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Monte Castelo
Legião Urbana
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.
O amor é o fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem.
Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
Composição: Renato Russo (recortes do
Apóstolo Paulo e de Camões).
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
(Camões)
Intertextualidade – esse palavrão...
“(...) todo o texto é absorção e transformação de outro texto. (...) a linguagem
poética se lê, pelo menos como dupla.” (KRISTEVA in CARVALHAL, 1992, p.
50.)
“(...) não é possível ler senão comparativamente (ou seja, racionalmente) (...)
não se trata tanto da opção entre comprar e não comparar... Não há de fato
como não comparar. Toda leitura é ativação, partilha e ‘cooperação
interpretativa’(...).” (BUESCU, 2001, p. 23.)
“A noção de intertextualidade abre um campo novo e sugere modos de
atuação diferentes ao comparativista (...). Principalmente, as novas noções
sobre a produtividade dos textos literários comprometem a também ‘velha’
concepção de originalidade.” (CARVALHAL, 1992, p. 53.)
Intertextualidade – esse palavrão...
INTERTEXTUALIDADE nada mais é do que o conceito mais importante nos
dias de hoje quando falamos sobre criação artística – colocando, então,
nesse “caldo” de arte, a literatura. É muito difícil nos depararmos com algo
realmente original atualmente no meio da cultura e do entretenimento. E
isso se deve ao exercício constante da comparação, onde estabelecemos,
quase sempre, aproximações entre uma criação e outra. Quando
percebemos que um texto usa outro texto em sua construção, mesmo que
sem a intenção do autor, o que estamos fazendo é comprovar a ocorrência
de INTERTEXTUALIDADE.
Intertextualidade – esse palavrão...
Sendo assim, INTERTEXTUALIDADE nada mais é do que o
cruzamento de um texto com outro (ou outros), muitas vezes utilizado
conscientemente, sendo parte fundamental da criação do autor;
comporta-se não como plágio involuntário, mas, frequentemente, é
um dos objetivos de determinada obra a CITAÇÃO explícita para fins
de REFERÊNCIA, HOMENAGEM ou, ainda, PARÓDIA.
No PPC do curso de Licenciatura, na maneira como são explicitados seus
conteúdos e habilidades, fala-se muito sobre questões como “DIVERSIDADE
DE GÊNEROS TEXTUAIS”, “O TEXTO EM INTERAÇÃO COM DIVERSOS
CONTEXTOS” e “COMPREENSÃO DE DIVERSAS LINGUAGENS TEXTUAIS E
ARTÍSTICAS” (onde devemos, portanto, compreender que um texto pode
expressar-se como imagem, propaganda, palavra escrita ou símbolo). Logo,
compreender a forma como um texto (artístico ou não) comporta-se na sua
composição é uma habilidade importante, pois perceber a
INTERTEXTUALIDADE denota CONHECIMENTO DA CULTURA e de como o
SENSO COMUM influencia nossa LEITURA DE MUNDO.
Intertextualidade – esse palavrão...
INTERTEXTUALIDADE
Há, basicamente, duas maneiras de se perceber a intertextualidade...
 Uma explícita, facilmente notada e parte do corpo do texto (geralmente apoiando-se justamente no
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Na série cinematográfica Shrek, por exemplo...
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INTERTEXTUALIDADE
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dependendo muito do olhar do leitor/espectador para ser encontrado e, muitas vezes, colocado de
forma inconsciente pelo autor, justamente pelo fato de certas INFLUÊNCIAS ou REFERÊNCIAS de
senso comum estarem tão dispersas no mundo que essas acabam surgindo naturalmente.
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velha história do “amor
proibido”, que remete a
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Isolda...
Semana que vem
Pitty
Amanhã eu vou revelar
Depois eu penso em aprender
Daqui a uns dias eu vou dizer
O que me faz querer gritar
No mês que vem tudo vai melhorar
Só mais alguns anos e o mundo vai mudar
Ainda temos tempo até tudo explodir
Quem sabe quanto vai durar
Não deixe nada pra depois
Não deixe o tempo passar
Não deixe nada pra semana que vem
Porque semana que vem pode nem chegar
A partir de amanhã eu vou discutir
Da próxima vez eu vou questionar
Na segunda eu começo a agir
Só mais duas horas pra eu decidir...
(...)
Carpe Diem
Horácio
Não indagues muito: é cruel querer saber
Que fim nos reservaram os deuses; nem
Fiques consultando os números babilônios.
Pode ser que Júpiter te conceda muitos invernos,
Ou somente este último, como expressa agora
o mar tirreno ao bater nas rochas.
Sê sensato, bebe teu vinho e abrevia as longas
[esperanças,
Pois o tempo foge enquanto aqui parlamos.
Curte o dia de hoje – não te fies no futuro!
INTERTEXTUALIDADE não demonstra falta de originalidade, necessariamente, mas, muitas
vezes, uma nova noção sobre o que é originalidade. Inferir que um texto utiliza outro texto na sua
construção é um exercício comparativo comum do ser humano; está muito evidente na
propaganda (no uso de símbolos de marcas, por exemplo) e, no texto artístico, apóia-se no
conhecimento dos clássicos.
Canção do Exílio
Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as
palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
HINO
NACIONA
L
BRASILEI
RO
Canção do Exílio Facilitada
José Paulo Paes
lá?
ah!
sabiá...
papá...
maná...
sofá...
sinhá...
cá?
bah!
Nova Canção do Exílio
Carlos Drummond de Andrade
Um sabiá na
palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
O céu cintila
sobre flores úmidas.
Vozes na mata, e o maior amor.
Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.
Onde tudo é belo
e fantástico,
só, na noite,
seria feliz.
(Um sabiá,
na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida
e voltar
para onde tudo é belo
e fantástico:
a palmeira, o sabiá,
o longe.
Quais os intertextos presentes nas tiras?
TIPOS DE INTERTEXTUALIDADE
• Alusão: faz referência a elementos de outros textos de maneira indireta, ou
seja, implícita.
• Citação: quando é acrescentado partes de outros textos em uma produção
textual, o que gera a intertextualidade direta.
• Epígrafe: complemento de parágrafo ou frase no texto produzido que se
relaciona com outro.
• Paráfrase: recriação de um texto com a mesma ideia do texto fonte.
• Paródia: a paródia é a subversão de um texto original, de maneira crítica ou
satírica.
• Bricolagem: criação de um texto a partir de elementos retirados de outros.
• Sample: músicas, textos utilizados como base para outras novas
produções.
• Pastiche: vários tipos de manifestações em uma mesma obra.
QUESTÕES – ENEM
1) Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já
lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a
denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos:
I. Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1964)
II. Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim.
(BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989)
III. Quando nasci um anjo esbelto
Desses que tocam trombeta, anunciou:
Vai carregar bandeira.
Carga muito pesada pra mulher
Esta espécie ainda envergonhada.
(PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)
Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos
Drummond de Andrade, por
(A) reiteração de imagens.
(B) oposição de idéias.
(C) falta de criatividade.
(D) negação dos versos.
(E) ausência de recursos
2) Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou
de diferentes aspectos da nossa realidade em seus quadros.
1.
2.
3.
4.
Sobre a temática dos retirantes, Portinari também escreveu o seguinte poema:
(….)
Os retirantes vêm vindo com trouxas e embrulhos
Vêm das terras secas e escuras; pedregulhos
Doloridos como fagulhas de carvão aceso
Corpos disformes, uns panos sujos,
Rasgados e sem cor, dependurados
Homens de enorme ventre bojudo
Mulheres com trouxas caídas para o lado
Pançudas, carregando ao colo um garoto
Choramingando, remelento
(….)
(PORTINARI, Cândido. Poemas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1964.)
Das quatro obras reproduzidas, assinale aquelas que abordam a problemática que é tema do
poema.
(A) 1 e 2 (B) 1 e 3 (C) 2 e 3 (D) 3 e 4 (E) 2 e 4
3)
Texto 1: "Mulher, Irmã, escuta-me: não ames,
Quando a teus pés um homem terno e curvo
jurar amor, chorar pranto de sangue,
Não creias, não, mulher: ele te engana!
As lágrimas são gotas da mentira
E o juramento manto da perfídia."
Joaquim Manoel de Macedo
Texto 2: "Teresa, se algum sujeito bancar o
sentimental em cima de você
E te jurar uma paixão do tamanho de um
bonde
Se ele chorar
Se ele ajoelhar
Se ele se rasgar todo
Não acredite não Teresa
É lágrima de cinema
É tapeação
Mentira
CAI FORA"
Manuel Bandeira
Os autores, ao fazerem alusão às imagens da lágrima sugerem que:
(A) há um tratamento idealizado da relação homem/mulher.
(B) há um tratamento realista da relação homem/mulher.
(C) a relação familiar é idealizada.
(D) a mulher é superior ao homem.
(E) a mulher é igual ao homem.
4) Os transgênicos vêm ocupando parte da imprensa com opiniões ora favoráveis ora desfavoráveis. Um
organismo, ao receber material genético de outra espécie, ou modificado da mesma espécie, passa a
apresentar novas características. Assim, por exemplo, já temos bactérias fabricando hormônios humanos,
algodão colorido e cabras que produzem fatores de coagulação sangüínea humana. O belga René Magritte
(1896 – 1967), um dos pintores surrealistas mais importantes, deixou obras enigmáticas.
Caso você fosse escolher uma ilustração para um artigo sobre os transgênicos, qual das obras de Magritte,
abaixo, estaria mais de acordo com esse tema tão polêmico?
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
5) Cândido Portinari (1903-1962), em seu livro Retalhos de Minha Vida de Infância, descreve
os pés dos trabalhadores.
Pés disformes. Pés que podem contar uma história. Confundiam-se com as pedras e os
espinhos. Pés semelhantes aos mapas: com montes e vales, vincos como rios. (...) Pés
sofridos com muitos e muitos quilômetros de marcha. Pés que só os santos têm. Sobre a
terra, difícil era distingui-los. Agarrados ao solo, eram como alicerces, muitas vezes
suportavam apenas um corpo franzino e doente.
(PORTINARI, Cândido. Retrospectiva. Catálogo MASP)
As fantasias sobre o Novo Mundo, a diversidade da natureza e do homem americano e a
crítica social foram temas que inspiraram muitos artistas ao longo de nossa História. Dentre
estas imagens, a que melhor caracteriza a crítica social contida no texto de Portinari é
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
OUTRAS QUESTÕES
1) (FUVEST)
Chega!
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos.
Minha boca procura a .Canção do Exílio..
Como era mesmo a .Canção do Exílio.?
Eu tão esquecido de minha terra ...
Ai terra que tem palmeiras
onde canta o sabiá!
(ANDRADE, Carlos Drummond de. “Europa, França e Bahia”. In:
Alguma Poesia. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1964)
Neste excerto, a citação e a presença de trechos ........ constituem um caso de ........ .
Os espaços pontilhados da frase acima deverão ser preenchidos, respectivamente, com o
que está em:
a) do famoso poema de Álvares de Azevedo / discurso indireto.
b) da conhecida canção de Noel Rosa / paródia.
c) do célebre poema de Gonçalves Dias / intertextualidade.
d) da célebre composição de Villa-Lobos / ironia.
e) do famoso poema de Mário de Andrade / metalinguagem.
2) (UNICAMP-SP)
Leia com atenção esse poema de Carlos de Oliveira e responda às questões que seguem.
Lavoisier
Na poesia,
natureza variável
das palavras,
nada se perde
ou cria,
tudo se transforma:
cada poema,
no seu perfil
incerto
e calígrafo,
já sonha
outra forma.
O princípio enunciado por Lavoisier, na Química, diz que “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se
transforma”.
a) O que teria levado Carlos de Oliveira a dar a esse poema o título de “Lavoisier”?
b) Como podem ser interpretados seus versos finais (“cada poema / no seu perfil / incerto / e calígrafo, / já
sonha / outra forma.”)? Calígrafo = especialista em caligrafia
Agora é a sua vez de construir intertextos...

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  • 3. Intertextualidade – esse palavrão... “(...) todo o texto é absorção e transformação de outro texto. (...) a linguagem poética se lê, pelo menos como dupla.” (KRISTEVA in CARVALHAL, 1992, p. 50.) “(...) não é possível ler senão comparativamente (ou seja, racionalmente) (...) não se trata tanto da opção entre comprar e não comparar... Não há de fato como não comparar. Toda leitura é ativação, partilha e ‘cooperação interpretativa’(...).” (BUESCU, 2001, p. 23.) “A noção de intertextualidade abre um campo novo e sugere modos de atuação diferentes ao comparativista (...). Principalmente, as novas noções sobre a produtividade dos textos literários comprometem a também ‘velha’ concepção de originalidade.” (CARVALHAL, 1992, p. 53.)
  • 4. Intertextualidade – esse palavrão... INTERTEXTUALIDADE nada mais é do que o conceito mais importante nos dias de hoje quando falamos sobre criação artística – colocando, então, nesse “caldo” de arte, a literatura. É muito difícil nos depararmos com algo realmente original atualmente no meio da cultura e do entretenimento. E isso se deve ao exercício constante da comparação, onde estabelecemos, quase sempre, aproximações entre uma criação e outra. Quando percebemos que um texto usa outro texto em sua construção, mesmo que sem a intenção do autor, o que estamos fazendo é comprovar a ocorrência de INTERTEXTUALIDADE.
  • 5. Intertextualidade – esse palavrão... Sendo assim, INTERTEXTUALIDADE nada mais é do que o cruzamento de um texto com outro (ou outros), muitas vezes utilizado conscientemente, sendo parte fundamental da criação do autor; comporta-se não como plágio involuntário, mas, frequentemente, é um dos objetivos de determinada obra a CITAÇÃO explícita para fins de REFERÊNCIA, HOMENAGEM ou, ainda, PARÓDIA.
  • 6. No PPC do curso de Licenciatura, na maneira como são explicitados seus conteúdos e habilidades, fala-se muito sobre questões como “DIVERSIDADE DE GÊNEROS TEXTUAIS”, “O TEXTO EM INTERAÇÃO COM DIVERSOS CONTEXTOS” e “COMPREENSÃO DE DIVERSAS LINGUAGENS TEXTUAIS E ARTÍSTICAS” (onde devemos, portanto, compreender que um texto pode expressar-se como imagem, propaganda, palavra escrita ou símbolo). Logo, compreender a forma como um texto (artístico ou não) comporta-se na sua composição é uma habilidade importante, pois perceber a INTERTEXTUALIDADE denota CONHECIMENTO DA CULTURA e de como o SENSO COMUM influencia nossa LEITURA DE MUNDO. Intertextualidade – esse palavrão...
  • 7. INTERTEXTUALIDADE Há, basicamente, duas maneiras de se perceber a intertextualidade...  Uma explícita, facilmente notada e parte do corpo do texto (geralmente apoiando-se justamente no conhecimento do senso comum por parte do leitor/espectador). Na série cinematográfica Shrek, por exemplo... ...É fundamental a presença de diversas referências dos contos de fadas (ou contos infantis)... ...Temos o Gato de Botas... ... Há personagens importantes na trama, como Rapunzel, Branca de Neve, Cinderela e muitos outros... ...Sobra espaço até para outras citações, como o filme Matrix, lendas medievais, etc.
  • 8.
  • 9. INTERTEXTUALIDADE  O outro caso de ocorrência de INTERTEXTO é quando este está implícito, mais subjetivo, portanto, dependendo muito do olhar do leitor/espectador para ser encontrado e, muitas vezes, colocado de forma inconsciente pelo autor, justamente pelo fato de certas INFLUÊNCIAS ou REFERÊNCIAS de senso comum estarem tão dispersas no mundo que essas acabam surgindo naturalmente. A história da saga Crepúsculo, por exemplo, tenta renovar os mitos vampíricos tão presentes na cultura de massa... ...Ainda que não se consigam evitar outras referências clássicas do gênero, como Drácula. ...Com direito a referências como A Bela e a Fera... ...Abrindo espaço para a velha história do “amor proibido”, que remete a Romeu e Julieta, Tristão e Isolda...
  • 10. Semana que vem Pitty Amanhã eu vou revelar Depois eu penso em aprender Daqui a uns dias eu vou dizer O que me faz querer gritar No mês que vem tudo vai melhorar Só mais alguns anos e o mundo vai mudar Ainda temos tempo até tudo explodir Quem sabe quanto vai durar Não deixe nada pra depois Não deixe o tempo passar Não deixe nada pra semana que vem Porque semana que vem pode nem chegar A partir de amanhã eu vou discutir Da próxima vez eu vou questionar Na segunda eu começo a agir Só mais duas horas pra eu decidir... (...) Carpe Diem Horácio Não indagues muito: é cruel querer saber Que fim nos reservaram os deuses; nem Fiques consultando os números babilônios. Pode ser que Júpiter te conceda muitos invernos, Ou somente este último, como expressa agora o mar tirreno ao bater nas rochas. Sê sensato, bebe teu vinho e abrevia as longas [esperanças, Pois o tempo foge enquanto aqui parlamos. Curte o dia de hoje – não te fies no futuro!
  • 11. INTERTEXTUALIDADE não demonstra falta de originalidade, necessariamente, mas, muitas vezes, uma nova noção sobre o que é originalidade. Inferir que um texto utiliza outro texto na sua construção é um exercício comparativo comum do ser humano; está muito evidente na propaganda (no uso de símbolos de marcas, por exemplo) e, no texto artístico, apóia-se no conhecimento dos clássicos. Canção do Exílio Gonçalves Dias Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar –sozinho, à noite– Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que disfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. HINO NACIONA L BRASILEI RO
  • 12. Canção do Exílio Facilitada José Paulo Paes lá? ah! sabiá... papá... maná... sofá... sinhá... cá? bah! Nova Canção do Exílio Carlos Drummond de Andrade Um sabiá na palmeira, longe. Estas aves cantam um outro canto. O céu cintila sobre flores úmidas. Vozes na mata, e o maior amor. Só, na noite, seria feliz: um sabiá, na palmeira, longe. Onde tudo é belo e fantástico, só, na noite, seria feliz. (Um sabiá, na palmeira, longe.) Ainda um grito de vida e voltar para onde tudo é belo e fantástico: a palmeira, o sabiá, o longe.
  • 13. Quais os intertextos presentes nas tiras?
  • 14. TIPOS DE INTERTEXTUALIDADE • Alusão: faz referência a elementos de outros textos de maneira indireta, ou seja, implícita. • Citação: quando é acrescentado partes de outros textos em uma produção textual, o que gera a intertextualidade direta. • Epígrafe: complemento de parágrafo ou frase no texto produzido que se relaciona com outro. • Paráfrase: recriação de um texto com a mesma ideia do texto fonte. • Paródia: a paródia é a subversão de um texto original, de maneira crítica ou satírica. • Bricolagem: criação de um texto a partir de elementos retirados de outros. • Sample: músicas, textos utilizados como base para outras novas produções. • Pastiche: vários tipos de manifestações em uma mesma obra.
  • 15. QUESTÕES – ENEM 1) Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos: I. Quando nasci, um anjo torto Desses que vivem na sombra Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida (ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1964) II. Quando nasci veio um anjo safado O chato dum querubim E decretou que eu tava predestinado A ser errado assim Já de saída a minha estrada entortou Mas vou até o fim. (BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989)
  • 16. III. Quando nasci um anjo esbelto Desses que tocam trombeta, anunciou: Vai carregar bandeira. Carga muito pesada pra mulher Esta espécie ainda envergonhada. (PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986) Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de Andrade, por (A) reiteração de imagens. (B) oposição de idéias. (C) falta de criatividade. (D) negação dos versos. (E) ausência de recursos
  • 17. 2) Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou de diferentes aspectos da nossa realidade em seus quadros. 1. 2. 3. 4.
  • 18. Sobre a temática dos retirantes, Portinari também escreveu o seguinte poema: (….) Os retirantes vêm vindo com trouxas e embrulhos Vêm das terras secas e escuras; pedregulhos Doloridos como fagulhas de carvão aceso Corpos disformes, uns panos sujos, Rasgados e sem cor, dependurados Homens de enorme ventre bojudo Mulheres com trouxas caídas para o lado Pançudas, carregando ao colo um garoto Choramingando, remelento (….) (PORTINARI, Cândido. Poemas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1964.) Das quatro obras reproduzidas, assinale aquelas que abordam a problemática que é tema do poema. (A) 1 e 2 (B) 1 e 3 (C) 2 e 3 (D) 3 e 4 (E) 2 e 4
  • 19. 3) Texto 1: "Mulher, Irmã, escuta-me: não ames, Quando a teus pés um homem terno e curvo jurar amor, chorar pranto de sangue, Não creias, não, mulher: ele te engana! As lágrimas são gotas da mentira E o juramento manto da perfídia." Joaquim Manoel de Macedo Texto 2: "Teresa, se algum sujeito bancar o sentimental em cima de você E te jurar uma paixão do tamanho de um bonde Se ele chorar Se ele ajoelhar Se ele se rasgar todo Não acredite não Teresa É lágrima de cinema É tapeação Mentira CAI FORA" Manuel Bandeira
  • 20. Os autores, ao fazerem alusão às imagens da lágrima sugerem que: (A) há um tratamento idealizado da relação homem/mulher. (B) há um tratamento realista da relação homem/mulher. (C) a relação familiar é idealizada. (D) a mulher é superior ao homem. (E) a mulher é igual ao homem.
  • 21. 4) Os transgênicos vêm ocupando parte da imprensa com opiniões ora favoráveis ora desfavoráveis. Um organismo, ao receber material genético de outra espécie, ou modificado da mesma espécie, passa a apresentar novas características. Assim, por exemplo, já temos bactérias fabricando hormônios humanos, algodão colorido e cabras que produzem fatores de coagulação sangüínea humana. O belga René Magritte (1896 – 1967), um dos pintores surrealistas mais importantes, deixou obras enigmáticas. Caso você fosse escolher uma ilustração para um artigo sobre os transgênicos, qual das obras de Magritte, abaixo, estaria mais de acordo com esse tema tão polêmico? (A) (B) (C) (D) (E)
  • 22. 5) Cândido Portinari (1903-1962), em seu livro Retalhos de Minha Vida de Infância, descreve os pés dos trabalhadores. Pés disformes. Pés que podem contar uma história. Confundiam-se com as pedras e os espinhos. Pés semelhantes aos mapas: com montes e vales, vincos como rios. (...) Pés sofridos com muitos e muitos quilômetros de marcha. Pés que só os santos têm. Sobre a terra, difícil era distingui-los. Agarrados ao solo, eram como alicerces, muitas vezes suportavam apenas um corpo franzino e doente. (PORTINARI, Cândido. Retrospectiva. Catálogo MASP) As fantasias sobre o Novo Mundo, a diversidade da natureza e do homem americano e a crítica social foram temas que inspiraram muitos artistas ao longo de nossa História. Dentre estas imagens, a que melhor caracteriza a crítica social contida no texto de Portinari é
  • 24. OUTRAS QUESTÕES 1) (FUVEST) Chega! Meus olhos brasileiros se fecham saudosos. Minha boca procura a .Canção do Exílio.. Como era mesmo a .Canção do Exílio.? Eu tão esquecido de minha terra ... Ai terra que tem palmeiras onde canta o sabiá! (ANDRADE, Carlos Drummond de. “Europa, França e Bahia”. In: Alguma Poesia. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1964) Neste excerto, a citação e a presença de trechos ........ constituem um caso de ........ .
  • 25. Os espaços pontilhados da frase acima deverão ser preenchidos, respectivamente, com o que está em: a) do famoso poema de Álvares de Azevedo / discurso indireto. b) da conhecida canção de Noel Rosa / paródia. c) do célebre poema de Gonçalves Dias / intertextualidade. d) da célebre composição de Villa-Lobos / ironia. e) do famoso poema de Mário de Andrade / metalinguagem.
  • 26. 2) (UNICAMP-SP) Leia com atenção esse poema de Carlos de Oliveira e responda às questões que seguem. Lavoisier Na poesia, natureza variável das palavras, nada se perde ou cria, tudo se transforma: cada poema, no seu perfil incerto e calígrafo, já sonha outra forma. O princípio enunciado por Lavoisier, na Química, diz que “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. a) O que teria levado Carlos de Oliveira a dar a esse poema o título de “Lavoisier”? b) Como podem ser interpretados seus versos finais (“cada poema / no seu perfil / incerto / e calígrafo, / já sonha / outra forma.”)? Calígrafo = especialista em caligrafia
  • 27. Agora é a sua vez de construir intertextos...