entre o corpo docente e o discente. Nesse contexto todos na escola são educadores e mantém a mesma postura dos professores em relação aos alunos. Nunca erguem a voz mantendo a contagem de calma que nunca chega a dez. 1.1- Como confrontar a falta de limites na escola? É necessário que se explicite as normas de convivência muito fortemente na escola, mas a família tem que estar cobrando e fazendo sua parte, aliando-se a escola e também questionando os métodos para que, juntos possamos melhorar a sociedade. A família não pode ser deixada a margem do processo de construção destes valores que devem ser trabalhados em conjunto com a escola para que a hierarquia seja integrada na formação do indivíduo nesse sentido reflete Demo: A necessidade da relação entre educação e conhecimento se coloca, pois,sobretudo do ponto de vista da educação, que corre atrás do prejuízo. Primeiro, é mister que a educação não se reduza a conhecimento. Segundo, é mister manter a hierarquia ética, resguardando o lugar de cada termo.(DEMO. p.19- 2002). Demo, reforça essa ideia de hierarquia e respeito de educar socialmente o indivíduo para o coletivo. A presença da supervisão efetiva na sala de aula, é para o professor a certeza do apoio pedagógico. Os recursos de áudio e vídeo trabalham sempre a colaboração, a obediência e o respeito e a necessidade de aprender. O professor (a) reflete na sala de aula os problemas do dia a dia provocando a criança a fazer a reflexão do aprendizado. Essa visão de formação do aluno é que permite a escola campo de estágio ter o retorno esperado pela metodologia e prática na sala de aula, que trabalha a interação
  • 4. provocadora e socializadora do conhecimento. 2 A relação entre professor e o aluno na escola pública: Diferente do que ocorre na escola particular, o aluno-(a) da escola pública, vem na sua maioria de uma realidade dura e não raro são pequenos adultos pelos conflitos a que são expostos no seu dia a dia. Filhos de pais nem sempre tão próximos ou presentes, vão à escola pelo atrativo da merenda escolar é; e continuará sendo assim por muito tempo. A garantia de frequência escolar a merenda sendo o ponto de integração dos alunos. A autoridade do professor está definitivamente na máxima: “ Faz a tarefa, senão vai ficar sem merendar, hoje”. Essa é em muitos casos a certeza da tarefa pronta no dia seguinte, pelo medo de ficar sem comer a atividade solicitada acontece. O professor (a) provocador (a) e reflexivo acaba tolido na sua ação, pois seus alunos no quarto ano ainda não estão alfabetizado, como vai refletir e provocar num ambiente em que o aluno que não sabe ler está sendo trabalhado nos conteúdos como se soubesse. Os alunos não criam os conceitos, as imagens, os valores e as normas da moral social, mas a assimilam no processo da atividade de aprendizagem. Como foi anteriormente dito, essa assimilação pode ser reprodutiva, produtiva e criativa.(NÚÑEZ P. 70 2009). A falta de limites das crianças faz com que o desrespeito pelo professor (a) se torne um dos pontos cruciais, as culturas da ruas vem fortemente para a sala de aula. Como ensinar alguém que não quer aprender, pois declaradamente só vai para a escola a fim de garantir o benefício das bolsas sociais, que dão suporte ao sustento mensal. […] A escola que na origem grega designava “o lugar do ócio” é transformada num grande negócio”. Inaugura-se um promissor micho de mercado.[...] a expansão dos capitalistas do ensino.(SHIROMA,MORAES e EVANGELÌSTA p.100 2700). O sucateamento da escola pública é a garantia de uma nova escola particular de qualidade sem diferencial oficial, dessa forma não há interesse do estado em tornar a escola pública em escola de qualidade. E o ócio aqui garantido é o ócio marginalizador. 2.1- A criança cliente e o menino (a) carente. O público-alvo é que determina a prática, o compromisso, as responsabilidades e o envolvimento. O desestímulo profissional é causado por vários motivos, que vão desde o baixo salário à falta de recursos pedagógicos e recursos humanos. O olhar para a criança da escola pública é diferente em relação a escola particular. Na
  • 5. escola particular essa criança é cliente, todos os envolvidos no processo de formação olham assim esta criança. A socialização e interação acontece porque assim é determinado, a criança cliente tem que ler e entender o que leu aos oito anos, essa criança teve uma base pré-escolar onde foi trabalhada as lateralidades a coordenação motora, todo um conjunto de ações que vão ajudá-lo no desenvolvimento dos primeiros anos. Essa criança foi socializada integrada e inteirada no ensino infantil seu rendimento nos anos iniciais serão bem melhores, que o rendimento daquela criança carente, que vai a escola para não perder o bolsa família, e que vê a professora não como uma amiga, mas como alguém, que está ali para fazer cobranças. O sistema criou prêmios e abonos para melhorar o ganho do professor (a), e isso não visa a qualidade de ensino. Fez da criança carente objeto de índices de aprovação no IDEB e a aprovação a metas. Nesse contexto aprovar criança analfabeta é comum, afinal toda escola gostaria de receber salários extras. Os professores compromissados são olhados com desrespeito até pelos colegas. [...] Um professor que é afetivo com seus alunos estabelece uma relação de segurança evita bloqueios afetivos e cognitivos, favorece o trabalho socializado e ajuda o aluno a superar erros e a aprender com eles.[...] a criança aprende com os membros mais experientes de sua cultura. Assim sendo, se o professor for afetivo com seus alunos, a criança aprenderá a sê-lo.(SILVA E SCHNEIDER p.83 2007). Em que tempo poderia acontecer este aprendizado se cada aluno tem seu próprio tempo, pois se o professor cobra o cobra o aluno em sala de aula recebe uma resposta não educada por parte dele (a). Como socializar conhecimento se o sujeito da ação não tem interesse em aprender; como fazer interação se as crianças não se integram entre si divididos em tribos. 3- Os direitos e a falta de limites A fragmentação da cidadania em grupos para variar veio fazer da escola um campo de batalha onde o professor ao trabalhar pode cometer crimes inafiançáveis, tais como constrangimentos, homofobia, racismo e outros. (continuar da A criança não consegue ler no quarto ano das series iniciais, mas sabe cobrar direitos. Isso seus pais ensinaram, mas os deveres estes a vida vai cobrá-los. Gadotti, refletindo sobre as experiências nicaraguenses de alfabetização esclarece-nos sobre a necessidade socializadora da alfabetização. […] Impulsionar e levar à frente uma alfabetização popular requer, como condição, uma
  • 6. autêntica confiança no povo como protagonista ativo e sujeito de suas próprias transformações históricas.(GADOTTI P. 219 2008). Como pode um povo construir sua história com rupturas onde as diferenças não somam para a igualdade, onde o ser cidadão está legalmente separado em direitos específicos, que não deixam claros os deveres. O educador no ensino público não inclui o pessoal do apoio pedagógico. A socialização desta ideias na prática ainda é o professor (a) o educador (a), que evitam a aproximação com as demais categoria profissionais, que trabalham na escola e que colaboram nesse processo de formação de cidadãos. A desvalorização do professor (a) nos seus vários aspectos desestimula o exemplo e na sala de aula, assim como pelo exemplo a marginalização do servidor mais humilde pelo professor(a) no âmbito escola, fortalece essa posição negativa e finda por tirar a força da respeitabilidade e do respeito ao próximo. Hoje, ameaçado e não raro com a anuência de pais, que além de não ajudar na formação dos filhos ainda orientam-lhes os direitos e esquecem dos deveres, o professor (a) perdem por não se tornarem espelhos. A escola pública em alguns casos tornou-se depósito de crianças sem apoio da família; como vai o professor socializar conhecimento sem apoio pedagógico, sem ética e sem moral. […] todas as práticas sociais exercidas, quer pelos diversos meios de comunicação, quer por diversas instituições culturais, políticas, sociais ou por diferentes agrupamentos, […] se não forem pedagogizadas permanecem na esfera de serem influências educacionais, muitas vezes poderosas influências, deixando de estarem contribuindo para uma formação ética e emancipatória dos sujeitos.(FRANCO p. 80 2008). A deficiência da afetividade para promover a interação e socialização do conhecimento entre alunos e professores ocorre nos dois níveis de escola, na pública é mais gritante por falta de apoio de aos professores. O pedagogo na escola pública tem pouco ou quase nada de tempo para dedicar-se a essa tarefa, pois acumula maior números de funções possíveis, e tenta resolver os mais diversos conflitos interpessoais. Acabam por não ter como fazer frente as mídias sem qualquer pedagogia que trabalham contra a educação e desmoralizam o ensino público. 3.1- O falta de limites na sociedade que estamos construindo. A sociedade se reflete na escola, que reflete a sociedade que se constrói, ou que se está destruindo a cada nova tentativa de acerto. Há que se trabalhar respeito tanto com o aluno, que entra na sala de aula armado para
  • 7. o conflito com o professor; assim como devemos desarmar o professor, que coagido pelas legislações faraônicas, caça palavras e coage seu próprio pensamento para não ser tomado por esse ou aquele aluno como homofóbico, racista, ou politicamente incorreto. O aluno não interessado em aprender perturba a sala e compromete o aprendizado dos demais e o professor não pode pedir que se retire, pois este ser em construção só tem direitos. Os deveres não são cobrados nem pelos pais, que pouco se importam, pois normalmente são estes os que não aparecem nem para reuniões e quando chamados não têm tempo para comparecer na escola. Segundo a teoria da atividade de Leontiev (1985) apud. Núnez: [...]na análise estrutural da aprendizagem como tipo de atividade , faz-se necessário delimitar [...] o papel do aluno no processo de aprendizagem, sua esfera de motivos, interesses, necessidades, nível de desenvolvimento de sua estratégia de aprendizagem e sua habilidade para estudar.(NÚÑEZ p.71 2009). Se o aluno não quer aprender e não se consegue criar neste o interesse, ou motivá-lo a querer aprender. Como socializar conhecimento se quando a criança que tem o direito de se encontrar sexualmente não tem o dever de estudar, nem a obrigação de responder por seus atos por que é incapaz. Quando agride o professor, é vítima, quando o professor é duro para formar o caráter, é vítima e quando vitima o professor e o colega, é vítima. Estamos criando uma sociedade de vítimas? Estamos construindo uma sociedade sem responsabilidade social, pois o cidadão que seria construído na escola é hoje construído pela internet, pela televisão e nessa mídia o professor é sempre desrespeitado, desvalorizado por comentários nem sempre com bases verdadeiras. […] a educação e o ensino do homem em um sentido amplo, não é outra coisa senão que a “apropriação”, e a “reprodução” por ele das capacidades dadas histórica e socialmente. […} educação e o ensino (apropriação da cultura) são as formas universais do desenvolvimento psíquico do homem. (NÚNEZ p.72 – 2009). Essa apropriação acontece de forma errada com motivações erradas. Bater em professor virou moda basta o aluno (a) não gostar da nota de uma avaliação. Como não pode reter o aluno, como pode construir sem avaliar o positivo e o negativo do aluno. Reagiremos com decisão para salvar nossas crianças ou o número de analfabetos funcionais só aumentará. No campo de estágio crianças do quarto ano sem conseguir ler uma palavra se quer, que tornaram-se grandes copiadores e um grande problema para o professor, com uma sala de quarenta alunos tem que dar o conteúdo e alfabetizar.
  • 8. Como chegaram tão longe? Esses gargalos denunciam que o descompromisso dos municípios brasileiros com a implantação da educação infantil é grande colaborador deste quadro. Uma criança analfabeta no quarto ano é problema de toda escola. Três fatores básicos despertam na criança o desejo de aprender, a saber, o exemplo, a afetividade e duro trabalho de sala de aula que deve trabalhar incansável o ler e escrever, não importa a disciplina muito menos a atividade, ler e escrever são o objetivo. Dos anos iniciais. Considerações Finais A falta de limites dos pais na reparação dos erros dos filhos, o mercado de trabalho que exige dedicação, as responsabilidades do dia a dia. Uma legislação surrealista que fez da criança um objeto de decoração sem preocupar- se com o futuro, pois qual o futuro que o estado oferece? Quantas escolas de ensino infantil foram construídas para ensinar a criança a viés da socialização e da interação, estes passos da alto estima, do respeito e da cidadania o estado não cumpriu. O professor já não pode corrigir o aluno, pois, incidirá em crime podendo ser enquadrado como constrangedor da criança, que é a mesma criança, que o pai não corrige, pois o vizinho pode ir ao conselho tutelar e o pai pode ser preso. A dinâmica de grupo aplicada pela equipe na intervenção, visa provocar a reflexão do composto professor – aluno no cuidado com a importância do que é dito. A força da palavra na atividade e na interatividade é por vezes decisiva. É como um prego varando a madeira transfixando o papelão cicatriz está garantida, que tipo de marca queremos deixar no outro sem dúvida é escolha nossa. Em Vygotsky a interação social só ocorre quando um dos parceiros é mais capaz, e este parceiro é o professor (a). É mister trabalhar signos de respeito e de aceitação na sala de aula, na família e na sociedade. Não existe educação sem socialização e interação de afetividade e conhecimentos e nada acontece sem a integração. Dos meninos (a) sem limites, que não conseguem ler no quarto ano e que por sua vez são os mesmo que não deixam a professora trabalhar direito, que literalmente perturbam a aula, não foram trabalhados no ensino infantil. Referências: DEMO,Pedro.-Educação e conhecimento - relação necessário, insuficiente e controversa.3 ed. -Petrópolis, RJ.VOZES-2002.
  • 9. GADOTTI, Moacir. História das Ideias Pedagógicas- Ed. Ática-SP 2008 LUCCI,Marcos Antônio. A proposta de Vygotsky: A psicologia sócio-histórica. Profesorado. Revista de curriculum y formación del profesorado, 10, 2 (2006) NÚÑEZ, Isauro Beltrán. -Vygotsky, Leontiev, Gaperin.-Formação de Conceitos e princípios Didáticos ed. Liber Livro. Brasília.2009. SILVA,Jamile Beatriz Carneiro e. Schneider, Ernani José.-Aspectos Socioafetivo do processo de Ensino e Aprendizagem - ICPG 2007. SHIROMA, Eneida Oto. MORAES, Maria Célia Marcondes. EVANGELISTA, Olinda. Políticas Educacionais. ed.