O documento discute toxicologia e fornece informações sobre: 1) Estamos cercados por substâncias químicas, com 11 milhões de substâncias catalogadas; 2) Vendas de agrotóxicos no Brasil aumentaram de 1992 a 2004; 3) Consumo mundial de defensivos agrícolas varia entre países, chegando a 18 kg/ha.
1. TOXICOLOGIA
• INTRODUÇÃO
• ESTAMOS CERCADOS POR SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS11
milhões de substâncias químicas catalogadas
• Fibras sintéticas
• Combustíveis
• Embalagens plásticas
• Fertilizantes
• solventes
2.
3. TOXICOLOGIA
Vendas de agrotóxicos no Brasil, 1992-2004.
5,000,000
4,500,000
4,000,000
R² = 0.740
3,500,000
US$ x 1.000
3,000,000
2,500,000
2,000,000
1,500,000
1,000,000
500,000
-
1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
ANO
4. Consumo mundial de defensivos agrícolas - kg/ha
20
18
16
14
12
Quilos
10
8
6
4
2
0
Países
kg/há
5. TOXICOLOGIA
• Toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos
causados pelas substâncias químicas ao interagirem
com organismos vivos.
• Palavra toxicologia originou do grego toxicon=
veneno para flechar
6. TOXICOLOGIA
• EFEITO TÓXICO ou ADVERSO toxicante ou seus produtos de
biotransformação (metabólitos) alcancem sítios específicos
(alvo) no organismo ação tóxica.
• Intoxicação humana processos fisiopatológicos interação
de um agente tóxico com o organismo.
9. FASES da TOXICOLOGIA
• I – Exposição = contato do
agente tóxico com o
organismo.
• Representa a disponibilidade química das substâncias e
passíveis de serem introduzidas no organismo.
10. FASES DA TOXICOLOGIA
• II – Toxicocinética =
movimento do agente tóxico dentro
do organismo.
• É composta pelos processos :
2.1.absorção,
• 2.2.distribuição,
• 2.3. biotransformação
• 2.4.excreção.
PROCESSOS reações entre o agente tóxico e o
organismo, disponibilidade biológica
(biodisponibilidade)indicadores biológicos
11. FASES DA TOXICOLOGIA
• III – Toxicodinâmica = ação do
agente tóxico ou do produto de
biotransformação no organismo
alterações morfológicas e/ou
funcionais, produzindo danos
mecanismos de ação TÓXICA
12. FASES DA TOXICOLOGIA
•IV – Clínica= caracterizada
pelas manifestações clínicas
e/ou laboratoriais resultantes
da ação tóxica.
13. FASES da TOXICOLOGIA 1: EXPOSIÇÃO
1.EXPOSIÇÃO = contato do toxicante
com as superfícies externas ou internas
do organismo.
Nessa etapa, é importante:
1.1. disponibilidade química do agente tóxico, ou seja, a
concentração da substância em condições de ser introduzida no
organismo dose ou concentração
1.2. duração e a frequência da exposição,
1.3.vias de introdução
1.4. suscetibilidade individual.
14. FASES da TOXICOLOGIA 1:
EXPOSIÇÃO
• 1.1 DISPONIBILIDADE QUÍMICA DO A.T.
• 1.1.1.DOSE ou CONCENTRAÇÃO determina o tipo e a
magnitude da resposta biológica.
• DOSE é a quantidade de um agente INTRODUZIDO no
indivíduo e, geralmente, é expressa usando-se unidades de
massa por peso (ex, mg de agente tóxico / kg de peso
corpóreo, gramas, mililitro).
• CONCENTRAÇÃO aplica-se à EXPOSIÇÃO do indivíduo a
uma determinada concentração de um agente presente no
AMBIENTE (em um compartimento, ex, solo, água, ar).
15. FASES da TOXICOLOGIA 1:
EXPOSIÇÃO
• 1.1 DISPONIBILIDADE QUÍMICA DO A.T.
• CONCENTRAÇÃO aplica-se à EXPOSIÇÃO do indivíduo a
uma determinada concentração de um agente presente no
AMBIENTE (em um compartimento, ex, solo, água, ar).
• Pode ser expressa em;
• unidades de massa por volume do meio (ex, mg de agente
tóxico / m3 de ar; mg de agente tóxico / litro de água, mg de
agente tóxico / m3 de solo),
• massa do agente tóxico (ex, mg de agente tóxico / g de solo).
• unidades ppm (partes por milhão) ou ppb (partes por bilhão).
16. FASES da TOXICOLOGIA 1: EXPOSIÇÃO
1.2.DURAÇÃO e FREQUÊNCIA da EXPOSIÇÃO
• exposição a curto prazo (aguda) – contato é de curta
duração e a absorção do toxicante é rápida. A dose
administrada pode ser única ou múltipla num período de
tempo não superior a 24 horas;
• exposição a médio prazo – quando as exposições são
frequentes ou repetidas num período de um mês ou
menos (sobreaguda) ou no período de um a três meses
(subcrônica);
• exposição a longo prazo (crônica) – quando as
exposições se repetem durante um longo período de
tempo (meses, anos ou toda a vida).
21. FASES da TOXICOLOGIA 1: EXPOSIÇÃO
1.3. VIAS DE INTRODUÇÃO
• via digestiva trato gastrintestinal (ingestão),
• via respiratória (inalação)
• via cutânea pele
Substâncias químicas penetram no organismo humano em
velocidades diferentes dependendo de:
- suas propriedades físico-químicas e
- das condições existentes na superfície de contato como, por
exemplo, a área e permeabilidade da membrana e o fluxo
sanguíneo no local de contato.
22.
23. FASES da TOXICOLOGIA 1: EXPOSIÇÃO
• 1.4.SUSCETIBILIDADE INDIVIDUAL
idade, condições de saúde, doenças pré -
existentes, estilo de vida, etc.
24. FASES da TÓXICOLOGIA 2 :
TOXICOCINÉTICA
2. Toxicocinética = MOVIMENTO do agente
tóxico no organismo.
Resulta a quantidade de toxicante disponível para interagir com
o sítio alvo e, consequentemente, exercer a ação tóxica.
Toxicocinética abrange:
• 2.1.absorção
• 2.2.distribuição
• 2.3.armazenamento
• 2.4.biotransformação
• 2.5.excreção
25. FASES da INTOXICAÇÃO 2 :
TOXICOCINÉTICA
• 2.1.ABSORÇÃO = processo por meio do qual o
agente tóxico atravessa as membranas celulares
para alcançar a circulação sanguínea.
• 1. CUTÂNEA ou PELE: solventes
• efeito nocivo local sem ocorrer absorção cutânea. Ex.: ácidos e
bases fortes.
• efeito nocivo local e sistêmico Ex.: o arsênio, benzeno, etc.
• efeito nocivo sistêmico sem causar danos no local de absorção:
por exemplo, inseticidas carbamatos.
• 2. RESPIRATÓRIA,PULMONAR ou INALATÓRIA :
Gases, vapores, aerossóis e material particulado
• 3. ORAL, DIGESTIVA ou TRATO INTESTINAL
mucosa oral: cocaína, estricnina, atropina
26. FASES da TOXICOLOGIA 2 :
TOXICOCINÉTICA
MECANISMOS de TRANSPORTES através das
MEMBRANAS
a)Transporte passivo( difusão) :
Obedece a um gradiente de concentração (permite a igualdade de
concentrações entre duas soluções de concentrações diferentes)
↓
Não há gasto de energia sob a forma de ATP
TIPOS DE TRANSPORTE PASSIVO:
- A)Difusão simples (passiva)
- B) Difusão facilitada
- C)Osmose
- D|)Canais iônicos
27. FASES da TOXICOLOGIA 2 :
TOXICOCINÉTICA
A)Difusão Passiva (simples) - como a distribuição do soluto
tende a ser uniforme em todos os pontos do solvente, o soluto
penetra na célula quando sua concentração é menor no interior
celular do que no meio externo, e sai da célula no caso contrário.
Neste processo não há consumo de energia (ATP).
28. FASES da TOXICOLOGIA 2 :
TOXICOCINÉTICA
• 1.2.Difusão Facilitada por enzimas substâncias
com tamanho superior a 8 Angstrons=
substâncias não solúveis em lipides transporte
auxiliado por proteínas carreadoras (proteínas
transportadoras) permeases.
29. FASES da TOXICOLOGIA 2 :
TOXICOCINÉTICA
1.3.Osmose movimento da água entre meios com
concentrações diferentes de solutos separados por uma
membrana semipermeável.
30. FASES da TOXICOLOGIA : toxicocinética
B)Transporte ativo: substância é levada de um meio a outro
através da membrana celular.
Há consumo de ATP intracelular
32. FASES da TOXICOLOGIA : toxicocinética
• TRANSPORTE ATIVO grandes moléculas ou até partículas
constituídas por agregados moleculares são transportadas
através de outros processos: ENDOCITOSE
33. FASES da TOXICOLOGIA : toxicocinética
• Endocitose (endo = interior + kytos= célula)
• Agente tóxico é transportado através de invaginações da membrana.
progridem para o interior e separam-se da
membrana, constituindo vesículas endocíticas.
• Distinguem-se dois tipos de endocitose: a fagocitose e a
pinocitose
34. FASES da TOXICOLOGIA : toxicocinética
• FAGOCITOSE - partículas grandes vesículas >250 nm
diâmetro
• Fagocitose - processo pelo qual a célula, graças à formação
de pseudópodos, engloba, no seu citoplasma, partículas
sólidas
35. FASES da TOXICOLOGIA : toxicocinética
• PINOCITOSE (pino = beber + kytos = célula)
processo semelhante, no qual as substâncias que entram na
célula são substâncias dissolvidas ou fluidos, pelo que as vesículas
pinocíticas são de menores dimensões.
• Pinocitose – fluídos e moléculas vesículas <150
nm diâmetro
37. FASES da INTOXICAÇÃO 2 :
TOXICOCINÉTICA
2.2. DISTRIBUIÇÃO = localização e concentração do
agente tóxico em diferentes tecidos do organismo.:
- sítio de ação : chumbo, flúor, estrôncio tecido ósseo
etanol leite materno
- um ou vários sítios de armazenamento – locais onde o
composto pode ser armazenado e que, para a maioria dos
agentes tóxicos, não corresponde ao seu sítio de ação
38. FASES da INTOXICAÇÃO 2 :
TOXICOCINÉTICA
• 2.3. ARMAZENAMENTO
• agentes tóxicos podem ser armazenados no
organismo, especialmente em dois tecidos distintos:
• Tecido adiposo: são armazenados no local através da
simples dissolução física nas gorduras neutras do tecido(
praguicidas).
• Tecido Ósseo flúor, chumbo e estrôncio
39. FASES da INTOXICAÇÃO 2 :
TOXICOCINÉTICA
2.4.BIOTRANSFORMAÇÃO conjunto de
alterações químicas (ou estruturais) ocasionadas por
processos enzimáticos, com o objetivo de formar derivados
mais polares e mais hidrossolúveis.
Biotransformação pode ocorrer em qualquer órgão ou
tecido orgânico como, por exemplo, no
intestino, rins, pulmões, pele, testículos, placenta, etc.
Grande maioria das substâncias, sejam elas endógenas
ou exógenas são biotransformadas no FÍGADO.
40. FASES da INTOXICAÇÃO 2 :
TOXICOCINÉTICA
Exemplo: biotransformação do benzeno:
- oxidação fenol 100 vezes mais
hidrossolúvel.
- sulfatação do fenol composto 500
vezes mais hidrossolúvel de que o
benzeno muito mais fácil de ser
excretado pela urina.
41. FASES da INTOXICAÇÃO 2 :
TOXICOCINÉTICA
Sítios e atividade de biotransformação:
fígado – elevada
pulmões e rins – moderada
intestino, pele, testículos, placent
a e adrenal – baixa
42. FASES da INTOXICAÇÃO 2 :
TOXICOCINÉTICA
MECANISMOS DE BIOTRANSFORMAÇÃO
1.MECANISMO DE ATIVAÇÃO metabólitos com
atividade IGUAL ou MAIOR do que o precursor.
Ex.: piridina é biotransformada ao íon N-metil
piridínico que tem toxicidade cinco vezes maior que
o precursor.
inseticida parathion é biotransformado a
paraoxon, composto responsável pela ação tóxica
do praguicida .
43. FASES da INTOXICAÇÃO 2 :
TOXICOCINÉTICA
• 2. MECANISMO DE DESATIVAÇÃO
produto resultante é MENOS ativo (tóxico) que o
precursor. É o mais comum de ocorrer para os
xenobióticos.
44. FASES da INTOXICAÇÃO
2:TOXICOCINÉTICA
• Fatores que modificam biotransformação:
- -Genéticos
• Patologias cirrose e hepatite
• Constitucionais:
idade recém nascidos (sistema
biotransformador imaturo)
• idosos (deterioração do sistema biotransformador)
• estado nutricional : desnutrição, consumo
• exagerados de açucares,
• falta de vitaminas A, C , D a ação
45. FASES da INTOXICAÇÃO 2 :
TOXICOCINÉTICA
2.5..EXCREÇÃO = sob forma inalterada ou
modificada quimicamente.
Tipos de excreção ou eliminação:
• através das secreções
biliar, sudorípara, lacrimal, gástrica, salivar, láctea;
• através das excreções urina, fezes e catarro;
• através do ar expirado.
46. FASES da INTOXICAÇÃO
2:TOXICOCINÉTICA
VIAS DE EXCREÇÃO
PRINCIPAIS:
urinária- substâncias polares e hidrossolúveis
• pulmonar SUBSTÂNCIAS GASOSAS ou voláteis
• biliar- substâncias com alto coeficiente de partição O/A
• fecal- substâncias não absorvidas quando administradas
via oral ou absorvidas, porém, eliminadas p
• SECUNDÁRIAS:
• leite materno (pesticidas, medicamentos, metais)
• saliva ( substâncias lipossoluveis), lágrima, suor ( iodo
, ácido benzóico, bromo, chumbo, arsênio, ácido
salicílico, álcool), secreção nasal
• fâneros: unhas e cabelos (metais)
47. FASES DA AÇÃO TÓXICA 3:
TOXICODINÂMICA
III.T o x i c o d i n â m i c a = a interação
entre as moléculas do agente tóxico em concentrações
adequadas e sítios de ação específicos, ou seja, os
receptores de um organismo alterações bioquímicas e
fisiológicas efeito deletério
Desencadeadores do efeito tóxico podem ser:
- agente tóxico original: ex.
chumbo, tetrodotoxina, cianeto;
- metabólito do agente tóxico: ex.
fluorocitrato (metabólito do fluoroacetato), ácido
oxálico (metabólito do etilenoglicol);
48. FASES DA AÇÃO TÓXICA 3:
TOXICODINÂMICA
• O órgão onde se efetua a interação agente tóxico-
receptor (sítio de ação) não é, necessariamente, o órgão
onde se manifestará o efeito.
O conhecimento dos mecanismos de ação permitem:
• prevenir a intoxicação
• facilitar diagnóstico
• tratar o paciente intoxicado (antídotos
49. FASES DA AÇÃO TÓXICA 3:
TOXICODINÂMICA
• MECANISMOS DA AÇÃO TÓXICA
• 1) INTERFERÊNCIA NO FUNCIONAMENTO DOS
SISTEMA BIOLÓGICOS:
• 1.1. inibição irreversível de enzimas
• inseticidas organo -fosforados inibem
irreversivelmente a acetil colinesterase (AChE)
impedem que a acetilcolina (Ach), um dos mais
importantes neurotransmissores do organismo, seja
degradada em colina e ácido acético, após transmitir
o impulso nervoso através da sinapse ocorrerá
acúmulo de Ach e, consequentemente, os efeitos
tóxicos decorrentes deste acúmulo.
50. FASES DA AÇÃO TÓXICA –III:
TOXICODINÂMICA
• 1.2. inibição reversível de enzimas
• AT é captado pela enzima, mas não consegue ser
transformado por ela, interrompendo assim reações
metabólicas.
• 1.3. Síntese letal AT é incorporado à enzima e
sofre transformações metabólicas processo
bioquímico produto anormal, não funcional e muitas
vezes tóxico.
51. FASES DA AÇÃO TÓXICA –III:
TOXICODINÂMICA
• 1.4. Sequestro de metais essenciais metais
atuam como cofatores em vários sistemas enzimáticos
Fe, Cu, Zn, Mn e Co.
• Alguns agentes tóxicos podem atuar como
quelantes, ou seja, se ligam ou sequestram os
metais, impedindo que eles atuem como cofatores
enzimáticos PROCESSO prejudicado ou mesmo
interrompido.
• Ditiocarbamatos + metais complexos lipossolúveis e
impedindo a ação enzimática.
52. FASES DA AÇÃO TÓXICA –III:
TOXICODINÂMICA
• 2. INTERFERÊNCIA NO TRANSPORTE DE OXIGÊNIO
• Hemoglobina (Hb), pigmento responsável pelo
transporte de O2 parte proteíca (globina) e outra não
proteíca (heme Fe).
• Existem alguns agentes tóxicos que alteram a
hemoglobina formam outros pigmentos que impedem
o transporte de oxigênio.
53. FASES DA AÇÃO TÓXICA –III:
TOXICODINÂMICA
Pigmentos ou formas de Hb que são incapazes de
transportar O2
-Carboxemoglobina (HbCO) é incapaz de exercer
a função respiratória e efeitos decorrentes desta hipoxia
vão aparecer no indivíduo exposto (diclorometano).
- Metemoglobina (MeHb) exposição a
anilina, acetaminofeno, nitritos.
- Sulfemoglobina (SHb), a droga oxidante
metaclorpramida é exemplo de um agentes
sulfemoglobinizante.
54. FASES DA AÇÃO TÓXICA 3:
TOXICODINÂMICA
• 3.INTERFERÊNCIA NO SISTEMA GENÉTICO
• 3.1. Ação citostática impedem a divisão
celular e, consequentemente, o crescimento do tecido.
• 3.2. Ação mutagênica e carcinogênica
capacidade de alterarem o código genético, ou seja, de
produzirem um erro no código genético.
3.3.Ação teratogênica ação tóxica de xenobióticos
sobre o sistema genético de células somáticas do embrião/feto
55. FASES DA AÇÃO TÓXICA 3:
TOXICODINÂMICA
• 4. INTERFERÊNCIA NAS FUNÇÕES GERAIS DAS
CÉLULAS
• 4.1. Ação anestésica é a interferência com o
transporte de oxigênio e nutrientes para as células
biológicas
As células mais sensíveis à essa deficiência são as do
SNC, por necessitarem de maior quantidade destes
compostos essenciais.
56. FASES DA AÇÃO TÓXICA –III:
TOXICODINÂMICA
• 4.2. Interferência com a neurotransmissão
interferência com os neurotransmissores a nível pré-
sináptico, sináptico e/ou pós-sináptico.
Exemplos:
• Curare ,praguicidas organofosforados , mercúrio
, anfetamina.
58. FASES DA AÇÃO TÓXICA 3:
TOXICODINÂMICA
6. Reações de hipersensibilidade
• 6.1. Alergia química
A.T se liga com a proteína formando o antígeno
(hapteno) desenvolve anticorpos complexo
ANTÍGENO/ANTICORPO
Complexo se liga às células teciduais ou basófilos
circulantes, sensibilizando-as, ou seja desenvolvendo
grânulos internos, contendo histamina, bradicinina, etc.
Órgãos mais afetados são pulmões e pele.
59. FASES DA AÇÃO TÓXICA 3:
TOXICODINÂMICA
6.2.Fotoalergia mesmo mecanismo de
ação mas A.T necessita de luz e só aparece
após repetidas exposições.
Ex:prometazina, sabões, desodorante
hexaclorofeno.
6.3. Fotosensibilização A.T. necessita da
luz solar lesões semelhantes a queimadura
dos sol.
Ex:agentes branqueadores, furocumarinas)
60. FASES DA AÇÃO TÓXICA –III:
TOXICODINÂMICA
7.Indução de estresse oxidativo condições
normais, existe um equilíbrio entre a formação e a
remoção de radicais livres .
A.T. podem desequilibrar esse sistema
aumentando a formação de radicais livres
(ex, tetracloreto de
carbono, paraquate, paracetamol, cromo) e/ou
diminuindo a função do sistema de defesa
antioxidante (chumbo, mercúrio)
Nesta situação de desequilíbrio, temos o chamado
estresse oxidativo, que pode levar a injúria celular.
61. FASES DA AÇÃO TÓXICA 3:
TOXICODINÂMICA
Quanto a especificidade de ação, os agentes tóxicos podem
ser:
-Inespecíficos: ex. ácidos ou bases que atuam
indistintamente sobre qualquer tecido, causando irritação e corrosão
nos tecidos de contato;
- Específicos: são mais seletivos e causam injúrias em
determinado(s) tecido(s), sem lesar outros.
A suscetibilidade de determinado(s) tecido(s) deve-se à presença de
moléculas -alvo nas quais o agente tóxico se liga. enzimas, moléculas
transportadoras, canais iônicos, proteínas reguladoras, ácidos
nucléicos, etc.
62. FASES DA AÇÃO TÓXICA 4: CLÍNICA
• CLÍNICA caracterizada pela exteriorização
dos efeitos do agente tóxico:
• aparecimento de sinais e sintomas da
intoxicação ou
• alterações laboratoriais causadas pela substância
química.
63. FASES DA AÇÃO TÓXICA 4: CLÍNICA
•EFEITOS TÓXICOS
1. QUANTO A DURAÇÃO da EXPOSIÇÃO
1.Efeito tóxico agudo: ocorre ou se desenvolve
rapidamente após uma única administração (ou múltipla em
24 horas) de um agente químico.
2.Efeito tóxico crônico:= exposição a pequenas
doses, durante vários meses ou anos.
64. FASES DA AÇÃO TÓXICA 4: CLÍNICA
Intoxicações crônicas, os sinais clínicos podem advir
de dois mecanismos:
• somatória ou acúmulo do agente tóxico
no organismo: a velocidade de
eliminação é menor que a de
absorção, assim, ao longo da exposição o
toxicante vai sendo acumulado no
organismo, até alcançar um nível tóxico.:
saturnismo (intoxicação crônica pelo
chumbo);
65. FASES DA AÇÃO TÓXICA 4: CLÍNICA
• somatória de efeitos: ocorre
• quando o dano causado é irreversível
e, portanto, vai sendo aumentado a cada
exposição, até atingir um nível detectável
•
• quando o dano é reversível, mas o tempo
entre cada exposição é insuficiente para
que o organismo se recupere totalmente
(exposição crônica ao dissulfeto de
carbono CS2).
66. FASES DA AÇÃO TÓXICA 4: CLÍNICA
2. QUANTO AO LOCAL DA AÇÃO
Efeito tóxico local: no sítio do primeiro contato entre o
organismo e o agente químico.(ação irritante direta sobre os tecidos)
Dependendo da intensidade da ação pode ocorrer:
- A) irritação, efeitos cáusticos ou necrosantes pele e mucosas do
nariz, boca, olhos, garganta e trato pulmonar
- Exemplos:
Gases irritantes fosgênio, gás mostarda, NO2, cloro
Gases irritantes e lacrimogênicos acroleína, bromo, cloro.
Mostardas nitrogenadas ou agentes queratolíticos como o fenol, lesam a
pele e facilitam a penetração subsequente de outras substâncias
químicas dermatite química
-
67. FASES DA AÇÃO TÓXICA 4: CLÍNICA
Efeito tóxico sistêmico: é o que requer absorção e
distribuição do agente químico, para um sítio de ação
distante da sua via de penetração, onde produzirá o efeito
nocivo.
ex.: benzeno, chumbo tetraetila, etc
68. FASES DA AÇÃO TÓXICA 4: CLÍNICA
3. QUANTO A REVERSIBILIDADE
• Efeito reversível desaparece quando cessa a exposição(
(LESÕES HEPÁTICAS)
• Efeito irreversível persiste mesmo após o término da
exposição LESÕES DO SNC carcinomas, as mutações e
cirrose hepática
Efeito tóxico reversível e irreversível dependem da :
- dose tempo e frequência da exposição
- capacidade de regeneração do tecido do orgão ou sistema
afetado.
69. FASES DA AÇÃO TÓXICA 4: CLÍNICA
4.QUANTO A SUSCETIBILIDADE do
ORGANISMO
• Reações alérgicas = por aumento da suscetibilidade
do organismo aparece após exposição única ou após
meses/anos de exposição :alergia química ou
hipersensibilização (sabões, desodorante), fotoalergia
, fotossensibilização (agentes branqueadores)
• Reações idiossincráticas : respostas anormais a
certos agentes tóxicos, provocados por alterações
genéticas. reatividade anormal do organismo, a um
agente químico, determinada geneticamente.
70. EFEITOS NOCIVOS ASSOCIADOS AOS AGENTES
QUÍMICOS
• Cromo: lesão característica semelhante à escabiose
conhecida como "sarna dos cromadores“, perfuração do septo
nasal
• Dioxina, clorobenzeno e parafina: acne
• Óleos minerais: foliculite e erupções
• Ácidos, bases fortes e agentes desengraxantes
,detergentes, sabões e solventes: irritantes primários
da pele
• Benzopireno: câncer de pulmão
• Asbesto: câncer de pleura
• Cádmio: enfisema
• Sílica: silicose
72. EFEITOS NOCIVOS ASSOCIADOS AOS AGENTES
QUÍMICOS
• Hidrocarbonetos aromáticos: efeitos neurológicos: alucinações
e distúrbios da memória.
• Aldrin, DDT, dieldrin, fenol, ácido oxálico, chumbo
tetraetila, nicotina: convulsões
• Antimônio, arsênio, chumbo inorgânico, compostos
mercuriais : alterações neurológicas periféricas
• Dissulfeto de carbono, manganês: danos neurológicos
semelhantes à doença de Parkinson
73. VIGILÂNCIA
• VIGILANCIA AMBIENTAL + VIGILANCIA BIOLÓGICA
refletem os riscos resultante da interação entre um
agente químico e os trabalhadores expostos é e
influenciada pelas características do agente tóxico e
pelas variações individuais.
• 1. AMBIENTE do TRABALHO = monitorização
ambiental
• 2. SAÚDE do TRABALHADOR =
monitorização biológica
74. VIGILÂNCIA
Monitorização Ambiental visa quantificar o agente
químico no ambiente do trabalho, avaliando o risco para a
saúde.
• È baseado em critérios de aceitabilidade valores máximos
permissíveis = a maior concentração do AT que a quase
totalidade dos trabalhadores, pode estar exposta ao longo da
jornada de trabalho, sem que resulte efeito adverso á saúde=
INDICADOR DE DOSE EXTERNA
• Para o ambiente ocupacional, esses valores recebem diferentes
denominações como Limites de Exposição Ocupacional
(LEO), Limites de Tolerância (LT), Threshold Limit Values (TLVs) ou
Occupational Exposure Limits (OEL), e referem-se às concentrações
das substâncias químicas dispersas no ar e representam condições
às quais acredita-se que a maioria dos trabalhadores possa estar
exposta, repetidamente, dia após dia, durante toda a vida do
trabalhador, sem sofrer efeitos adversos à saúde (ACGIH, 2005).
75. Monitorização Ambiental
• No Brasil, o valor máximo admissível, usualmente
denominado de Limite de Tolerância (LT), é definido, na
regulamentação nacional, como a concentração ou
intensidade máxima ou mínima no ambiente de
trabalho, relacionada com a natureza e o tempo de exposição
ao agente, que não causará dano à saúde do
trabalhador, durante a sua vida laboral (BRASIL, 1994).
• Para o ar atmosférico externo, os valores máximos admissíveis
são denominados Padrões de Qualidade do Ar e indicam os
limites máximos para a concentração de um poluente na
atmosfera, que garante a proteção da saúde, definidos em
normas legais.
76. FINALIDADES DA MONITORIZAÇÃO
AMBIENTAL
- verificar se as concentrações dos agentes
químicos, determinados em amostras ambientais, estão de
acordo com os padrões de segurança, estabelecidos legalmente
ou recomendados e aceitos por um grupo de especialistas, de
forma consensual.
- estabelecer, quando possível, a relação entre a concentração
de agentes químicos no ambiente e o estado de saúde dos
indivíduos expostos.
- verificar a efetividade de medidas de controle dos agentes
químicos contaminantes do meio.
- determinar as principais fontes que veiculam substâncias
tóxicas para os organismos vivos.
- avaliar a necessidade de uma fonte específica de emissão
77. VIGILÂNCIA
• MONITORIZAÇÃO BIOLÓGICA medida
e avaliação SISTEMÁTICA E CONTÍNUA de
agentes químicos e/ou de seus produtos de
biotransformação em tecidos, secreções, ar
exalado ou alguma combinação destes, para
estimar a exposição ou riscos à saúde DO
TRABALHADOR( indivíduo) e
desenvolvida para implantar medidas
corretivas sempre que se faça
necessário.
78. MONITORAMENTO BIOLÓGICO
• OBJETIVOS:
- Prevenir a exposição excessiva a agentes
químicos nocivos
- Completar a avaliação ambiental e fornecer
dados para o desenvolvimento dos limites de
tolerância
- Verificar e comparar as características de
exposição de cada trabalhador
- Contribuir na elaboração de medidas
preventivas
79. MONITORAÇÃO BIOLÓGICA
• Avaliação Biológica da exposição às
substâncias químicas só é possível quando
estiverem disponíveis suficientes
informações toxicológicas referentes ao
mecanismo de ação e/ou à toxicocinética
dos agentes químicos aos quais os
indivíduos estão expostos.
80. MONITORIZAÇÃO BIOLÓGICA
• A presença da substância química ou de seu metabólito nas
amostras biológicas mostra que houve exposição, ou seja, ocorreu a
absorção dessa substância a partir do meio ambiente para o
corpo, porém não significa risco da ocorrência de efeitos adversos
para o organismo.
• Para qualquer avaliação do real risco à saúde humana, é necessário
estabelecer limites máximos de dose interna admissíveis ou
toleráveis. Esses valores limites são fundamentados nas relações
dose-resposta, estudos epidemiológicos bem como outros
fatores, como co - exposições, hábitos culturais e variáveis
demográficas
• Os mecanismos que eventualmente estão ligados aos efeitos tóxicos
devem conduzir à escolha adequada do indicador biológico de
exposição. Um bom indicador ou biomarcador deve estar
correlacionado com apenas uma substância química .
81. MONITORAÇÃO BIOLÓGICA
• Quadro 1 – Exemplos de algumas substâncias químicas e seus
respectivos Indicadores biológicos de exposição (IBE) Substância
IBE
• Monóxido de carbono (CO) COHb (carboxiemoglobina) no sangue
• Chumbo (Pb) Pb no sangue
• Pentaclorofenol (PCP) PCP na urina
• Bebidas alcoólicas Etanol no ar exalado
• Compostos orgânicos voláteis (VOCs) VOCs no ar exaladDrogas
• Drogas droga no sangue ou metabólito na urina
• Cigarro Cotinina na urina
82. VANTAGENS DA MONITORIZAÇÃO
BIOLÓGICA
- cada trabalhador é um guia da sua própria exposição;
melhor visão dos riscos à saúde.
- verifica características e hábitos de trabalho de cada
indivíduo
- determina a predisposição de alguns indivíduos a um
aumento nas respostas do organismo, decorrentes de
alterações do metabolismo
- considera a absorção global das substâncias além dos
efeitos decorrentes da carga de trabalho
- protege o trabalhador contra possíveis alterações do
organismo devidas a uma pré -exposição assim como a
uma exposição em trabalho anterior não relatada
83. TIPOS DE INDICADORES BIOLÓGICOS
• 1.INDICADOR BIOLÓGICO DE EXPOSIÇÃO =
indicador biológico de dose interna
• 2. INDICADOR BIOLÓGICO DE EFEITO
• 3.INDICADOR BIOLÓGICO DE SUSCETIBILIDADE
84. TIPOS DE INDICADORES BIOLÓGICOS
• 1.INDICADOR BIOLÓGICO DE EXPOSIÇÃO =
INDICADOR DE DOSE INTERNA representam a
efetiva quantidade da substância absorvida pelo
organismo.
refletem a dose real da substância ou o produto da
biotransformação no material biológico, correlacionado
com o grau de exposição.
Ácido Hipúrico, Chumbo, Acetona
• 2. INDICADOR BIOLÓGICO DE EFEITO =refletem as
alterações do organismo( fisiológicas, bioquímicas
), reversíveis , causadas pela absorção do A.T. Exemplo:
Carboxihemoglobina; ALA-U
85. TIPOS DE INDICADORES BIOLÓGICOS
• INDICADOR BIOLÓGICO DE EXPOSIÇÃO OU DE DOSE
INTERNA
• 1.marcadores com tempo de meia vida curto (t= ½)
mensurados no sangue
• 2.marcadores com tempo de meia vida médio metabólitos
urinários
• 3. marcadores com tempo de meia vida longo adutos de
DNA ou hemoglobina
86. TIPOS DE INDICADORES BIOLÓGICOS
• 3.INDICADOR BIOLÓGICO DE
SUSCETIBILIDADE = traduz a capacidade inata ou
adquirida de um indivíduo, para responder de modo
específico a uma substância química.
• Os biomarcadores de suscetibilidade indicam quais os fatores
podem aumentar ou diminuir um risco individual no
desenvolvimento da resposta do organismo decorrente da
exposição aos agentes químicos ambientais
87. FATORES INTERFERENTES NOS INDICADORES
BIOLÓGICOS
• 1.FATORES INTRINSECOS AO
TRABALHADOR:
• - constituição física, alimentação, idade, uso de
medicamentos, dieta, doenças etc.
• 2. FATORES PROFISSIONAIS;
• -carga de trabalho, variação na exposição , diversidade
das fontes de exposição , temperatura e umidade nos
locais de trabalho.
88. FATORES INTERFERENTES NOS INDICADORES
BIOLÓGICOS
• 3.FATORES AMBIENTAIS;
• Poluição ambiental, contaminação de água e alimentos.
• 4. FATORES LIGADOS AO ESTILO DE
VIDA ;
• - hábitos ( tabaco, álcool), higiene, mais de um emprego
podem apresentar superexposição
• etc.
• 5. FATORES METODOLÓGICOS:
• - contaminação das amostras biológicas, má conservação das
amostras, variedades de métodos de análise.