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JORGE NUNES BARBOSA


Questões para Kant




        Filosofia, 2012




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APOIO À APRENDIZAGEM

Questões para Kant




A filosofia moral (a ética) de Kant é forte e eloquente. Mas pode ser difícil de compreender, sobretudo
no início. Aqui ficam quatro perguntas que poderíamos fazer a Kant. vejamos como ele responderia.




                                                  1




                                             iBooks Author
a notícia irá causar. Qual é a coisa certa a fa-
QUESTÃO 1 : O imperativo categórico de Kant              zer? A Regra de Ouro perguntaria: “Como
diz-nos para tratar toda a gente com respeito,           gostaria de ser tratado numa circunstância se-
como um fim em si mesmo. Não será isso pratica-           melhante?”. A resposta, como é óbvio, é alta-
mente a mesma coisa que a Regra de Ouro (“faz            mente contingente. Algumas pessoas preferi-
aos outros o que desejas que eles te façam a ti”)?       am ser poupadas a verdades duras em mo-
RESPOSTA: Não. A Regra de Ouro baseia-se                 mentos de vulnerabilidade, enquanto outras
em factos contingentes acerca da forma como              preferem a verdade, por muito dolorosa que
as pessoas gostariam de ser tratadas. O impe-            seja. Poderá, pois, concluir que, se se encon-
rativo categórico exige que nos abstraiamos              trasse na situação da sua mãe, preferia que
dessas contingências e respeitemos as pessoas            não lhe dissessem. Todavia, para Kant, essa é
como seres racionais, independentemente do               a pergunta errada a fazer. O que importa não
que estas possam querer numa dada situação.              é como você (ou a sua mãe) se sentiria nessas
Suponha que recebe a notícia de que o seu ir-            circunstâncias, mas o que significa tratar as
mão morreu num acidente de viação. A sua                 pessoas como seres racionais dignos de respei-
mãe idosa, que se encontra num lar em virtu-             to. Esta é uma das situações em que a compai-
de da saúde debilitada, pede-lhe notícias                xão poderá apontar para um lado e o respeito
dele. Fica dividido entre dizer-lhe a verdade e          kantiano para outro. Do ponto de vista do im-
poupá-la ao choque e ao sofrimento atroz que             perativo categórico, mentir à sua mãe por pre-
                                                         ocupação com os sentimentos dela seria estar

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manifestamente a usá-la como um meio para              que escolhemos. “A dignidade do homem
a sua própria satisfação, em vez de a respeitar        consiste precisamente na sua capacidade de
como ser racional.                                     fazer lei universal, embora somente na condi-
                                                       ção de ele próprio se submeter à lei que faz”.
QUESTÃO 2: Kant parece insinuar que reagir
por dever e agir autonomamente são exatamente a        QUESTÃO 3: Se a autonomia significa agir de
mesma coisa. Mas como é que isso pode ser? Agir        acordo com uma lei que imponho a mim mesmo, o
de acordo com o dever significa ter de obedecer a       que garante que todos irão escolher a mesma lei
uma lei. Como é que a obediência a uma lei pode        moral? Se o imperativo categórico é o produto da
ser compatível com a liberdade?                        minha vontade, não será provável que pessoas dife-
RESPOSTA: O dever e a autonomia coexis-                rentes tenham imperativos categóricos diferentes?
tem apenas num caso especial: quando sou               Kant parece pensar que todos iremos concordar
eu o autor da lei a que tenho o dever de obe-          com a mesma lei moral. Mas como pode ele ter a
decer. A minha dignidade enquanto pessoa li-           certeza de que pessoas diferentes não irão racioci-
vre não consiste em estar sujeito à lei moral,         nar de maneira diferente e chegar a diversas leis
mas sim em ser o autor de “essa mesma lei...           morais?
e subordinado a ela apenas por este motivo”.           RESPOSTA: Quando determinamos a lei mo-
Quando agimos de acordo com o imperativo               ral, não escolhemos, enquanto pessoas indivi-
categórico, agimos de acordo com uma lei               duais, como pessoas específicas que somos,


                                                   3




                                            iBooks Author
mas sim como seres racionais, como partici-            QUESTÃO 4: Kant afirma que se a moralidade é
pantes naquilo que Kant designa por “razão             mais do que uma questão de cálculo prudente, tem
prática pura”. Portanto, é um erro pensar que          de tomar a forma de um imperativo categórico.
a lei moral depende de nós enquanto indiví-            Mas como podemos saber que a moralidade existe
duos. Evidentemente, se raciocinarmos com              para lá do jogo de poder e de interesses? Podere-
base nos nossos interesses, desejos e fins parti-       mos alguma vez ter a certeza de que somos capa-
culares, podemos chegar a um qualquer nú-              zes de agir autonomamente, com livre vontade? E
mero de princípios. Mas não são princípios             se os cientistas descobrirem (através da imagiolo-
morais, apenas princípios de prudência. Des-           gia do cérebro, por exemplo, ou da neurociência
de que exerçamos a razão prática pura, abstra-         cognitiva) que afinal não temos livre vontade: iria
ímo-nos dos nossos interesses particulares.            isso refutar a filosofia moral (a ética) de Kant?
Isto significa que todos os que exercem a ra-           RESPOSTA: A liberdade da vontade não é o
zão prática pura irão chegar à mesma conclu-           tipo de coisa que a ciência possa provar ou re-
são - irão chegar a um imperativo categórico           futar. E a moralidade também não. É certo
(universal) único. “Uma vontade livre e uma            que os seres humanos vivem no reino da natu-
vontade submetida a leis morais são, por con-          reza. Tudo o que fazemos pode ser descrito
seguinte, uma e a mesma coisa”.                        de um ponto de vista físico ou biológico.
                                                       Quando levanto a mão para votar, a minha ac-
                                                       ção pode ser explicada em termos de múscu-
                                                       los, neurónios, sinapses e células. Mas tam-

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                                           iBooks Author
bém pode ser explicada em termos de ideias e
de crenças. Kant afirma que nada podemos fa-
zer senão compreender-nos a nós próprios de
ambas as perspetivas - o reino empírico da fí-
sica e da biologia, e um reino inteligível da ac-
ção humana livre.




                                                    5




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Kant responde a quatro questões sobre a ética deontológica

  • 1. JORGE NUNES BARBOSA Questões para Kant Filosofia, 2012  iBooks Author
  • 2. APOIO À APRENDIZAGEM Questões para Kant A filosofia moral (a ética) de Kant é forte e eloquente. Mas pode ser difícil de compreender, sobretudo no início. Aqui ficam quatro perguntas que poderíamos fazer a Kant. vejamos como ele responderia. 1  iBooks Author
  • 3. a notícia irá causar. Qual é a coisa certa a fa- QUESTÃO 1 : O imperativo categórico de Kant zer? A Regra de Ouro perguntaria: “Como diz-nos para tratar toda a gente com respeito, gostaria de ser tratado numa circunstância se- como um fim em si mesmo. Não será isso pratica- melhante?”. A resposta, como é óbvio, é alta- mente a mesma coisa que a Regra de Ouro (“faz mente contingente. Algumas pessoas preferi- aos outros o que desejas que eles te façam a ti”)? am ser poupadas a verdades duras em mo- RESPOSTA: Não. A Regra de Ouro baseia-se mentos de vulnerabilidade, enquanto outras em factos contingentes acerca da forma como preferem a verdade, por muito dolorosa que as pessoas gostariam de ser tratadas. O impe- seja. Poderá, pois, concluir que, se se encon- rativo categórico exige que nos abstraiamos trasse na situação da sua mãe, preferia que dessas contingências e respeitemos as pessoas não lhe dissessem. Todavia, para Kant, essa é como seres racionais, independentemente do a pergunta errada a fazer. O que importa não que estas possam querer numa dada situação. é como você (ou a sua mãe) se sentiria nessas Suponha que recebe a notícia de que o seu ir- circunstâncias, mas o que significa tratar as mão morreu num acidente de viação. A sua pessoas como seres racionais dignos de respei- mãe idosa, que se encontra num lar em virtu- to. Esta é uma das situações em que a compai- de da saúde debilitada, pede-lhe notícias xão poderá apontar para um lado e o respeito dele. Fica dividido entre dizer-lhe a verdade e kantiano para outro. Do ponto de vista do im- poupá-la ao choque e ao sofrimento atroz que perativo categórico, mentir à sua mãe por pre- ocupação com os sentimentos dela seria estar 2  iBooks Author
  • 4. manifestamente a usá-la como um meio para que escolhemos. “A dignidade do homem a sua própria satisfação, em vez de a respeitar consiste precisamente na sua capacidade de como ser racional. fazer lei universal, embora somente na condi- ção de ele próprio se submeter à lei que faz”. QUESTÃO 2: Kant parece insinuar que reagir por dever e agir autonomamente são exatamente a QUESTÃO 3: Se a autonomia significa agir de mesma coisa. Mas como é que isso pode ser? Agir acordo com uma lei que imponho a mim mesmo, o de acordo com o dever significa ter de obedecer a que garante que todos irão escolher a mesma lei uma lei. Como é que a obediência a uma lei pode moral? Se o imperativo categórico é o produto da ser compatível com a liberdade? minha vontade, não será provável que pessoas dife- RESPOSTA: O dever e a autonomia coexis- rentes tenham imperativos categóricos diferentes? tem apenas num caso especial: quando sou Kant parece pensar que todos iremos concordar eu o autor da lei a que tenho o dever de obe- com a mesma lei moral. Mas como pode ele ter a decer. A minha dignidade enquanto pessoa li- certeza de que pessoas diferentes não irão racioci- vre não consiste em estar sujeito à lei moral, nar de maneira diferente e chegar a diversas leis mas sim em ser o autor de “essa mesma lei... morais? e subordinado a ela apenas por este motivo”. RESPOSTA: Quando determinamos a lei mo- Quando agimos de acordo com o imperativo ral, não escolhemos, enquanto pessoas indivi- categórico, agimos de acordo com uma lei duais, como pessoas específicas que somos, 3  iBooks Author
  • 5. mas sim como seres racionais, como partici- QUESTÃO 4: Kant afirma que se a moralidade é pantes naquilo que Kant designa por “razão mais do que uma questão de cálculo prudente, tem prática pura”. Portanto, é um erro pensar que de tomar a forma de um imperativo categórico. a lei moral depende de nós enquanto indiví- Mas como podemos saber que a moralidade existe duos. Evidentemente, se raciocinarmos com para lá do jogo de poder e de interesses? Podere- base nos nossos interesses, desejos e fins parti- mos alguma vez ter a certeza de que somos capa- culares, podemos chegar a um qualquer nú- zes de agir autonomamente, com livre vontade? E mero de princípios. Mas não são princípios se os cientistas descobrirem (através da imagiolo- morais, apenas princípios de prudência. Des- gia do cérebro, por exemplo, ou da neurociência de que exerçamos a razão prática pura, abstra- cognitiva) que afinal não temos livre vontade: iria ímo-nos dos nossos interesses particulares. isso refutar a filosofia moral (a ética) de Kant? Isto significa que todos os que exercem a ra- RESPOSTA: A liberdade da vontade não é o zão prática pura irão chegar à mesma conclu- tipo de coisa que a ciência possa provar ou re- são - irão chegar a um imperativo categórico futar. E a moralidade também não. É certo (universal) único. “Uma vontade livre e uma que os seres humanos vivem no reino da natu- vontade submetida a leis morais são, por con- reza. Tudo o que fazemos pode ser descrito seguinte, uma e a mesma coisa”. de um ponto de vista físico ou biológico. Quando levanto a mão para votar, a minha ac- ção pode ser explicada em termos de múscu- los, neurónios, sinapses e células. Mas tam- 4  iBooks Author
  • 6. bém pode ser explicada em termos de ideias e de crenças. Kant afirma que nada podemos fa- zer senão compreender-nos a nós próprios de ambas as perspetivas - o reino empírico da fí- sica e da biologia, e um reino inteligível da ac- ção humana livre. 5  iBooks Author