Este documento resume um estudo sobre o conhecimento de adolescentes de uma escola amazônida sobre cuidados íntimos femininos. O estudo aplicou questionários antes e depois de uma ação educativa. Os resultados mostraram um aumento no conhecimento após a educação, embora algumas questões ainda precisam de reforço, especialmente entre adolescentes de 12-13 anos. A educação em saúde é importante para promover o bem-estar das adolescentes.
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
CONHECIMENTO DAS ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA AMAZÔNIDA SOBRE OS CUIDADOS ÍNTIMOS FEMININOS.
1. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FACULDADE DE ENFERMAGEM
CONHECIMENTO DAS ADOLESCENTES DE UMA ESCOLAAMAZÔNIDA
SOBRE OS CUIDADOS ÍNTIMOS FEMININOS.
Orientadora: Profa. MSc. Ana Paula
Gonçalves
Discente: Ana Caroline Batista
Francisca Noronha
Heilla Monteiro
Ingrid Cordeiro
Isabela Mesquita
Jonathan Sampaio
Laise Hiromy
Belém/PA
2014
2. 1 INTRODUÇÃO
• A adolescência é a passagem gradual da infância para a idade adulta,
sendo cada vez mais estudada por profissionais que se dedicam ao
atendimento de jovens na faixa etária de 10 a 19 anos. (BRASIL, 2006).
• De acordo com o dicionário Aulete, ‘Amazônida’ quer dizer pessoa
nascida ou que vive na Amazônia.
• Cuidados íntimos femininos, definimos como higiene da região anogenital da
mulher, para mantê-la livre de umidade e resíduos (urina, fezes e fluidos).
Compreende a práticas de rebaixamento de pelos pubianos, uso de roupas
íntimas e asseio com produtos cujas propriedades deverão contribuir para o
bem-estar, conforto, segurança e saúde da mulher, prevenindo as infecções
(adaptado da SPG, 2012).
3. OBJETIVO
• Objetivo geral:
Identificar o conhecimento das adolescentes de uma escola de
ensino fundamental e médio de grande porte do município de Belém
sobre os cuidados íntimos femininos.
• Objetivos específicos:
Fazer o levantamento do conhecimento prévio das adolescentes
sobre os cuidados com a higiene íntima;
Abordar o tema cuidados íntimos femininos e esclarecer dúvidas;
Avaliar a aprendizagem sobre o que foi discutido acerca dos
cuidados íntimos femininos.
4. 2 METODOLOGIA
• TIPO DE ESTUDO
Estudo de caráter descritivo de abordagem quantitativa.
• CENÁRIO DA PESQUISA
Uma escola de grande porte do município de Belém.
• SUJEITOS DA PESQUISA
Adolescentes de 12 a de 19 anos, regularmente matriculadas na
escola amazônida.
FONTE:ArquivoPessoal
5. 3 Referencial teórico
HIGIENE ÍNTIMA
A saúde feminina exige diversos cuidados: com os cabelos, a pele e
o corpo. A mulher contemporânea está envolvida numa rotina intensa, e dela
são exigidas eficiência e flexibilidade. A higiene íntima está totalmente ligada
à saúde como um todo. Por isso, é tão importante dispor de produtos
adequados que possam ajudá-la em todos os momentos do dia. Manter a região
íntima saudável é essencial para manter o corpo livre de desconfortos e
doença (FEBRASGO, 2013).
6. 3 Referencial teórico
PRODUTOS PARA HIGIENE GENITAL FEMININA
USAR:
• Sabonetes líquidos glicerinados
EVITAR:
• Sabonete em barra
• Gel
• Lenços umedecidos
• Uso de água dentro do canal vaginal
X X X
7. 3 Referencial teórico
RECOMENDAÇÕES PARA OUTROS CUIDADOS
• Técnica de higiene
• Frequência e tempo de higienização diária
• Hidratação
• Vestuário
• Depilação
• Período perimenstrual e menstrual
(absorvente interno e externo)
ALGODÃO X RENDA
8. 3 Referencial teórico
VAGINITES
• Vaginose bacteriana
Metade das mulheres com vaginose bacteriana são
assintomáticas, mas os sintomas comuns incluem corrimento vaginal
delgado, homogêneo e geralmente de cor branca, acinzentada, amarelo-
esverdeada. Coceira, inflamação e irritação podem ocorrer em cerca de
15% das mulheres (CULLINS, 2002).
• Candidíase Vulvovaginal: é uma infecção fúngica, devido à
presença de levedura do gênero Candida, um membro da família
Cryptococcaceae.
• Tricomoníase: As mulheres apresentam corrimento vaginal, que
pode ser espumoso e bolhoso ou amarelo esverdeado; eritema vulvar
e vaginite. Há queixas de irritação, prurido vulvar e disúria. 10-50%
das mulheres são assintomáticas
9. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A análise dos dados do presente trabalho teve caráter
quantitativo, onde foram consideradas as respostas do questionário A e
B aplicados as adolescentes da amostra. Foram analisados comparando
a quantidade de acertos antes e após a ação educativa. Os resultados
foram apresentados em forma de gráficos e tabelas.
10. FAIXA ETÁRIA DAS ENTREVISTADOS
• Tabela 01: Adolescentes da Escola π, segundo a faixa etária - 2014.
Fonte: Pesquisa de campo, 2014.
A idade pode influenciar a tomada decisão, o comportamento, a
postura e a forma de expressão de um indivíduo, uma vez que com o
passar da idade as pessoas tendem a ganhar maturidade, o que pode
facilitar a aquisição de conhecimento (CASTRO, 2008).
Idade Nº %
12 a 13
14 a 16
17 a 19
5
9
11
20
36
44
TOTAL 25 100
11. ESCOLARIDADE
• O grau de instrução de um indivíduo pode influenciar diretamente
o seu grau de conhecimento. Porém, não é um fator determinante. O
conhecimento adquirido sobre um determinado assunto recebe
interferência de vários fatores. (PIAGET, 1972).
Gráfico 01: Escolaridade das adolescentes da Escola π - 2014.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2014.
12. RAÇA
• Raça relaciona-se não só com a cor da pele, mas, leva em
consideração outros aspectos físicos e etnia relacionam-se com
aspectos físicos e culturais. Dessa maneira, no estudo será usado o
termo raça (OLIVEIRA, 2010).
Gráfico 02: Demonstrativo percentual com relação à raça das entrevistadas.
Fonte: Pesquisa de Campo,2014.
13. QUESTIONÁRIO
• Gráfico 03: Acertos das adolescentes antes e após a ação educativa, dada em
porcentagem, quando questionadas se calcinhas coloridas causam irritações.
Segundo Tristão, as calcinhas devem ser de cor branca, porque
as coloridas podem causar irritações e alergias, devido ao emprego dos
corantes. Sendo que, as de cores escuras (preto, vermelho e azul
marinho) apresentam maiores chances de causarem alergias.
Fonte:Pesquisadecampo,2014.
14. • Tabela 02: Acertos das adolescentes antes e após a ação educativa, segundo sua
faixa etária, quando questionadas se é correto compartilhar roupas íntimas
com a mãe, irmã ou prima.
Mulheres de todas as idades, adolescentes inclusive, eliminam secreções
vaginais. Isto é normal e muito comum. Mas estas secreções podem estar
contaminadas com fungos ou bactéria. Ao usar calcinha, mesmo que
aparentemente limpa, de outra pessoa, estes agentes infecciosos podem ser
transmitidos. Por isto, biquínis, maiôs, e calcinhas, não devem ser compartilhados,
pois podem transmitir doenças (ESCOBAR, 2014).
Faixa Etária Questionário A Questionário B
12 a 13
14 a 16 100% 100%
17 a 19
Fonte: Pesquisa de campo, 2014.
15. • Gráfico 04: Acertos das adolescentes antes e após a ação educativa, quando
questionadas se deixar as roupas íntimas secar no sol ou ao ar livre ajuda a
eliminar fungos e bactérias, ou seja, é melhor do que deixar secar no banheiro
ou atrás da geladeira.
O banheiro é um local de grande umidade, favorece a contaminação
de calcinhas por fungos, logo, elas devem ser colocadas de preferência em um
local ventilado e que bata sol (PINHEIRO, 2014).
Fonte:Pesquisadecampo,2014.
16. • Gráfico 05: Acertos das adolescentes antes e após a ação educativa, quando
questionadas se as roupas íntimas indicadas para usar no dia-a-dia devem ser
de cor clara e de algodão.
O algodão é bem fresco, e ajuda o ar a circular em volta da vagina.
Isso contribui, também, para a sua proteção, pois evita que algumas bactérias
se reproduzam em seu órgão sexual, além de manter uma pele saudável nessa
área tão sensível (LANES, 2012).
17. • Gráfico 06: Acertos das adolescentes antes e após a ação educativa, segundo
sua faixa etária, quando questionadas se o sabonete para higiene íntima dever
ser líquido e sem perfume.
Sobre os compostos químicos dos sabonetes líquidos íntimos, é
importante ressaltar que estes dever ser produtos a base de ácido láctico, por ser
um componente natural da pele, que diferem entre si pelos vários excipientes
associados. O seu principal atributo é manter o pH mais próximo do ideal para o
desenvolvimento e manutenção das células da pele (SPG,2012).
Fonte:Pesquisadecampo,2014.
18. • Gráfico 07: Acertos das adolescentes antes e após a ação educativa, quando
questionadas se é indicado o uso de adereços na região genital.
Um estudo publicado pela Universidade Northwestern, nos Estados
Unidos, conclui que 20% dos furos dos piercings levam a sangramentos e
infecções. Sendo a região genital uma das áreas mais criticas, pois essa área
possuem muita umidade e uma presença grande de micro-organismos.
Fonte:Pesquisadecampo,2014.
19. • Gráfico 08: Acertos das adolescentes antes e após a ação educativa,
quando questionadas se é adequado e higiênico depilar toda a região
genital com lâmina de barbear.
Muitas mulheres acreditam que a depilação está diretamente ligada
com a higiene e acabam depilando a região íntima por completo. Entretanto, a
depilação tem fins apenas estéticos, uma vez que os pêlos desse local possuem
função protetora. Os pelos pubianos servem para proteger a região íntima da
ação dos germes(ROBERTO, 2012).
Fonte:Pesquisadecampo,2014.
20. • Gráfico 09: Acertos das adolescentes antes e após a ação educativa, segundo
sua faixa etária, quando questionadas se a camisinha é o único método capaz
de prevenir doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Segundo Tristão, a camisinha é o único método capaz de prevenir DST
(Doença Sexualmente Transmissível), independente do método anticoncepcional.
Lembramos que a camisinha colabora na manutenção do equilíbrio da “flora
vaginal”, já que o sêmen (ejaculado) muitas vezes promove alteração na acidez
vaginal o que pode facilitar a ocorrência de infecções.
Fonte:Pesquisadecampo,2014.
21. • Gráfico 10: Acertos das adolescentes antes e após a ação educativa, segundo
sua faixa etária, quando questionadas quanto ao uso de ducha vaginal.
De acordo com Iara Linhares, especialista em vaginose do serviço de
ginecologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, o uso de produtos de higiene
íntima (duchas vaginais) são outro agente irritante importante, pois destroem a
flora benéfica de lactobacilos de Doderlein, que protegem a vagina contra outros
microrganismos (bactérias e fungos) que podem causar infecções. (SOGESP,
2012).
Fonte:Pesquisadecampo,2014.
22. • Gráfico 11: Acertos das adolescentes antes e após a ação educativa, quando
questionadas se toda jovem deve usar protetor de calcinha diariamente.
O uso contínuo do protetor de calcinha aumenta o calor e a umidade na
região. Os “protetores de calcinha” facilitam a alteração do pH vaginal e o
aparecimento e desenvolvimento de vaginites (candidíase) ou infecções por
bactérias. “Além disso, sensibilizam a pele da região vulvar (região genital
externa), que frequentemente fica vermelha e irritada” (PARMIGIANO,2014).
Fonte:Pesquisadecampo,2014.
23. 5 CONCLUSÃO
A educação em saúde é uma ferramenta indispensável, na
formação e adoção de medidas que visam à promoção de conhecimentos
sobre cuidados íntimos de forma individual e coletiva e que tem como
finalidade o seu bem estar.
As adolescentes pesquisadas obtiveram um maior êxito após a ação
educativa, com um bom rendimento nas maiorias das questões. Enquanto
os gráficos feitos por faixa etária, percebemos que nas questões 6, 9 e 10
a faixa etária entre 12 e 13 anos permaneceu sempre com o mesmo valor
antes e depois da ação educativa. Cremos ainda que há necessidade de
reforço de informação para que evitem a depilação intima com lâmina de
barbear (Gráfico 8) e o uso protetor diário de calcinhas ( Gráfico 9).
Foi de grande importância a realização deste trabalho tanto para
o nosso desenvolvimento acadêmico quanto pessoal, pois mostrou-nos os
caminhos pelos quais a educação pode percorrer para contribuir na
redução das doenças relacionadas aos maus hábitos de higiene íntima.
24. REFERÊNCIAS
• FEBRASGO. Guia prático de condutas sobre higiene genital
feminina. São Paulo. 2009.
• SPG. Revisão dos Consensos em Infecções Vulvovaginais.
Reunião da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, Hotel Vila Galé,
Ericeira, 16 e 17 de Março 2012.
• BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente: Lei federal nº
8069, de 13 de julho de 1990. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial,
2008.