1. ECONOMIA POLÍTICA - AULA 04
I - O Processo de Multiplicação da Moeda Escritural
II - Ativos Reais e Ativos Financeiro
III - Efeito Multiplicador da Moeda
IV - Velocidade de Circulação da Moeda
A moeda é um meio comum de troca. Serve para facilitar e acelerar as transações
econômicas. A transação econômica mais básica é a troca direta (de um produto
por outro). Se eu tiver um produto suficientemente raro de interesse de todos eles
se torna uma mercadoria - moeda: sal, peles, azeite... Os grandes produtos de
exportação gregos eram o azeite e a cerâmica.
1) Mercadoria-Moeda: o produto é reutilizado para seu trocado por algo de
interesse. Num segundo momento, as mercadorias moedas evoluem para moeda-
metal (metalismo).
2) Moeda-Metal: Para ter custo legal, pode ser espontânea (todos aceitam o ouro,
a prata ou o jade no caso da China). A homogeneidade e a fungibilidade são
vantagens da moeda-metal (ouro é ouro em qualquer lugar do mundo). A medida
que o comércio prospera, todos aceitam e querem a circulação do metal-moeda.
Salário: vem de sal
Pagar em pecunha: em dinheiro
3) Cunhagem das Moedas (monopólio do Estado): terceiro momento. A moeda se
torna abstrata. É impresso um valor que não coincide com a quantidade de ouro
em peso. O padrão passa a ser abstrato; e, não, real. O Estado precisa bancar o
valor da moeda. Existem alguns Estados cujas moedas são tão fortes que têm
curso legal em outros Estados (os gregos faziam isso). Dessa forma, algumas
moedas podem transcender às fronteiras do Estado (caso dos dobrões no séc.
XVI, XVII, da libra no séc. XIX e do dólar no séc. XX).
Oblação: oferta que será consagrada e se transformará em corpo de Cristo.
Princípio de Nominalismo: A nossa legislação diz que todas as dívidas e
obrigações devem ser pagas em moeda corrente nacional, salvo se a lei
expressamente autorizar. Exceções: contratos de câmbio, de leasing (contrato de
arrendamento mercantil inicialmente criado para grandes empresas conseguirem
estar sempre renovando a frota de carros, por exemplo) e de exportação.
2. O que faz as pessoas acreditarem no valor de uma moeda cunhada ou de um
pedaço de papel? Não se consegue obrigá-las a acreditar apenas pelo uso da
força das armas. Nos primeiros tempos, o Estado dizia que tinha um tesouro
nacional e que as moedas eram parte dele. Caso tudo desse errado, a moeda
poderia ser trocada por uma fração do tesouro nacional.
Processo de moeda baseada no lastro (tesouro nacional). Esse tipo de processo
só consegue sobreviver em uma economia simples.
Moeda-Papel: baseada na idéia de lastro. A partir de um determinado momento,
as pessoas se dão conta de que a riqueza é dinâmica, mais importante do que
concentrar as coisas é fazê-las. Se um país mobiliza melhor seus meios de
produção, ele é muito mais rico do que aqueles que detêm muito ouro, por
exemplo. Assim como não basta se ter recursos, eles devem ser devidamente
alocados, também não é suficiente se ter riqueza, pois esta precisa ser
adequadamente distribuída. Potencialidades econômicas
Papel-Moeda: noção que nasceu no século XX. O que segura uma moeda é o PIB
de seu país, a sua capacidade de produção de riquezas.
O conceito de moeda é ABSTRATO, porém, o volume de moeda circulante
precisa ter certa relação com a economia real. Se houver desequilíbrio, teremos
inflação.
OBS: a troca pura dificulta as trocas por culpa da dificuldade de reciprocidade de
interesses.
III- Processo de Multiplicação da moeda estrutural: Emissão de títulos
representativos. Algumas empresas compram e vão fracionando até chegar ao
cidadão. Quem acaba pagando, no final, somos nós. Cabe ao banco central
fiscalizar o universo de juros para que não prejudique a economia real.
Sistema de Equilíbrio: Normalmente os países desenvolvidos têm bancos de
desenvolvimento estatais e bancos comuns.
Sistema de Reservas Fracionárias: um sistema bancário mantém apenas parte de
seus depósitos como reserva. Isso ocorre, porque um Banco, por definição, opera
por um sistema de captação de poupanças e concessão de empréstimos (lei do
sistema financeiro). A diferença entre os juros pagos aos poupadores e os juros
pagos aos mutuários chama-se "spread" bancário (lucro do banco).Chama-se
Razão de Reserva a fração de depósitos que o banco mantém como reserva para
garantir eventuais inadimplementos e saques dos seus clientes. O banco não
precisa ter razão de reserva à totalidade de depósitos porque é ínfima a
possibilidade de todos os clientes retirarem todo o dinheiro concomitantemente.
3. Multiplicador de Moeda: Quantidade gerada de moeda pelo sistema bancário a
partir das suas reservas. Estas nascem de títulos emitidos pelo governo (Banco
Central). O Banco Central deve ser independente às políticas do governo.
- 3 Mecanismos do Banco Central para Controlar a Oferta da Moeda:
1) Operação de Mercado Aberto: compra e venda de títulos emitidos pelo Governo
Nacional. Essas operações são repetida continuamente. Os títulos não são
dinheiro, ,são uma representação de uma fração do tesouro nacional.
2) Depósito Compulsório ou Exigência de Reservas: é a regulamentação relativa
ao montante de reservas sobre os depósitos que os bancos devem manter. Quem
regula esse Depósito Compulsório é o Banco Central. Quando se aumenta o
depósito compulsório, se diminui a quantidade de moeda circulante e se reduz a
inflação.
3)Taxa de Redesconto: juros cobrados pelo Banco Central sobre os empréstimos
concedidos aos bancos. Também auxilia no controle da oferta da moeda.
O problema é que o Banco Central não controla todos os atores desse processo.
Em especial os depositantes e os próprios bancos. Há um tempo, no BR a
poupança bateu Record de captação. Os depositantes podem decidir depositar
mais dinheiro e isso aumenta a oferta da moeda, e, por conseqüência, o efeito
multiplicador.
Bancos com maiores reservas podem conceder mais empréstimos e aquecer a
economia. O resultado disso é inflação.
II
Ativos Reais (economia real): coisas, bens e serviços que podem proporcionar
rendimentos a seus detentores ou atender à satisfação direta de necessidades
sociais ou individuais.
Ativos Financeiros: forma de riqueza acumulada que é acumulada com meio de
acesso a outra formas de riqueza que possam atender às necessidades reais dos
agentes econômicos. Exemplos: títulos e moeda. Os ativos financeiros e os ativos
reais devem se correlacionar. A moeda é o ativo financeiro com liquidez por
excelência.
Os ativos financeiros podem ser monetários (têm liquidez absoluta e representam
entre 25 e 30% dos ativos financeiros em países capitalistas desenvolvidos) ou
quase-monetários (liquidez próxima à da moeda, mas precisam ser convertidos
em moeda e representam entre 70 e 75% dos ativos financeiros). Essa relação
4. (monetários/quase-monetários) é referente ao nível de desenvolvimento de cada
país. Quanto mais desenvolvido for, emitirá menos moedas e mais títulos. Aqueles
menos desenvolvidos não têm confiança no sistema financeiro, por isso emitem
mais moeda e menos títulos.
No Brasil os ativos financeiros quase-monetários mais comuns são: títulos da
dívida pública, certificados de depósitos de poupança, certificados de depósitos a
prazo, letras de câmbio e letras hipotecárias.