SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Baixar para ler offline
Da Integração ao
Processo de Inclusão
Liberty Ensino
Liberty Ensino
• Para uma maior compreensão das polêmicas que envolvem
a ideia dos processos de integração ao processo de inclusão,
Mantoan (2003, p. 22)sugere importantes reflexões que
podem favorecer uma melhor compreensão desses
paradigmas educacionais. A discussão sobre integração e
inclusão provocadúvidas devido aos significados
semelhantes, porém, ambos se referem à situações de
inserção no ensino regular de maneiras diferentes e se
divergem nos fundamentos teórico-metodológicos.Para
iniciar a discussão ela faz o seguinte registro sobre o
processo de integração escolar:
Os movimentosem favor da integração de crianças com
deficiência surgiu nos Países Nórdicos, em 1969, quando se
questionaram as práticas sociais e escolares de segregação. Sua
noção de base é o princípiode normalização,que não sendo
específico da vida escolar, atinge o conjunto de manifestações
e atividades humanas e todas as etapas da vida das pessoas,
sejam elas afetadas ou não por uma incapacidade, dificuldade
ou inadaptação.
No processo de integraçãoescolar o aluno participadasatividadesescolares na sala de aula do ensino regular e tambémdo ensino de escolas especiais.Assim sendo, esse aluno transitano
sistemaescolar regular e especial, em todos os tipos de atendimento, ouseja, classes especiais em escolas comuns, ensino itinerante,sala de recursos, classes hospitalares,ensino domiciliare
outros.
Nestesentido, o aluno é submetidoa um processo parcialde inserção, pois o sistemasegrega quandooferece serviços educacionaisde forma diferenciadaparaalguns em lugares especiais,ou
seja, a escola não muda como um todo, mas os alunos precisamse deslocar, e mudarpara se adaptaremàsexigências de um sistemaque primapela homogeneizaçãoe nivelamentoda
aprendizagem.Assim sendo, o processo de integraçãotem por objetivo inserir um aluno ou um grupo de alunos, quejá foi anteriormente excluído.
O sistemade integraçãona escola denota situaçõesde seleção e discriminação,poisnem todos os alunos com deficiênciacabem nas turmasde ensino regular. Há, infelizmente,resistênciaspor
partede algumasescolas em aceitara presença de pessoasque possuem característicasmarcantes, sejam elas físicasou mentais.E a situaçãoé maisconstrangedora, ainda,quando a escola
nem se quer avalia as reaiscondições do aluno de participardasatividadescotidianasdoespaço educativo.Considerandoesta situação,percebe-se que a escola não muda, não avaliasuas
estruturas, não mexeno sistema que já se encontra enraizadoem ideiasinflexíveise rigidamenteregistradasnum modelo cultural que parece se apresentar resistentea mudanças.
Em situações onde a integraçãoescolar é o único caminhoquea escola adota,concebe-se uma proposta de trabalhomenos holística, pois os objetivos educacionaissão reduzidos para
compensaras dificuldadesde aprendizagem,os currículos são adaptadose asavaliaçõessão especiaislimitandoa capacidadede transgressãodos limitesindividuais,ou seja, é predeterminada
a quantidadedeconhecimentos que o aluno consegue aprender. Com base nesta afirmação, pode-seentenderque num sistemade ensino no qualnão se acreditana capacidadedoser
humanode ser maise de aprender semprefica clara a situaçãode exclusão.
A integração escolar pode ser entendida como o “especial na educação”, ou seja, a justaposição do ensino especial ao regular, ocasionando um inchaço, desta modalidade, pelo deslocamento de profissionais,
recursos, métodos e técnicas da educação especial às escolas regulares. (MANTOAN, 2003,p. 23)
A ideia acimarevela que o objetivoda integraçãoescolar se limita a inserir o aluno na escola regular sem mudançase aboliçãodos serviços segregados da educação especial.Além disso, essa
modalidadeexigeque o aluno é que se adapteàs exigências do sistemaque já encontra alojado.
No caso da inclusão escolar, o tratamentodasdiferençastem uma políticade organizaçãoque se baseia no princípioda igualdade.Esta no sentidode favorecer o direitoa ter direitos iguais.Pois a
ConstituiçãoFederal prescreve no seu Art. 5º que todos são iguaisperantea lei, sem distinçãode qualquernatureza, garantindo-seaos brasileirose aos estrangeiros residentes no país a
inviolabilidadedodireito à vida, à liberdade, à igualdade,à segurança e à propriedade.
O registro deste artigo é claro e objetivo no que se refere aos direitos de qualquer cidadãoter os mesmos direitos. Nestesentido, caberia a qualquerescola investirna organizaçãode seu sistema
de ensino pautadona ideia de inclusão. Sobre a questãoda inclusãoescolar, Mantoan(2003) tambémsugere uma importantecontribuiçãopara as escolas brasileiras,no momentoem que discute
conceitos, alternativas de melhoria da qualidadedo ensino e favorece um novo olhar sobre a questão da valorizaçãodas diferenças individuaisno espaço da sala de aula e na escola. Ela enfatiza
que para a escola ser inclusiva precisa partirde um bom projeto pedagógicoque começa pela reflexão.
Um bom projeto valoriza a cultura, a história e as experiênciasanteriores da turma.Os alunos precisamde liberdade para aprender do seu modo, de acordo com as suas condições. E isso vale
para os estudantes com deficiênciaou não. O processo de educaçãoinclusiva exige de fatomudançade paradigmaeducacional.Exige quechegue ao fim a subdivisãodo ensino especial e ensino
regular. Poisé direitode qualquerpessoa, ocupar um espaçona escola pública,e ou, na sociedade,seja em qualquertempoou espaço, considerandoas normativas instituídasem lei.
A partirdo momentoquese instauraa educaçãoinclusiva no meioeducativohaverá obstáculos reais a serem transpostos, pois os impactos da inclusão numa cultura já instaladapodem provocar
insegurança, insatisfação,medoe aversãoaoprocesso. Além disso, essa nova visãoinclusiva de trabalho vai abalara rotina da massificaçãodosprogramas prontos e indiscutíveisedas classes
especiaisnas escolas quepassarãoa não existirmais.Assim sendo, todas asturmas da escola inclusiva se constituirãoem espaços da diversidade.Espaçopara as trocas culturais, para o respeito à
capacidadedecada aluno para aprender dentro do seu tempo..
Tais afirmações podem gerar insegurança e até mesmo descrédito de alguns professores que não
acreditam neste modelo de educação. A educação inclusiva vai, com certeza, mexer com conceitos,
paradigmase culturas cristalizadas de que não é possível trabalhar na perspectiva da igualdade.
Mitler (2003) apud Cláudia Werneck que salienta com propriedade a seguinte contribuição “Traga
dúvidas e incertezas, doses de ansiedade, construa e desconstrua hipóteses, pois aí reside a base
do pensamento científico do novo século. Um século cansado de verdades, mas sedento de
caminhos.” Nessa reflexão presencia-se a emergência de mudanças, de posturas científicas e
complexas. O sujeito dessa sociedade atual não pode mais conviver com verdades prontas e
incontestáveis. É preciso caminhar parafrente em busca de novas ideias e resolução paraos
problemas que afligem.
A realidade atual requer mudança de antigos para novos paradigmas. A transição do processo de
integração e inclusão passa por momentos de desafios, incertezas, conflitos, medos e acima de
tudo insegurança de se lançar ao novo. Neste sentido, Mitler (2003) apud Morin (2000), que
sugere com pertinência a seguinte ideia que poderia servir de relação com essa transição de
processos:
Estamosnuma época em que temos um velho
paradigma, umvelho princípioque nos obriga a
disjuntar, a simplificar,a reduzir, a formalizarsem
poder comunicaraquiloque está disjuntoe sem
poder conceber os conjuntos ou a complexidadedo
real. Estamosnum período “entre doismundos”:
um queestá prestes a morrer, masque não
morreu ainda, e outro, que quer nascer, masque
não nasceu ainda.Estamosnuma grande confusão,
num desses períodos angustiantes,de nascimentos
que se assemelhamaos períodos de agonia, de
mortes.
A atualidade da era do conhecimento, da globalização e da complexidade imprime muitos desafios paraa escola. Sem contar a questão da diversidade cultural que a cada dia evolui com as novas
ideias, com as experiências e com as transformações que ocorrem na sociedade de maneira muito rápida. Toda essa mudança tende a provocar certa angústia nos professores que se sentem como
se estivessem sempre defasados diante da sala de aula. Mantoan (2003) apud Mitler (2000), salienta que os professores do ensino regular se consideram despreparados e incompetentes para
lidar com as diferenças nas salas de aula, especialmente, ao atendimento de alunos com deficiência, pois seus colegas especializados sempre se distinguiram por realizar unicamente esses
atendimentos e exageraram essa capacidade de fazê-lo aos olhos de todos.
De acordo com a autora pode-se analisar que há por parte dos professores certa insegurança para lidar com situações que fogem da normalidade da prática comum do cotidiano. O fato dos
colegas especializados exagerar na excelência da sua prática acaba favorecendo aos professores da escola regular de ensino o sentimento de incompetência.
Vale a pena lembrar que mesmo a partir de alguns acontecimentos como seminários e congressos destinados a discutir a educação inclusiva percebe-se que a prática da inclusão total e irrestrita
é incipiente nas escolas regulares. Muitas tentativas de inclusão escolar se tornam experiências frustrantes devido a ações que não encontram novas alternativas de mudanças que favoreçam uma
real educação inclusiva.
A importância central em torno desta discussão está no fato de que a exclusão e a discriminação devem ser extintas da escola. Todos os alunos devem ter as mesmas chances de acesso aos
conhecimentos e às atividades realizadas pela escola. É preciso que se reconheça que a igualdade é direito de todos. Que a inclusão é dever da escola e que os profissionais que atuam no espaço
educativo reconheçam que as diferenças existem e que elas devem ser incluídas dentro da escola para favorecer a riqueza da multiplicidade cultural e dos princípios éticos da valorização humana.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

PROCESSOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM: FORMANDO PROFESSORES EM UM PROGRAMA ES...
PROCESSOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM: FORMANDO PROFESSORES EM UM PROGRAMA ES...PROCESSOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM: FORMANDO PROFESSORES EM UM PROGRAMA ES...
PROCESSOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM: FORMANDO PROFESSORES EM UM PROGRAMA ES...ProfessorPrincipiante
 
Escolainclusiva1
Escolainclusiva1Escolainclusiva1
Escolainclusiva1Isla Campos
 
Educação Inclusiva: Um Olhar Organizado em 5 Pontos de Vista
Educação Inclusiva: Um Olhar Organizado em 5 Pontos de VistaEducação Inclusiva: Um Olhar Organizado em 5 Pontos de Vista
Educação Inclusiva: Um Olhar Organizado em 5 Pontos de VistaJoaquim Colôa
 
Fundamentos para inclusão
Fundamentos para inclusãoFundamentos para inclusão
Fundamentos para inclusãomhlrute
 
Autodeterminação ou o Poder e a Liberdade em dar Sentido à Singularidade*
Autodeterminação ou o Poder e a Liberdade em dar Sentido à Singularidade*Autodeterminação ou o Poder e a Liberdade em dar Sentido à Singularidade*
Autodeterminação ou o Poder e a Liberdade em dar Sentido à Singularidade*Joaquim Colôa
 
A inclusão e o ensino regular
A inclusão e o ensino regularA inclusão e o ensino regular
A inclusão e o ensino regularcristiane marinho
 
Tracando caminhos para a educacao inclusiva
Tracando caminhos para a educacao inclusivaTracando caminhos para a educacao inclusiva
Tracando caminhos para a educacao inclusivatanilenatic
 
As dimensões do trabalho de inspeção escolar frente aos novos paradigmas educ...
As dimensões do trabalho de inspeção escolar frente aos novos paradigmas educ...As dimensões do trabalho de inspeção escolar frente aos novos paradigmas educ...
As dimensões do trabalho de inspeção escolar frente aos novos paradigmas educ...Ivete Almeida
 
Os desafios da interdisciplinaridade: a busca da organização de uma proposta ...
Os desafios da interdisciplinaridade: a busca da organização de uma proposta ...Os desafios da interdisciplinaridade: a busca da organização de uma proposta ...
Os desafios da interdisciplinaridade: a busca da organização de uma proposta ...Inge Suhr
 
5. Assmann. Hugo. MetáForas Novas. Paulo Deloroso
5. Assmann. Hugo. MetáForas Novas. Paulo Deloroso5. Assmann. Hugo. MetáForas Novas. Paulo Deloroso
5. Assmann. Hugo. MetáForas Novas. Paulo DelorosoAndrea Cortelazzi
 
ViolêNciaescolar
ViolêNciaescolarViolêNciaescolar
ViolêNciaescolarguest5d403f
 

Mais procurados (20)

Daexclusoaincluso
DaexclusoainclusoDaexclusoaincluso
Daexclusoaincluso
 
Qui02
Qui02Qui02
Qui02
 
Guia print
Guia printGuia print
Guia print
 
5352 16976-1-pb
5352 16976-1-pb5352 16976-1-pb
5352 16976-1-pb
 
PROCESSOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM: FORMANDO PROFESSORES EM UM PROGRAMA ES...
PROCESSOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM: FORMANDO PROFESSORES EM UM PROGRAMA ES...PROCESSOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM: FORMANDO PROFESSORES EM UM PROGRAMA ES...
PROCESSOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM: FORMANDO PROFESSORES EM UM PROGRAMA ES...
 
Escolainclusiva1
Escolainclusiva1Escolainclusiva1
Escolainclusiva1
 
Educação Inclusiva: Um Olhar Organizado em 5 Pontos de Vista
Educação Inclusiva: Um Olhar Organizado em 5 Pontos de VistaEducação Inclusiva: Um Olhar Organizado em 5 Pontos de Vista
Educação Inclusiva: Um Olhar Organizado em 5 Pontos de Vista
 
Fundamentos para inclusão
Fundamentos para inclusãoFundamentos para inclusão
Fundamentos para inclusão
 
Artigo ana angélica
Artigo   ana angélicaArtigo   ana angélica
Artigo ana angélica
 
Des.confinar
Des.confinarDes.confinar
Des.confinar
 
Autodeterminação ou o Poder e a Liberdade em dar Sentido à Singularidade*
Autodeterminação ou o Poder e a Liberdade em dar Sentido à Singularidade*Autodeterminação ou o Poder e a Liberdade em dar Sentido à Singularidade*
Autodeterminação ou o Poder e a Liberdade em dar Sentido à Singularidade*
 
A inclusão e o ensino regular
A inclusão e o ensino regularA inclusão e o ensino regular
A inclusão e o ensino regular
 
Tracando caminhos para a educacao inclusiva
Tracando caminhos para a educacao inclusivaTracando caminhos para a educacao inclusiva
Tracando caminhos para a educacao inclusiva
 
As dimensões do trabalho de inspeção escolar frente aos novos paradigmas educ...
As dimensões do trabalho de inspeção escolar frente aos novos paradigmas educ...As dimensões do trabalho de inspeção escolar frente aos novos paradigmas educ...
As dimensões do trabalho de inspeção escolar frente aos novos paradigmas educ...
 
Resenha revista exitus v4 n1 p275-279
Resenha   revista exitus v4 n1 p275-279Resenha   revista exitus v4 n1 p275-279
Resenha revista exitus v4 n1 p275-279
 
Os desafios da interdisciplinaridade: a busca da organização de uma proposta ...
Os desafios da interdisciplinaridade: a busca da organização de uma proposta ...Os desafios da interdisciplinaridade: a busca da organização de uma proposta ...
Os desafios da interdisciplinaridade: a busca da organização de uma proposta ...
 
Ctsa Eja 4
Ctsa Eja 4Ctsa Eja 4
Ctsa Eja 4
 
5. Assmann. Hugo. MetáForas Novas. Paulo Deloroso
5. Assmann. Hugo. MetáForas Novas. Paulo Deloroso5. Assmann. Hugo. MetáForas Novas. Paulo Deloroso
5. Assmann. Hugo. MetáForas Novas. Paulo Deloroso
 
Artigo mantoan vf2
Artigo mantoan vf2Artigo mantoan vf2
Artigo mantoan vf2
 
ViolêNciaescolar
ViolêNciaescolarViolêNciaescolar
ViolêNciaescolar
 

Semelhante a Processo Inclusão Escolar

Inclusão Escolar O Que É Por Quê Como Fazer.pdf
Inclusão Escolar O Que É Por Quê Como Fazer.pdfInclusão Escolar O Que É Por Quê Como Fazer.pdf
Inclusão Escolar O Que É Por Quê Como Fazer.pdfCrecheEscoladaVitria
 
Sacristan, josé e gomes, peres, a.i as funções sociais da
Sacristan, josé e gomes, peres, a.i   as funções sociais da Sacristan, josé e gomes, peres, a.i   as funções sociais da
Sacristan, josé e gomes, peres, a.i as funções sociais da marcaocampos
 
Tcc heterogeneidade no ambiente escolar
Tcc heterogeneidade no ambiente escolarTcc heterogeneidade no ambiente escolar
Tcc heterogeneidade no ambiente escolarAlanWillianLeonioSil
 
Educação de jovens e adultos
Educação de jovens e adultosEducação de jovens e adultos
Educação de jovens e adultosmarcelle55
 
AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NUMA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA
AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NUMA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVAAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NUMA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA
AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NUMA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVAMaryanne Monteiro
 
O uso responsável do celular na sala de aula
O uso responsável do celular na sala de aulaO uso responsável do celular na sala de aula
O uso responsável do celular na sala de aulaEdison Paulo
 
A escola comum inclusiva
A escola comum inclusivaA escola comum inclusiva
A escola comum inclusivaGisele Cardoso
 
Trabalho de Conclusão de Curso em pós em Educação Especial Faved
Trabalho de Conclusão de Curso em pós em Educação Especial FavedTrabalho de Conclusão de Curso em pós em Educação Especial Faved
Trabalho de Conclusão de Curso em pós em Educação Especial Favedsandrajunia1
 
D96538ad222366c38efc70d4f24487aa
D96538ad222366c38efc70d4f24487aaD96538ad222366c38efc70d4f24487aa
D96538ad222366c38efc70d4f24487aa300878
 
Cadernos de Formação 01 - um primeiro olhar sobre o projeto
Cadernos de Formação 01 - um primeiro olhar sobre o projetoCadernos de Formação 01 - um primeiro olhar sobre o projeto
Cadernos de Formação 01 - um primeiro olhar sobre o projetoNasser Mohamad
 
Tendencias pedagogicas katia e luciana
Tendencias pedagogicas katia e lucianaTendencias pedagogicas katia e luciana
Tendencias pedagogicas katia e lucianaKatia Teixeira
 
Tendencias pedagogicas katia e luciana
Tendencias pedagogicas katia e lucianaTendencias pedagogicas katia e luciana
Tendencias pedagogicas katia e lucianaLuciana Boareto
 

Semelhante a Processo Inclusão Escolar (20)

Inclusão Escolar O Que É Por Quê Como Fazer.pdf
Inclusão Escolar O Que É Por Quê Como Fazer.pdfInclusão Escolar O Que É Por Quê Como Fazer.pdf
Inclusão Escolar O Que É Por Quê Como Fazer.pdf
 
Sacristan, josé e gomes, peres, a.i as funções sociais da
Sacristan, josé e gomes, peres, a.i   as funções sociais da Sacristan, josé e gomes, peres, a.i   as funções sociais da
Sacristan, josé e gomes, peres, a.i as funções sociais da
 
Educação Inclusiva
Educação InclusivaEducação Inclusiva
Educação Inclusiva
 
Inclusão sol e lucy
Inclusão  sol e lucyInclusão  sol e lucy
Inclusão sol e lucy
 
Tcc heterogeneidade no ambiente escolar
Tcc heterogeneidade no ambiente escolarTcc heterogeneidade no ambiente escolar
Tcc heterogeneidade no ambiente escolar
 
Educação de jovens e adultos
Educação de jovens e adultosEducação de jovens e adultos
Educação de jovens e adultos
 
AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NUMA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA
AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NUMA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVAAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NUMA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA
AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NUMA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA
 
1_carvalho.pdf
1_carvalho.pdf1_carvalho.pdf
1_carvalho.pdf
 
1 carvalho
1 carvalho1 carvalho
1 carvalho
 
O uso responsável do celular na sala de aula
O uso responsável do celular na sala de aulaO uso responsável do celular na sala de aula
O uso responsável do celular na sala de aula
 
Resumo detalhado
Resumo detalhadoResumo detalhado
Resumo detalhado
 
A escola comum inclusiva
A escola comum inclusivaA escola comum inclusiva
A escola comum inclusiva
 
A escola comum inclusiva
A escola comum inclusivaA escola comum inclusiva
A escola comum inclusiva
 
A escola comum inclusiva
A escola comum inclusivaA escola comum inclusiva
A escola comum inclusiva
 
Trabalho de Conclusão de Curso em pós em Educação Especial Faved
Trabalho de Conclusão de Curso em pós em Educação Especial FavedTrabalho de Conclusão de Curso em pós em Educação Especial Faved
Trabalho de Conclusão de Curso em pós em Educação Especial Faved
 
D96538ad222366c38efc70d4f24487aa
D96538ad222366c38efc70d4f24487aaD96538ad222366c38efc70d4f24487aa
D96538ad222366c38efc70d4f24487aa
 
Cadernos de Formação 01 - um primeiro olhar sobre o projeto
Cadernos de Formação 01 - um primeiro olhar sobre o projetoCadernos de Formação 01 - um primeiro olhar sobre o projeto
Cadernos de Formação 01 - um primeiro olhar sobre o projeto
 
Didática
DidáticaDidática
Didática
 
Tendencias pedagogicas katia e luciana
Tendencias pedagogicas katia e lucianaTendencias pedagogicas katia e luciana
Tendencias pedagogicas katia e luciana
 
Tendencias pedagogicas katia e luciana
Tendencias pedagogicas katia e lucianaTendencias pedagogicas katia e luciana
Tendencias pedagogicas katia e luciana
 

Mais de Liberty Ensino

Coordenacao pedagogica 8
Coordenacao pedagogica 8Coordenacao pedagogica 8
Coordenacao pedagogica 8Liberty Ensino
 
Coordenacao pedagogica 4
Coordenacao pedagogica 4Coordenacao pedagogica 4
Coordenacao pedagogica 4Liberty Ensino
 
Coordenacao pedagogica 7
Coordenacao pedagogica 7Coordenacao pedagogica 7
Coordenacao pedagogica 7Liberty Ensino
 
Coordenacao pedagogica 6
Coordenacao pedagogica 6Coordenacao pedagogica 6
Coordenacao pedagogica 6Liberty Ensino
 
Coordenacao pedagogica 5
Coordenacao pedagogica 5Coordenacao pedagogica 5
Coordenacao pedagogica 5Liberty Ensino
 
Coordenacao pedagogica 3
Coordenacao pedagogica 3Coordenacao pedagogica 3
Coordenacao pedagogica 3Liberty Ensino
 
Coordenacao pedagogica 2
Coordenacao pedagogica 2Coordenacao pedagogica 2
Coordenacao pedagogica 2Liberty Ensino
 
Coordenacao pedagogica 1
Coordenacao pedagogica 1Coordenacao pedagogica 1
Coordenacao pedagogica 1Liberty Ensino
 
Gestao de educacao_infantil_3
Gestao de educacao_infantil_3Gestao de educacao_infantil_3
Gestao de educacao_infantil_3Liberty Ensino
 
Gestao de educacao_infantil_7
Gestao de educacao_infantil_7Gestao de educacao_infantil_7
Gestao de educacao_infantil_7Liberty Ensino
 
Gestao de educacao_infantil_10
Gestao de educacao_infantil_10Gestao de educacao_infantil_10
Gestao de educacao_infantil_10Liberty Ensino
 
Gestao de educacao_infantil_5
Gestao de educacao_infantil_5Gestao de educacao_infantil_5
Gestao de educacao_infantil_5Liberty Ensino
 
Gestao de educacao_infantil_2
Gestao de educacao_infantil_2Gestao de educacao_infantil_2
Gestao de educacao_infantil_2Liberty Ensino
 
Gestao de educacao_infantil_11
Gestao de educacao_infantil_11Gestao de educacao_infantil_11
Gestao de educacao_infantil_11Liberty Ensino
 
Gestao de educacao_infantil_4
Gestao de educacao_infantil_4Gestao de educacao_infantil_4
Gestao de educacao_infantil_4Liberty Ensino
 
Gestao de educacao_infantil_9
Gestao de educacao_infantil_9Gestao de educacao_infantil_9
Gestao de educacao_infantil_9Liberty Ensino
 
Gestao de educacao_infantil_12
Gestao de educacao_infantil_12Gestao de educacao_infantil_12
Gestao de educacao_infantil_12Liberty Ensino
 
Gestao de educacao_infantil_8
Gestao de educacao_infantil_8Gestao de educacao_infantil_8
Gestao de educacao_infantil_8Liberty Ensino
 
Gestao de educacao_infantil_6
Gestao de educacao_infantil_6Gestao de educacao_infantil_6
Gestao de educacao_infantil_6Liberty Ensino
 

Mais de Liberty Ensino (20)

Coordenacao pedagogica 8
Coordenacao pedagogica 8Coordenacao pedagogica 8
Coordenacao pedagogica 8
 
Coordenacao pedagogica 4
Coordenacao pedagogica 4Coordenacao pedagogica 4
Coordenacao pedagogica 4
 
Coordenacao pedagogica 7
Coordenacao pedagogica 7Coordenacao pedagogica 7
Coordenacao pedagogica 7
 
Coordenacao pedagogica 6
Coordenacao pedagogica 6Coordenacao pedagogica 6
Coordenacao pedagogica 6
 
Coordenacao pedagogica 5
Coordenacao pedagogica 5Coordenacao pedagogica 5
Coordenacao pedagogica 5
 
Coordenacao pedagogica 3
Coordenacao pedagogica 3Coordenacao pedagogica 3
Coordenacao pedagogica 3
 
Coordenacao pedagogica 2
Coordenacao pedagogica 2Coordenacao pedagogica 2
Coordenacao pedagogica 2
 
Coordenacao pedagogica 1
Coordenacao pedagogica 1Coordenacao pedagogica 1
Coordenacao pedagogica 1
 
Gestao de educacao_infantil_3
Gestao de educacao_infantil_3Gestao de educacao_infantil_3
Gestao de educacao_infantil_3
 
Gestao de educacao_infantil_7
Gestao de educacao_infantil_7Gestao de educacao_infantil_7
Gestao de educacao_infantil_7
 
Gestao de educacao_infantil_10
Gestao de educacao_infantil_10Gestao de educacao_infantil_10
Gestao de educacao_infantil_10
 
Gestao de educacao_infantil_5
Gestao de educacao_infantil_5Gestao de educacao_infantil_5
Gestao de educacao_infantil_5
 
Gestao de educacao_infantil_2
Gestao de educacao_infantil_2Gestao de educacao_infantil_2
Gestao de educacao_infantil_2
 
Gestao de educacao_infantil_11
Gestao de educacao_infantil_11Gestao de educacao_infantil_11
Gestao de educacao_infantil_11
 
Gestao de educacao_infantil_4
Gestao de educacao_infantil_4Gestao de educacao_infantil_4
Gestao de educacao_infantil_4
 
Gestao de educacao_infantil_9
Gestao de educacao_infantil_9Gestao de educacao_infantil_9
Gestao de educacao_infantil_9
 
Gestao de educacao_infantil_12
Gestao de educacao_infantil_12Gestao de educacao_infantil_12
Gestao de educacao_infantil_12
 
Gestao de educacao_infantil_8
Gestao de educacao_infantil_8Gestao de educacao_infantil_8
Gestao de educacao_infantil_8
 
Gestao de educacao_infantil_6
Gestao de educacao_infantil_6Gestao de educacao_infantil_6
Gestao de educacao_infantil_6
 
Cuidador de idoso_38
Cuidador de idoso_38Cuidador de idoso_38
Cuidador de idoso_38
 

Processo Inclusão Escolar

  • 1. Da Integração ao Processo de Inclusão Liberty Ensino
  • 2. Liberty Ensino • Para uma maior compreensão das polêmicas que envolvem a ideia dos processos de integração ao processo de inclusão, Mantoan (2003, p. 22)sugere importantes reflexões que podem favorecer uma melhor compreensão desses paradigmas educacionais. A discussão sobre integração e inclusão provocadúvidas devido aos significados semelhantes, porém, ambos se referem à situações de inserção no ensino regular de maneiras diferentes e se divergem nos fundamentos teórico-metodológicos.Para iniciar a discussão ela faz o seguinte registro sobre o processo de integração escolar: Os movimentosem favor da integração de crianças com deficiência surgiu nos Países Nórdicos, em 1969, quando se questionaram as práticas sociais e escolares de segregação. Sua noção de base é o princípiode normalização,que não sendo específico da vida escolar, atinge o conjunto de manifestações e atividades humanas e todas as etapas da vida das pessoas, sejam elas afetadas ou não por uma incapacidade, dificuldade ou inadaptação.
  • 3. No processo de integraçãoescolar o aluno participadasatividadesescolares na sala de aula do ensino regular e tambémdo ensino de escolas especiais.Assim sendo, esse aluno transitano sistemaescolar regular e especial, em todos os tipos de atendimento, ouseja, classes especiais em escolas comuns, ensino itinerante,sala de recursos, classes hospitalares,ensino domiciliare outros. Nestesentido, o aluno é submetidoa um processo parcialde inserção, pois o sistemasegrega quandooferece serviços educacionaisde forma diferenciadaparaalguns em lugares especiais,ou seja, a escola não muda como um todo, mas os alunos precisamse deslocar, e mudarpara se adaptaremàsexigências de um sistemaque primapela homogeneizaçãoe nivelamentoda aprendizagem.Assim sendo, o processo de integraçãotem por objetivo inserir um aluno ou um grupo de alunos, quejá foi anteriormente excluído. O sistemade integraçãona escola denota situaçõesde seleção e discriminação,poisnem todos os alunos com deficiênciacabem nas turmasde ensino regular. Há, infelizmente,resistênciaspor partede algumasescolas em aceitara presença de pessoasque possuem característicasmarcantes, sejam elas físicasou mentais.E a situaçãoé maisconstrangedora, ainda,quando a escola nem se quer avalia as reaiscondições do aluno de participardasatividadescotidianasdoespaço educativo.Considerandoesta situação,percebe-se que a escola não muda, não avaliasuas estruturas, não mexeno sistema que já se encontra enraizadoem ideiasinflexíveise rigidamenteregistradasnum modelo cultural que parece se apresentar resistentea mudanças. Em situações onde a integraçãoescolar é o único caminhoquea escola adota,concebe-se uma proposta de trabalhomenos holística, pois os objetivos educacionaissão reduzidos para compensaras dificuldadesde aprendizagem,os currículos são adaptadose asavaliaçõessão especiaislimitandoa capacidadede transgressãodos limitesindividuais,ou seja, é predeterminada a quantidadedeconhecimentos que o aluno consegue aprender. Com base nesta afirmação, pode-seentenderque num sistemade ensino no qualnão se acreditana capacidadedoser humanode ser maise de aprender semprefica clara a situaçãode exclusão. A integração escolar pode ser entendida como o “especial na educação”, ou seja, a justaposição do ensino especial ao regular, ocasionando um inchaço, desta modalidade, pelo deslocamento de profissionais, recursos, métodos e técnicas da educação especial às escolas regulares. (MANTOAN, 2003,p. 23)
  • 4. A ideia acimarevela que o objetivoda integraçãoescolar se limita a inserir o aluno na escola regular sem mudançase aboliçãodos serviços segregados da educação especial.Além disso, essa modalidadeexigeque o aluno é que se adapteàs exigências do sistemaque já encontra alojado. No caso da inclusão escolar, o tratamentodasdiferençastem uma políticade organizaçãoque se baseia no princípioda igualdade.Esta no sentidode favorecer o direitoa ter direitos iguais.Pois a ConstituiçãoFederal prescreve no seu Art. 5º que todos são iguaisperantea lei, sem distinçãode qualquernatureza, garantindo-seaos brasileirose aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidadedodireito à vida, à liberdade, à igualdade,à segurança e à propriedade. O registro deste artigo é claro e objetivo no que se refere aos direitos de qualquer cidadãoter os mesmos direitos. Nestesentido, caberia a qualquerescola investirna organizaçãode seu sistema de ensino pautadona ideia de inclusão. Sobre a questãoda inclusãoescolar, Mantoan(2003) tambémsugere uma importantecontribuiçãopara as escolas brasileiras,no momentoem que discute conceitos, alternativas de melhoria da qualidadedo ensino e favorece um novo olhar sobre a questão da valorizaçãodas diferenças individuaisno espaço da sala de aula e na escola. Ela enfatiza que para a escola ser inclusiva precisa partirde um bom projeto pedagógicoque começa pela reflexão. Um bom projeto valoriza a cultura, a história e as experiênciasanteriores da turma.Os alunos precisamde liberdade para aprender do seu modo, de acordo com as suas condições. E isso vale para os estudantes com deficiênciaou não. O processo de educaçãoinclusiva exige de fatomudançade paradigmaeducacional.Exige quechegue ao fim a subdivisãodo ensino especial e ensino regular. Poisé direitode qualquerpessoa, ocupar um espaçona escola pública,e ou, na sociedade,seja em qualquertempoou espaço, considerandoas normativas instituídasem lei. A partirdo momentoquese instauraa educaçãoinclusiva no meioeducativohaverá obstáculos reais a serem transpostos, pois os impactos da inclusão numa cultura já instaladapodem provocar insegurança, insatisfação,medoe aversãoaoprocesso. Além disso, essa nova visãoinclusiva de trabalho vai abalara rotina da massificaçãodosprogramas prontos e indiscutíveisedas classes especiaisnas escolas quepassarãoa não existirmais.Assim sendo, todas asturmas da escola inclusiva se constituirãoem espaços da diversidade.Espaçopara as trocas culturais, para o respeito à capacidadedecada aluno para aprender dentro do seu tempo..
  • 5. Tais afirmações podem gerar insegurança e até mesmo descrédito de alguns professores que não acreditam neste modelo de educação. A educação inclusiva vai, com certeza, mexer com conceitos, paradigmase culturas cristalizadas de que não é possível trabalhar na perspectiva da igualdade. Mitler (2003) apud Cláudia Werneck que salienta com propriedade a seguinte contribuição “Traga dúvidas e incertezas, doses de ansiedade, construa e desconstrua hipóteses, pois aí reside a base do pensamento científico do novo século. Um século cansado de verdades, mas sedento de caminhos.” Nessa reflexão presencia-se a emergência de mudanças, de posturas científicas e complexas. O sujeito dessa sociedade atual não pode mais conviver com verdades prontas e incontestáveis. É preciso caminhar parafrente em busca de novas ideias e resolução paraos problemas que afligem. A realidade atual requer mudança de antigos para novos paradigmas. A transição do processo de integração e inclusão passa por momentos de desafios, incertezas, conflitos, medos e acima de tudo insegurança de se lançar ao novo. Neste sentido, Mitler (2003) apud Morin (2000), que sugere com pertinência a seguinte ideia que poderia servir de relação com essa transição de processos: Estamosnuma época em que temos um velho paradigma, umvelho princípioque nos obriga a disjuntar, a simplificar,a reduzir, a formalizarsem poder comunicaraquiloque está disjuntoe sem poder conceber os conjuntos ou a complexidadedo real. Estamosnum período “entre doismundos”: um queestá prestes a morrer, masque não morreu ainda, e outro, que quer nascer, masque não nasceu ainda.Estamosnuma grande confusão, num desses períodos angustiantes,de nascimentos que se assemelhamaos períodos de agonia, de mortes.
  • 6. A atualidade da era do conhecimento, da globalização e da complexidade imprime muitos desafios paraa escola. Sem contar a questão da diversidade cultural que a cada dia evolui com as novas ideias, com as experiências e com as transformações que ocorrem na sociedade de maneira muito rápida. Toda essa mudança tende a provocar certa angústia nos professores que se sentem como se estivessem sempre defasados diante da sala de aula. Mantoan (2003) apud Mitler (2000), salienta que os professores do ensino regular se consideram despreparados e incompetentes para lidar com as diferenças nas salas de aula, especialmente, ao atendimento de alunos com deficiência, pois seus colegas especializados sempre se distinguiram por realizar unicamente esses atendimentos e exageraram essa capacidade de fazê-lo aos olhos de todos. De acordo com a autora pode-se analisar que há por parte dos professores certa insegurança para lidar com situações que fogem da normalidade da prática comum do cotidiano. O fato dos colegas especializados exagerar na excelência da sua prática acaba favorecendo aos professores da escola regular de ensino o sentimento de incompetência. Vale a pena lembrar que mesmo a partir de alguns acontecimentos como seminários e congressos destinados a discutir a educação inclusiva percebe-se que a prática da inclusão total e irrestrita é incipiente nas escolas regulares. Muitas tentativas de inclusão escolar se tornam experiências frustrantes devido a ações que não encontram novas alternativas de mudanças que favoreçam uma real educação inclusiva. A importância central em torno desta discussão está no fato de que a exclusão e a discriminação devem ser extintas da escola. Todos os alunos devem ter as mesmas chances de acesso aos conhecimentos e às atividades realizadas pela escola. É preciso que se reconheça que a igualdade é direito de todos. Que a inclusão é dever da escola e que os profissionais que atuam no espaço educativo reconheçam que as diferenças existem e que elas devem ser incluídas dentro da escola para favorecer a riqueza da multiplicidade cultural e dos princípios éticos da valorização humana.