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ECONOMIA 1 - AULA 15
MERCADO DE BENS, MERCADOS
FINANCEIROS E MODELO IS-LM.
Profo
Marcelo de Jesus da Mata, Me.
21 de abril de 2014
1 MERCADO DE BENS
O mercado de bens trata do fluxo de bens
f´ısicos na economia. Quando os economis-
tas pensam nas varia¸c˜oes anuais da atividade
econˆomica, sua aten¸c˜ao se volta para a in-
tera¸c˜ao entre produ¸c˜ao ou produto, renda e de-
manda.
O meio usado para medir a varia¸c˜ao no
produto ´e a utiliza¸c˜ao do Produto Nacio-
nal Bruto - PNB1
ou o Produto Interno
Bruto - PIB2
. Utilizaremos doravante o PIB
1
O Produto Nacional Bruto (PNB) ´e uma express˜ao
monet´aria dos bens e servi¸cos produzidos por fatores de
produ¸c˜ao nacionais, independentemente do territ´orio
econˆomico.
A metodologia utilizada pelo Banco Mundial para
medir o PNB dos pa´ıses ´e baseada no m´etodo de con-
vers˜ao monet´aria Atlas, que atenua as flutua¸c˜oes cam-
biais ao utilizar uma m´edia dos ´ultimos 3 anos.
2
O produto interno bruto (PIB) representa a soma
(em valores monet´arios) de todos os bens e servi¸cos fi-
nais produzidos numa determinada regi˜ao (quer sejam
pa´ıses, estados ou cidades), durante um per´ıodo deter-
minado (mˆes, trimestre, ano, etc). O PIB ´e um dos
indicadores mais utilizados na macroeconomia com o
objetivo de mensurar a atividade econˆomica de uma
regi˜ao.
Na contagem do PIB, considera-se apenas bens e
servi¸cos finais, excluindo da conta todos os bens de
consumo de intermedi´ario. Isso ´e feito com o intuito
de evitar o problema da dupla contagem, quando valo-
res gerados na cadeia de produ¸c˜ao aparecem contados
duas vezes na soma do PIB.
O Produto Interno Bruto (PIB) difere do Pro-
duto Nacional Bruto (PNB) basicamente pela Renda
L´ıquida Enviada ao (ou Recebida do) Exterior (RLEE
ou RLRE): seus efeitos s˜ao desconsiderados nos
c´alculos do PIB, e considerados nos c´alculos do PNB.
Em geral, os pa´ıses desenvolvidos possuem um PNB
maior que o PIB, ao contr´ario que acontece com pa´ıses
dado que este ´e adotado pelo Brasil como me-
dida de crescimento de sua economia.
1.1 Composi¸c˜ao do PIB
O PIB ´e composto pelo consumo - C, inves-
timento - I, gastos do governo - G e as
transa¸c˜oes externas - (X − M), exporta¸c˜ao
e importa¸c˜ao respectivamente. Deste modo
PIB = Y ≡ C + I + G + (X − M)
1.2 Demanda por bens
Utilizando a hip´otese simplificadora que tudo
que ´e produzido (ofertado) ´e demandado (con-
sumido); ent˜ao Z ≡ Y , na qual Z ´e a demanda
por bens. Assim, podemos escrever Z da se-
guinte forma
Z ≡ C + I + G + (X − M)
.
Se a economia for fechada, X − M = 0;
ent˜ao,
Z ≡ C + I + G
.
Assim podemos analisar cada componente
mais detalhadamente.
em desenvolvimento. Esta renda (RLEE/RLRE) re-
presenta a diferen¸ca entre recursos enviados ao exte-
rior (pagamento de fatores de produ¸c˜ao internacionais
alocados no pa´ıs) e os recursos recebidos do exterior a
partir de fatores de produ¸c˜ao que, sendo do pa´ıs con-
siderado, encontram-se em atividade em outros pa´ıses.
1
1.2.1 Consumo (C)
A decis˜ao de consumo depende de muitos fa-
tores e o principal e a renda - Υ, mais preci-
samente, a renda dispon´ıvel - ΥD. A renda
dispon´ıvel ´e que ”sobra”depois das (+) trans-
ferˆencias governamentais e dos (−) impostos,
T.
C = C(ΥD)
Na realidade mesmo que n˜ao haja renda
dispon´ıvel h´a ainda um consumo, consumo
autˆonomo - C0. Ent˜ao,
C = C0 + C(ΥD)
que graficamente ´e da seguinte forma:
Se ΥD ≡ Υ − T; ent˜ao,
C = C0 + C(Υ − T)
1.2.2 Investimento (I)
Os modelos tˆem dois tipos de vari´aveis:
end´ogenas e ex´ogenas. O consumo visto
anteriormente ´e end´ogeno, i.e., ´e explicado
dentro do modelo. Quando uma vari´avel tem
sua caracter´ıstica explicada fora do modelo di-
zemos que ´e ex´ogena ou dada.
O investimento, por enquanto, (I) ´e uma
vari´avel ex´ogena; portanto, dada. Para faci-
litar a diferencia¸c˜ao e a identifica¸c˜ao como tal
utilizamos ¯I. Assim,
I = ¯I
1.2.3 Gasto do governo (G)
´E o terceiro componente do modelo. O gasto
do governo - G, junto com impostos - T, des-
creve a pol´ıtica fiscal do governo. E, tamb´em
s˜ao var´aveis ex´ogenas.
1.2.4 Determina¸c˜ao do produto de
equil´ıbrio
Juntando as vari´aveis, em uma economia fe-
chada - (X − M) = 0.
Z ≡ C + I + G
Substituindo C e I,
Z = C0 + C1(Υ − T) + ¯I + G
.
No inicio utilizamos a simplifica¸c˜ao ”ar-
bitr´aria”Z ≡ Υ. Na realidade ´e uma condi¸c˜ao
de equil´ıbrio entre a demanda de bens Z e a
renda agregada Υ. Ent˜ao
Υ = Z
deste modo,
Υ = C0 + C1(Υ − T) + ¯I + G
.
Graficamente,
2
2 MERCADOS FINAN-
CEIROS
Na se¸c˜ao anterior discutimos, superficialmente,
sobre o mercado de bens numa economia e seu
funcionamento; por´em, n˜ao discutimos como
isso se processa em termos financeiros. ´E o
que pretendemos nessa se¸c˜ao. O mercado fi-
nanceiro ´e provˆe meios para que a economia
circule (FLUXO CIRCULAR DA RENDA).
No entanto, s˜ao necess´arias algumas de-
fini¸c˜oes antes. A moeda ´e o meio que permite
que a economia moderna funcione. Assim, in-
troduziremos o conceito de demanda e oferta
monet´aria e como isso influencia o pre¸co da
moeda, i.e., taxa de juros - i.
Moeda ´e o meio pelo qual s˜ao efetuadas as
transa¸c˜oes monet´arias. ´E todo ativo que cons-
titua forma imediata de solver d´ebitos, com
aceitabilidade geral e disponibilidade imediata,
e que confere ao seu titular um direito de saque
sobre o produto social.
´E importante perceber que existem diferen-
tes defini¸c˜oes de “moeda”:
1. o dinheiro, que constitui as notas (geral-
mente em papel);
2. a moeda (a pe¸ca met´alica);
3. a moeda banc´aria ou escritural, admitidas
em circula¸c˜ao; e,
4. a moeda no sentido mais amplo, que sig-
nifica o dinheiro em circula¸c˜ao, a moeda
nacional.
Em geral, a moeda ´e emitida e controlada
pelo governo do pa´ıs, que ´e o ´unico que pode
fixar e controlar seu valor. O dinheiro est´a as-
sociado a transa¸c˜oes de baixo valor; a moeda
(no sentido aqui tratado), por sua vez, tem
uma defini¸c˜ao mais abrangente, j´a que engloba,
mesmo no seu agregado mais l´ıquido (M1), n˜ao
s´o o dinheiro, mas tamb´em o valor depositado
em contas correntes.
2.1 Demanda por moeda
A defini¸c˜ao de demanda por moeda ´e simi-
lar `a defini¸c˜ao de demanda por qualquer outro
bem. Ela pode ser definida como a quantidade
de riqueza que os agentes decidem manter na
forma de moeda. A maioria dos livros-texto
refere-se `a demanda por moeda como uma de-
manda por encaixes reais. Isso quer dizer que
os indiv´ıduos retˆem moeda por aquilo que ir˜ao
comprar em bens e servi¸cos, isto ´e, os agentes
econˆomicos est˜ao interessados no poder aquisi-
tivo dos encaixes monet´arios que possuem.
Tamb´em ´e praticamente consenso entre os
economistas que a demanda por moeda ´e deter-
minada basicamente pela taxa de juros (quanto
maior a taxa, menor o incentivo para reter mo-
eda), pelo n´ıvel de pre¸cos (que afetaria somente
a demanda nominal por moeda ), pelo custo
real das transa¸c˜oes (se fosse poss´ıvel transfor-
mar, imediatamente e sem custos, os fundos
em dinheiro, n˜ao seria preciso manter dinheiro,
j´a que seria poss´ıvel realizar transa¸c˜oes com
a transforma¸c˜ao do ativo rent´avel em moeda
ocorrendo somente no exato momento em que
ela se mostrasse necess´aria, o que permitiria
que o ativo ficasse mais tempo rendendo), e
pela renda. ´E importante observar que de-
manda por moeda n˜ao ´e igual `a demanda por
dinheiro. A demanda por moeda M1 pode au-
mentar e a demanda por dinheiro diminuir,
se as transa¸c˜oes forem efetuadas diretamente
entre contas banc´arias, sem necessidade de o
usu´ario sacar papel moeda.
Algebricamente a demanda por moeda pode
ser escrita da seguinte forma:
Md
= $ΥL(i)
.
E, graficamente, da seguinte forma:
3
$Υ representa da renda nominal;
L(i) representa uma fun¸c˜ao da taxa de juros,
sendo esta negativa, dado que a taxa de juros
i ´e fun¸c˜ao inversa da renda.
2.2 Taxa de Juros - i
Para a determina¸c˜ao da taxa de juros - i, so-
mente ´e adicionada a Oferta Monet´aria - Ms
.
A oferta de moeda (em inglˆes, money sup-
ply) pode ser definida como o estoque total de
moeda na economia, geralmente o estoque de
M1. Se a rela¸c˜ao (M1)/(PIB) for muito grande,
os juros tendem a cair e os pre¸cos a subir, e se
for muito pequena a tendˆencia ´e oposta. Os
bancos centrais controlam a oferta de moeda
principalmente atrav´es da altera¸c˜ao da taxa de
reservas banc´arias (uma taxa maior de reservas
banc´arias reduz a oferta de moeda) e da com-
pra e venda de t´ıtulos, mas tamb´em atrav´es do
controle da quantidade de papel moeda emi-
tido.
Algebricamente,
Ms
= M
; ent˜ao, Ms
= Md
, assim:
M = $ΥL(i)
.
E, pode ser demonstrado graficamente do se-
guinte modo:
Deste modo, se houver um aumento na renda
nominal $Υ:
Por outro lado, se houver uma queda na
renda nominal $Υ:
2.3 Pol´ıtica Monet´aria - Mer-
cado Aberto(Open Market)
N´os consideramos a oferta monet´aria - Ms
como dada ou ex´ogena devido ao fato da deter-
mina¸c˜ao da quantidade de moeda na economia
4
´e competˆencia exclusiva do governo via insti-
tui¸c˜oes especializadas, no caso do Brasil ´e de
responsabilidade do Banco Central do Brasil -
BACEN.
O meio mais usado para regular a quanti-
dade de moeda no mercado ´e via opera¸c˜oes de
Mercado Aberto - Open Market. Se deseja
diminuir a quantidade de moeda, emite t´ıtulos
vendendo-os; por outro lado, querendo aumen-
tar a quantidade, regata os t´ıtulos.
Essa pol´ıtica ´e usada para hora aumentar
a atividade econˆomica colocando mais moeda
na economia, hora diminuindo a quantidade
de moeda para retrair a demanda e por
consequˆencia o aumento de pre¸cos.
Aumento da Oferta Monet´aria via
compra de t´ıtulos:
Queda da Oferta Monet´aria via venda
de t´ıtulos:
3 MODELO IS-LM
O modelo IS-LM ´e o ”funcionamento”, em con-
junto, dos Mercados de Bens e Financeiros.
Primeiramente teremos que fazer uma reti-
fica¸c˜ao de simplifica¸c˜oes anteriores. Por exem-
plo, o investimento - ¯I era entendido como
ex´ogeno e dado, i.e., constante. No entanto, o
investimento depende (+) da renda (Υ) e (−)
da taxa de juros (i). Algebricamente
I = I(Υ, i)
; deste modo, o produto pode ser escrito da
seguinte forma alg´ebrica:
Υ = C(Υ − T) + I(Υ, i) + G
• Um aumento do produto leva a um au-
mento da renda Υ e tamb´em a um au-
mento da renda dispon´ıvel (Υ − T) . O
aumento da renda dispon´ıvel leva a um
aumento do consumo C.
• Um aumento do produto (Υ) tamb´em leva
a um aumento do investimento. Essa ´e a
rela¸c˜ao entre investimento e produ¸c˜ao.
Em resumo, um aumento do produto (Υ)
leva, por meio dos seus efeitos sobre o con-
sumo C e o investimento I, a um aumento da
demanda por bens Z.
O equil´ıbrio do mercado de bens ´e atingido
no ponto que a demanda por bens se iguala
5
ao produto, i.e., no ponto A, a intersec¸c˜ao de
ZZ com a reta de 45o
. O n´ıvel de produto de
equil´ıbrio ´e dado por Υ.
3.1 Curva IS - Investment & Sa-
vings
Em portuguˆes: Investimento e Poupan¸ca.
A curva IS relaciona o n´ıvel de demanda agre-
gada com o n´ıvel de taxa de juros, coeteris pa-
ribus, como gastos do governo e tributos. Por
exemplo, um aumento da taxa de juros reduz
a demanda agregada em virtude de seu efeito
sobre o consumo e investimento. Quando re-
presentamos essa rela¸c˜ao graficamente, encon-
tramos uma curva com inclina¸c˜ao decrescente.
Os graficos acima mostram, simplificada-
mente, a pol´ıtica monet´aria do governo. A
seguir mostraremos como o deslocamento da
curva IS se desloca como resultado de uma
pol´ıtica fiscal.
3.2 Curva LM - Liquidy & Mo-
ney
Em portuguˆes: Liquidez e Moeda. A Curva
LM representa o equil´ıbrio particular do Mer-
cado de Ativos. Nesse Modelo, utiliza-se a
an´alise sobre dois Ativos Financeiros (Moeda
e T´ıtulos), em que a caracter´ıstica da Moeda ´e
possuir Liquidez Absoluta; n˜ao rendendo, pois,
Juros Nominais. J´a os t´ıtulos Rendem Ju-
ros, mas tˆem Baixa Liquidez, se comparado ao
Ativo-Moeda. Supondo um dado Estoque de
Riqueza Real W
P
e que as pessoas decidam en-
tre aplicar sua Riqueza entre Moeda e T´ıtulos,
a intera¸c˜ao entre os T´ıtulos e a Moeda no Mer-
cado de Ativos ir´a determinar a Taxa de Juros
- supondo, claro, que a Base Monet´aria ´e man-
tida num dado n´ıvel.
A Oferta Total desses ativos ser´a expressa
por: Oferta de Moeda + Oferta de
T´ıtulos = Riqueza Financeira.
Ent˜ao voltemos ao mercado financeiro e para
igualdade entre oferta e demanda monet´aria:
M = $ΥL(i)
Enfatizando que um aumento da renda no-
minal $Υ aumenta a demanda por moeda M;
um aumento da taxa de juros i diminui a de-
manda por moeda M. O equil´ıbrio requer que
a oferta de moeda seja igual `a demanda por
moeda.
Para uma melhor an´alise faz-se conveniente
reescrever a equa¸c˜ao em termos reais. Assim,
6
M
P
= ΥL(i)
; portanto, a condi¸c˜ao de equil´ıbrio na qual a
oferta real de moeda (estoque de moeda em ter-
mos de bens, e n˜ao em unidades monet´arias)
seja igual `a demanda real por moeda, que de-
pende da renda real, Υ, e da taxa de juros, i.
Doravante, a rela¸c˜ao M
P
= ΥL(i) ser´a a
rela¸c˜ao LM.
Graficamente,
O equil´ıbrio dos mercados financeiros im-
plica que, quanto maior for o n´ıvel do produto,
maior ser´a a demanda por moeda e, portanto,
maior a taxa de juros de equil´ıbrio; em ou-
tras palavras, um n´ıvel de atividade maior
pressiona as taxas de juros.
No entanto, a mudan¸ca na oferta de moeda,
n˜ao importando o n´ıvel de renda, faz variar a
taxa de juros, se diminuir a oferta monet´aria a
taxa de juros sobe e vice-versa. Em resumo:
• Para uma dada oferta de moeda, o
equil´ıbrio dos mercados financeiros im-
plica que um aumento do n´ıvel de renda
(que aumenta a demanda por moeda) leva
a um aumento da taxa de juros. Essa
rela¸c˜ao ´e representada pela curva LM po-
sitivamente inclinada.
• Um aumento da oferta de moeda desloca
a curva LM para baixo; uma diminui¸c˜ao
da oferta de moeda desloca a curva LM
para cima.
3.3 Combina¸c˜ao das rela¸c˜oes IS
e LM
O equil´ıbrio do mercado de bens implica que
um aumento da taxa de juros leva a uma di-
minui¸c˜ao do produto. Isso ´e representado pela
curva IS. O equil´ıbrio dos mercados financei-
ros implica que um aumento do produto leva
7
a um aumento da taxa de juros. Isso ´e repre-
sentado pela curva LM. Somente no ponto A,
do gr´afico a seguir, que est´a nas duas curvas,
´e que o mercado de bens e os mercados finan-
ceiros alcan¸cam o equil´ıbrio.
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Economia 1 __aula_15___22_04_2014

  • 1. ECONOMIA 1 - AULA 15 MERCADO DE BENS, MERCADOS FINANCEIROS E MODELO IS-LM. Profo Marcelo de Jesus da Mata, Me. 21 de abril de 2014 1 MERCADO DE BENS O mercado de bens trata do fluxo de bens f´ısicos na economia. Quando os economis- tas pensam nas varia¸c˜oes anuais da atividade econˆomica, sua aten¸c˜ao se volta para a in- tera¸c˜ao entre produ¸c˜ao ou produto, renda e de- manda. O meio usado para medir a varia¸c˜ao no produto ´e a utiliza¸c˜ao do Produto Nacio- nal Bruto - PNB1 ou o Produto Interno Bruto - PIB2 . Utilizaremos doravante o PIB 1 O Produto Nacional Bruto (PNB) ´e uma express˜ao monet´aria dos bens e servi¸cos produzidos por fatores de produ¸c˜ao nacionais, independentemente do territ´orio econˆomico. A metodologia utilizada pelo Banco Mundial para medir o PNB dos pa´ıses ´e baseada no m´etodo de con- vers˜ao monet´aria Atlas, que atenua as flutua¸c˜oes cam- biais ao utilizar uma m´edia dos ´ultimos 3 anos. 2 O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores monet´arios) de todos os bens e servi¸cos fi- nais produzidos numa determinada regi˜ao (quer sejam pa´ıses, estados ou cidades), durante um per´ıodo deter- minado (mˆes, trimestre, ano, etc). O PIB ´e um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de mensurar a atividade econˆomica de uma regi˜ao. Na contagem do PIB, considera-se apenas bens e servi¸cos finais, excluindo da conta todos os bens de consumo de intermedi´ario. Isso ´e feito com o intuito de evitar o problema da dupla contagem, quando valo- res gerados na cadeia de produ¸c˜ao aparecem contados duas vezes na soma do PIB. O Produto Interno Bruto (PIB) difere do Pro- duto Nacional Bruto (PNB) basicamente pela Renda L´ıquida Enviada ao (ou Recebida do) Exterior (RLEE ou RLRE): seus efeitos s˜ao desconsiderados nos c´alculos do PIB, e considerados nos c´alculos do PNB. Em geral, os pa´ıses desenvolvidos possuem um PNB maior que o PIB, ao contr´ario que acontece com pa´ıses dado que este ´e adotado pelo Brasil como me- dida de crescimento de sua economia. 1.1 Composi¸c˜ao do PIB O PIB ´e composto pelo consumo - C, inves- timento - I, gastos do governo - G e as transa¸c˜oes externas - (X − M), exporta¸c˜ao e importa¸c˜ao respectivamente. Deste modo PIB = Y ≡ C + I + G + (X − M) 1.2 Demanda por bens Utilizando a hip´otese simplificadora que tudo que ´e produzido (ofertado) ´e demandado (con- sumido); ent˜ao Z ≡ Y , na qual Z ´e a demanda por bens. Assim, podemos escrever Z da se- guinte forma Z ≡ C + I + G + (X − M) . Se a economia for fechada, X − M = 0; ent˜ao, Z ≡ C + I + G . Assim podemos analisar cada componente mais detalhadamente. em desenvolvimento. Esta renda (RLEE/RLRE) re- presenta a diferen¸ca entre recursos enviados ao exte- rior (pagamento de fatores de produ¸c˜ao internacionais alocados no pa´ıs) e os recursos recebidos do exterior a partir de fatores de produ¸c˜ao que, sendo do pa´ıs con- siderado, encontram-se em atividade em outros pa´ıses. 1
  • 2. 1.2.1 Consumo (C) A decis˜ao de consumo depende de muitos fa- tores e o principal e a renda - Υ, mais preci- samente, a renda dispon´ıvel - ΥD. A renda dispon´ıvel ´e que ”sobra”depois das (+) trans- ferˆencias governamentais e dos (−) impostos, T. C = C(ΥD) Na realidade mesmo que n˜ao haja renda dispon´ıvel h´a ainda um consumo, consumo autˆonomo - C0. Ent˜ao, C = C0 + C(ΥD) que graficamente ´e da seguinte forma: Se ΥD ≡ Υ − T; ent˜ao, C = C0 + C(Υ − T) 1.2.2 Investimento (I) Os modelos tˆem dois tipos de vari´aveis: end´ogenas e ex´ogenas. O consumo visto anteriormente ´e end´ogeno, i.e., ´e explicado dentro do modelo. Quando uma vari´avel tem sua caracter´ıstica explicada fora do modelo di- zemos que ´e ex´ogena ou dada. O investimento, por enquanto, (I) ´e uma vari´avel ex´ogena; portanto, dada. Para faci- litar a diferencia¸c˜ao e a identifica¸c˜ao como tal utilizamos ¯I. Assim, I = ¯I 1.2.3 Gasto do governo (G) ´E o terceiro componente do modelo. O gasto do governo - G, junto com impostos - T, des- creve a pol´ıtica fiscal do governo. E, tamb´em s˜ao var´aveis ex´ogenas. 1.2.4 Determina¸c˜ao do produto de equil´ıbrio Juntando as vari´aveis, em uma economia fe- chada - (X − M) = 0. Z ≡ C + I + G Substituindo C e I, Z = C0 + C1(Υ − T) + ¯I + G . No inicio utilizamos a simplifica¸c˜ao ”ar- bitr´aria”Z ≡ Υ. Na realidade ´e uma condi¸c˜ao de equil´ıbrio entre a demanda de bens Z e a renda agregada Υ. Ent˜ao Υ = Z deste modo, Υ = C0 + C1(Υ − T) + ¯I + G . Graficamente, 2
  • 3. 2 MERCADOS FINAN- CEIROS Na se¸c˜ao anterior discutimos, superficialmente, sobre o mercado de bens numa economia e seu funcionamento; por´em, n˜ao discutimos como isso se processa em termos financeiros. ´E o que pretendemos nessa se¸c˜ao. O mercado fi- nanceiro ´e provˆe meios para que a economia circule (FLUXO CIRCULAR DA RENDA). No entanto, s˜ao necess´arias algumas de- fini¸c˜oes antes. A moeda ´e o meio que permite que a economia moderna funcione. Assim, in- troduziremos o conceito de demanda e oferta monet´aria e como isso influencia o pre¸co da moeda, i.e., taxa de juros - i. Moeda ´e o meio pelo qual s˜ao efetuadas as transa¸c˜oes monet´arias. ´E todo ativo que cons- titua forma imediata de solver d´ebitos, com aceitabilidade geral e disponibilidade imediata, e que confere ao seu titular um direito de saque sobre o produto social. ´E importante perceber que existem diferen- tes defini¸c˜oes de “moeda”: 1. o dinheiro, que constitui as notas (geral- mente em papel); 2. a moeda (a pe¸ca met´alica); 3. a moeda banc´aria ou escritural, admitidas em circula¸c˜ao; e, 4. a moeda no sentido mais amplo, que sig- nifica o dinheiro em circula¸c˜ao, a moeda nacional. Em geral, a moeda ´e emitida e controlada pelo governo do pa´ıs, que ´e o ´unico que pode fixar e controlar seu valor. O dinheiro est´a as- sociado a transa¸c˜oes de baixo valor; a moeda (no sentido aqui tratado), por sua vez, tem uma defini¸c˜ao mais abrangente, j´a que engloba, mesmo no seu agregado mais l´ıquido (M1), n˜ao s´o o dinheiro, mas tamb´em o valor depositado em contas correntes. 2.1 Demanda por moeda A defini¸c˜ao de demanda por moeda ´e simi- lar `a defini¸c˜ao de demanda por qualquer outro bem. Ela pode ser definida como a quantidade de riqueza que os agentes decidem manter na forma de moeda. A maioria dos livros-texto refere-se `a demanda por moeda como uma de- manda por encaixes reais. Isso quer dizer que os indiv´ıduos retˆem moeda por aquilo que ir˜ao comprar em bens e servi¸cos, isto ´e, os agentes econˆomicos est˜ao interessados no poder aquisi- tivo dos encaixes monet´arios que possuem. Tamb´em ´e praticamente consenso entre os economistas que a demanda por moeda ´e deter- minada basicamente pela taxa de juros (quanto maior a taxa, menor o incentivo para reter mo- eda), pelo n´ıvel de pre¸cos (que afetaria somente a demanda nominal por moeda ), pelo custo real das transa¸c˜oes (se fosse poss´ıvel transfor- mar, imediatamente e sem custos, os fundos em dinheiro, n˜ao seria preciso manter dinheiro, j´a que seria poss´ıvel realizar transa¸c˜oes com a transforma¸c˜ao do ativo rent´avel em moeda ocorrendo somente no exato momento em que ela se mostrasse necess´aria, o que permitiria que o ativo ficasse mais tempo rendendo), e pela renda. ´E importante observar que de- manda por moeda n˜ao ´e igual `a demanda por dinheiro. A demanda por moeda M1 pode au- mentar e a demanda por dinheiro diminuir, se as transa¸c˜oes forem efetuadas diretamente entre contas banc´arias, sem necessidade de o usu´ario sacar papel moeda. Algebricamente a demanda por moeda pode ser escrita da seguinte forma: Md = $ΥL(i) . E, graficamente, da seguinte forma: 3
  • 4. $Υ representa da renda nominal; L(i) representa uma fun¸c˜ao da taxa de juros, sendo esta negativa, dado que a taxa de juros i ´e fun¸c˜ao inversa da renda. 2.2 Taxa de Juros - i Para a determina¸c˜ao da taxa de juros - i, so- mente ´e adicionada a Oferta Monet´aria - Ms . A oferta de moeda (em inglˆes, money sup- ply) pode ser definida como o estoque total de moeda na economia, geralmente o estoque de M1. Se a rela¸c˜ao (M1)/(PIB) for muito grande, os juros tendem a cair e os pre¸cos a subir, e se for muito pequena a tendˆencia ´e oposta. Os bancos centrais controlam a oferta de moeda principalmente atrav´es da altera¸c˜ao da taxa de reservas banc´arias (uma taxa maior de reservas banc´arias reduz a oferta de moeda) e da com- pra e venda de t´ıtulos, mas tamb´em atrav´es do controle da quantidade de papel moeda emi- tido. Algebricamente, Ms = M ; ent˜ao, Ms = Md , assim: M = $ΥL(i) . E, pode ser demonstrado graficamente do se- guinte modo: Deste modo, se houver um aumento na renda nominal $Υ: Por outro lado, se houver uma queda na renda nominal $Υ: 2.3 Pol´ıtica Monet´aria - Mer- cado Aberto(Open Market) N´os consideramos a oferta monet´aria - Ms como dada ou ex´ogena devido ao fato da deter- mina¸c˜ao da quantidade de moeda na economia 4
  • 5. ´e competˆencia exclusiva do governo via insti- tui¸c˜oes especializadas, no caso do Brasil ´e de responsabilidade do Banco Central do Brasil - BACEN. O meio mais usado para regular a quanti- dade de moeda no mercado ´e via opera¸c˜oes de Mercado Aberto - Open Market. Se deseja diminuir a quantidade de moeda, emite t´ıtulos vendendo-os; por outro lado, querendo aumen- tar a quantidade, regata os t´ıtulos. Essa pol´ıtica ´e usada para hora aumentar a atividade econˆomica colocando mais moeda na economia, hora diminuindo a quantidade de moeda para retrair a demanda e por consequˆencia o aumento de pre¸cos. Aumento da Oferta Monet´aria via compra de t´ıtulos: Queda da Oferta Monet´aria via venda de t´ıtulos: 3 MODELO IS-LM O modelo IS-LM ´e o ”funcionamento”, em con- junto, dos Mercados de Bens e Financeiros. Primeiramente teremos que fazer uma reti- fica¸c˜ao de simplifica¸c˜oes anteriores. Por exem- plo, o investimento - ¯I era entendido como ex´ogeno e dado, i.e., constante. No entanto, o investimento depende (+) da renda (Υ) e (−) da taxa de juros (i). Algebricamente I = I(Υ, i) ; deste modo, o produto pode ser escrito da seguinte forma alg´ebrica: Υ = C(Υ − T) + I(Υ, i) + G • Um aumento do produto leva a um au- mento da renda Υ e tamb´em a um au- mento da renda dispon´ıvel (Υ − T) . O aumento da renda dispon´ıvel leva a um aumento do consumo C. • Um aumento do produto (Υ) tamb´em leva a um aumento do investimento. Essa ´e a rela¸c˜ao entre investimento e produ¸c˜ao. Em resumo, um aumento do produto (Υ) leva, por meio dos seus efeitos sobre o con- sumo C e o investimento I, a um aumento da demanda por bens Z. O equil´ıbrio do mercado de bens ´e atingido no ponto que a demanda por bens se iguala 5
  • 6. ao produto, i.e., no ponto A, a intersec¸c˜ao de ZZ com a reta de 45o . O n´ıvel de produto de equil´ıbrio ´e dado por Υ. 3.1 Curva IS - Investment & Sa- vings Em portuguˆes: Investimento e Poupan¸ca. A curva IS relaciona o n´ıvel de demanda agre- gada com o n´ıvel de taxa de juros, coeteris pa- ribus, como gastos do governo e tributos. Por exemplo, um aumento da taxa de juros reduz a demanda agregada em virtude de seu efeito sobre o consumo e investimento. Quando re- presentamos essa rela¸c˜ao graficamente, encon- tramos uma curva com inclina¸c˜ao decrescente. Os graficos acima mostram, simplificada- mente, a pol´ıtica monet´aria do governo. A seguir mostraremos como o deslocamento da curva IS se desloca como resultado de uma pol´ıtica fiscal. 3.2 Curva LM - Liquidy & Mo- ney Em portuguˆes: Liquidez e Moeda. A Curva LM representa o equil´ıbrio particular do Mer- cado de Ativos. Nesse Modelo, utiliza-se a an´alise sobre dois Ativos Financeiros (Moeda e T´ıtulos), em que a caracter´ıstica da Moeda ´e possuir Liquidez Absoluta; n˜ao rendendo, pois, Juros Nominais. J´a os t´ıtulos Rendem Ju- ros, mas tˆem Baixa Liquidez, se comparado ao Ativo-Moeda. Supondo um dado Estoque de Riqueza Real W P e que as pessoas decidam en- tre aplicar sua Riqueza entre Moeda e T´ıtulos, a intera¸c˜ao entre os T´ıtulos e a Moeda no Mer- cado de Ativos ir´a determinar a Taxa de Juros - supondo, claro, que a Base Monet´aria ´e man- tida num dado n´ıvel. A Oferta Total desses ativos ser´a expressa por: Oferta de Moeda + Oferta de T´ıtulos = Riqueza Financeira. Ent˜ao voltemos ao mercado financeiro e para igualdade entre oferta e demanda monet´aria: M = $ΥL(i) Enfatizando que um aumento da renda no- minal $Υ aumenta a demanda por moeda M; um aumento da taxa de juros i diminui a de- manda por moeda M. O equil´ıbrio requer que a oferta de moeda seja igual `a demanda por moeda. Para uma melhor an´alise faz-se conveniente reescrever a equa¸c˜ao em termos reais. Assim, 6
  • 7. M P = ΥL(i) ; portanto, a condi¸c˜ao de equil´ıbrio na qual a oferta real de moeda (estoque de moeda em ter- mos de bens, e n˜ao em unidades monet´arias) seja igual `a demanda real por moeda, que de- pende da renda real, Υ, e da taxa de juros, i. Doravante, a rela¸c˜ao M P = ΥL(i) ser´a a rela¸c˜ao LM. Graficamente, O equil´ıbrio dos mercados financeiros im- plica que, quanto maior for o n´ıvel do produto, maior ser´a a demanda por moeda e, portanto, maior a taxa de juros de equil´ıbrio; em ou- tras palavras, um n´ıvel de atividade maior pressiona as taxas de juros. No entanto, a mudan¸ca na oferta de moeda, n˜ao importando o n´ıvel de renda, faz variar a taxa de juros, se diminuir a oferta monet´aria a taxa de juros sobe e vice-versa. Em resumo: • Para uma dada oferta de moeda, o equil´ıbrio dos mercados financeiros im- plica que um aumento do n´ıvel de renda (que aumenta a demanda por moeda) leva a um aumento da taxa de juros. Essa rela¸c˜ao ´e representada pela curva LM po- sitivamente inclinada. • Um aumento da oferta de moeda desloca a curva LM para baixo; uma diminui¸c˜ao da oferta de moeda desloca a curva LM para cima. 3.3 Combina¸c˜ao das rela¸c˜oes IS e LM O equil´ıbrio do mercado de bens implica que um aumento da taxa de juros leva a uma di- minui¸c˜ao do produto. Isso ´e representado pela curva IS. O equil´ıbrio dos mercados financei- ros implica que um aumento do produto leva 7
  • 8. a um aumento da taxa de juros. Isso ´e repre- sentado pela curva LM. Somente no ponto A, do gr´afico a seguir, que est´a nas duas curvas, ´e que o mercado de bens e os mercados finan- ceiros alcan¸cam o equil´ıbrio. 8