Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Apresentaçao Queimados
1. UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA.
CURSO DE NUTRIÇÃO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA
CONDUTA NUTRICIONAL APLICADA A UM CASO DE
QUEIMADURA – HOSPITAL INFANTIL JOANA DE
GUSMÃO
Estagiária: Cristiane Carolina Machado
Orientadora: Amanda Alcaraz da Silva
Fonte : Google Imagens (2011).
3. INTRODUÇÃO
Os traumas por queimadura são a segunda
causa de morte em crianças menores de
cinco anos de idade e a mais comum de óbito
por acidente doméstico.
•(KARA, 2008).
4. INTRODUÇÃO
A importância do tratamento do paciente queimado
na fase aguda implica:
Na estabilização dos sinais vitais;
Desbridamento da ferida;
Suporte nutricional;
Antibióticos;
Prevenção e tratamento de complicações como
infecções e lesões no pulmão;
(KARA, 2008).
5. OBJETIVOS
Objetivo geral
Elaborar prescrição dietoterápica para
um paciente queimado internado no
Hospital Infantil Joana de Gusmão que
fica localizado na cidade de
Florianópolis/SC.
Fonte : Google Imagens (2011).
6. OBJETIVOS
Objetivos específicos
Avaliar e diagnosticar o estado clinico-
nutricional;
Elaborar fisiopatologia e conduta dietoterápica;
Realizar prescrição dietoterápica;
Elaborar orientações nutricionais;
7. IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE
C.A.O, sexo feminino, nascida em 23 de agosto de 2005,
atualmente com 5 anos e 11 meses, é natural e
procedente de Florianópolis – SC.
Reside no bairro Ingleses, com o tio, tia e 2 irmãos.
Profissão do tio engenheiro eletricista e da tia professora
do ensino fundamental.
A casa onde a criança mora atualmente é de alvenaria
possui água encanada e esgoto tratado. Antes do
acidente a paciente vivia com a mãe e cinco irmãos.
8. HISTÓRIA DA DOENÇA
PREGRESSA, ATUAL, SINAIS E
SINTOMAS
O paciente foi internado no dia 02 de agosto de
2011;
Em consequência de queimadura de espessura
parcial profunda (segundo grau) na região da face e
ombros e de espessura total na axila (terceiro grau);
Totalizando 8% de superfície corporal queimada
(SCQ);
Sendo o agente causal fogo;
9. HISTÓRIA DA DOENÇA PREGRESSA,
ATUAL, SINAIS E SINTOMAS
A história da lesão registrada em prontuário
médico, de acordo com o relato da mãe é a seguinte:
Criança estava acompanhada mãe;
Mãe estava queimando cobre;
A criança se abaixou sobre a chama, a blusa iniciou
a queimar;
Mãe apagou as chamas e procurou atendimento
médico;
10. HISTÓRIA DA DOENÇA PREGRESSA,
ATUAL, SINAIS E SINTOMAS
Na segunda semana de internação a mãe
ausentou-se do hospital e a tia materna se
apresentou como tutora da paciente.
Segundo relato da tia, a queimadura da
criança ocorreu porque a mãe ateou fogo na
casa com os cinco filhos no local.
11. FISIOPATOLOGIA
Queimaduras são lesões nos tecidos orgânico
causadas por trauma de origem térmica;
Decorrente da exposição a chamas, eletricidade,
frio extremo, radiações, substâncias químicas,
atritos ou fricção, líquidos, superfícies quentes e
biológicos;
(SMELTZER, 2002).
12. FISIOPATOLOGIA
As queimaduras podem ser classificadas de acordo
com a extensão da superfície corpórea afetada,
calculada em porcentagem da área total lesionada
(ATSQ).
Além da área atingida, deve-se avaliar a
profundidade das lesões que podem ser de primeiro
(queimadura de espessura superficial) segundo
(espessura parcial profunda) ou terceiro grau
(queimadura de espessura total) .
(VANNUCCHI, 2006).
13. FISIOPATOLOGIA
O tratamento pode ser realizado com enxertia de
pele e pele artificial (Integra);
As queimaduras de terceiro e quarto grau, são mais
graves e complicadas, com elas surgem graves
alterações hormonais, metabólicas e imunológicas;
(MOIEMEN, 2001).
14. ESQUEMA DE
FISIOPATOLOGIA
Fonte: SOMEYA et al., 2004, adaptado por Machado, 2011.
PICCOLO, 2002, adaptado por Machado, 2011.
GARÓFOLO, 2005, adaptado por Machado, 2011.
15. AVALIAÇÃO FÍSICA
Região Corporal Características Normais Características Alteradas
Pele Sem dermatose Sem alteração
Cabelos Brilhosos Sem alteração
Unhas Brilhosas e fortes Sem alteração
Edema Não apresentava Sem alteração
Paciente não apresentava sinais de desnutrição
Avaliação clínica das características de deficiências nutricionais.
Fonte: Machado, 2011.
16. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA
Variáveis Valores
Peso 22 Kg
Estatura 1,17 m
Idade 5anos e 11 meses
Dados Antropométricos.
Fonte: Machado, 2011.
Indicadores Escores Z Diagnóstico Referências
Nutricional
Peso para idade Entre escores Z 0 e Peso Adequado para Curvas da
(P/I) +1 idade OMS, 2007.
Estatura para idade Entre escores Z 0 e Estatura adequada para Curvas da
(E/I) +1 idade OMS, 2007.
IMC/I = 16,17 Entre escores Z 0 e Eutrofia Curvas da
kg/m2 +1 OMS, 2007.
Diagnóstico nutricional de acordo com os indicadores P/I, E/I e IMC/I.
Fonte: Machado, 2011.
17. AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA
Hemograma Completo Resultados Valores de Referência
15/08/2011
Hemácias (RBC) 4,56 4,0 a 5,3
Hemoglobina (HGB) 12,0 11,5 a 14,5/dl
Hematócrito (HCT) 33,2 33,0 a 43,0 %
VCM (MCV) 72 46 a 90
CHM (MCH) 26,3 25 a 31pg
CHCM (MCHC) 36 32 a 36 g/dl
RDW (RDW – CV) 13,0 11,5 a 15,0%
Leucócitos Totais 13.800 ↑ 4.000 a 12.000/mm³
Bastonetes 276 0 a 1000/mm3
Segmentados 1488 1.200 a 6.000/mm3
Eosinófilos 552 0 a 700/mm3
Linfócitos típicos 2070 1.000 a 5.500/mm3
Monócitos 414 0 a 1.000/mm3
Plaquetas 307.000 150.000 a 450.000/mm3
Dados bioquímicos do paciente.
Fonte: Prontuário médico.
18. ANÁLISE
O valor dos leucócitos totais encontrava-
se acima do valor de referência, esse
aumento pode estar relacionado com
infecções, desordens inflamatórias, períodos
pós-operatórios e queimaduras.
(LEÃO, 2007).
20. DIAGNÓSTICO DO ESTADO
NUTRICIONAL
Paciente encontrava-se com peso,
estatura e IMC adequados para
idade associado à leucocitose.
21. A recomendação de vitaminas e minerais para
crianças entre 4 e 8 anos de acordo com a
DRI (2001) está demonstrado nos Quadros
abaixo:
Vitamina Recomendação
Vitamina A 400 µg
Vitamina C 25 mg
Vitamina E 7 mg
Minerais Recomendações
Cálcio 800 mg/dia
Cobre 440 µg/dia
Ferro 10 mg/dia
Magnésio 130 mg/dia
Selênio 30 µg/dia
Zinco 5 mg
22. CÁLCULOS DAS NECESSIDADES
NUTRICIONAIS
INQUÉRITO ALIMENTAR
A análise foi embasada na necessidade energética e de
nutrientes de uma criança saudável, ou seja, antes da injúria.
Foi utilizada a fórmula da DRI, 2002.
•Kcal: 1314,08 Kcal/ dia.
•Proteínas: 0,95g/kg/dia: 22 x 0,95 = 20,9g – 83,6 kcal/dia –
6,36% VET.
•Carboidrato: 40,99 Kcal/Kg/dia – 225,49g/dia – 68,64% VET.
•Lipídio: 14,93 Kcal/Kg/dia – 36,50g/dia – 25% VET.
23. ANAMNESE ALIMENTAR
Refeição/ Horário Alimento Medida caseira Quantidade – ml/g
Desjejum Pão de trigo 1 unidade 50 g
9h00min
Margarina 1 colher chá 10g
Café 1 copo 100ml
Açúcar 1 colher chá 5g
Lanche da manhã
Não realiza
Almoço Feijão 1 concha grande 165ml
12h00min
Arroz 2 colheres de servir 153g
Frango frito com 1 pedaço médio 130g
pele
Tomate crú Meio 75g
Lanche da Tarde Bolacha recheada 10 unidades 150g
16h00min de chocolate
Jantar Feijão 1 concha 165ml
19h40min
Arroz 2 colheres de servir 153g
Ovo frito 2 unidades 100g
Ceia Não realiza VET: 2.375,91kcal
PTN: 306,24
24. ADEQUAÇÃO ANAMNESE
ALIMENTAR
Macronutrientes, Porcentagem Porcentagem/ Kcal dieta Porcentagem
energia e fibras recomendada valor de adequação
e Kcal consumido
Energia 1314,08 2.375,91 kcal 2.375,91 kcal 180,80%
Carboidratos 68,64% 49,76 1182,24 72,49%
Proteínas 6,36% 12,89 306,24 202,67%
Gorduras 25% 37,35 887,40 149,4%
Fibras 25g 16g - 64%
Análise do consumo de energia, macronutrientes e fibra.
Valores obtidos a partir do software Dietwin® Profissional, 2008.
25. ADEQUAÇÃO ANAMNESE
ALIMENTAR
Micronutrientes Recomendação Consumo Porcentagem UL
diária alimentar no de adequação
domicílio
Cálcio (Ca) 800 mg/d 190,21 mg 23,77% 2,5mg/d
Ferro (Fe) 10 mg/d 9,57 mg 95,70% 40mg/d
Zinco (Zn) 10 mg/d 7,28 mg 72,80% 12mg/d
Magnésio (Mg) 110 mg/d 269,12 mg 244,65% 110mg/d
Selênio (Se) 20 mcg/d 35mcg 175% 150mcg/d
Vitamina A 500 mcg/d 322,21 mcg 64,44% 900mcg/d
Vitamina C 45 mg/d 18,60 mg 41,33% 650mg/d
Vitamina E 7 mg/d 17,94 mg 256,28% 300mg/d
Valores de micronutrientes.
Valores de consumo obtidos a partir do software Dietwin® Profissional, 2008.
26. ANÁLISE
MACRONUTRIENTES
• Carboidratos - o consumo de carboidratos está ↓ da
recomendação, a principal função dos carboidratos é
fornecer energia, quando é consumido em ↓ quantidades,
pode ocasionar ↓ no desempenho escolar e físico da
criança.
• Proteínas - o consumo de proteínas está ↑ da
recomendação.
• Lipídios - o consumo de lipídios está ↑ da recomendação,
ocasionando assim riscos futuros à saúde da criança como
obesidade, dislipidemias, hipercolesterolemia, doenças
cardiovasculares.
27. ANÁLISE
FIBRAS
A ingestão de fibras não alcançou a
recomendação, as fibras alimentares possuem
funções benéficas para o trato gastrintestinal como
reduzir o risco de alguns tipos de câncer, doenças
cardíacas e controle do peso.
28. ANÁLISE
• MICRONUTRIENTES
A ingestão de cálcio, ferro e zinco não alcançou a
recomendação para a idade;
O cálcio é um mineral importante para a formação e
manutenção dos ossos e dentes;
O ferro permite o transporte de oxigênio pelo
sangue, evitando assim a anemia, quando a criança
ingere quantidades inferiores que o recomendável
está sujeita a desenvolver anemia.;
(OLSON, 2003).
29. ANÁLISE
Os valores de adequação de consumo das vitaminas A e
C estão abaixo do recomendado;
A vitamina A possui diversas funções a principal delas
está relacionada com a visão;
Desenvolvimento dos ossos, ação protetora na pele e
mucosa e no fortalecimento do sistema imune;
A vitamina C é necessária para o metabolismo de
absorção do ferro, formação de colágeno e combate os
radicais livres.
(BIESEK, 2005).
30. CÁLCULOS DAS NECESSIDADES
NUTRICIONAIS
As três equações utilizadas para calcular
necessidade energética para pacientes pediátricos
queimados são Equação de Curreri (1986), Davies
e Liejedahl (1971) e Galveston (1990).
31. CÁLCULOS DAS NECESSIDADES
NUTRICIONAIS
Fórmula de Curreri: 1.386 Kcal/dia
Fórmula de Davies e Liejedahl: 1.600 Kcal/ dia
Fórmula de Galveston: 1.590 Kcal/ dia
32. CÁLCULOS DAS NECESSIDADES
NUTRICIONAIS
Ao realizar os cálculos das três fórmulas, adota-se
o resultado mediano entre as três fórmulas
(Padronizado pelo Serviço de Nutrição e Dietética
do HIJG).
Nesse caso foi utilizada a fórmula de Galveston
(1990), totalizando 1.590 Kcal/ dia, recomendando-
se assim 72 Kcal/Kg/dia.
33. MACRONUTRIENTES PTN
Foi padronizada pelo Serviço de nutrição e Dietética
do HIJG, a utilização da fórmula de Davies ( 1994),
para calcular as necessidades de proteínas diária.
PTN = ( 3g x P) + 1g x %SCQ
PTN = (3 x 22) + 1x 8
PTN = 66 + 8
PTN = 74 g/dia, 296 Kcal e 18% ou 3,36g/Kg/dia.
34. MACRONUTRIENTES
Carboidratos: 1.590 Kcal/ dia 100%
X 55%
55% = 795 Kcal/dia, 198.75g/dia.
Lipídeos: 1.590 Kcal/ dia 100%
X 27%
27% = 429.3 Kcal/dia, 47.7 g de lipídeos dia.
35. NECESSIDADE HÍDRICA
Regra de Holliday e Segar (1957):
1500+[( P -20) x 20]
1500+[(22-20) x 20]
1500+ (2x 20)
1540 ml/dia
36. RECORDATÓRIO ALIMENTAR 24
HORAS NO HOSPITAL
Refeição Alimento Medida caseira Quantidade
ml/g
Café da manhã Pão de trigo 1 unidade 50g
8h00min
Queijo mussarela 1 fatia 15g
Café Meia xícara 30ml
Leite integral Meia xícara 30ml
Açúcar 1 colher de chá 5g
Lanche da manhã Maçã 1 unidade 120g
10:30min
Banana 1 unidade 50g
Almoço Arroz branco 1 colher 76,5g
12:30min de servir
Filé de frango sem 1 pedaço médio 100g
pele grelhado
Feijão 1/2 concha 80ml
Salada de alface 1 folha 5g
37. RECORDATÓRIO ALIMENTAR 24
HORAS NO HOSPITAL
Lanche da tarde Café com leite 1 xícara 75ml
16:00min integral com açúcar
Pão de trigo 2 unidades 100g
Margarina 1 colher de sopa 10g
Janta Creme de verduras 1 prato fundo 300ml
20:30min (batata, cenoura e
abóbora)
VET: 1.349,73kcal
PTN (Total): 272,24
Recordatório alimentar 24 horas no HIJG.
Calculado no software Dietwin® Profissional, 2008
38. RECORDATÓRIO ALIMENTAR 24
HORAS NO HOSPITAL
Macronutrientes e Fibras
Macronutrientes, Recomendaça Ingestão no Kcal dieta Porcentagem
energia e fibras o (kcal/%) hospital de adequação
(kcal/%)
Energia 1.590 Kcal 1.349,73 Kcal 1.349,73 Kcal 84,88%
Carboidratos 55% 57,79 780,00 105,07%
Proteínas 18% 20,17 272,24 112,05%
Gorduras totais 27% 22,04 297,45 81,62%
Fibra 25g 29,72g - 118,88%
Recordatório alimentar 24 horas no HIJG.
Calculado no software Dietwin® Profissional, 2008
39. RECORDATÓRIO ALIMENTAR 24
HORAS NO HOSPITAL
MICRONUTRIENTES
Micronutrientes Recomendação Ingestão no Porcentagem UL
diária hospital de adequação
Cálcio (Ca) 800 mg/d 374,47mg 46,80% 2,5mg/d
Ferro (Fe) 10mg/d 6 mg 60% 40mg/d
Zinco (Zn) 10mg/d 5,29mg 52,90% 12mg/d
Magnésio (mg) 110mg/d 309,35mg 281,22% 110mg/d
Selênio (Se) 20mcg/d 119,67mcg 598,35% 150mcg/d
Vitamina A 500mcg/d 348,79mcg 69,75% 900mcg/d
Vitamina C 45mg/d 69,29mg 153,97% 650mg/d
Vitamina E 7mg/d 8,37mg 119,57% 300mg/d
Recordatório alimentar 24 horas no HIJG.
Calculado no software Dietwin® Profissional, 2008
40. ANÁLISE
MACRONUTRIENTES
Carboidratos e proteínas - A ingestão de carboidratos e
proteínas está ↑ do recomendado, devido a injúria do
paciente é importante manter uma dieta Hipercalórica e
Hiperproteica;
Lipídeos - A ingestão de lipídeos está ↓ do recomendado, a
ingestão diária de energia não atingiu o valor recomendado
devido a ↓ ingestão de lipídios, para situação estresse
(queimadura) apresentando um risco para perda de peso.
41. ANÁLISE
FIBRAS
A ingestão de fibras ultrapassou a quantidade
recomendada, é importante relatar que ingerir fibra
acima da recomendação poderá desencadear a
diminuição da absorção de vários micronutrientes,
entre eles o cálcio, o zinco e o ferro.
42. ANÁLISE
MICRONUTRIENTE
O consumo de cálcio, ferro, zinco e das vitaminas A, C
e E está ↓ do recomendado, enquanto a ingestão de
magnésio ficou ↑;
O cálcio é importante processo de coagulação
sanguínea e o zinco estimula a cicatrização;
As vitaminas A e E são antioxidante, estabilizam a
membrana celular e protegem as células e ajudam a
potencializar o processo de cicatrização;
(SILVA, 2005) (STURMER, 2001).
43. RECOMENDAÇOES
NUTRICIONAIS E CONDUTA
DIETOTERÁPICA
O principal objetivo da terapêutica nutricional para
casos de queimadura é diminuir a deterioração
clínica do paciente com a finalidade de prevenir a
infecção, reduzir o número de intervenções
cirúrgicas, acelerar a cicatrização e o tempo de
permanência hospital.
44. RECOMENDAÇOES
NUTRICIONAIS E CONDUTA
DIETOTERÁPICA
No atual estudo de caso recomenda-se uma dieta
Hiperproteica com 3,36g de proteínas/kg/dia e um
suplemento Hiperprotéico (Fortini®) com a finalidade de
potencializar a cicatrização da lesão.
Com a finalidade de garantir um aporte adequado de
carboidratos para o paciente em estudo foi estipulado
que 55% do valor energético total virão carboidratos;
45. RECOMENDAÇOES
NUTRICIONAIS E CONDUTA
DIETOTERÁPICA
Normolipídica - Os lipídios tem como principal
função fornecer energia às células, armazenar
energia (reserva alimentar) e dissolver algumas
vitaminas;
Necessidade hídrica de 1540 ml/dia;
Foi prescrito 25g/ dia de fibras;
46. RECOMENDAÇOES
NUTRICIONAIS E CONDUTA
DIETOTERÁPICA
MICRONUTRIENTES
Devido a liberação excessiva de oxidantes,
recomenda-se a ingestão de vitaminas
antioxidantes, que protegem o organismo e
ajudam a potencializar a cicatrização.
Vitamina A 500mcg/d
Vitamina C 45mg/d
Vitamina E 7mg/d
47. RECOMENDAÇOES
NUTRICIONAIS E CONDUTA
DIETOTERÁPICA
Os minerais e vitaminas são essenciais para
o metabolismo dos nutrientes e nas reações
fisiológicas. A deficiência desses elementos
poderá dificultar o processo de cicatrização
da lesão.
Cálcio (Ca) 800 mg/d
Ferro (Fe) 10mg/d
Zinco (Zn) 10mg/d
Magnésio (mg) 110mg/d
Selênio (Se) 20mcg/d
48. PRESCRIÇÃO DIETOTERÁPICA
DO HOSPITAL
Dieta livre, hipercalórica e hiperprotéica,
administrada por via oral.
49. PRESCRIÇÃO DIETOTERÁPICA
PROPOSTA PELA ESTAGIÁRIA
Dieta com consistência normal, por via oral, hipercalórica
(1590 Kcal/dia – 72,27 kcal/kg/dia);
Hiperprotéica (74g/dia - 3,36g/kg/dia);
Normolipídica, normoglicídica, aporte adequado de
fibras (25g/ dia);
Minerais e vitaminas (vitamina A, C, E, zinco, cobre,
selênio, ferro e magnésio);
Fracionada em 6 vezes ao dia;
Suplemento alimentar Hipercalórico e hiperprotéico no
período da manhã – 10h30min;
50. DIETA ELABORADA PELA
ESTAGIÁRIA
Refeição Alimento Medida caseira Quantidade
ml/g
Café da manhã Pão de trigo 1 unidade 50g
8h00min
Requeijão 2 colheres 15g
Café, infusão 10% Meia xícara 30ml
Leite, de vaca, Meia xícara 30ml
integral
Açúcar, refinado 2 colheres de chá 10g
Banana 1 unidade 40g
Lanche da manhã Fortini ® 1 pote 200ml
10:30min
51. DIETA ELABORADA PELA
ESTAGIÁRIA
Almoço Salada de alface 1 folha 15g
12:30min
Tomate picado ¼ unidade pequena 30g
Cenoura ralada 1 porção pequena 30g
Abóbora cozida 1 colher de sopa 18g
cheia
Macarrão cozido 1 colher de mesa 90g
cheia
Molho ao sugo 2 colheres de sopa 40g
cheias
Frango, peito, sem 1 pedaço pequeno 80g
pele, grelhado
Suco de laranja lima 1 copo 100ml
52. DIETA ELABORADA PELA
ESTAGIÁRIA
Lanche da tarde Vitamina de mamão 1 copo 100ml
16:00min e banana com leite
integral
Pão de trigo 1 unidades 50g
Margarina 1 colher de chá cheia 10g
Jantar Beterraba, crua 1 colher de sopa 30g
20:30min ralada cheia
Cenoura, crua ralada 1 porção pequena 30g
Filé de peixe 1 pedaço médio 100g
(pescada) grelhado
Arroz parboilizado 1 xícara 60g
tipo 1 ®
Feijão, preto, cozido 1 concha pequena 40g
Chuchu, cozido 1 colher de sopa 30g
cheia
Suco de uva natural 1 copo 100ml
53. DIETA ELABORADA PELA
ESTAGIÁRIA
Ceia Salada de frutas 1 pote de sobremesa 90g
9:30min completa (banana,
mamão, maçã,
Canela moída 1 colher de chá 5g
Ingestão Hídrica 6 copos
(água)
VET: 1862,84kcal
PTN (Total): 341,16
Kcal
Dieta prescrita pela aluna.
Calculada no software Dietwin® Profissional, 2008.
54. ANÁLISE DOS DADOS
Macronutrientes, Porcentagem Porcentagem/ Kcal dieta Porcentagem
energia e fibras recomendada valor de adequação
e Kcal consumido
Energia 1590 Kcal/dia - 1862,84kcal 117,15%
Carboidratos 55% 55,39% 1031,96 100,70%
Proteínas 18% 18,31% 341,16 101,72%
Gorduras totais 27% 26,27% 489,42 97,29%
Fibra 25g 26,79g - 107,16%
Macronutrientes, energia e fibras. Dieta prescrita pela aluna.
Calculada no software Dietwin® Profissional, 2008.
55. ANÁLISE DOS DADOS
Micronutrientes Recomendação Dieta Porcentagem UL
diária prescrita pela de adequação
estagiária
Cálcio (Ca) 800 mg/d 951,54mg 118,94% 2,5mg/d
Ferro (Fe) 10 mg/d 17,64mg 176,4% 40mg/d
Zinco (Zn) 10 mg/d 11,7mg 117% 12mg/d
Magnésio 110mg/d 107,34mg 97,58% 110mg/d
Selênio (Se) 20mcg/d 42,66mcg 213,3% 150mcg/d
Vitamina A 500 mcg/d 805,35mcg 161,07% 900mcg/d
Vitamina C 45 mg/d 487mg 1082,22% 650mg/d
Vitamina E 7 mg/d 11,68mg 166,85% 300mg/d
Valores e adequação de micronutrientes.
Calculada no software Dietwin® Profissional.
56. ANÁLISE DOS DADOS
Com base na necessidade calórica total obtida através da
fórmula de Galveston (1990), e demais nutrientes, a dieta
prescrita pela aluna atingiu as necessidades
recomendadas a este paciente. As recomendações de
todos os minerais foram ultrapassadas, porém nenhum
valor foi além do limite máximo permitido pela UL.
57. ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS
Consumir leite integral 3x ao dia (ajuda aumentar o
aporte proteico);
Consumir alimentos ricos em ferro (ajuda na
recuperação) como: feijão, folhosos escuros,
carnes, peixes e miúdos;
Consumir frutas ricas em vitamina C (ajuda na
absorção do ferro e aumenta a resistência a
infecções e ajuda na cicatrização) como: morango,
limão e laranja;
58. ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS
Consumir alimentos ricos em vitamina E como: óleo de
girassol, palma, milho, soja. Semente de girassol, germe
de trigo. Outras fontes de vitamina E são grãos integrais,
peixe e vegetais verdes folhosos;
Consumir água durante o dia, (8 copos
Ingerir frutas, verduras e legumes todos os dias;
Realizar as preparações das refeições assadas,
grelhadas ou cozidas;
Realizar 6 refeições ao dia;
Prefira suco natural a sucos industrializados;
59. DESFECHO DO TRATAMENTO
DIETOTERÁPICO
O paciente foi internado no dia 12 de agosto de 2011 e
foi acompanhado pela estagiária por 5 dias;
Durante o acompanhamento foi possível verificar a
evolução do quadro do paciente, que por sua vez
aceitava bem a dieta, possuía hábitos urinários e
intestinais normais;
Cicatriz: integra com bom aspecto sem secreção, outros
curativos sem complicações, o paciente não teve
alterações de peso durante o acompanhamento.
60. CONCLUSÃO
• O estudo de caso possibilitou o contato com a prática,
contribuiu para uma melhor formação profissional dando
experiência na área hospitalar para o acadêmico de nutrição.
• Através do estudo de caso foi possível aprofundar os
conhecimentos sobre as doenças diagnosticadas.
• A avaliação clínico-nutricional juntamente com o histórico da
doença atual e pregressa possibilitou um diagnóstico com
maior segurança e precisão.
• A conduta e prescrição dietoterápica desenvolvidas,
possibilitaram, com a evolução do estado nutricional do
paciente, observar a importância da alimentação adequada
para recuperação do paciente.
61. REFERÊNCIAS
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