3. TRADIÇÃO X CONFIRMAÇÃO CIENTÍFICA
Não reconhecimento do caráter pedagógico
do jogo
Mais teoria que prática
Para as pessoas conhecimento é apenas
aquele que a escola reconhece
4. ARROGÂNCIA INTELECTUAL
Brincadeiras como “escolinha” possuem
caráter formador mais forte que aulas
teóricas maçantes. O perfil malvado
expresso pelas crianças a respeito do(a)
professor(a).
5. REFLETINDO
“Que há de mais importante em nossa
formação para a cidadania que o espírito
crítico?”
“Pois não é a atitude crítica a que mais marca a
brincadeira de escolinha que acabamos de
descrever?”
“De que vale saber sem ser crítico do saber?”
“Que consciência se pode ter de alguma coisa
sem passá-la pelo crivo da crítica?”
6. A atitude crítica é fundamental na aquisição de
qualquer conhecimento.
Critica a escola que não reconhece uma
brincadeira como uma aprendizagem
significativa para a vida. Para os adultos, é
apenas diversão (menos importante).
Dificuldade em justificar a importância da
atividade lúdica para as pessoas
(criança/adolescente/adulto). Teoricamente os
acadêmicos reconhecem, mas na prática isso
não ocorre.
7. Se acompanharmos algum adolescente em um dia que não
tivesse obrigações a fazer, logo perceberíamos que a atividade
mais presente é o jogo, o qual deveríamos dar mais importância
na educação.(“parece que quanto mais nova a criança, mais
tempo ela dedica ao jogo).
Nota-se que muitos autores falaram sobre os jogos, mas pouco
sobre o ato de jogar.
Para muitos o jogo não é tão importante como fenômeno, mas
sim para funcionar como meio de ensino de disciplinas, que para
serem mais legais introduzem o jogo como método pedagógico.
Já no ponto de vista do autor, tudo que aprendemos aperfeiçoa
as práticas. Portanto, é de fundamental importância que os
professores compreendam as práticas que dizem respeito ao seu
trabalho.
8. CITAÇÕES DE AUTORES QUE ESTUDARAM O
JOGO COMO FENÔMENO :
Colas Duflo,1999 – O jogo: de Pascal a Schiller –
comenta varias obras e como exemplo transcreve
afirmações de São Tomás de Aquino: “O jogo é
necessário na vida humana, mas em excesso é loucura
ou preguiça...momento indispensável de não
trabalho”(editado). Tomás de Aquino estabelece oposição
radical entre jogo e trabalho; se há um, não pode haver o
outro. Na educação o jogo torna-se atividade menor, pois
não corresponde a trabalho no ponto de vista da escola.
Duflo também menciona Leibniz, que diverge de Tomás
de Aquino. Para Leibniz “...o jogo ensina a pensar”. O
prazer lúdico do jogo motivaria o individuo à fazer coisas
que não seriam feitas sem uma forte motivação.
9. Pascal destacava a incerteza como
componente fundamental de qualquer jogo.
Para Schiller o homem “não é totalmente
homem senão quando joga”.
Dentre as transcrições de Duflo em sua
obra, há mias manifestações de boa vontade
(exceto Pascal) que argumentos para a
compreensão do jogo.
10. Jean Chateau,1987 – “O jogo prepara para
a vida séria”. “O jogo é um artificio pela
abstração: cozinhar pedra é uma conduta
mais simples do que a da cozinha real, mas
nessa conduta simples vai se formando a
futura cozinheira”. Chateau confere ao jogo,
com esses argumentos, um caráter
meramente funcional e simplista; ele receava
que o jogo fosse desvalorizado, caso não
cumprisse tal papel funcional.
11. Roger Caillois, 1990 - “O jogo e a arte nascem de um acréscimo
de energia vital, de que o homem e a criança não necessitam
para a satisfação de suas necessidades imediatas e que utilizam
para a imitação gratuita e divertida de comportamentos reais”.
1. Não é isso mesmo que parece ocorrer durante o jogo?
2. Não é o que acontece com todos nós, eventualmente, quando
fazemos alguma coisa que pode ser chamada jogo?
Para Caillois, há uma energia reservada para brincar e da o
exemplo das crianças mais novas que passam horas e horas se
movimentando sem mostrar cansaço. Essa energia a mais é
utilizada não para fazer uma tarefa útil, mas sim algo
verdadeiramente humano: a construção da cultura humana.
Caillois afirma sobre a importância do jogo como fenômeno e
não sua funcionalidade.
“A finalidade do jogo é o próprio jogo”.
12. Gilles Brougère, 1998 – Excessivamente cauteloso,
preocupa-se com a visibilidade da aprendizagem. Onde
aprendizagem é o produto final de um processo de
instruções.
Huizinga, 1999 – “é no jogo e pelo jogo que a civilização
surge e se desenvolve”. O jogo não é exclusividade dos
humanos, os animais também jogam. Huizinga fala do
homem cultural e não do biológico. Em sua obra acaba
por confundir os leitores em algumas passagens: “o
contrário de seriedade é jogo; todavia o conceito de jogo
vai além, podendo até incluir a seriedade”.
Freire- O jogo pode sim incluir a seriedade.
13. Buytendijk, 1974 – A oposição entre trabalho e
o jogo, a qual cria maior dificuldade de
introduzir o jogo nas escolas, onde o jogo
transgride regras disciplinares e conturba a
ordem habitual da instituição. Chama a atenção
do caráter pático do jogo, ou seja, oposto a
seriedade.
Gadamer, 1993 – Caráter motivacional do jogo
pode servir como via para aprender conteúdos
difíceis (Ex: matemática, química ou física).
14. DETALHES CIRCUNSCRITOS AO ÂMBITO
EDUCACIONAL
Características:
Não esquecer coisas aprendidas
Prazer funcional da ação, a repetição de
habilidades que já foram dominadas.
O prazer contido no ato de repetir as
coordenações adquiridas garante guardar na
memória.
15. Manter aprendizagem
Importância da prática da coordenação adquirida e a
evolução da espécie, o corpo humano se
desenvolveu para pudéssemos nos locomover até
nossas necessidades, caso não haja movimento
algum, ocorre a atrofia.
Aperfeiçoar a aprendizagem
Conforme a criança vai praticando tal coordenação
mais aperfeiçoa-a. Sempre buscando a beleza.
1. “Afinal, que há de mais pedagógico que o exercício
da beleza?”
16. Os novos desafios
Entende-se que após chegar a um nível alto, em questão de habilidade,
sempre há um desafio para chegar num patamar maior e isso instiga a
vontade da criança, pois será recompensada com muito prazer. A
criança se sente mais forte e segura para cada vez mais aperfeiçoar
sua técnica.
A educação do símbolo
Freire tenta mostrar que os seres humanos são diferenciados de outras
espécies não por possuir habilidades sensoriais e motoras (ouvir, falar,
cheirar, tocar,saborear), mas sim por podermos interiorizar essas
habilidades, ou seja, conseguimos trazer para dentro de nós essas
experiências vividas. E faz a pergunta: “E que recursos utilizamos para
conseguir tal proeza?”
Ao citar Sartre, que tenta mostrar o caráter subjetivo do jogo, conseguimos
entender que o jogo é uma das formas mais comuns de interiorizar
nossas experiências.
17. Jogar para criar
A criatividade é suprimida no ambiente escolar.
O prazer em aprender as disciplinas não
existe devido a suas regras impostas, ou
seja, a criatividade depende da liberdade
que as crianças têm para encontrar soluções
originais. Não é apenas o jogo que pode
contribuir para formar inteligências criativas,
mas é muito importante.
18. Jogar para se descobrir
Modelos que seguimos para nos formar são muito
importantes, mas só atingimos a realização
máxima quando o modelo se torna nós
mesmos. E segundo Piaget, “O jogo é uma
atividade que se distingue das outras pela
polarização na direção do próprio sujeito; é
mais assimilação que acomodação”. Trata-se
de educar o sujeito para que possa ser ele
mesmo.
19. O jogo-trabalho
1. Modo quase exclusivo como o jogo é aceito
nas escolas
2. Simples motivador de aprendizagem de
outras disciplinas
3. Freinet – Trabalho como referência de
orientação para a vida.Como adequar o
modo de ser da criança à orientação para o
trabalho.
20. COMPREENDENDO O JOGO
I. Inicialmente o jogo é apenas sensório-
motor
II. Jogo simbólico
Para Piaget:
“Se uma criança cresce corporalmente – isto é,
se sua estatura aumenta - , a menos que
ocorra algum acidente, alguma doença,
todo o resto também cresce”.
21. CONCLUSÃO
Na leitura do texo, podemos compreender
como o jogo é importante para a formação
de uma pessoa, desde a infância até a vida
adulta.
Conseguimos perceber como a escola
resiste em aceitar o seu caráter pedagógico.
O que seria da vida sem o jogo?