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O Papel da Família ou outros cuidadores informais

        Qualquer doença, seja ela mental ou não, afecta as dinâmicas de qualquer
família, que se vê obrigada a reestruturar a organização familiar, com fortes angústias e
desafios para o futuro. Apesar das modificações necessárias provocadas pela doença,
nomeadamente ao nível da redução do rendimento familiar devido às despesas
provocadas pela doença e às alterações de hábitos familiares provocados pela
necessidade de responder às necessidades do doente, estes não são os principais
problemas apontados pelas famílias. Os problemas mais realçados pelas famílias são as
variações no clima emocional, as alterações de relacionamento e as consequências da
doença1. A relação do doente mental com a família transporta sempre uma grande
sobrecarga familiar, pois a par da aceitação da doença, têm também de se adaptar à nova
relação com o doente, menor disponibilidade financeira, alteração da rotina doméstica e
muitas outras alterações.
        Cada família tem um modo próprio de lidar com a doença mental, mas
habitualmente passam por várias fases quando conhecem o facto de que um familiar tem
uma doença mental. Inicialmente desenvolvem sentimentos de tristeza, angústia e medo.
Depois, quando o doente inicia o tratamento e revela alguns sinais de comportamento
social aceitável, a família aufere que o seu familiar está curado e voltou ao normal,
havendo então o renascimento de um sentimento de esperança relativamente ao futuro e
a expectativa de que tudo volte a ser como antes. No entanto, quando o doente tem uma
recaída a esperança de cura volta a desvanecer-se. Para a família é difícil aceitar as
recaídas e a incerteza do futuro. Também o contacto da família com a equipa terapêutica
é muitas vezes frustrante, confusa e humilhante2.
        Para compreender melhor o doente mental, a família ou outro cuidador informal
deverá compreender e aceitar a doença. Neste sentido, é importante o apoio da equipa
técnica, que deve ajudar a família a procurar novos caminhos para que ela se possa
fortalecer, valorizar o potencial do seu familiar doente e aprender a lidar com a doença,
pois a estabilidade familiar é fundamental para o equilíbrio do doente mental.




1
  ALVES, Fátima (2001) Os Conceitos in Acção Social na Área da Saúde Mental, Universidade Aberta,
Lisboa
2
  SILVA, Viviane (2008), Doença Mental: Dificuldades enfrentadas pela família e o familiar – cuidador.
In Revista Digital www.seufuturonapratica.com.br

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  • 1. O Papel da Família ou outros cuidadores informais Qualquer doença, seja ela mental ou não, afecta as dinâmicas de qualquer família, que se vê obrigada a reestruturar a organização familiar, com fortes angústias e desafios para o futuro. Apesar das modificações necessárias provocadas pela doença, nomeadamente ao nível da redução do rendimento familiar devido às despesas provocadas pela doença e às alterações de hábitos familiares provocados pela necessidade de responder às necessidades do doente, estes não são os principais problemas apontados pelas famílias. Os problemas mais realçados pelas famílias são as variações no clima emocional, as alterações de relacionamento e as consequências da doença1. A relação do doente mental com a família transporta sempre uma grande sobrecarga familiar, pois a par da aceitação da doença, têm também de se adaptar à nova relação com o doente, menor disponibilidade financeira, alteração da rotina doméstica e muitas outras alterações. Cada família tem um modo próprio de lidar com a doença mental, mas habitualmente passam por várias fases quando conhecem o facto de que um familiar tem uma doença mental. Inicialmente desenvolvem sentimentos de tristeza, angústia e medo. Depois, quando o doente inicia o tratamento e revela alguns sinais de comportamento social aceitável, a família aufere que o seu familiar está curado e voltou ao normal, havendo então o renascimento de um sentimento de esperança relativamente ao futuro e a expectativa de que tudo volte a ser como antes. No entanto, quando o doente tem uma recaída a esperança de cura volta a desvanecer-se. Para a família é difícil aceitar as recaídas e a incerteza do futuro. Também o contacto da família com a equipa terapêutica é muitas vezes frustrante, confusa e humilhante2. Para compreender melhor o doente mental, a família ou outro cuidador informal deverá compreender e aceitar a doença. Neste sentido, é importante o apoio da equipa técnica, que deve ajudar a família a procurar novos caminhos para que ela se possa fortalecer, valorizar o potencial do seu familiar doente e aprender a lidar com a doença, pois a estabilidade familiar é fundamental para o equilíbrio do doente mental. 1 ALVES, Fátima (2001) Os Conceitos in Acção Social na Área da Saúde Mental, Universidade Aberta, Lisboa 2 SILVA, Viviane (2008), Doença Mental: Dificuldades enfrentadas pela família e o familiar – cuidador. In Revista Digital www.seufuturonapratica.com.br