2. •A moeda é a unidade representativa de valor, aceita como
instrumento de troca. É hoje parte integrante da sociedade,
controla, interage e participa dela, independentemente da
cultura. O desenvolvimento e a ampliação das bases
comerciais fizeram do dinheiro uma necessidade. Sejam quais
forem os meios de troca, sempre se tenta basear em um valor
qualquer para avaliar outro.
3. •Em épocas de escassez de meio circulante, a sociedade
procura formas de contornar o problema (dinheiro de
emergência), o importante é não perder o poder de troca e
compra. Podem substituir o dinheiro governamental: cupons,
passes, recibos, cheques, vales, notas comerciais entre outros.
4. • O sedentarismo veio possibilitar a melhoria dos
instrumentos de trabalho e o aumento da produtividade;
•O aumento da produtividade originou o aparecimento de
excedente económico (diferença entre o que se produz e o
que se consome);
•O aparecimento do excedente económico provocou e
dinamizou o sistema de trocas. No início as trocas eram
directas, isto é, trocavam-se produtos por produtos.
5. •Dificuldade que cada pessoa sentia em encontrar outra
interessada na troca de determinados produtos;
•O facto das pessoas atribuírem valores diferentes aos produtos,
por vezes não fraccionáveis, não permitia o acordo quanto à
transacção a efectuar;
•Peso dos produtos a transportar por vezes era difícil;
•Também , a sua validade, tinha-se de trocar quando se tinha em
excesso e do tempo dos produtos da sua época;
6. •Chama-se troca indirecta quando se •Chama-se Troca directa quando, se
troca , por exemplo , uma boa troca-se, por exemplo 1Kg de
alimentação por dinheiro e visse cenouras por um 1Kg de Maças e
versa . Esta troca é a mais usada hoje visse versa.
em dia.
7. •Os obstáculos que se coloram à troca directa acabaram por
ser ultrapassados quando a moeda passou na ser utilizada
como intermediária nas trocas.
•As trocas passaram então, a ser feitas em duas fases: numa
primeira fase, o produtor troca o resultado da sua actividade
por moeda e, numa segunda fase, troca a moeda pelo
produto que pretende adquirir – é a chamada troca indirecta.
8. •A introdução da moeda no acto da troca veio
permitir o incremento da actividade comercial e da
actividade produtiva, bem como do consumo.
•A moeda pode ser definida como um bem de
aceitação generalizada que se utiliza como
intermediário nas trocas.
9. A moeda ao longo da História evoluiu
aparecendo sob diferentes formas:
•Moeda - mercadoria
•Moeda metálica
•Moeda - papel
•Moeda escritural
10. •Nas sociedades primitivas muitos foram os bens utilizados como moeda:
gado; cereais; sal , conchas; búzios; peixes, etc.
•Cada sociedade adoptava como moeda os bens relacionados com a sua
actividade principal.
•Assim, os pescadores utilizavam, como moeda, conchas, peixes ou sal; os
pastores, o gado; os agricultores os cereais, etc. era a moeda - mercadoria.
11. •Como a moeda mercadoria apresentava várias
desvantagens visto que: o gado não era divisível, tal
facto dificultava as trocas de menor valor, o peixe
estragava-se e o sal não era duradouro porque
sofria com a humidade.
•Para superar estes inconvenientes foi-se
generalizando , a utilização de metais como moeda.
13. •Com os Descobrimentos houve um
grande incremento da actividade
comercial, o que originou o transporte
de grandes quantidades de moeda,
tarefa difícil e perigosa. Para resolver
este problema os cambistas e os ourives
ao receberem as moedas guardavam-nas
e emitiam os respectivos certificados de
depósito ou letras de câmbio, de fácil
transporte, originando o aparecimento
do papel-moeda.
14. •A moeda - papel, constituída por notas de banco, foi assumindo
diferentes espécies em função em função do grau de vinculação à
moeda metálica.
•A moeda - papel, constituída por notas de banco, começou por ser
moeda representativa, pois à quantidade de notas em circulação
equivalia igual valor de ouro ou prata retido nos cofres dos bancos.
•No final do séc. XVII, esta nova forma de moeda já se tinha
generalizado em toda a Europa
15. •No séc. XVIII o Banco de Estocolmo emitiu pela primeira vez notas de
banco cujo valor era superior à quantidade de ouro retida nos seus
cofres. Surgiram assim, as primeiras emissões de moeda de papel a
descoberto, ou seja, sem igual contrapartida de ouro retido nos cofres
do banco. O valor do ouro depositado correspondia apenas a uma
parte do valor das notas emitidas. Este tipo de moeda é designado por
moeda fiduciária por se basear na confiança que os clientes
depositam nos bancos.
16. •Esta situação tornava-se arriscada para os depositantes,
na medida em que os bancos encontravam-se
incapacitados de reembolsar em ouro, em simultâneo,
todos os seus clientes.
•- No sentido de ultrapassar o problema, e já no século
XIX, os governos vão intervir no mecanismo de emissão
de moeda, confiando esta função apenas aos bancos
emissores por si controlados.
17. •Esta medida é acompanhada pela decisão de inconvertibilidade das
notas de banco em ouro, cabendo aos governos estabelecer o
valor da moeda-papel emitida, podendo este valor coincidir ou não
como valor do ouro depositado no banco emissor.
•O Estado impôs o curso forçado às notas, dispensando o banco da sua
conversão. É o aparecimento do papel-moeda, que é actualmente o
tipo de moeda de papel em circulação.
19. •Esta moeda resulta dos depósitos feitos pelos
particulares e pelas empresas nos bancos e traduz-
se nas movimentações de valores monetários feitas
pelos bancos por simples jogos de escrita nas
contas dos seus clientes. A moeda - escritural
resulta, assim, da circulação dos depósitos à
ordem.
20. •Actualmente, a circulação das quantias
depositadas nas contas à ordem dos clientes dos
bancos é processada por computador e
movimentam-se através dos seguintes
instrumentos: cheques, transferências bancárias,
cartões de débito, cartões de crédito, etc.
21. •A moeda-escritural tem-se
desenvolvido em todo o
mundo, intervindo na maior
parte dos pagamentos
efectuados, dadas as suas
enormes vantagens ao nível
da divisibilidade,
conservação e transporte.
22. •Resulta da utilização de cartões
informatizados em máquinas postas
pelos bancos á disposição dos seus
clientes em vários locais, dentro e
fora das suas instalações, como seja
na rua, nos centros comerciais, etc.
Deste modo, o possuidor de um
desses cartões, Cartão Multibanco,
poderá em qualquer dia e hora ter
acesso á sua conta bancária.
23. •Resulta de ordens dadas por computador
entre agentes económicos.
•De facto , muitas empresas dão ordens de
pagamento aos sues bancos por via
informática, já que dispõem, nas suas
instalações, um terminal num computador
que as liga directamente á sua entidade
bancária.
•Assim, através de instruções
informatizadas, os negócios efectuam-se de
forma rápida e eficaz .
24. A moeda desempenha em simultâneo várias
funções:
1. Meio de pagamento;
2. Unidade de conta ou medida de valor;
3. Reserva de valor.
25. •A função central do dinheiro é a de servir como
meio de troca. Sem dinheiro estaríamos
constantemente a procura de alguém para uma
troca directa. A moeda e então um meio de
pagamento, pois sendo aceite por todos, é
utilizada na aquisição de todos os bens.
26. •O dinheiro também é usado como unidade de
conta, a unidade com que medimos o valor das
coisas. Tal como medimos o peso em
quilogramas, medimos o valor em dinheiro, o
seu preço. O uso de uma unidade de conta
comum simplifica imenso a vida económica.
27. •O dinheiro é por vezes usado como reserva de valor. Em
comparação com activos com risco, como acções, imóveis ou
ouro, o dinheiro é relativamente seguro. Antigamente, as
pessoas possuíam numerário como uma forma segura de
riqueza. Actualmente, quando as pessoas procuram um lugar
seguro para a sua riqueza, esta é detida predominantemente
na forma de activos não monetárias, como depósitos de
poupança, acções, obrigações e imóveis.
28. •A moeda não é o único activo a desempenhar esta função;
•O ouro, as acções, as obras de arte e mesmo os imóveis
também são reservas de valor. A grande diferença entre a moeda
e as outras reservas de valor está na sua mobilização imediata do
poder de compra (maior liquidez), enquanto os outros activos
têm de ser transformados em moeda antes de serem trocados
por outro bem.
29. •Da moeda mercadoria até aos nossos dias desenvolveu-se
um longo processo de desmaterialização da moeda. Isto é, a
moeda foi perdendo o seu conteúdo material, pois passou a
ser formada por pedaços de papel impressos, legalizados pelo
Banco Central (papel-moeda) e, mais recentemente, por
meros registos contabilísticos, efectuados pelos bancos, da
circulação dos depósitos (moeda escritural), não tendo a
moeda já nenhuma realidade material.
30. •O incremento das trocas e o desenvolvimento da
actividade económica são responsáveis pelo
progressivo recurso à moeda escritural, que torna o
processo de transacção fácil e mais rápido.
31. •Actualmente, enormes quantias circulam entre
contas bancárias no mesmo país, ou entre países,
através de meios electrónicos, o que constitui mais
um passo no processo de desmaterialização da
moeda – grande parte das transacções actuais são
efectuadas através da movimentação contabilística
dos depósitos por via informática.