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A visão equivocada dos líderes esquerdistas brasileiros em relação ao devido
posicionamento do Brasil no contexto internacional das grandes economias mundiais.
CIRINEU JOSÉ DA COSTA – Engenheiro e MSc. em Administração pela PUC SP
A MIOPIA DA ESQUERDA
BRASILEIRA
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A MIOPIA DA
ESQUERDA
BRASILEIRA
1. Introdução
Poderíamos começar a falar sobre a Esquerda Política
citando o filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel
nascido em Stuttgart (1770) e falecido em Berlim (1831). Seu
pensamento filosófico influenciou grandes criadores da
filosofia moderna e que por sua vez estabeleceram as bases
de correntes filosóficas, ideológicas e políticas como o
marxismo, o existencialismo e a fenomenologia.
A Revolução Francesa, com a Queda da Bastilha em 1789,
selou a queda de Luiz XVI e sua Corte. Entre os próprios
revolucionários duas tendências se afirmaram: a dos
jacobinos e a dos girondinos. Expressão como gauche
(esquerda) era aplicada aos pró-republicanos e aos
democratas radicais, e droite (direita) aos defensores da
monarquia. Na Convenção Nacional elas serviram para
designar os jacobinos e os girondinos.
No dia 21 de janeiro de 1793 Luís XVI foi decapitado na
guilhotina. Por toda a Europa, os reis tremeram. A cabeça
cortada e sangrada do rei, erguida na praça pública lotada,
foi o aviso que a França revolucionária enviou aos soberanos
do velho continente, junto com o grito "Morte aos tiranos!”.
A França Revolucionária queria uma República Democrática,
mas contrariamente ao desejo popular, em 1804, Napoleão
Bonaparte foi proclamado como Imperador dos franceses.
Um novo Império foi criado, agora com um Imperador plebeu!
Este período durou até 18 de junho de 1815, após a derrota
de Napoleão na Batalha de Waterloo. Foi um período de
guerras e conquistas que influenciou diretamente a direção
de diversos países, inclusive o Brasil colônia que veio a
receber a família imperial portuguesa em 1808 que aqui
chegou fugida do exército de Napoleão.
Lançando em 1848 a obra “Manifesto Comunista”, Karl Marx
e Friedrich Engels inauguraram um conceito fundado na ideia
de que, ao longo da História, as sociedades foram marcadas
pelo conflito de classes. Dessa maneira, a sociedade
2
industrial dividia-se em dois grupos principais: de um lado
a burguesia, detentora dos meios de produção
(máquinas, fábricas e terras); e do outro o proletariado,
que vendia sua força de trabalho ao burguês em troca de
um salário que o sustentasse. A luta entre classes foi a
temática revolucionária.
E o sonho do Socialismo? Um sistema político-
econômico baseado na igualdade, com a distribuição
igualitária de renda, extinção da propriedade
privada, socialização dos meios de produção, economia
planificada e a tomada do poder por parte
do proletariado. A visão socialista de uma sociedade
sem classes onde todas as pessoas poderiam ter
benefícios, mas todos os bens e propriedades passariam
a ser de todos a fim de acabar com as grandes
diferenças econômicas entre os indivíduos, ou seja, a
divisão de tudo entre pobres e ricos.
O Marxismo ou Socialismo Científico é um sistema
pautado na análise crítica e científica do capitalismo.
Diferentemente do Socialismo, essa corrente teórica não
buscava uma sociedade ideal, uma vez que seus teóricos
se baseavam numa análise histórica e filosófica da
sociedade, daí se origina o termo "científico". Para Karl
Marx (1818 - 1883) e Friedrich Engels (1820 – 1895) o
capitalismo é baseado em duas classes: explorados e os
exploradores; por isso, a proposta desta corrente esteve
fundamentada na luta de classes, na revolução da classe
proletária, no materialismo dialético e histórico e na
doutrina da mais-valia. O importante não era extinguir o
capitalismo, mas sim compreender suas leis, pois os
marxistas acreditavam que dificilmente o capitalismo
seria substituído por outro modelo político econômico.
A Revolução Russa de 1917 foi a primeira revolução
que derrubou uma monarquia e implantou um regime
marxista. Houve um período de conflitos que resultou na
tomada do Poder pelo Partido Bolchevique, de Vladimir
Lênin. Com a morte de Lenin em janeiro de 1924 houve
intensa disputa pelo Poder entre Stalin e Trotsky. Stalin
ganhou a disputa e a partir de dezembro de 1929,
converteu-se no ditador absoluto da União Soviética,
sepultando o sonho revolucionário de um Governo do
Povo pelo Povo. Foi uma Ditadura sangrenta com muitas
perseguições políticas, mortes e guerras de conquista.
A China foi a próxima nação a estabelecer um regime
socialista após a Segunda Guerra Mundial. O resultado
foi a ditadura de Mao-Tse-Tung. Uma de suas esposas,
Jiang Qing, foi a principal responsável pela condução da
3
Revolução Cultural, com poderes extraordinários sobre a vida cultural e intelectual da China.
A sua habilidade em manipular a mídia e os jovens radicais, conhecidos como a Guarda
Vermelha caracterizou o movimento pelo terror e expurgos onde dezenas de milhares foram
mortos e milhões tiveram a sua vida e profissão violentadas. Após a morte de Mao Tse Tung
em 1976, ela e três outros radicais que chegaram ao poder com a revolução foram
alcunhados como a “Gangue dos Quatro”.
Jiang foi presa e em 1977, expulsa do Partido Comunista e considerada responsável por
provocar terrível perturbação e enorme banho de sangue na revolução. Foi julgada culpada
e condenada à pena de morte. Em 1983, exatamente dois anos após ter sido condenada, o
governo comutou sua pena para prisão perpétua. Morreu na prisão em 1991.
A China hoje pratica um marxismo modificado, aceitando teses capitalistas para não ter o
Poder do Partido Comunista Chinês contestado pela sua população.
A Guerra Fria após a Segunda Guerra Mundial espalhou regimes comunistas autoritários por
vários países e em vários continentes. A URSS e a China apoiando ditaduras de esquerda e
os Estados Unidos e Europa Ocidental apoiando ditaduras de direita numa tentativa de
impedir o avanço de Governos de esquerda e para manter a sua área de influência no
contexto internacional.
2. O Brasil Imperial
Napoleão determinou a invasão de Portugal em novembro de 1807 tendo em vista que os
portugueses desrespeitaram a ordem de bloqueio econômico contra a Inglaterra. Sem
condições de resistir à invasão francesa, D. João e sua corte fugiram para o Brasil, sob a
proteção naval da marinha inglesa. A Inglaterra protegeu a travessia do Atlântico e exigiu a
abertura dos portos brasileiros aos navios ingleses. Após 54 dias de viagem a esquadra
portuguesa chegou ao porto de Salvador em 22 de janeiro de 1808 onde permaneceram por
mais de um mês, mas apenas seis dias após a sua chegada D. João cumpriu o seu acordo
com os ingleses, decretando a abertura dos portos brasileiros às nações amigas (Inglaterra),
eliminando o monopólio comercial português que obrigava o Brasil a fazer comércio apenas
com Portugal.
A vinda da família real portuguesa para o Brasil deslocou o eixo político para a Colônia. A
vida política fria do Brasil passou à efervescência de uma corte com a mais pura nobreza
europeia. Com a derrota de Napoleão em 1815 ficou decidido que os reis de países
invadidos, pela França deveriam voltar a ocupar seus tronos. D. João não queria retornar ao
empobrecido Portugal e então elevou o Brasil à categoria de Reino Unido de Portugal e
Algarves. O Brasil adquiria autonomia administrativa. Em 1820, com a Revolução Liberal do
Porto, o Absolutismo do regime monárquico foi abolido dando início à Monarquia
Constitucional. D. João seria obrigado a seguir a Constituição do Reino. A Assembleia
Portuguesa exigia o retorno do monarca e o novo governo português desejava recolonizar o
Brasil, retirando sua autonomia econômica. Em 26 de abril de 1821, D. João VI cedendo às
pressões políticas da Assembleia volta a Portugal, deixando seu filho D. Pedro como
príncipe regente do Brasil. No dia 07 de setembro de 1822 D. Pedro proclamou a
Independência do Brasil em relação ao reino Português, dando início ao Regime Imperial
Brasileiro. Passaram a existir, a partir daí, correntes políticas genuinamente nacionais com
grupos pró e contra o regime imperial.
No período imperial, a política brasileira girava em torno de dois partidos, ambos eram
responsáveis pela sustentação e manutenção do Império e do regime escravocrata. O
Partido Conservador (1836) defendia um regime forte, com autoridade concentrada na
monarquia e pouca liberdade às províncias (Estados). O Partido Liberal (1837) defendia o
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fortalecimento do parlamento e uma maior autonomia nas províncias. Ambos eram
escravistas, porém os liberais defendiam um processo lento e gradual que levaria a abolição.
O escasso conflito ideológico devia-se a que tanto conservadores como liberais pertenciam
à mesma classe social: a dos proprietários de bens e de escravos.
3. O Brasil no início da República
A Proclamação da República (1889) fortaleceu o surgimento de partidos republicanos cada
um defendendo suas províncias. Neste período se destacaram os Partidos Republicanos de
São Paulo e Minas Gerais que através da Política do Café-com-Leite se alternaram na
presidência do país. A Revolução de 1930 pôs fim a essa política dando inicio a Era Vargas.
Os Partidos Republicanos PRP (São Paulo), PRR (Rio Grande do Sul) e PRM (Minas
Gerais), cada um com seu estatuto próprio marcaram o fortalecimento dos coronéis, com o
poder regionalizado. Tiveram como principais lideranças: Júlio de Castilhos, Borges de
Medeiros, Venâncio Aires, Pinheiro Machado, Demétrio Ribeiro, Ramiro Barcelos, Assis
Brasil, José Montaury, Osvaldo Aranha, José Antônio Flores da Cunha e Getúlio Vargas.
O Partido Federalista do Rio Grande do Sul (PFR) foi fundado em 1892 por Gaspar Silveira
Martins. Também conhecidos como maragatos. Defendiam o federalismo e o
parlamentarismo e uma ampla revisão da Constituição do Rio Grande do Sul de 1891 (de
orientação positivista). Os maragatos eram inimigos ferrenhos dos pica-paus (como
chamavam os membros do PRR, que depois ficaram conhecidos por chimangos). Desta
disputa ocorreram duas guerras civis no estado: a Revolução Federalista (1893) e a
Revolução de 23 (1923). Eram identificados pelo uso do lenço vermelho. As principais
lideranças maragatas foram: Gaspar Silveira Martins, Assis Brasil (ex-PRR), Raul Pilla,
Gumercindo Saraiva e João Nunes da Silva Tavares. Em 1928, foi fundado o Partido
Libertador (PL) que substituiria o PFR.
4. Surgimento de Partidos Ideológicos
O início do século XX assistiu ao surgimento de correntes ideológicas extremistas em todo o
mundo. No Brasil dois partidos concentraram essas ideologias. Partido Comunista do Brasil
(PCB) fundado em 1922, ligado a III Internacional Comunista. Seu principal líder foi o
gaúcho Luís Carlos Prestes. O PCB foi responsável pela fracassada tentativa de Golpe de
Estado com a Intentona Comunista de 1935 que ocasionou a morte de inúmeros inocentes
e seus principais líderes foram presos. Durante a Era Vargas o partido esteve a maior parte
do tempo na ilegalidade.
Após o Movimento Revolucionário de 31 de Março de 1964 seus integrantes caíram na
clandestinidade fugindo do país ou aderindo a grupos guerrilheiros. No início dos anos 1980,
o partido retornou a legalidade, porém dividido em Partido Comunista Brasileiro (PCB) e
Partido Comunista do Brasil (PC do B). O primeiro de orientação soviética e o segundo de
orientação chinesa.
Ação Integralista Brasileira (AIB) foi fundada em 1932. Inspirada no Movimento Fascista
italiano de Mussolini foi liderada por Plínio Salgado. Algum tempo depois, muitos de seus
integrantes ingressaram no PRP. Atualmente, a FIB (Frente Integralista Brasileira)
representa os ideais integralistas no Brasil. No Congresso Integralista de 2004, os
5
representantes brasileiros afirmaram que o objetivo do grupo é “o combate ao materialismo
oriundo tanto do capitalismo assim como do comunismo, além da necessidade de uma
reforma espiritual do homem brasileiro”.
Estado Novo (1937-1945) comandado por Getúlio Vargas basicamente proibiu os partidos
políticos. Eles retornaram com a redemocratização em 1945. Neste período se destacaram o
PSD e o PTB, porém a UDN foi um importante partido de direita no período.
Partido Social-Democrático (PSD) foi fundado por aliados de Getúlio Vargas, em 1945. O
partido concentrava as alas mais conservadoras aliadas ao governo Vargas. Foi um
importante partido de sustentação a Getúlio e Ideologicamente era o principal representante
da social democracia no país. O partido sempre obteve maioria no Congresso. Elegeu dois
presidentes do Brasil: o General Eurico Gaspar Dutra (1946-1950) e Juscelino Kubitschek
(1956-1960). Suas principais lideranças foram: Juscelino Kubitschek, General Eurico Gaspar
Dutra, Tancredo Neves, Marechal Henrique Teixeira Lott, Cristiano Machado, Ulysses
Guimarães, Walter Só Jobim (governador do RS), José Sarney e Ildo Meneguetti. .
O partido foi extinto pelo Ato Institucional Número 2 de 1965 e retornou a ativa na década de
1980, sendo em 2003 incorporado ao PTB.
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) foi fundado por Getúlio Vargas em1945. A base
eleitoral do partido era formada por trabalhadores urbanos. O PTB tinha forte penetração
nos sindicatos. Seu principal ideólogo foi o gaúcho Alberto Pasqualini. Dois presidentes da
República foram do PTB: Getúlio Vargas (1951-1954), eleito democraticamente e João
Goulart (1961-1962), eleito como vice-presidente de Jânio Quadros (1960), com a renúncia
deste, assumiu a presidência. Jango também havia sido eleito vice de JK em 1955.
Ideologicamente o PTB aliava traços nacionalistas, positivistas e sociais democratas. Desde
sua fundação até 1964 era o partido brasileiro mais à esquerda da política nacional,
constantemente era acusado de comunista pelos adversários. Defendia a reforma urbana,
reforma agrária, reforma do ensino superior, o crescimento econômico e a Política Externa
Independente (PEI). As suas principais lideranças foram: Getúlio Vargas, João Goulart,
Alberto Pasqualini, Leonel Brizola, Sereno Chaise, Ernesto Dorneles, Itamar Franco e Pedro
Simon. Em 1981 o PTB foi refundado por Ivete Vargas, sobrinha de Getúlio.
Partido de Representação Popular (PRP) foi fundado por Plínio Salgado em 1945. Reunia
antigos membros da AIB (Ação Integralista Brasileira). Sua ideologia era de orientação
nacionalista de extrema direita. Apesar de sempre ter representantes no Congresso
Nacional tinha mais força nos Estados do Sul o Brasil. Em 1955, Plínio Salgado concorreu à
Presidência, na eleição vencida por Juscelino Kubitschek do PSD. O partido foi extinto em
1965 pelo Ato Institucional número 2 (AI-2). A maioria dos seus integrantes passou para a
ARENA (Aliança Renovadora Nacional).
União Democrática Nacional (UDN) foi fundada em 1945. Reunia antigos políticos de
oposição ao Governo Vargas. Partido de orientação conservadora de direita. Congregava
setores da burguesia e da classe média urbana. Seus integrantes eram representantes das
antigas oligarquias regionais que comandavam os Estados nos períodos anteriores
(coronéis). Era favorável ao capital estrangeiro e à iniciativa privada, sendo radicalmente
contrária à Reforma Agrária e a políticas populares. Defendiam a propriedade privada e o
grande latifúndio. Em 1961, fez parte do grupo que tentou impedir a posse de João Goulart.
A UDN apoiou a candidatura vitoriosa de Jânio Quadros à presidência. Apesar de ter
formado a base de apoio ao Golpe Militar de 1964, o partido foi extinto em 1965 pelo Ato
Institucional número 2 (AI-2) e seus integrantes passaram para a ARENA, partido de
sustentação da ditadura. As principais lideranças udenistas foram Aureliano Chaves, Carlos
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Lacerda, Abreu Sodré, Antônio Carlos Magalhães (ACM), Raul Pilla, Daniel Krieger,
Adhemar de Barros, José Sarney e Eduardo Gomes.
Partido Trabalhista Nacional (PTN) foi fundado por Romeu Campos Vidal em 1945. Reunia
dissidentes do PTB. O partido foi extinto em 1965 pelo Ato Institucional número 2 (AI-2). E
seus integrantes passaram para a ARENA e o MDB. Elegeu como presidente da República o
senhor Jânio Quadros (1961) que renunciou após 9 meses de mandato, assumindo em seu
lugar o vice João Goulart do PTB. O partido retornou em 1995 com o número 19.
Partido Socialista Brasileiro (PSB) foi fundado em 1947 por ocasião da II Convenção
Nacional da Esquerda Democrática. O PSB procurou situar-se entre o socialismo marxista e
a socialdemocracia, portanto, surgiu como uma alternativa ao PCB e ao PTB. Era anti-
getulista. Ideologicamente defendia transformação da estrutura da sociedade, incluída a
gradual e progressiva socialização dos meios de produção, que deveria se realizar dentro
das regras da luta democrática e liberal. Suas principais lideranças foram João Mangabeira,
Hermes Lima, Domingo Velasco, Rubem Braga, José Lins do Rego, Antônio Cândido, Sérgio
Buarque de Holanda. Na década de 1950, enfrentou forte crise que resultou na expulsão de
lideranças identificadas com Jânio Quadros.
Partido Social Progressista (PSP) foi fundado por Adhemar de Barros em 1946. Era
resultado da fusão do PRP (de Adhemar), PAN e PPS. Foi um partido muito forte em São
Paulo onde Adhemar de Barros elegeu-se governador. O partido foi extinto em 1965 pelo
Ato Institucional número 2 (AI-2). Seus integrantes passaram para a ARENA e o MDB. Teve
um presidente da República, o senhor Café Filho (1954-1955), que assumiu após a morte de
Getúlio Vargas. Em 1989, o candidato Marronzinho concorreu à presidência da República
pelo partido.
5. Partidos Políticos Durante o Bipartidarismo (1966-1979)
Após o Movimento Revolucionário de 1964, os partidos políticos foram novamente proibidos.
O Ato Institucional número 1 cassou os direitos civis de 100 pessoas, a maioria políticos, o
que enfraqueceu em demasia a composição dos partidos. Em 1966, com o lançamento do
AI-2, foi instituído o Bipartidarismo, onde a situação se organizou em torno da ARENA e a
oposição ingressou no MDB.
Aliança Libertadora Nacional (ARENA) foi fundada em 1966 como consequência do
Movimento Revolucionário de 1964. Reunia ex-integrantes da UDN, do PTN e do PSD. O
partido era formado por setores conservadores da sociedade brasileira. Sua orientação
ideológica era de extrema direita. A ARENA teve quatro presidentes militares do Brasil:
Costa e Silva (1967-1969), Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), Ernesto Geisel (1974-
1979) e João Figueiredo (1979-1985). Durante o Governo Militar os presidentes eram eleitos
indiretamente. Principais lideranças arenistas foram Daniel Krieger (ex-UDN), Adhemar de
Barros (ex-PSP), Delfin Neto, Paulo Maluf, José Sarney (foi presidente do partido), Aureliano
Chaves, Pedro Aleixo, Nelson Marchesan, Marco Maciel, Jarbas Passarinho, Antônio Carlos
Magalhães (ACM), Fernando Collor de Mello, Jorge Bornhausen, Espiridião Amim, Jair
Soares e Roberto Campos. Com a abertura em 1979, o partido se dividiu em PDS (com o
número 11) e depois mudou de nome para PPB e depois para PP, como hoje é conhecido e
PFL (com o número 25) que depois mudou de nome para DEM.
Movimento Democrático Brasileiro (MDB) foi fundado em 1966 como consequência do
Movimento Revolucionário de 1964. Reunia ex-integrantes da PTB e de outros partidos
contrários ao Governo. O partido era formado por setores liberais da sociedade brasileira.
Porém, eram poucos os representantes das classes operárias, já que a maioria havia sido
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cassada ou presa. O MDB era o único partido autorizado a fazer oposição ao regime. As
principais lideranças do MDB foram Tancredo Neves, Ulysses Guimarães (ambos ex-PSD),
Mário Covas (ex-PST), Franco Montoro (ex-PDC), Fernando Henrique Cardoso, Pedro
Simon (ex-PTB), Itamar Franco e Márcio Moreira Alves (para muitos seu discurso quando
candidato ao governo da Guanabara em 1968, foi responsável pelo lançamento do AI-5). Em
1980, com a abertura política, o partido foi rebatizado de PMDB, com o número 15. Em
1988, após a Constituição, o partido se dividiu em PMDB e PSDB (este com o número 45).
6. Partidos Políticos Nascidos do Pluripartidarismo (após 1979)
Em 1979, após a Anistia, os partidos políticos foram autorizados a funcionar. Nasceu assim,
a maioria dos partidos que hoje estão em atividade. Muitos partidos mudaram o nome, cores
e bandeiras, porém seus números se mantêm os mesmos.
Partido Democrático Social (PDS) foi fundado em 1980. Sucedeu a ARENA. O PDS
manteve as alas arenistas mais conservadores e reacionárias, já que as alas mais liberais
fundaram o PFL. O Partido tinha número 11. Em 1995, o partido mudou para Partido
Progressista Brasileiro (PPB). Em 2003, mudou novamente de nome, desta vez para Partido
Progressista (PP). Principais lideranças do grupo são Paulo Maluf, José Otávio Germano,
João Dibb, Mônica Leal (filha de Pedro Américo Leal, líder da ARENA e do PDS no RS), Ana
Amélia Lemos, Mano Changes e Jair Soares.
Partido Democrata Trabalhista (PDT) o partido foi fundado por Leonel Brizola em 1980.
Congregando a grande maioria dos políticos do antigo PTB que retornavam do exílio. O PDT
adotou a mesma base ideológica da antiga sigla, sendo um defensor do trabalhismo.
Ideologicamente se aproxima do pensamento socialdemocrata. É contrário ao
neoliberalismo. Partido tem o número 12 e suas principais lideranças são Leonel Brizola,
Carlos Araújo, Vieira da Cunha, Cristóvão Buarque, José Fortunati, Marcello Alencar, Darcy
Ribeiro, Alceu Collares, Jaime Lerner (ex-governador do Paraná) e Paulinho da Força (Força
Sindical).
Partido dos Trabalhadores (PT) o partido foi fundado em 1980. Um dos mais importantes
partidos de esquerda da América Latina, o Partido dos Trabalhadores surgiu da luta sindical
e operária, quando lutava por uma maior participação popular na política. Ideologicamente é
identificado com partidos socialistas e socialdemocratas, porém critica a ambos por não
apresentarem alternativas para a superação do neoliberalismo, sua principal meta. Partido
tem número 13. Suas principais lideranças são Luís Inácio Lula da Silva (presidente do
Brasil 2003-2010), Dilma Rousseff, Tarso Genro, Aloizio Mercadante, Olívio Dutra, Raul
Pont, Paulo Paim, Ideli Sartori (SC), Eduardo Suplicy, Marta Suplicy, Vicentinho (CUT), José
Dirceu, Antônio Palocci e Marco Maia.
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) foi refundado por Ivete Vargas, sobrinha de Getúlio,
após uma briga judicial envolvendo ela e Leonel Brizola, pois ambos se diziam herdeiros do
partido. O Partido utiliza o número 14. Desde sua refundação, em 1980, o partido tem
demonstrado certa autonomia nos Estados, porém, impreterivelmente o partido está aliado
ao poder. O partido é rotulado como legenda de aluguel, pois abriga políticos (candidatos)
sem identificação ideológica com o partido. Principais lideranças do partido são Roberto
Jefferson, Sérgio Zambiazzi, Romeu Tuma, Epitáfio Cafeteira, Fernando Collor, Gim Argelo,
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César Busato, Cássia Carpes e Irandir Pietroski. Hoje o partido pouco tem em comum com
PTB anterior ao Governo Militar.
Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) foi fundado em 1980 por
integrantes do MDB. Desde a abertura política é o partido brasileiro com o maior número de
filiados. Desde o fim do Governo Militar o partido comanda pelo menos uma das casas do
Congresso, em alguns momentos comandou as duas (Câmara e ou Senado).
Ideologicamente é um partido neoliberal. Defende a democracia e a livre iniciativa. É um
partido essencialmente burguês. O Partido usa o número 15. Suas principais lideranças são
Itamar Franco (presidente do Brasil 1992-1994), Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, José
Sarney (presidente do Brasil 1986-1990), Michel Temer, Teotônio Vilela, Pedro Simon, José
Fogaça, Germano Rigotto, Nelson Azevedo Jobim, Roseana Sarney, Sérgio Cabral, Edison
Lobão, Hélio Costa, Renan Calheiros, Eliseu Padilha, Orestes Quércia e Ibsen Pinheiro.
Partido da Frente Liberal (PFL) foi fundado em 1985. O partido surgiu da ruptura que
ocorreu na ARENA, onde as alas mais liberais do partido optaram por não integrar o PDS.
Surgia, assim, a Frente Liberal. Se a ideologia do partido é conservadora, suas práticas
econômicas são neoliberais. O partido usa o número 25. Suas principais lideranças são
Marco Maciel, Onyx Lorenzoni, Antônio Carlos Magalhães (ACM), Roseana Sarney, Sílvio
Santos, João Lobo, João Alves Filho, Jaime Lerner, Carlos Chiarelli, César Maia, Afif
Domingos, Gilberto Kassab, ACM Neto e José Agripino Maia. Em 2007, o partido mudou de
nome para Democratas (DEM).
Partido Social Democrata Brasileiro (PSDB) foi fundado em 1988 por dissidentes do
PMDB. Defende a democracia, a descentralização administrativa, o crescimento econômico
sustentável e uma ampla reforma política que reforce os partidos políticos. Apesar de seu
nome, ideologicamente defende o neoliberalismo. O partido usa o número 45. Principais
lideranças do grupo são Fernando Henrique Cardoso (presidente do Brasil 1995-2002), José
Serra, Geraldo Alckmin, Aécio Neves, Yeda Crusius, Teotônio Vilela Filho, Franco Montoro,
Pimenta da Veiga, Eduardo Azeredo, José Richa, Artur da Távola, Arthur Virgílio, Afonso
Arinos, Renan Calheiros e Tasso Jereissati.
Partido Socialista Brasileiro (PSB) originalmente foi fundado em 1947, foi refundado em
1985. Resgatando o mesmo programa partidário de sua fundação. Representa uma
alternativa entre os partidos socialistas radicais e a socialdemocracia. Partido tem o número
45. Suas principais lideranças são Rubem Braga, Antônio Houaiss, Arthur Virgílio Neto, José
Bisol, Miguel Arraes, Luiza Erundina, Ciro Gomes, Patrícia Saboya, Anthony Garotinho
(2000-2003), Beto Albuquerque e Eduardo Campos.
Partido Popular Socialista (PPS) foi fundado em 1992 por dissidentes do PCB, que, após o
fim da Guerra Fria, buscavam criar uma terceira via política. Ideologicamente o partido se
aproxima de ideais socialdemocratas. O partido tem o número 23 e suas principais
lideranças são Roberto Freire, Rubens Bueno, Paulo Odone, Antônio Brito, Soninha
Francine, Lars Grael, Denise Brossard e Fernando Sant’Anna (presidente de honra).
Partido Socialismo e Liberdade (PSol) foi fundado em 2004 por ex-integrantes do Partido
dos Trabalhadores (PT) e de outros partidos de esquerda descontentes com a política
econômica de Lula. O PSol abriga diversas correntes ideológicas de esquerda ligadas ao
9
movimento sindical, inclusive trotskistas e comunistas. Defende interesses ligados às
classes trabalhadoras (operários e camponeses). O partido utiliza o número 50 e suas
principais lideranças são Heloisa Helena, Babá, João Fontes, Roberto Robaina, Luciana
Genro, Ivan Valente, Fernanda Melchiona e Pedro Ruas.
Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi fundado em 1922 e mantem a base ideológica
construída em sua fundação, porém tendo perdido muito de sua força ao longo dos últimos
anos, principalmente após a queda do socialismo soviético em 1990. Devido a divergências
internas, o partido foi dividido em PCB e PC do B. Partido utiliza o número 21. Principais
lideranças do grupo são Luís Carlos Prestes, Oscar Niemayer, Roberto Freire (depois
fundou o PPS), Ivan Pinheiro, Ziraldo, Horácio Macedo e Raimundo Jinkings.
Partido Comunista do Brasil (PC do B) foi fundado em 1922. Existiu por 60 anos na
clandestinidade devido à perseguição política. Com o fim do Governo Militar em 1985, voltou
a legalidade. É menos radical que o PCB. Ideologicamente, o PCdoB guia-se pela teoria
científica de Marx, Engels e Lênin e desenvolvida por outros revolucionários. Procura aplicá-
la criativamente à realidade do Brasil e desenvolvê-la sem cessar. Defende um Brasil
socialista, democrático e soberano. Partido usa o número 65. Suas principais lideranças são
Raul Carrion, Manuela D’Avila, Aldo Rebelo, Renato Rabelo, Netinho de Paula, Sandra Vital,
Orlando Silva, Inácio Arruda (CE) e Alice Portugal.
Partido Verde (PV) fundado em 1986 por ambientalistas. É considerado um partido de
centro. Defende o federalismo, o parlamentarismo, o ambientalismo e o desenvolvimento
sustentável. Historicamente defende a legalização do aborto e das drogas. Utiliza o número
43. Suas principais lideranças: Fernando Gabeira, Gilberto Gil, Alfredo Sirkis, José Sarney
Filho, Edson Pereira (RS) e José Luiz de França Penna.
Partido da República (PR) resultou da fusão entre o Partido Liberal (PL) e o Partido da
Reedificação da Ordem Nacional (PRONA). O partido adotou praticamente a mesma base
ideológica do PL. Assim, defende o liberalismo-social. É um partido de centro-direita. Utiliza
o número 22. Principais lideranças do grupo: Inocêncio Oliveira, Blairo Maggi (MT), Magno
Malta, Anthony Garotinho e Sérgio Vitor Temer.
Partido Republicano Brasileiro (PRB) foi fundado em 2003. Defende a cidadania, os
direitos humanos, direitos das mulheres e das crianças e adolescentes. O partido usa o
número 10. Partido com forte presenta de integrantes da Igreja Universal do Reino de Deus
(IURD). Principais lideranças: Marcelo Crivella (IURD), Leo Vivas, Waldir Canal (RS) e
Roberto Mangabeira Unger.
Partido da Reconstrução Nacional (PRN) foi fundado em 1985 com o nome de Partido da
Juventude (PJ), em 1989 foi renomeado para PRN, ano em que elegeu Fernando Collor de
Mello presidente do Brasil. Partido usa o número 36. Teve dois presidentes da república:
Fernando Collor de Mello (1990-1992) e Itamar Franco (1992-1994) que em 1992, após o
impeachment de Collor, transferiu-se para o PMDB. Hoje o partido chama-se Partido
Trabalhista Cristão (PTC).
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) o partido foi fundado em 1994. É
o representante nacional da LIT-QI (Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta
10
Internacional) que fundou o partido por suas divergências com o Partido dos Trabalhadores
(PT). Ideologicamente é um partido socialista de extrema esquerda e identificado com os
ideais trotskistas e leninistas. Defende o Internacionalismo. Apesar de socialista, discorda do
socialismo stalinista da antiga URSS. Partido utiliza o número 16. Principais lideranças: José
Maria, Júlio Flores, Vera Guasso, Vanessa Portugal (MG) e Ciro Garcia (ex-PT, ex-dirigente
da CUT).
Partido da Causa Operária (PCO) foi fundado em 1997 por integrantes da corrente Causa
Operária do Partido dos Trabalhadores que foram expulsos do PT. Partido de extrema
esquerda. Considera o PSol e o PSTU partidos burgueses. Partido usa o número 29.
Principais lideranças: Rui Costa Pimenta (fundador e presidente), José Avelar (ES) e
Lourdes Sarmento (PB).
Partido da Reedificação da Ordem Nacional (PRONA) foi fundado por Enéias Carneiro
(1938-2007) em 1989. O partido tinha fortes traços fascistas e ultranacionalistas. Defendia o
patriotismo, o desenvolvimento de armas nucleares e a adoção de uniforme obrigatório em
escolas públicas. Enéias foi candidato à presidência do Brasil por três vezes (1989,1994 e
1998). Em 2002, foi eleito deputado federal por São Paulo alcançando a marca de 1,57
milhão de votos, um recorde. O partido utilizava o número 56. Fundiu-se com Partido Liberal
(PL) dando origem ao Partido da República (PR) com o número 22.
Existem ainda mais partidos, os de menor expressão são muitas vezes chamados de
Partidos Nanicos. Abaixo temos a tabela do TSE com os Partidos registrados:
0001 SIGLA NOME DEFERIMENTO PRESIDENTE NACIONAL Nº
1 PMDB PARTIDO DO MOVIMENTO
DEMOCRÁTICO BRASILEIRO
30.6.1981 MICHEL MIGUEL ELIAS TEMER
LULIA
15
2 PTB PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO 3.11.1981 CRISTIANE BRASIL 14
3 PDT PARTIDO DEMOCRÁTICO
TRABALHISTA
10.11.1981 CARLOS LUPI 12
4 PT PARTIDO DOS TRABALHADORES 11.2.1982 RUI GOETHE DA COSTA FALCAO 13
5 DEM DEMOCRATAS 11.9.1986 JOSÉ AGRIPINO MAIA 25
6 PCdoB PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL 23.6.1988 LUCIANA BARBOSA DE OLIVEIRA
SANTOS
65
7 PSB PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO 1°.7.1988 CARLOS ROBERTO SIQUEIRA DE
BARROS
40
8 PSDB PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA
BRASILEIRA
24.8.1989 AÉCIO NEVES DA CUNHA 45
9 PTC PARTIDO TRABALHISTA CRISTÃO 22.2.1990 DANIEL S. TOURINHO 36
11
10 PSC PARTIDO SOCIAL CRISTÃO 29.3.1990 EVERALDO DIAS PEREIRA 20
11 PMN PARTIDO DA MOBILIZAÇÃO
NACIONAL
25.10.1990 TELMA RIBEIRO DOS SANTOS 33
12 PRP PARTIDO REPUBLICANO
PROGRESSISTA
29.10.1991 OVASCO ROMA ALTIMARI
RESENDE
44
13 PPS PARTIDO POPULAR SOCIALISTA 19.3.1992 ROBERTO FREIRE 23
14 PV PARTIDO VERDE 30.9.1993 JOSÉ LUIZ DE FRANÇA PENNA 43
15 PTdoB PARTIDO TRABALHISTA DO BRASIL 11.10.1994 LUIS HENRIQUE DE OLIVEIRA
RESENDE
70
16 PP PARTIDO PROGRESSISTA 16.11.1995 CIRO NOGUEIRA LIMA FILHO 11
17 PSTU PARTIDO SOCIALISTA DOS
TRABALHADORES UNIFICADO
19.12.1995 JOSÉ MARIA DE ALMEIDA 16
18 PCB PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO 9.5.1996 IVAN MARTINS PINHEIRO* 21
19 PRTB PARTIDO RENOVADOR
TRABALHISTA BRASILEIRO
18.2.1997 JOSÉ LEVY FIDELIX DA CRUZ 28
20 PHS PARTIDO HUMANISTA DA
SOLIDARIEDADE
20.3.1997 EDUARDO MACHADO E SILVA
RODRIGUES
31
21 PSDC PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA
CRISTÃO
5.8.1997 JOSÉ MARIA EYMAEL 27
22 PCO PARTIDO DA CAUSA OPERÁRIA 30.9.1997 RUI COSTA PIMENTA 29
23 PTN PARTIDO TRABALHISTA NACIONAL 2.10.1997 JOSÉ MASCI DE ABREU 19
24 PSL PARTIDO SOCIAL LIBERAL 2.6.1998 LUCIANO CALDAS BIVAR 17
25 PRB PARTIDO REPUBLICANO BRASILEIRO 25.8.2005 MARCOS ANTONIO PEREIRA 10
26 PSOL PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE 15.9.2005 RAIMUNDO LUIZ SILVA ARAÚJO 50
27 PR PARTIDO DA REPÚBLICA 19.12.2006 ALFREDO NASCIMENTO 22
28 PSD PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO 27.9.2011 GUILHERME CAMPOS JÚNIOR, no
exercício da presidência
55
29 PPL PARTIDO PÁTRIA LIVRE 4.10.2011 SÉRGIO RUBENS DE ARAÚJO
TORRES
54
30 PEN PARTIDO ECOLÓGICO NACIONAL 19.6.2012 ADILSON BARROSO OLIVEIRA 51
31 PROS PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM
SOCIAL
24.9.2013 EURÍPEDES G.DE MACEDO
JÚNIOR
90
12
32 SD SOLIDARIEDADE 24.9.2013 PAULO PEREIRA DA SILVA 77
33 NOVO PARTIDO NOVO 15.9.2015 JOÃO DIONÍSIO FILGUEIRA B.
AMOÊDO
30
34 REDE REDE SUSTENTABILIDADE 22.9.2015 GABRIELA BARBOSA BATISTA 18
35 PMB PARTIDO DA MULHER BRASILEIRA 29.9.2015 SUÊD HAIDAR NOGUEIRA
7. A Ideologia da Esquerda
Uma sociedade igualitária é um sonho?
Somos diferentes por natureza. A sociedade é formada por entes diferentes entre si. Como
fazer entes diferentes serem iguais ou terem tratamentos iguais?
Tratamento diferente não implica em privilégios ao mesmo tempo em que tratamentos iguais
podem ser privilegiadores.
Podemos sonhar com uma sociedade onde as diferenças entre pobres e ricos sejam
menores, mas torna-las inexistentes é uma utopia.
A ação das alas esquerdistas no Brasil não objetiva uma mudança gradual e constante em
direção a uma melhoria das condições de vida da população menos favorecida. O que
temos assistido é um bando de mercenários atuando em busca de beneficio próprio e de
recursos financeiros para poder se manter no poder e continuar a usufruir de riqueza obtida
através do desvio de recursos públicos que deveriam ser aplicados em benefício da
população em geral. Nunca assistimos em nossa história casos de corrupção e desvio de
dinheiro público como temos visto após o fim do governo do Movimento Revolucionário de
1964.
Podemos contar a dedo os projetos idealizados e concretizados pelos diversos governos pós
Revolução objetivando um planejamento estratégico para inserção do nosso país no rol de
nações desenvolvidas.
Nossas estradas estão em condições precárias, nossas ferrovias sucateadas, nossos portos
são uma vergonha e nossos aeroportos não funcionam a contento. Precisamos de energia
para crescer e o que tem sido feito? Vamos continuar com hidrelétricas? Vamos partir para
energia alternativa e renovável? Vamos ir fundo no pré-sal? Talvez construir mais usinas
nucleares? Faltam definição e ação governamental.
A visão ideológica do mercado internacional é outro entrave ao nosso desenvolvimento,
pois os governos de esquerda sempre se negaram a assinar acordos de livre comércio com
os Estados Unidos da América e com a União Europeia. A China (Comunista) não tem esta
visão equivocada e tem no mercado norte-americano a sua principal fonte de divisas. Assim
ficamos à margem do comércio internacional fazendo transações sul-sul e obtendo um
crescimento econômico pífio quando não um sistema recessivo.
A população brasileira tem um crescimento vegetativo. É preciso oferecer a cada ano
assistência pré-natal, a puericultura, a creche, a pré-escola, o ensino fundamental e o ensino
médio. A alimentação escolar é deficitária pois os valores repassados são insuficientes para
cobrir os custos de uma alimentação saudável: atualmente, o valor repassado pela União a
estados e municípios por dia letivo para cada aluno é definido de acordo com a etapa e
modalidade de ensino, ou seja: Creches: R$ 1,00; Pré-escola: R$ 0,50; Escolas indígenas e
quilombolas: R$ 0,60; Ensino fundamental, médio e educação de jovens e adultos: R$ 0,30;
13
Ensino integral: R$ 1,00; Alunos do Programa Mais Educação: R$ 0,90 e Alunos que
frequentam o Atendimento Educacional Especializado no contra turno: R$ 0,50. Imagine o
malabarismo necessário para que o administrador estadual e municipal possa oferecer algo
digno de ser chamada merenda escolar com estes valores. Em contra partida os presos de
São Paulo possuem uma grade de alimentação com os custos baseados na tabela abaixo:
Qdt.
Comensais
Desjejum Almoço
Lanche Da
Tarde
Jantar
Até 499 2,06 8,23 2,06 8,23
Até 999 2,02 7,86 2,02 7,86
Até 2999 2,02 7,81 2,02 7,81
Acima de 3000 1,99 7,55 1,99 7,55
Os jovens precisam ser profissionalizados, pois é urgente deixarmos a cultura da
necessidade de diploma superior para ter sucesso profissional. É urgente a valorização do
técnico. Se todos forem “doutores” não haverá vagas para todos da mesma maneira.
A população urbana cresce e é urgente a necessidade de transporte de massa. Não se pode
assistir imune ao crescimento desenfreado da frota de carros particulares devido à
necessidade da maioria de se locomover para trabalhar e não contar com uma rede de
trens, metrôs, ônibus, monorails e outros meios de locomoção. O que tem sido feito pelos
atuais governos? Basta restringir o uso do carro particular?
A violência urbana e a criminalidade existem. O que fazer? Colocar a polícia na rua com
uma letalidade comparável com uma guerra civil ou planejar ação governamental integrada
(Federal-Estadual-Municipal) para ir à origem do problema: a pobreza e a falta de
oportunidades que assola grande parcela da população? Devemos construir mais escolas ou
mais presídios? Porque os bandidos matam? Eles matam porque conhecem a legislação
penal e sabem que qualquer que seja a pena ela não poderá passar de 30 anos e se ele
cumprir bonitinho 1/6 (um sexto) da pena ele será colocado em liberdade! Será que a
esquerda tem medo de processar e prender os bandidos? Não tem o interesse de reformar
a legislação penal fazendo com que o criminoso pague integralmente pelo crime que
cometeu? A impunidade é a maior incentivadora do crime. Se não há punição o crime passa
a compensar! A maioria dos países desenvolvidos já pune os menores a partir dos 15
(quinze) anos de idade, pois, modernamente, os adolescentes são muito bem informados e
possuem conhecimento e discernimento suficiente para distinguir ações honestas de
desonestas. Nosso Estatuto do Desarmamento desarmou a população, mas manteve os
bandidos armados. Não houve ação ativa para buscar e apreender e destruir as armas dos
bandidos. Eles agem com a certeza de que as pessoas do bem estarão desarmadas e não
poderão reagir!
A estrutura administrativa, principalmente no governo do PT, foi deteriorada a tal ponto do
Governo Federal chegar a ter 39 ministérios para acomodar aliados políticos. Com a crise
moral, política e econômica a Presidente fez uma minirreforma ministerial, mas não extinguiu
nenhum cargo. Acomodou todo mundo em outras secretarias e com outros cargos.
Continuou com a mesma sobrecarga de pessoal e com a política de cessão de cargos e
funções públicas em troca de apoio legislativo, tendo em vista o risco que corre de sofrer
uma ação de Impeachment pelo Congresso Nacional.
Dentro dos Ministérios não é possível levantar um tapete, pois toda vez que um deles é
levantado tem sujeira pesada sob ele. O mais atual é a ação de máfias dentro do IBAMA e
do extinto Ministério da Pesca.
14
A crise ética da esquerda está num nível tal que será difícil a sua sustentação no poder por
mais tempo. O Ex-Presidente Lula chegou a justificar as irregularidades chamadas
pedaladas fiscais alegando que foram executadas para custear programas sociais (será
que os fins justificam os meios? Vamos passar a usar a usar a política de Machiavel?). A
Presidente, em seu discurso, falou que não existe no Brasil pessoa com reputação ilibada
para julgar o seu mandato! Será que somos todos ladrões? Será que ela não vê a
roubalheira geral que existe em seu governo? Será que ela não se sente responsável, pois,
de acordo com nosso presidencialismo, ela é responsável por todas as nomeações do seu
Gabinete! Se os fatos tivessem acontecido no Japão alguém já teria cometido haraquiri. Se
tivesse acontecido na China muita gente já teria sido executada. Mas aqui a impunidade
reina!
8. Considerações finais
O Regime democrático pressupõe a alternância de poder. A reeleição, em princípio, vai
contra este princípio, pois o mandatário, estando no Poder, tem vantagens na disputa que
seus oponentes nunca terão. Nosso sistema poderia mudar para apenas um mandato a fim
de facilitar a alternância dos partidos no Governo. A função política, por ser voluntária e
temporária, não pode ser encarada como uma profissão passível de direitos como a
aposentadoria. O político deveria receber, ao fim de seu mandato, uma certidão de tempo de
serviço para os devidos fins legais.
A esquerda no poder deve encarar o mercado internacional sem viés ideológico. Precisamos
vender para os mercados que demandam os nossos produtos. Acordos de livre comércio
são essenciais hoje em dia, pois quase não existem acordos bilaterais e os acordos entre
blocos econômicos são mais vantajosos e mais amplos. Divisas econômicas não possuem
ideologia e são necessárias ao desenvolvimento do país.
A Educação é a base do desenvolvimento de qualquer país. A Coreia do Sul é o exemplo de
um país que ressurgiu da guerra e transformou-se em uma potência industrial cuidando
prioritariamente da educação de seus jovens. Foi um Planejamento de longo prazo
executado governo após governo independentemente de seu posicionamento ideológico. Os
investimentos em educação são como sementes lançadas ao solo: demandam a
germinação, o crescimento e a maturação para a colheita de frutos. Não podemos ficar
preocupados em ensinar ideologias políticas nas escolas. Temos que formar pessoas para
ocupar os postos chaves do nosso país, pessoas capacitadas e de mente aberta que
possam pavimentar os caminhos para as outras gerações que virão logo atrás.
Precisamos de reformas profundas e urgentes na nossa legislação em geral que atravanca
as iniciativas produtivas, dificulta a participação estrangeira, propicia a impunidade e facilita
a perpetuação de grupos específicos no poder.
A visão míope que a esquerda tem do nosso país tem tido como consequência um atraso
econômico-financeiro que demandará algumas décadas para ser tirado, desde que, a partir
de uma tomada de consciência rápida e urgente, seja mudado o rumo das decisões que vem
sendo tomada nas três esferas de poder.

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A miopia da esquerda brasileira

  • 1. A visão equivocada dos líderes esquerdistas brasileiros em relação ao devido posicionamento do Brasil no contexto internacional das grandes economias mundiais. CIRINEU JOSÉ DA COSTA – Engenheiro e MSc. em Administração pela PUC SP A MIOPIA DA ESQUERDA BRASILEIRA
  • 2. 1 A MIOPIA DA ESQUERDA BRASILEIRA 1. Introdução Poderíamos começar a falar sobre a Esquerda Política citando o filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel nascido em Stuttgart (1770) e falecido em Berlim (1831). Seu pensamento filosófico influenciou grandes criadores da filosofia moderna e que por sua vez estabeleceram as bases de correntes filosóficas, ideológicas e políticas como o marxismo, o existencialismo e a fenomenologia. A Revolução Francesa, com a Queda da Bastilha em 1789, selou a queda de Luiz XVI e sua Corte. Entre os próprios revolucionários duas tendências se afirmaram: a dos jacobinos e a dos girondinos. Expressão como gauche (esquerda) era aplicada aos pró-republicanos e aos democratas radicais, e droite (direita) aos defensores da monarquia. Na Convenção Nacional elas serviram para designar os jacobinos e os girondinos. No dia 21 de janeiro de 1793 Luís XVI foi decapitado na guilhotina. Por toda a Europa, os reis tremeram. A cabeça cortada e sangrada do rei, erguida na praça pública lotada, foi o aviso que a França revolucionária enviou aos soberanos do velho continente, junto com o grito "Morte aos tiranos!”. A França Revolucionária queria uma República Democrática, mas contrariamente ao desejo popular, em 1804, Napoleão Bonaparte foi proclamado como Imperador dos franceses. Um novo Império foi criado, agora com um Imperador plebeu! Este período durou até 18 de junho de 1815, após a derrota de Napoleão na Batalha de Waterloo. Foi um período de guerras e conquistas que influenciou diretamente a direção de diversos países, inclusive o Brasil colônia que veio a receber a família imperial portuguesa em 1808 que aqui chegou fugida do exército de Napoleão. Lançando em 1848 a obra “Manifesto Comunista”, Karl Marx e Friedrich Engels inauguraram um conceito fundado na ideia de que, ao longo da História, as sociedades foram marcadas pelo conflito de classes. Dessa maneira, a sociedade
  • 3. 2 industrial dividia-se em dois grupos principais: de um lado a burguesia, detentora dos meios de produção (máquinas, fábricas e terras); e do outro o proletariado, que vendia sua força de trabalho ao burguês em troca de um salário que o sustentasse. A luta entre classes foi a temática revolucionária. E o sonho do Socialismo? Um sistema político- econômico baseado na igualdade, com a distribuição igualitária de renda, extinção da propriedade privada, socialização dos meios de produção, economia planificada e a tomada do poder por parte do proletariado. A visão socialista de uma sociedade sem classes onde todas as pessoas poderiam ter benefícios, mas todos os bens e propriedades passariam a ser de todos a fim de acabar com as grandes diferenças econômicas entre os indivíduos, ou seja, a divisão de tudo entre pobres e ricos. O Marxismo ou Socialismo Científico é um sistema pautado na análise crítica e científica do capitalismo. Diferentemente do Socialismo, essa corrente teórica não buscava uma sociedade ideal, uma vez que seus teóricos se baseavam numa análise histórica e filosófica da sociedade, daí se origina o termo "científico". Para Karl Marx (1818 - 1883) e Friedrich Engels (1820 – 1895) o capitalismo é baseado em duas classes: explorados e os exploradores; por isso, a proposta desta corrente esteve fundamentada na luta de classes, na revolução da classe proletária, no materialismo dialético e histórico e na doutrina da mais-valia. O importante não era extinguir o capitalismo, mas sim compreender suas leis, pois os marxistas acreditavam que dificilmente o capitalismo seria substituído por outro modelo político econômico. A Revolução Russa de 1917 foi a primeira revolução que derrubou uma monarquia e implantou um regime marxista. Houve um período de conflitos que resultou na tomada do Poder pelo Partido Bolchevique, de Vladimir Lênin. Com a morte de Lenin em janeiro de 1924 houve intensa disputa pelo Poder entre Stalin e Trotsky. Stalin ganhou a disputa e a partir de dezembro de 1929, converteu-se no ditador absoluto da União Soviética, sepultando o sonho revolucionário de um Governo do Povo pelo Povo. Foi uma Ditadura sangrenta com muitas perseguições políticas, mortes e guerras de conquista. A China foi a próxima nação a estabelecer um regime socialista após a Segunda Guerra Mundial. O resultado foi a ditadura de Mao-Tse-Tung. Uma de suas esposas, Jiang Qing, foi a principal responsável pela condução da
  • 4. 3 Revolução Cultural, com poderes extraordinários sobre a vida cultural e intelectual da China. A sua habilidade em manipular a mídia e os jovens radicais, conhecidos como a Guarda Vermelha caracterizou o movimento pelo terror e expurgos onde dezenas de milhares foram mortos e milhões tiveram a sua vida e profissão violentadas. Após a morte de Mao Tse Tung em 1976, ela e três outros radicais que chegaram ao poder com a revolução foram alcunhados como a “Gangue dos Quatro”. Jiang foi presa e em 1977, expulsa do Partido Comunista e considerada responsável por provocar terrível perturbação e enorme banho de sangue na revolução. Foi julgada culpada e condenada à pena de morte. Em 1983, exatamente dois anos após ter sido condenada, o governo comutou sua pena para prisão perpétua. Morreu na prisão em 1991. A China hoje pratica um marxismo modificado, aceitando teses capitalistas para não ter o Poder do Partido Comunista Chinês contestado pela sua população. A Guerra Fria após a Segunda Guerra Mundial espalhou regimes comunistas autoritários por vários países e em vários continentes. A URSS e a China apoiando ditaduras de esquerda e os Estados Unidos e Europa Ocidental apoiando ditaduras de direita numa tentativa de impedir o avanço de Governos de esquerda e para manter a sua área de influência no contexto internacional. 2. O Brasil Imperial Napoleão determinou a invasão de Portugal em novembro de 1807 tendo em vista que os portugueses desrespeitaram a ordem de bloqueio econômico contra a Inglaterra. Sem condições de resistir à invasão francesa, D. João e sua corte fugiram para o Brasil, sob a proteção naval da marinha inglesa. A Inglaterra protegeu a travessia do Atlântico e exigiu a abertura dos portos brasileiros aos navios ingleses. Após 54 dias de viagem a esquadra portuguesa chegou ao porto de Salvador em 22 de janeiro de 1808 onde permaneceram por mais de um mês, mas apenas seis dias após a sua chegada D. João cumpriu o seu acordo com os ingleses, decretando a abertura dos portos brasileiros às nações amigas (Inglaterra), eliminando o monopólio comercial português que obrigava o Brasil a fazer comércio apenas com Portugal. A vinda da família real portuguesa para o Brasil deslocou o eixo político para a Colônia. A vida política fria do Brasil passou à efervescência de uma corte com a mais pura nobreza europeia. Com a derrota de Napoleão em 1815 ficou decidido que os reis de países invadidos, pela França deveriam voltar a ocupar seus tronos. D. João não queria retornar ao empobrecido Portugal e então elevou o Brasil à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves. O Brasil adquiria autonomia administrativa. Em 1820, com a Revolução Liberal do Porto, o Absolutismo do regime monárquico foi abolido dando início à Monarquia Constitucional. D. João seria obrigado a seguir a Constituição do Reino. A Assembleia Portuguesa exigia o retorno do monarca e o novo governo português desejava recolonizar o Brasil, retirando sua autonomia econômica. Em 26 de abril de 1821, D. João VI cedendo às pressões políticas da Assembleia volta a Portugal, deixando seu filho D. Pedro como príncipe regente do Brasil. No dia 07 de setembro de 1822 D. Pedro proclamou a Independência do Brasil em relação ao reino Português, dando início ao Regime Imperial Brasileiro. Passaram a existir, a partir daí, correntes políticas genuinamente nacionais com grupos pró e contra o regime imperial. No período imperial, a política brasileira girava em torno de dois partidos, ambos eram responsáveis pela sustentação e manutenção do Império e do regime escravocrata. O Partido Conservador (1836) defendia um regime forte, com autoridade concentrada na monarquia e pouca liberdade às províncias (Estados). O Partido Liberal (1837) defendia o
  • 5. 4 fortalecimento do parlamento e uma maior autonomia nas províncias. Ambos eram escravistas, porém os liberais defendiam um processo lento e gradual que levaria a abolição. O escasso conflito ideológico devia-se a que tanto conservadores como liberais pertenciam à mesma classe social: a dos proprietários de bens e de escravos. 3. O Brasil no início da República A Proclamação da República (1889) fortaleceu o surgimento de partidos republicanos cada um defendendo suas províncias. Neste período se destacaram os Partidos Republicanos de São Paulo e Minas Gerais que através da Política do Café-com-Leite se alternaram na presidência do país. A Revolução de 1930 pôs fim a essa política dando inicio a Era Vargas. Os Partidos Republicanos PRP (São Paulo), PRR (Rio Grande do Sul) e PRM (Minas Gerais), cada um com seu estatuto próprio marcaram o fortalecimento dos coronéis, com o poder regionalizado. Tiveram como principais lideranças: Júlio de Castilhos, Borges de Medeiros, Venâncio Aires, Pinheiro Machado, Demétrio Ribeiro, Ramiro Barcelos, Assis Brasil, José Montaury, Osvaldo Aranha, José Antônio Flores da Cunha e Getúlio Vargas. O Partido Federalista do Rio Grande do Sul (PFR) foi fundado em 1892 por Gaspar Silveira Martins. Também conhecidos como maragatos. Defendiam o federalismo e o parlamentarismo e uma ampla revisão da Constituição do Rio Grande do Sul de 1891 (de orientação positivista). Os maragatos eram inimigos ferrenhos dos pica-paus (como chamavam os membros do PRR, que depois ficaram conhecidos por chimangos). Desta disputa ocorreram duas guerras civis no estado: a Revolução Federalista (1893) e a Revolução de 23 (1923). Eram identificados pelo uso do lenço vermelho. As principais lideranças maragatas foram: Gaspar Silveira Martins, Assis Brasil (ex-PRR), Raul Pilla, Gumercindo Saraiva e João Nunes da Silva Tavares. Em 1928, foi fundado o Partido Libertador (PL) que substituiria o PFR. 4. Surgimento de Partidos Ideológicos O início do século XX assistiu ao surgimento de correntes ideológicas extremistas em todo o mundo. No Brasil dois partidos concentraram essas ideologias. Partido Comunista do Brasil (PCB) fundado em 1922, ligado a III Internacional Comunista. Seu principal líder foi o gaúcho Luís Carlos Prestes. O PCB foi responsável pela fracassada tentativa de Golpe de Estado com a Intentona Comunista de 1935 que ocasionou a morte de inúmeros inocentes e seus principais líderes foram presos. Durante a Era Vargas o partido esteve a maior parte do tempo na ilegalidade. Após o Movimento Revolucionário de 31 de Março de 1964 seus integrantes caíram na clandestinidade fugindo do país ou aderindo a grupos guerrilheiros. No início dos anos 1980, o partido retornou a legalidade, porém dividido em Partido Comunista Brasileiro (PCB) e Partido Comunista do Brasil (PC do B). O primeiro de orientação soviética e o segundo de orientação chinesa. Ação Integralista Brasileira (AIB) foi fundada em 1932. Inspirada no Movimento Fascista italiano de Mussolini foi liderada por Plínio Salgado. Algum tempo depois, muitos de seus integrantes ingressaram no PRP. Atualmente, a FIB (Frente Integralista Brasileira) representa os ideais integralistas no Brasil. No Congresso Integralista de 2004, os
  • 6. 5 representantes brasileiros afirmaram que o objetivo do grupo é “o combate ao materialismo oriundo tanto do capitalismo assim como do comunismo, além da necessidade de uma reforma espiritual do homem brasileiro”. Estado Novo (1937-1945) comandado por Getúlio Vargas basicamente proibiu os partidos políticos. Eles retornaram com a redemocratização em 1945. Neste período se destacaram o PSD e o PTB, porém a UDN foi um importante partido de direita no período. Partido Social-Democrático (PSD) foi fundado por aliados de Getúlio Vargas, em 1945. O partido concentrava as alas mais conservadoras aliadas ao governo Vargas. Foi um importante partido de sustentação a Getúlio e Ideologicamente era o principal representante da social democracia no país. O partido sempre obteve maioria no Congresso. Elegeu dois presidentes do Brasil: o General Eurico Gaspar Dutra (1946-1950) e Juscelino Kubitschek (1956-1960). Suas principais lideranças foram: Juscelino Kubitschek, General Eurico Gaspar Dutra, Tancredo Neves, Marechal Henrique Teixeira Lott, Cristiano Machado, Ulysses Guimarães, Walter Só Jobim (governador do RS), José Sarney e Ildo Meneguetti. . O partido foi extinto pelo Ato Institucional Número 2 de 1965 e retornou a ativa na década de 1980, sendo em 2003 incorporado ao PTB. Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) foi fundado por Getúlio Vargas em1945. A base eleitoral do partido era formada por trabalhadores urbanos. O PTB tinha forte penetração nos sindicatos. Seu principal ideólogo foi o gaúcho Alberto Pasqualini. Dois presidentes da República foram do PTB: Getúlio Vargas (1951-1954), eleito democraticamente e João Goulart (1961-1962), eleito como vice-presidente de Jânio Quadros (1960), com a renúncia deste, assumiu a presidência. Jango também havia sido eleito vice de JK em 1955. Ideologicamente o PTB aliava traços nacionalistas, positivistas e sociais democratas. Desde sua fundação até 1964 era o partido brasileiro mais à esquerda da política nacional, constantemente era acusado de comunista pelos adversários. Defendia a reforma urbana, reforma agrária, reforma do ensino superior, o crescimento econômico e a Política Externa Independente (PEI). As suas principais lideranças foram: Getúlio Vargas, João Goulart, Alberto Pasqualini, Leonel Brizola, Sereno Chaise, Ernesto Dorneles, Itamar Franco e Pedro Simon. Em 1981 o PTB foi refundado por Ivete Vargas, sobrinha de Getúlio. Partido de Representação Popular (PRP) foi fundado por Plínio Salgado em 1945. Reunia antigos membros da AIB (Ação Integralista Brasileira). Sua ideologia era de orientação nacionalista de extrema direita. Apesar de sempre ter representantes no Congresso Nacional tinha mais força nos Estados do Sul o Brasil. Em 1955, Plínio Salgado concorreu à Presidência, na eleição vencida por Juscelino Kubitschek do PSD. O partido foi extinto em 1965 pelo Ato Institucional número 2 (AI-2). A maioria dos seus integrantes passou para a ARENA (Aliança Renovadora Nacional). União Democrática Nacional (UDN) foi fundada em 1945. Reunia antigos políticos de oposição ao Governo Vargas. Partido de orientação conservadora de direita. Congregava setores da burguesia e da classe média urbana. Seus integrantes eram representantes das antigas oligarquias regionais que comandavam os Estados nos períodos anteriores (coronéis). Era favorável ao capital estrangeiro e à iniciativa privada, sendo radicalmente contrária à Reforma Agrária e a políticas populares. Defendiam a propriedade privada e o grande latifúndio. Em 1961, fez parte do grupo que tentou impedir a posse de João Goulart. A UDN apoiou a candidatura vitoriosa de Jânio Quadros à presidência. Apesar de ter formado a base de apoio ao Golpe Militar de 1964, o partido foi extinto em 1965 pelo Ato Institucional número 2 (AI-2) e seus integrantes passaram para a ARENA, partido de sustentação da ditadura. As principais lideranças udenistas foram Aureliano Chaves, Carlos
  • 7. 6 Lacerda, Abreu Sodré, Antônio Carlos Magalhães (ACM), Raul Pilla, Daniel Krieger, Adhemar de Barros, José Sarney e Eduardo Gomes. Partido Trabalhista Nacional (PTN) foi fundado por Romeu Campos Vidal em 1945. Reunia dissidentes do PTB. O partido foi extinto em 1965 pelo Ato Institucional número 2 (AI-2). E seus integrantes passaram para a ARENA e o MDB. Elegeu como presidente da República o senhor Jânio Quadros (1961) que renunciou após 9 meses de mandato, assumindo em seu lugar o vice João Goulart do PTB. O partido retornou em 1995 com o número 19. Partido Socialista Brasileiro (PSB) foi fundado em 1947 por ocasião da II Convenção Nacional da Esquerda Democrática. O PSB procurou situar-se entre o socialismo marxista e a socialdemocracia, portanto, surgiu como uma alternativa ao PCB e ao PTB. Era anti- getulista. Ideologicamente defendia transformação da estrutura da sociedade, incluída a gradual e progressiva socialização dos meios de produção, que deveria se realizar dentro das regras da luta democrática e liberal. Suas principais lideranças foram João Mangabeira, Hermes Lima, Domingo Velasco, Rubem Braga, José Lins do Rego, Antônio Cândido, Sérgio Buarque de Holanda. Na década de 1950, enfrentou forte crise que resultou na expulsão de lideranças identificadas com Jânio Quadros. Partido Social Progressista (PSP) foi fundado por Adhemar de Barros em 1946. Era resultado da fusão do PRP (de Adhemar), PAN e PPS. Foi um partido muito forte em São Paulo onde Adhemar de Barros elegeu-se governador. O partido foi extinto em 1965 pelo Ato Institucional número 2 (AI-2). Seus integrantes passaram para a ARENA e o MDB. Teve um presidente da República, o senhor Café Filho (1954-1955), que assumiu após a morte de Getúlio Vargas. Em 1989, o candidato Marronzinho concorreu à presidência da República pelo partido. 5. Partidos Políticos Durante o Bipartidarismo (1966-1979) Após o Movimento Revolucionário de 1964, os partidos políticos foram novamente proibidos. O Ato Institucional número 1 cassou os direitos civis de 100 pessoas, a maioria políticos, o que enfraqueceu em demasia a composição dos partidos. Em 1966, com o lançamento do AI-2, foi instituído o Bipartidarismo, onde a situação se organizou em torno da ARENA e a oposição ingressou no MDB. Aliança Libertadora Nacional (ARENA) foi fundada em 1966 como consequência do Movimento Revolucionário de 1964. Reunia ex-integrantes da UDN, do PTN e do PSD. O partido era formado por setores conservadores da sociedade brasileira. Sua orientação ideológica era de extrema direita. A ARENA teve quatro presidentes militares do Brasil: Costa e Silva (1967-1969), Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), Ernesto Geisel (1974- 1979) e João Figueiredo (1979-1985). Durante o Governo Militar os presidentes eram eleitos indiretamente. Principais lideranças arenistas foram Daniel Krieger (ex-UDN), Adhemar de Barros (ex-PSP), Delfin Neto, Paulo Maluf, José Sarney (foi presidente do partido), Aureliano Chaves, Pedro Aleixo, Nelson Marchesan, Marco Maciel, Jarbas Passarinho, Antônio Carlos Magalhães (ACM), Fernando Collor de Mello, Jorge Bornhausen, Espiridião Amim, Jair Soares e Roberto Campos. Com a abertura em 1979, o partido se dividiu em PDS (com o número 11) e depois mudou de nome para PPB e depois para PP, como hoje é conhecido e PFL (com o número 25) que depois mudou de nome para DEM. Movimento Democrático Brasileiro (MDB) foi fundado em 1966 como consequência do Movimento Revolucionário de 1964. Reunia ex-integrantes da PTB e de outros partidos contrários ao Governo. O partido era formado por setores liberais da sociedade brasileira. Porém, eram poucos os representantes das classes operárias, já que a maioria havia sido
  • 8. 7 cassada ou presa. O MDB era o único partido autorizado a fazer oposição ao regime. As principais lideranças do MDB foram Tancredo Neves, Ulysses Guimarães (ambos ex-PSD), Mário Covas (ex-PST), Franco Montoro (ex-PDC), Fernando Henrique Cardoso, Pedro Simon (ex-PTB), Itamar Franco e Márcio Moreira Alves (para muitos seu discurso quando candidato ao governo da Guanabara em 1968, foi responsável pelo lançamento do AI-5). Em 1980, com a abertura política, o partido foi rebatizado de PMDB, com o número 15. Em 1988, após a Constituição, o partido se dividiu em PMDB e PSDB (este com o número 45). 6. Partidos Políticos Nascidos do Pluripartidarismo (após 1979) Em 1979, após a Anistia, os partidos políticos foram autorizados a funcionar. Nasceu assim, a maioria dos partidos que hoje estão em atividade. Muitos partidos mudaram o nome, cores e bandeiras, porém seus números se mantêm os mesmos. Partido Democrático Social (PDS) foi fundado em 1980. Sucedeu a ARENA. O PDS manteve as alas arenistas mais conservadores e reacionárias, já que as alas mais liberais fundaram o PFL. O Partido tinha número 11. Em 1995, o partido mudou para Partido Progressista Brasileiro (PPB). Em 2003, mudou novamente de nome, desta vez para Partido Progressista (PP). Principais lideranças do grupo são Paulo Maluf, José Otávio Germano, João Dibb, Mônica Leal (filha de Pedro Américo Leal, líder da ARENA e do PDS no RS), Ana Amélia Lemos, Mano Changes e Jair Soares. Partido Democrata Trabalhista (PDT) o partido foi fundado por Leonel Brizola em 1980. Congregando a grande maioria dos políticos do antigo PTB que retornavam do exílio. O PDT adotou a mesma base ideológica da antiga sigla, sendo um defensor do trabalhismo. Ideologicamente se aproxima do pensamento socialdemocrata. É contrário ao neoliberalismo. Partido tem o número 12 e suas principais lideranças são Leonel Brizola, Carlos Araújo, Vieira da Cunha, Cristóvão Buarque, José Fortunati, Marcello Alencar, Darcy Ribeiro, Alceu Collares, Jaime Lerner (ex-governador do Paraná) e Paulinho da Força (Força Sindical). Partido dos Trabalhadores (PT) o partido foi fundado em 1980. Um dos mais importantes partidos de esquerda da América Latina, o Partido dos Trabalhadores surgiu da luta sindical e operária, quando lutava por uma maior participação popular na política. Ideologicamente é identificado com partidos socialistas e socialdemocratas, porém critica a ambos por não apresentarem alternativas para a superação do neoliberalismo, sua principal meta. Partido tem número 13. Suas principais lideranças são Luís Inácio Lula da Silva (presidente do Brasil 2003-2010), Dilma Rousseff, Tarso Genro, Aloizio Mercadante, Olívio Dutra, Raul Pont, Paulo Paim, Ideli Sartori (SC), Eduardo Suplicy, Marta Suplicy, Vicentinho (CUT), José Dirceu, Antônio Palocci e Marco Maia. Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) foi refundado por Ivete Vargas, sobrinha de Getúlio, após uma briga judicial envolvendo ela e Leonel Brizola, pois ambos se diziam herdeiros do partido. O Partido utiliza o número 14. Desde sua refundação, em 1980, o partido tem demonstrado certa autonomia nos Estados, porém, impreterivelmente o partido está aliado ao poder. O partido é rotulado como legenda de aluguel, pois abriga políticos (candidatos) sem identificação ideológica com o partido. Principais lideranças do partido são Roberto Jefferson, Sérgio Zambiazzi, Romeu Tuma, Epitáfio Cafeteira, Fernando Collor, Gim Argelo,
  • 9. 8 César Busato, Cássia Carpes e Irandir Pietroski. Hoje o partido pouco tem em comum com PTB anterior ao Governo Militar. Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) foi fundado em 1980 por integrantes do MDB. Desde a abertura política é o partido brasileiro com o maior número de filiados. Desde o fim do Governo Militar o partido comanda pelo menos uma das casas do Congresso, em alguns momentos comandou as duas (Câmara e ou Senado). Ideologicamente é um partido neoliberal. Defende a democracia e a livre iniciativa. É um partido essencialmente burguês. O Partido usa o número 15. Suas principais lideranças são Itamar Franco (presidente do Brasil 1992-1994), Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, José Sarney (presidente do Brasil 1986-1990), Michel Temer, Teotônio Vilela, Pedro Simon, José Fogaça, Germano Rigotto, Nelson Azevedo Jobim, Roseana Sarney, Sérgio Cabral, Edison Lobão, Hélio Costa, Renan Calheiros, Eliseu Padilha, Orestes Quércia e Ibsen Pinheiro. Partido da Frente Liberal (PFL) foi fundado em 1985. O partido surgiu da ruptura que ocorreu na ARENA, onde as alas mais liberais do partido optaram por não integrar o PDS. Surgia, assim, a Frente Liberal. Se a ideologia do partido é conservadora, suas práticas econômicas são neoliberais. O partido usa o número 25. Suas principais lideranças são Marco Maciel, Onyx Lorenzoni, Antônio Carlos Magalhães (ACM), Roseana Sarney, Sílvio Santos, João Lobo, João Alves Filho, Jaime Lerner, Carlos Chiarelli, César Maia, Afif Domingos, Gilberto Kassab, ACM Neto e José Agripino Maia. Em 2007, o partido mudou de nome para Democratas (DEM). Partido Social Democrata Brasileiro (PSDB) foi fundado em 1988 por dissidentes do PMDB. Defende a democracia, a descentralização administrativa, o crescimento econômico sustentável e uma ampla reforma política que reforce os partidos políticos. Apesar de seu nome, ideologicamente defende o neoliberalismo. O partido usa o número 45. Principais lideranças do grupo são Fernando Henrique Cardoso (presidente do Brasil 1995-2002), José Serra, Geraldo Alckmin, Aécio Neves, Yeda Crusius, Teotônio Vilela Filho, Franco Montoro, Pimenta da Veiga, Eduardo Azeredo, José Richa, Artur da Távola, Arthur Virgílio, Afonso Arinos, Renan Calheiros e Tasso Jereissati. Partido Socialista Brasileiro (PSB) originalmente foi fundado em 1947, foi refundado em 1985. Resgatando o mesmo programa partidário de sua fundação. Representa uma alternativa entre os partidos socialistas radicais e a socialdemocracia. Partido tem o número 45. Suas principais lideranças são Rubem Braga, Antônio Houaiss, Arthur Virgílio Neto, José Bisol, Miguel Arraes, Luiza Erundina, Ciro Gomes, Patrícia Saboya, Anthony Garotinho (2000-2003), Beto Albuquerque e Eduardo Campos. Partido Popular Socialista (PPS) foi fundado em 1992 por dissidentes do PCB, que, após o fim da Guerra Fria, buscavam criar uma terceira via política. Ideologicamente o partido se aproxima de ideais socialdemocratas. O partido tem o número 23 e suas principais lideranças são Roberto Freire, Rubens Bueno, Paulo Odone, Antônio Brito, Soninha Francine, Lars Grael, Denise Brossard e Fernando Sant’Anna (presidente de honra). Partido Socialismo e Liberdade (PSol) foi fundado em 2004 por ex-integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e de outros partidos de esquerda descontentes com a política econômica de Lula. O PSol abriga diversas correntes ideológicas de esquerda ligadas ao
  • 10. 9 movimento sindical, inclusive trotskistas e comunistas. Defende interesses ligados às classes trabalhadoras (operários e camponeses). O partido utiliza o número 50 e suas principais lideranças são Heloisa Helena, Babá, João Fontes, Roberto Robaina, Luciana Genro, Ivan Valente, Fernanda Melchiona e Pedro Ruas. Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi fundado em 1922 e mantem a base ideológica construída em sua fundação, porém tendo perdido muito de sua força ao longo dos últimos anos, principalmente após a queda do socialismo soviético em 1990. Devido a divergências internas, o partido foi dividido em PCB e PC do B. Partido utiliza o número 21. Principais lideranças do grupo são Luís Carlos Prestes, Oscar Niemayer, Roberto Freire (depois fundou o PPS), Ivan Pinheiro, Ziraldo, Horácio Macedo e Raimundo Jinkings. Partido Comunista do Brasil (PC do B) foi fundado em 1922. Existiu por 60 anos na clandestinidade devido à perseguição política. Com o fim do Governo Militar em 1985, voltou a legalidade. É menos radical que o PCB. Ideologicamente, o PCdoB guia-se pela teoria científica de Marx, Engels e Lênin e desenvolvida por outros revolucionários. Procura aplicá- la criativamente à realidade do Brasil e desenvolvê-la sem cessar. Defende um Brasil socialista, democrático e soberano. Partido usa o número 65. Suas principais lideranças são Raul Carrion, Manuela D’Avila, Aldo Rebelo, Renato Rabelo, Netinho de Paula, Sandra Vital, Orlando Silva, Inácio Arruda (CE) e Alice Portugal. Partido Verde (PV) fundado em 1986 por ambientalistas. É considerado um partido de centro. Defende o federalismo, o parlamentarismo, o ambientalismo e o desenvolvimento sustentável. Historicamente defende a legalização do aborto e das drogas. Utiliza o número 43. Suas principais lideranças: Fernando Gabeira, Gilberto Gil, Alfredo Sirkis, José Sarney Filho, Edson Pereira (RS) e José Luiz de França Penna. Partido da República (PR) resultou da fusão entre o Partido Liberal (PL) e o Partido da Reedificação da Ordem Nacional (PRONA). O partido adotou praticamente a mesma base ideológica do PL. Assim, defende o liberalismo-social. É um partido de centro-direita. Utiliza o número 22. Principais lideranças do grupo: Inocêncio Oliveira, Blairo Maggi (MT), Magno Malta, Anthony Garotinho e Sérgio Vitor Temer. Partido Republicano Brasileiro (PRB) foi fundado em 2003. Defende a cidadania, os direitos humanos, direitos das mulheres e das crianças e adolescentes. O partido usa o número 10. Partido com forte presenta de integrantes da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Principais lideranças: Marcelo Crivella (IURD), Leo Vivas, Waldir Canal (RS) e Roberto Mangabeira Unger. Partido da Reconstrução Nacional (PRN) foi fundado em 1985 com o nome de Partido da Juventude (PJ), em 1989 foi renomeado para PRN, ano em que elegeu Fernando Collor de Mello presidente do Brasil. Partido usa o número 36. Teve dois presidentes da república: Fernando Collor de Mello (1990-1992) e Itamar Franco (1992-1994) que em 1992, após o impeachment de Collor, transferiu-se para o PMDB. Hoje o partido chama-se Partido Trabalhista Cristão (PTC). Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) o partido foi fundado em 1994. É o representante nacional da LIT-QI (Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta
  • 11. 10 Internacional) que fundou o partido por suas divergências com o Partido dos Trabalhadores (PT). Ideologicamente é um partido socialista de extrema esquerda e identificado com os ideais trotskistas e leninistas. Defende o Internacionalismo. Apesar de socialista, discorda do socialismo stalinista da antiga URSS. Partido utiliza o número 16. Principais lideranças: José Maria, Júlio Flores, Vera Guasso, Vanessa Portugal (MG) e Ciro Garcia (ex-PT, ex-dirigente da CUT). Partido da Causa Operária (PCO) foi fundado em 1997 por integrantes da corrente Causa Operária do Partido dos Trabalhadores que foram expulsos do PT. Partido de extrema esquerda. Considera o PSol e o PSTU partidos burgueses. Partido usa o número 29. Principais lideranças: Rui Costa Pimenta (fundador e presidente), José Avelar (ES) e Lourdes Sarmento (PB). Partido da Reedificação da Ordem Nacional (PRONA) foi fundado por Enéias Carneiro (1938-2007) em 1989. O partido tinha fortes traços fascistas e ultranacionalistas. Defendia o patriotismo, o desenvolvimento de armas nucleares e a adoção de uniforme obrigatório em escolas públicas. Enéias foi candidato à presidência do Brasil por três vezes (1989,1994 e 1998). Em 2002, foi eleito deputado federal por São Paulo alcançando a marca de 1,57 milhão de votos, um recorde. O partido utilizava o número 56. Fundiu-se com Partido Liberal (PL) dando origem ao Partido da República (PR) com o número 22. Existem ainda mais partidos, os de menor expressão são muitas vezes chamados de Partidos Nanicos. Abaixo temos a tabela do TSE com os Partidos registrados: 0001 SIGLA NOME DEFERIMENTO PRESIDENTE NACIONAL Nº 1 PMDB PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO 30.6.1981 MICHEL MIGUEL ELIAS TEMER LULIA 15 2 PTB PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO 3.11.1981 CRISTIANE BRASIL 14 3 PDT PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA 10.11.1981 CARLOS LUPI 12 4 PT PARTIDO DOS TRABALHADORES 11.2.1982 RUI GOETHE DA COSTA FALCAO 13 5 DEM DEMOCRATAS 11.9.1986 JOSÉ AGRIPINO MAIA 25 6 PCdoB PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL 23.6.1988 LUCIANA BARBOSA DE OLIVEIRA SANTOS 65 7 PSB PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO 1°.7.1988 CARLOS ROBERTO SIQUEIRA DE BARROS 40 8 PSDB PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA 24.8.1989 AÉCIO NEVES DA CUNHA 45 9 PTC PARTIDO TRABALHISTA CRISTÃO 22.2.1990 DANIEL S. TOURINHO 36
  • 12. 11 10 PSC PARTIDO SOCIAL CRISTÃO 29.3.1990 EVERALDO DIAS PEREIRA 20 11 PMN PARTIDO DA MOBILIZAÇÃO NACIONAL 25.10.1990 TELMA RIBEIRO DOS SANTOS 33 12 PRP PARTIDO REPUBLICANO PROGRESSISTA 29.10.1991 OVASCO ROMA ALTIMARI RESENDE 44 13 PPS PARTIDO POPULAR SOCIALISTA 19.3.1992 ROBERTO FREIRE 23 14 PV PARTIDO VERDE 30.9.1993 JOSÉ LUIZ DE FRANÇA PENNA 43 15 PTdoB PARTIDO TRABALHISTA DO BRASIL 11.10.1994 LUIS HENRIQUE DE OLIVEIRA RESENDE 70 16 PP PARTIDO PROGRESSISTA 16.11.1995 CIRO NOGUEIRA LIMA FILHO 11 17 PSTU PARTIDO SOCIALISTA DOS TRABALHADORES UNIFICADO 19.12.1995 JOSÉ MARIA DE ALMEIDA 16 18 PCB PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO 9.5.1996 IVAN MARTINS PINHEIRO* 21 19 PRTB PARTIDO RENOVADOR TRABALHISTA BRASILEIRO 18.2.1997 JOSÉ LEVY FIDELIX DA CRUZ 28 20 PHS PARTIDO HUMANISTA DA SOLIDARIEDADE 20.3.1997 EDUARDO MACHADO E SILVA RODRIGUES 31 21 PSDC PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA CRISTÃO 5.8.1997 JOSÉ MARIA EYMAEL 27 22 PCO PARTIDO DA CAUSA OPERÁRIA 30.9.1997 RUI COSTA PIMENTA 29 23 PTN PARTIDO TRABALHISTA NACIONAL 2.10.1997 JOSÉ MASCI DE ABREU 19 24 PSL PARTIDO SOCIAL LIBERAL 2.6.1998 LUCIANO CALDAS BIVAR 17 25 PRB PARTIDO REPUBLICANO BRASILEIRO 25.8.2005 MARCOS ANTONIO PEREIRA 10 26 PSOL PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE 15.9.2005 RAIMUNDO LUIZ SILVA ARAÚJO 50 27 PR PARTIDO DA REPÚBLICA 19.12.2006 ALFREDO NASCIMENTO 22 28 PSD PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO 27.9.2011 GUILHERME CAMPOS JÚNIOR, no exercício da presidência 55 29 PPL PARTIDO PÁTRIA LIVRE 4.10.2011 SÉRGIO RUBENS DE ARAÚJO TORRES 54 30 PEN PARTIDO ECOLÓGICO NACIONAL 19.6.2012 ADILSON BARROSO OLIVEIRA 51 31 PROS PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL 24.9.2013 EURÍPEDES G.DE MACEDO JÚNIOR 90
  • 13. 12 32 SD SOLIDARIEDADE 24.9.2013 PAULO PEREIRA DA SILVA 77 33 NOVO PARTIDO NOVO 15.9.2015 JOÃO DIONÍSIO FILGUEIRA B. AMOÊDO 30 34 REDE REDE SUSTENTABILIDADE 22.9.2015 GABRIELA BARBOSA BATISTA 18 35 PMB PARTIDO DA MULHER BRASILEIRA 29.9.2015 SUÊD HAIDAR NOGUEIRA 7. A Ideologia da Esquerda Uma sociedade igualitária é um sonho? Somos diferentes por natureza. A sociedade é formada por entes diferentes entre si. Como fazer entes diferentes serem iguais ou terem tratamentos iguais? Tratamento diferente não implica em privilégios ao mesmo tempo em que tratamentos iguais podem ser privilegiadores. Podemos sonhar com uma sociedade onde as diferenças entre pobres e ricos sejam menores, mas torna-las inexistentes é uma utopia. A ação das alas esquerdistas no Brasil não objetiva uma mudança gradual e constante em direção a uma melhoria das condições de vida da população menos favorecida. O que temos assistido é um bando de mercenários atuando em busca de beneficio próprio e de recursos financeiros para poder se manter no poder e continuar a usufruir de riqueza obtida através do desvio de recursos públicos que deveriam ser aplicados em benefício da população em geral. Nunca assistimos em nossa história casos de corrupção e desvio de dinheiro público como temos visto após o fim do governo do Movimento Revolucionário de 1964. Podemos contar a dedo os projetos idealizados e concretizados pelos diversos governos pós Revolução objetivando um planejamento estratégico para inserção do nosso país no rol de nações desenvolvidas. Nossas estradas estão em condições precárias, nossas ferrovias sucateadas, nossos portos são uma vergonha e nossos aeroportos não funcionam a contento. Precisamos de energia para crescer e o que tem sido feito? Vamos continuar com hidrelétricas? Vamos partir para energia alternativa e renovável? Vamos ir fundo no pré-sal? Talvez construir mais usinas nucleares? Faltam definição e ação governamental. A visão ideológica do mercado internacional é outro entrave ao nosso desenvolvimento, pois os governos de esquerda sempre se negaram a assinar acordos de livre comércio com os Estados Unidos da América e com a União Europeia. A China (Comunista) não tem esta visão equivocada e tem no mercado norte-americano a sua principal fonte de divisas. Assim ficamos à margem do comércio internacional fazendo transações sul-sul e obtendo um crescimento econômico pífio quando não um sistema recessivo. A população brasileira tem um crescimento vegetativo. É preciso oferecer a cada ano assistência pré-natal, a puericultura, a creche, a pré-escola, o ensino fundamental e o ensino médio. A alimentação escolar é deficitária pois os valores repassados são insuficientes para cobrir os custos de uma alimentação saudável: atualmente, o valor repassado pela União a estados e municípios por dia letivo para cada aluno é definido de acordo com a etapa e modalidade de ensino, ou seja: Creches: R$ 1,00; Pré-escola: R$ 0,50; Escolas indígenas e quilombolas: R$ 0,60; Ensino fundamental, médio e educação de jovens e adultos: R$ 0,30;
  • 14. 13 Ensino integral: R$ 1,00; Alunos do Programa Mais Educação: R$ 0,90 e Alunos que frequentam o Atendimento Educacional Especializado no contra turno: R$ 0,50. Imagine o malabarismo necessário para que o administrador estadual e municipal possa oferecer algo digno de ser chamada merenda escolar com estes valores. Em contra partida os presos de São Paulo possuem uma grade de alimentação com os custos baseados na tabela abaixo: Qdt. Comensais Desjejum Almoço Lanche Da Tarde Jantar Até 499 2,06 8,23 2,06 8,23 Até 999 2,02 7,86 2,02 7,86 Até 2999 2,02 7,81 2,02 7,81 Acima de 3000 1,99 7,55 1,99 7,55 Os jovens precisam ser profissionalizados, pois é urgente deixarmos a cultura da necessidade de diploma superior para ter sucesso profissional. É urgente a valorização do técnico. Se todos forem “doutores” não haverá vagas para todos da mesma maneira. A população urbana cresce e é urgente a necessidade de transporte de massa. Não se pode assistir imune ao crescimento desenfreado da frota de carros particulares devido à necessidade da maioria de se locomover para trabalhar e não contar com uma rede de trens, metrôs, ônibus, monorails e outros meios de locomoção. O que tem sido feito pelos atuais governos? Basta restringir o uso do carro particular? A violência urbana e a criminalidade existem. O que fazer? Colocar a polícia na rua com uma letalidade comparável com uma guerra civil ou planejar ação governamental integrada (Federal-Estadual-Municipal) para ir à origem do problema: a pobreza e a falta de oportunidades que assola grande parcela da população? Devemos construir mais escolas ou mais presídios? Porque os bandidos matam? Eles matam porque conhecem a legislação penal e sabem que qualquer que seja a pena ela não poderá passar de 30 anos e se ele cumprir bonitinho 1/6 (um sexto) da pena ele será colocado em liberdade! Será que a esquerda tem medo de processar e prender os bandidos? Não tem o interesse de reformar a legislação penal fazendo com que o criminoso pague integralmente pelo crime que cometeu? A impunidade é a maior incentivadora do crime. Se não há punição o crime passa a compensar! A maioria dos países desenvolvidos já pune os menores a partir dos 15 (quinze) anos de idade, pois, modernamente, os adolescentes são muito bem informados e possuem conhecimento e discernimento suficiente para distinguir ações honestas de desonestas. Nosso Estatuto do Desarmamento desarmou a população, mas manteve os bandidos armados. Não houve ação ativa para buscar e apreender e destruir as armas dos bandidos. Eles agem com a certeza de que as pessoas do bem estarão desarmadas e não poderão reagir! A estrutura administrativa, principalmente no governo do PT, foi deteriorada a tal ponto do Governo Federal chegar a ter 39 ministérios para acomodar aliados políticos. Com a crise moral, política e econômica a Presidente fez uma minirreforma ministerial, mas não extinguiu nenhum cargo. Acomodou todo mundo em outras secretarias e com outros cargos. Continuou com a mesma sobrecarga de pessoal e com a política de cessão de cargos e funções públicas em troca de apoio legislativo, tendo em vista o risco que corre de sofrer uma ação de Impeachment pelo Congresso Nacional. Dentro dos Ministérios não é possível levantar um tapete, pois toda vez que um deles é levantado tem sujeira pesada sob ele. O mais atual é a ação de máfias dentro do IBAMA e do extinto Ministério da Pesca.
  • 15. 14 A crise ética da esquerda está num nível tal que será difícil a sua sustentação no poder por mais tempo. O Ex-Presidente Lula chegou a justificar as irregularidades chamadas pedaladas fiscais alegando que foram executadas para custear programas sociais (será que os fins justificam os meios? Vamos passar a usar a usar a política de Machiavel?). A Presidente, em seu discurso, falou que não existe no Brasil pessoa com reputação ilibada para julgar o seu mandato! Será que somos todos ladrões? Será que ela não vê a roubalheira geral que existe em seu governo? Será que ela não se sente responsável, pois, de acordo com nosso presidencialismo, ela é responsável por todas as nomeações do seu Gabinete! Se os fatos tivessem acontecido no Japão alguém já teria cometido haraquiri. Se tivesse acontecido na China muita gente já teria sido executada. Mas aqui a impunidade reina! 8. Considerações finais O Regime democrático pressupõe a alternância de poder. A reeleição, em princípio, vai contra este princípio, pois o mandatário, estando no Poder, tem vantagens na disputa que seus oponentes nunca terão. Nosso sistema poderia mudar para apenas um mandato a fim de facilitar a alternância dos partidos no Governo. A função política, por ser voluntária e temporária, não pode ser encarada como uma profissão passível de direitos como a aposentadoria. O político deveria receber, ao fim de seu mandato, uma certidão de tempo de serviço para os devidos fins legais. A esquerda no poder deve encarar o mercado internacional sem viés ideológico. Precisamos vender para os mercados que demandam os nossos produtos. Acordos de livre comércio são essenciais hoje em dia, pois quase não existem acordos bilaterais e os acordos entre blocos econômicos são mais vantajosos e mais amplos. Divisas econômicas não possuem ideologia e são necessárias ao desenvolvimento do país. A Educação é a base do desenvolvimento de qualquer país. A Coreia do Sul é o exemplo de um país que ressurgiu da guerra e transformou-se em uma potência industrial cuidando prioritariamente da educação de seus jovens. Foi um Planejamento de longo prazo executado governo após governo independentemente de seu posicionamento ideológico. Os investimentos em educação são como sementes lançadas ao solo: demandam a germinação, o crescimento e a maturação para a colheita de frutos. Não podemos ficar preocupados em ensinar ideologias políticas nas escolas. Temos que formar pessoas para ocupar os postos chaves do nosso país, pessoas capacitadas e de mente aberta que possam pavimentar os caminhos para as outras gerações que virão logo atrás. Precisamos de reformas profundas e urgentes na nossa legislação em geral que atravanca as iniciativas produtivas, dificulta a participação estrangeira, propicia a impunidade e facilita a perpetuação de grupos específicos no poder. A visão míope que a esquerda tem do nosso país tem tido como consequência um atraso econômico-financeiro que demandará algumas décadas para ser tirado, desde que, a partir de uma tomada de consciência rápida e urgente, seja mudado o rumo das decisões que vem sendo tomada nas três esferas de poder.