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A poesia de João Cabral de Melo Neto
              Manoel Neves
A POESIA
terceira geração do modernismo brasileiro
DIRETRIZES GERAIS DA POESIA
            terceira geração do modernismo brasileiro

                           renovação estética
uso da métrica e da rima           dicção clássica           volta do soneto


       valorização da técnica da composição
    metalinguagem                 perfeição formal         linguagem elaborada


ampliação do poder de significação da palavra
   recursos sonoros           intertextualidade clássica    culto da metáfora
JOÃO CABRAL DE MELO NETO
terceira geração do modernismo brasileiro
JOÃO CABRAL DE MELO NETO
        terceira geração do modernismo brasileiro

    poesia substantiva: vocabulário objetivo e preciso;
        traço formalizante: estilo culto e elevado;
         a linguagem é vista como instrumento;
    poesia antilírica: medusamento da subjetividade;
      poesia antimusical: prosificação do discurso;
poesia social: denúncia do condição de vida do nordestino.
A MULHER E A CASA
                                            João Cabral de Melo Neto
        Tua	
  sedução	
  é	
  menos	
               Mesmo	
  quando	
  ela	
  possui	
                     uma	
  casa	
  não	
  é	
  nunca	
  
  de	
  mulher	
  do	
  que	
  de	
  casa:	
             tua	
  plácida	
  elegância,	
                   só	
  para	
  ser	
  contemplada;	
  
pois	
  vem	
  de	
  como	
  é	
  por	
  dentro	
       esse	
  teu	
  reboco	
  claro,	
                melhor:	
  somente	
  por	
  dentro	
  
  ou	
  por	
  detrás	
  da	
  fachada.	
              riso	
  franco	
  de	
  varandas,	
                 é	
  possível	
  contemplá-­‐la.	
  
   Seduz	
  pelo	
  que	
  é	
  dentro,	
             pelo	
  que	
  dentro	
  fizeram	
                    pelos	
  espaços	
  de	
  dentro:	
  
   ou	
  será,	
  quando	
  se	
  abra;	
           com	
  seus	
  vazios,	
  com	
  o	
  nada;	
         seus	
  recintos,	
  suas	
  áreas,	
  
   pelo	
  que	
  pode	
  ser	
  dentro	
             pelos	
  espaços	
  de	
  dentro,	
                   organizando-­‐se	
  dentro	
  
  de	
  suas	
  paredes	
  fechadas;	
              não	
  pelo	
  que	
  dentro	
  guarda;	
               em	
  corredores	
  e	
  salas,	
  
                         os	
  quais	
  sugerindo	
  ao	
  homem	
   exercem	
  sobre	
  esse	
  homem	
  
                               estâncias	
  aconchegadas,	
                     efeito	
  igual	
  ao	
  que	
  causas:	
  
                                 paredes	
  bem	
  revesGdas	
                     a	
  vontade	
  de	
  corrê-­‐la	
  
                             ou	
  recessos	
  bons	
  de	
  cavas,	
            por	
  dentro,	
  de	
  visitá-­‐la.	
  
        lirismo	
  amoroso:	
  a	
  temáGca	
  amorosa	
  é	
  apresentada	
  de	
  forma	
  impassível,	
  distanciada;	
  
          [ao	
  invés	
  do	
  transbordamento	
  lírico,	
  elege-­‐se	
  uma	
  metáfora	
  concreta:	
  mulher-­‐casa]	
  
        aspectos	
  formais:	
  oito	
  quadras	
  heptassílabas;	
  rimas	
  toantes;	
  prosificação	
  do	
  discurso.	
  
TECENDO A MANHÃ
                                          João Cabral de Melo Neto
                                           Um	
  galo	
  sozinho	
  não	
  tece	
  uma	
  manhã:	
  	
  
                                            ele	
  precisará	
  sempre	
  de	
  outros	
  galos.	
  	
  
                                            De	
  um	
  que	
  apanhe	
  esse	
  grito	
  que	
  ele	
  	
  
                                               e	
  o	
  lance	
  a	
  outro;	
  de	
  um	
  outro	
  galo	
  	
  
                                            que	
  apanhe	
  o	
  grito	
  de	
  um	
  galo	
  antes	
  	
  
                                               e	
  o	
  lance	
  a	
  outro;	
  e	
  de	
  outros	
  galos	
  	
  
                                          que	
  com	
  muitos	
  outros	
  galos	
  se	
  cruzem	
  	
  
                                              os	
  fios	
  de	
  sol	
  de	
  seus	
  gritos	
  de	
  galo,	
  	
  
                                         para	
  que	
  a	
  manhã,	
  desde	
  uma	
  teia	
  tênue,	
  	
  
                                             se	
  vá	
  tecendo,	
  entre	
  todos	
  os	
  galos.	
  
                                           E	
  se	
  encorpando	
  em	
  tela,	
  entre	
  todos,	
  	
  
                                          se	
  erguendo	
  tenda,	
  onde	
  entrem	
  todos,	
  	
  
                                            se	
  entretecendo	
  para	
  todos,	
  no	
  toldo	
  	
  
                                           (a	
  manhã)	
  que	
  plana	
  livre	
  de	
  armação.	
  	
  
                                          A	
  manhã,	
  toldo	
  de	
  um	
  tecido	
  tão	
  aéreo	
  	
  
                                            que,	
  tecido,	
  se	
  eleva	
  por	
  si:	
  luz	
  balão.	
  	
  
lirismo	
  filosófico:	
  fala-­‐se	
  de	
  modo	
  objeGvo	
  de	
  uma	
  instância	
  percebida	
  subjeGvamente	
  pelo	
  ser.	
  
   [ao	
  invés	
  de	
  falar	
  das	
  impressões	
  do	
  eu	
  acerca	
  do	
  tempo,	
  o	
  locutor	
  usa	
  imagens	
  concretas]	
  
    aspectos	
  formais:	
  prosificação	
  do	
  discurso	
  [enjambement,	
  repeGções,	
  elipses	
  e	
  zeugmas].	
  
A EDUCAÇÃO PELA PEDRA
   João Cabral de Melo Neto
       Uma	
  educação	
  pela	
  pedra:	
  por	
  lições;	
  
       para	
  aprender	
  da	
  pedra,	
  frequentá-­‐la;	
  
         captar	
  sua	
  voz	
  inenfáGca,	
  impessoal	
  
        (pela	
  de	
  dicção	
  ela	
  começa	
  as	
  aulas).	
  
         A	
  lição	
  de	
  moral,	
  sua	
  resistência	
  fria	
  
          ao	
  que	
  flui	
  e	
  a	
  fluir,	
  a	
  ser	
  maleada;	
  
       a	
  de	
  poéGca,	
  sua	
  carnadura	
  concreta;	
  
  a	
  de	
  economia,	
  seu	
  adensar-­‐se	
  compacta:	
  
        lições	
  da	
  pedra	
  (de	
  fora	
  para	
  dentro,	
  
       carGlha	
  muda),	
  para	
  quem	
  soletrá-­‐la.	
  
       Outra	
  educação	
  pela	
  pedra:	
  no	
  Sertão	
  
        (de	
  dentro	
  para	
  fora,	
  e	
  pré-­‐didáGca).	
  
        No	
  Sertão	
  a	
  pedra	
  não	
  sabe	
  lecionar,	
  
         e	
  se	
  lecionasse	
  não	
  ensinaria	
  nada;	
  
       lá	
  não	
  se	
  aprende	
  a	
  pedra:	
  lá	
  a	
  pedra,	
  
  uma	
  pedra	
  de	
  nascença,	
  entranha	
  a	
  alma.	
  
A EDUCAÇÃO PELA PEDRA
                                       João Cabral de Melo Neto
                                       antilira, aspectos formais
                                            ausência	
  de	
  métrica	
  e	
  de	
  rima;	
  
                                                    estrofação	
  irregular;	
  
 uso	
  de	
  arGculadores	
  discursivos	
  [conjunção	
  e	
  preposição]	
  que	
  afastam	
  o	
  poema	
  do	
  discurso	
  
           poéGco	
  tradicional	
  e	
  o	
  aproximam	
  do	
  discurso	
  conWnuo	
  e	
  arGculado	
  da	
  prosa	
  	
  

                                     antilira, aspectos temáticos
prosaísmo	
  [afastamento	
  dos	
  temas	
  convencionalmente	
  poéGcos	
  –	
  amor,	
  beleza,	
  senGmentos]	
  
                               defesa	
  de	
  uma	
  poesia	
  impassível,	
  conGda	
  e	
  densa	
  
CATAR FEIJÃO
                                      João Cabral de Melo Neto
                                        Catar	
  feijão	
  se	
  limita	
  com	
  escrever;	
  
                                      Jogam-­‐se	
  os	
  grãos	
  na	
  água	
  do	
  alguidar	
  
                                              E	
  as	
  palavras	
  na	
  folha	
  de	
  papel;	
  
                                           E	
  depois,	
  joga-­‐se	
  fora	
  o	
  que	
  boiar.	
  
                                       Certo,	
  toda	
  palavra	
  boiará	
  no	
  papel,	
  
                                   Água	
  congelada,	
  por	
  chumbo	
  seu	
  verbo:	
  
                                      Pois	
  para	
  catar	
  esse	
  feijão,	
  soprar	
  nele,	
  
                                       E	
  jogar	
  fora	
  o	
  leve	
  e	
  oco,	
  palha	
  e	
  eco.	
  
                                      Ora,	
  nesse	
  catar	
  feijão	
  entra	
  um	
  risco:	
  
                                      O	
  de	
  que	
  entre	
  os	
  grãos	
  pesados	
  entre	
  
                                      Um	
  grão	
  qualquer,	
  pedra	
  ou	
  indigesto,	
  
                                     Um	
  grão	
  imasGgável,	
  de	
  quebrar	
  dente	
  
                                       Certo	
  não,	
  quando	
  ao	
  catar	
  palavras:	
  
                                      A	
  pedra	
  dá	
  à	
  frase	
  seu	
  grão	
  mais	
  vivo:	
  
                                            Obstrui	
  a	
  leitura	
  fluviante	
  flutual,	
  
                                        Açula	
  a	
  atenção,	
  isca-­‐a	
  com	
  o	
  risco.	
  
lirismo	
  metalinguís4co:	
  por	
  intermédio	
  de	
  uma	
  metáfora	
  concreta,	
  alude-­‐se	
  à	
  criação	
  poéGca;	
  
  [de	
  novo,	
  a	
  pedra:	
  concentração,	
  objeGvidade,	
  densidade,	
  anGmusical,	
  anGlírico,	
  essência]	
  
                       aspectos	
  formais:	
  prosificação	
  do	
  discurso;	
  metalinguagem.	
  
MORTE E VIDA SEVERINA [fragmento]
                                        João Cabral de Melo Neto
                                                      E	
  se	
  somos	
  Severinos	
  
                                                     iguais	
  em	
  tudo	
  na	
  vida,	
  
                                                 morremos	
  de	
  morte	
  igual,	
  
                                                     mesma	
  morte	
  severina:	
  
                                               que	
  é	
  a	
  morte	
  de	
  que	
  se	
  morre	
  
                                                 de	
  velhice	
  antes	
  dos	
  trinta,	
  
                                               de	
  emboscada	
  antes	
  dos	
  vinte	
  
                                                 de	
  fome	
  um	
  pouco	
  por	
  dia	
  
                                                  (de	
  fraqueza	
  e	
  de	
  doença	
  
                                                     é	
  que	
  a	
  morte	
  severina	
  
                                                  ataca	
  em	
  qualquer	
  idade,	
  
                                                 e	
  até	
  gente	
  não	
  nascida).	
  	
  	
  
lirismo	
  social:	
  através	
  de	
  uma	
  personagem,	
  fala-­‐se	
  do	
  sofrimento	
  de	
  um	
  povo	
  –	
  o	
  nordesGno;	
  
  [a	
  personagem	
  Severino	
  vivencia	
  as	
  agruras	
  sofridas	
  pelo	
  nordesGno	
  que	
  sofre	
  com	
  a	
  seca]	
  
aspectos	
  formais:	
  musicalidade	
  popular	
  [redondilha	
  maior,	
  rimas,	
  metáforas	
  quase	
  concretas].	
  
OS REINOS DO AMARELO
                                         João Cabral de Melo Neto
     A	
  Terra	
  lauta	
  da	
  Mata	
  produz	
  e	
  exibe	
            Só	
  que	
  fere	
  a	
  vista	
  um	
  amarelo	
  outro:	
  
 Um	
  amarelo	
  rico	
  (se	
  não	
  o	
  dos	
  metais):	
            Se	
  animal,	
  de	
  homem:	
  de	
  corpo	
  humano;	
  
 O	
  amarelo	
  do	
  maracujá	
  e	
  os	
  da	
  manga,	
               De	
  corpo	
  e	
  vida;	
  de	
  tudo	
  o	
  que	
  segrega	
  
     O	
  do	
  oiG-­‐da-­‐praia,	
  do	
  caju	
  e	
  do	
  cajá;	
           (sarro	
  ou	
  suor,	
  bile	
  ínGma	
  ou	
  ranho),	
  
      Amarelo	
  vegetal,	
  alegro	
  de	
  sol	
  livre,	
                     Ou	
  sofre	
  (o	
  amarelo	
  de	
  senGr	
  triste,	
  
     Beirando	
  o	
  estridente,	
  de	
  tão	
  alegre,	
                   De	
  ser	
  analfabeto,	
  de	
  exisGr	
  aguado):	
  
  E	
  que	
  o	
  sol	
  eleva	
  de	
  vegetal	
  e	
  mineral,	
        Amarelo	
  que	
  no	
  homem	
  dali	
  se	
  adiciona	
  
 Polindo-­‐o,	
  até	
  um	
  aceso	
  metal	
  de	
  pele.	
              O	
  que	
  há	
  em	
  ser	
  pântano,	
  ser-­‐se	
  fardo.	
  
   Só	
  que	
  fere	
  a	
  vista	
  um	
  amarelo	
  outro,	
          Embora	
  comum	
  ali,	
  esse	
  amarelo	
  humano	
  
E	
  a	
  fere	
  embora	
  baço	
  (sol	
  não	
  o	
  acende):	
          Ainda	
  dá	
  na	
  vista	
  (mais	
  pelo	
  prodígio):	
  
 Amarelo	
  aquém	
  do	
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  e	
  se	
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                 Pelo	
  que	
  tardam	
  a	
  secar,	
  e	
  ao	
  sol	
  dali,	
  
De	
  um	
  animal	
  cobre:	
  pobre,	
  podremente.	
                    Tais	
  poças	
  de	
  amarelo,	
  de	
  escarro	
  vivo.	
  
            lirismo	
  social:	
  por	
  intermédio	
  de	
  um	
  paralelo,	
  fala-­‐se	
  dos	
  nordesGnos	
  excluídos;	
  
                          [confronto:	
  amarelo	
  vegetal	
  rico	
  x	
  amarelo	
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   aspectos	
  formais:	
  prosificação	
  do	
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  metáforas	
  de	
  forte	
  apelo	
  visual.	
  
DUAS BANANAS E A BANANEIRA
                                              João Cabral de Melo Neto
Entre	
  a	
  caaGnga	
  tolhida	
  e	
  raquíGca	
                                A	
  bananeira	
  dá,	
  luzidia	
  e	
  contente,	
  
entre	
  uma	
  vegetação	
  ruim,	
  de	
  orfanato:	
                      nos	
  fundos	
  de	
  quintal,	
  com	
  despejos,	
  
no	
  mais	
  alto,	
  o	
  mandacaru	
  se	
  edifica	
                          com	
  monturos	
  de	
  lixo:	
  fogueira	
  fria	
  
a	
  torre	
  gigante	
  e	
  de	
  braço	
  levantado;	
           e	
  sem	
  fumo,	
  mas	
  fumegando	
  mau	
  cheiro;	
  
quem	
  o	
  depara,	
  nessas	
  chãs	
  atrofiadas,	
                          e	
  mais	
  daria	
  se	
  o	
  dicionário	
  omiGsse	
  
pensa	
  que	
  ele	
  nasce	
  ali	
  por	
  acaso;	
                     banana	
  gesto	
  de	
  rebeldia	
  e	
  indecente;	
  
mas	
  ele	
  dá	
  naGvo	
  ali,	
  e	
  daí	
  fazer-­‐se	
                   se	
  além	
  de	
  banana	
  fruta,	
  registrasse	
  
assim	
  alto	
  e	
  com	
  o	
  braço	
  para	
  o	
  alto.	
           banana	
  coisa	
  sem	
  espinhaço,	
  somente.	
  
Para	
  que,	
  por	
  encima	
  do	
  mato	
  anêmico,	
           Daí	
  a	
  bananeira	
  dobrar,	
  como	
  impotente,	
  
desde	
  o	
  país	
  eugênico	
  além	
  das	
  chãs,	
               A	
  ereção	
  do	
  mangará,	
  de	
  crua	
  macheza;	
  
se	
  veja	
  a	
  banana	
  que	
  ele,	
  mandacaru,	
                   E	
  daí	
  conceber	
  as	
  bananas	
  sem	
  caroço	
  
dá	
  em	
  nome	
  da	
  caaGnga	
  anã	
  e	
  irmã.	
                 Fáceis	
  de	
  despir,	
  com	
  carne	
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DUAS BANANAS E A BANANEIRA
                                         João Cabral de Melo Neto
a	
  correspondência	
  externa	
  consiste	
  no	
  uso	
  da	
  técnica	
  do	
  confronto	
  ou	
  contraste,	
  por	
  intermédio	
  
             da	
  qual	
  se	
  focaliza,	
  de	
  forma	
  contrastante,	
  dois	
  aspectos	
  de	
  um	
  mesmo	
  tema	
  

                                                           estrofe 01
                                  banana:	
  senGdo	
  denotaGvo:	
  flor	
  do	
  mandacaru	
  
                            banana:	
  senGdo	
  conotaGvo:	
  resistência,	
  	
  vigor;	
  lugar	
  NE	
  

                                                           estrofe 02
                                  banana:	
  senGdo	
  denotaGvo:	
  fruto	
  da	
  bananeira	
  
                       banana:	
  senGdo	
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Análise da Prova de Redação da UERJ-2010
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A poesia de joão cabral de melo neto

  • 1. A poesia de João Cabral de Melo Neto Manoel Neves
  • 2. A POESIA terceira geração do modernismo brasileiro
  • 3. DIRETRIZES GERAIS DA POESIA terceira geração do modernismo brasileiro renovação estética uso da métrica e da rima dicção clássica volta do soneto valorização da técnica da composição metalinguagem perfeição formal linguagem elaborada ampliação do poder de significação da palavra recursos sonoros intertextualidade clássica culto da metáfora
  • 4. JOÃO CABRAL DE MELO NETO terceira geração do modernismo brasileiro
  • 5. JOÃO CABRAL DE MELO NETO terceira geração do modernismo brasileiro poesia substantiva: vocabulário objetivo e preciso; traço formalizante: estilo culto e elevado; a linguagem é vista como instrumento; poesia antilírica: medusamento da subjetividade; poesia antimusical: prosificação do discurso; poesia social: denúncia do condição de vida do nordestino.
  • 6. A MULHER E A CASA João Cabral de Melo Neto Tua  sedução  é  menos   Mesmo  quando  ela  possui   uma  casa  não  é  nunca   de  mulher  do  que  de  casa:   tua  plácida  elegância,   só  para  ser  contemplada;   pois  vem  de  como  é  por  dentro   esse  teu  reboco  claro,   melhor:  somente  por  dentro   ou  por  detrás  da  fachada.   riso  franco  de  varandas,   é  possível  contemplá-­‐la.   Seduz  pelo  que  é  dentro,   pelo  que  dentro  fizeram   pelos  espaços  de  dentro:   ou  será,  quando  se  abra;   com  seus  vazios,  com  o  nada;   seus  recintos,  suas  áreas,   pelo  que  pode  ser  dentro   pelos  espaços  de  dentro,   organizando-­‐se  dentro   de  suas  paredes  fechadas;   não  pelo  que  dentro  guarda;   em  corredores  e  salas,   os  quais  sugerindo  ao  homem   exercem  sobre  esse  homem   estâncias  aconchegadas,   efeito  igual  ao  que  causas:   paredes  bem  revesGdas   a  vontade  de  corrê-­‐la   ou  recessos  bons  de  cavas,   por  dentro,  de  visitá-­‐la.   lirismo  amoroso:  a  temáGca  amorosa  é  apresentada  de  forma  impassível,  distanciada;   [ao  invés  do  transbordamento  lírico,  elege-­‐se  uma  metáfora  concreta:  mulher-­‐casa]   aspectos  formais:  oito  quadras  heptassílabas;  rimas  toantes;  prosificação  do  discurso.  
  • 7. TECENDO A MANHÃ João Cabral de Melo Neto Um  galo  sozinho  não  tece  uma  manhã:     ele  precisará  sempre  de  outros  galos.     De  um  que  apanhe  esse  grito  que  ele     e  o  lance  a  outro;  de  um  outro  galo     que  apanhe  o  grito  de  um  galo  antes     e  o  lance  a  outro;  e  de  outros  galos     que  com  muitos  outros  galos  se  cruzem     os  fios  de  sol  de  seus  gritos  de  galo,     para  que  a  manhã,  desde  uma  teia  tênue,     se  vá  tecendo,  entre  todos  os  galos.   E  se  encorpando  em  tela,  entre  todos,     se  erguendo  tenda,  onde  entrem  todos,     se  entretecendo  para  todos,  no  toldo     (a  manhã)  que  plana  livre  de  armação.     A  manhã,  toldo  de  um  tecido  tão  aéreo     que,  tecido,  se  eleva  por  si:  luz  balão.     lirismo  filosófico:  fala-­‐se  de  modo  objeGvo  de  uma  instância  percebida  subjeGvamente  pelo  ser.   [ao  invés  de  falar  das  impressões  do  eu  acerca  do  tempo,  o  locutor  usa  imagens  concretas]   aspectos  formais:  prosificação  do  discurso  [enjambement,  repeGções,  elipses  e  zeugmas].  
  • 8. A EDUCAÇÃO PELA PEDRA João Cabral de Melo Neto Uma  educação  pela  pedra:  por  lições;   para  aprender  da  pedra,  frequentá-­‐la;   captar  sua  voz  inenfáGca,  impessoal   (pela  de  dicção  ela  começa  as  aulas).   A  lição  de  moral,  sua  resistência  fria   ao  que  flui  e  a  fluir,  a  ser  maleada;   a  de  poéGca,  sua  carnadura  concreta;   a  de  economia,  seu  adensar-­‐se  compacta:   lições  da  pedra  (de  fora  para  dentro,   carGlha  muda),  para  quem  soletrá-­‐la.   Outra  educação  pela  pedra:  no  Sertão   (de  dentro  para  fora,  e  pré-­‐didáGca).   No  Sertão  a  pedra  não  sabe  lecionar,   e  se  lecionasse  não  ensinaria  nada;   lá  não  se  aprende  a  pedra:  lá  a  pedra,   uma  pedra  de  nascença,  entranha  a  alma.  
  • 9. A EDUCAÇÃO PELA PEDRA João Cabral de Melo Neto antilira, aspectos formais ausência  de  métrica  e  de  rima;   estrofação  irregular;   uso  de  arGculadores  discursivos  [conjunção  e  preposição]  que  afastam  o  poema  do  discurso   poéGco  tradicional  e  o  aproximam  do  discurso  conWnuo  e  arGculado  da  prosa     antilira, aspectos temáticos prosaísmo  [afastamento  dos  temas  convencionalmente  poéGcos  –  amor,  beleza,  senGmentos]   defesa  de  uma  poesia  impassível,  conGda  e  densa  
  • 10. CATAR FEIJÃO João Cabral de Melo Neto Catar  feijão  se  limita  com  escrever;   Jogam-­‐se  os  grãos  na  água  do  alguidar   E  as  palavras  na  folha  de  papel;   E  depois,  joga-­‐se  fora  o  que  boiar.   Certo,  toda  palavra  boiará  no  papel,   Água  congelada,  por  chumbo  seu  verbo:   Pois  para  catar  esse  feijão,  soprar  nele,   E  jogar  fora  o  leve  e  oco,  palha  e  eco.   Ora,  nesse  catar  feijão  entra  um  risco:   O  de  que  entre  os  grãos  pesados  entre   Um  grão  qualquer,  pedra  ou  indigesto,   Um  grão  imasGgável,  de  quebrar  dente   Certo  não,  quando  ao  catar  palavras:   A  pedra  dá  à  frase  seu  grão  mais  vivo:   Obstrui  a  leitura  fluviante  flutual,   Açula  a  atenção,  isca-­‐a  com  o  risco.   lirismo  metalinguís4co:  por  intermédio  de  uma  metáfora  concreta,  alude-­‐se  à  criação  poéGca;   [de  novo,  a  pedra:  concentração,  objeGvidade,  densidade,  anGmusical,  anGlírico,  essência]   aspectos  formais:  prosificação  do  discurso;  metalinguagem.  
  • 11. MORTE E VIDA SEVERINA [fragmento] João Cabral de Melo Neto E  se  somos  Severinos   iguais  em  tudo  na  vida,   morremos  de  morte  igual,   mesma  morte  severina:   que  é  a  morte  de  que  se  morre   de  velhice  antes  dos  trinta,   de  emboscada  antes  dos  vinte   de  fome  um  pouco  por  dia   (de  fraqueza  e  de  doença   é  que  a  morte  severina   ataca  em  qualquer  idade,   e  até  gente  não  nascida).       lirismo  social:  através  de  uma  personagem,  fala-­‐se  do  sofrimento  de  um  povo  –  o  nordesGno;   [a  personagem  Severino  vivencia  as  agruras  sofridas  pelo  nordesGno  que  sofre  com  a  seca]   aspectos  formais:  musicalidade  popular  [redondilha  maior,  rimas,  metáforas  quase  concretas].  
  • 12. OS REINOS DO AMARELO João Cabral de Melo Neto A  Terra  lauta  da  Mata  produz  e  exibe   Só  que  fere  a  vista  um  amarelo  outro:   Um  amarelo  rico  (se  não  o  dos  metais):   Se  animal,  de  homem:  de  corpo  humano;   O  amarelo  do  maracujá  e  os  da  manga,   De  corpo  e  vida;  de  tudo  o  que  segrega   O  do  oiG-­‐da-­‐praia,  do  caju  e  do  cajá;   (sarro  ou  suor,  bile  ínGma  ou  ranho),   Amarelo  vegetal,  alegro  de  sol  livre,   Ou  sofre  (o  amarelo  de  senGr  triste,   Beirando  o  estridente,  de  tão  alegre,   De  ser  analfabeto,  de  exisGr  aguado):   E  que  o  sol  eleva  de  vegetal  e  mineral,   Amarelo  que  no  homem  dali  se  adiciona   Polindo-­‐o,  até  um  aceso  metal  de  pele.   O  que  há  em  ser  pântano,  ser-­‐se  fardo.   Só  que  fere  a  vista  um  amarelo  outro,   Embora  comum  ali,  esse  amarelo  humano   E  a  fere  embora  baço  (sol  não  o  acende):   Ainda  dá  na  vista  (mais  pelo  prodígio):   Amarelo  aquém  do  vegetal,  e  se  animal,   Pelo  que  tardam  a  secar,  e  ao  sol  dali,   De  um  animal  cobre:  pobre,  podremente.   Tais  poças  de  amarelo,  de  escarro  vivo.   lirismo  social:  por  intermédio  de  um  paralelo,  fala-­‐se  dos  nordesGnos  excluídos;   [confronto:  amarelo  vegetal  rico  x  amarelo  animal  pobre]   aspectos  formais:  prosificação  do  discurso;  confronto;  metáforas  de  forte  apelo  visual.  
  • 13. DUAS BANANAS E A BANANEIRA João Cabral de Melo Neto Entre  a  caaGnga  tolhida  e  raquíGca   A  bananeira  dá,  luzidia  e  contente,   entre  uma  vegetação  ruim,  de  orfanato:   nos  fundos  de  quintal,  com  despejos,   no  mais  alto,  o  mandacaru  se  edifica   com  monturos  de  lixo:  fogueira  fria   a  torre  gigante  e  de  braço  levantado;   e  sem  fumo,  mas  fumegando  mau  cheiro;   quem  o  depara,  nessas  chãs  atrofiadas,   e  mais  daria  se  o  dicionário  omiGsse   pensa  que  ele  nasce  ali  por  acaso;   banana  gesto  de  rebeldia  e  indecente;   mas  ele  dá  naGvo  ali,  e  daí  fazer-­‐se   se  além  de  banana  fruta,  registrasse   assim  alto  e  com  o  braço  para  o  alto.   banana  coisa  sem  espinhaço,  somente.   Para  que,  por  encima  do  mato  anêmico,   Daí  a  bananeira  dobrar,  como  impotente,   desde  o  país  eugênico  além  das  chãs,   A  ereção  do  mangará,  de  crua  macheza;   se  veja  a  banana  que  ele,  mandacaru,   E  daí  conceber  as  bananas  sem  caroço   dá  em  nome  da  caaGnga  anã  e  irmã.   Fáceis  de  despir,  com  carne  de  rameira.  
  • 14. DUAS BANANAS E A BANANEIRA João Cabral de Melo Neto a  correspondência  externa  consiste  no  uso  da  técnica  do  confronto  ou  contraste,  por  intermédio   da  qual  se  focaliza,  de  forma  contrastante,  dois  aspectos  de  um  mesmo  tema   estrofe 01 banana:  senGdo  denotaGvo:  flor  do  mandacaru   banana:  senGdo  conotaGvo:  resistência,    vigor;  lugar  NE   estrofe 02 banana:  senGdo  denotaGvo:  fruto  da  bananeira   banana:  senGdo  conotaGvo:  falta  de  fibra,  passividade;  lugar  SE.