1) A bacia do Rio das Velhas vem sofrendo com escassez hídrica nos últimos anos, com redução significativa das chuvas.
2) A demanda hídrica na bacia, principalmente para abastecimento e irrigação, já compromete entre 50-100% da vazão outorgável.
3) Análises em sub-bacias revelaram trechos com demanda já superior a 90% do volume mínimo de referência.
1. ESCASSEZ HÍDRICA NA BACIA DO RIO DASESCASSEZ HÍDRICA NA BACIA DO RIO DAS
VELHAS (SF5)
2. CONTEXTUALIZAÇÃO GERAL
• O último biênio (2014-2015) tem sido marcado pela redução dos totais de
precipitação acumulada, sobretudo na região sudeste do país.
• Situação de bloqueio atmosférico associado à imposição de sistemas
anticiclonais.anticiclonais.
• Diante disso, a repercussão na disponibilidade hídrica superficial e
subterrânea em Minas Gerais também se mostrou negativa.
• Isso se torna crítico porque Minas Gerais tem importante papel na
exportação de água para os demais estados de Sudeste.
3. CONTEXTUALIZAÇÃO GERAL
• A Região Sudeste tem uma disponibilidade hídrica de 334,20 Km³/ano
desses, 58% (193,9 Km³/ano), estão em Minas Gerais.
• O estado recebe 1,57 Km³ ou 1,57 trilhões de litros/ano e doa 160 Km³ ou
160 trilhões de litros/ano.160 trilhões de litros/ano.
• A contribuição de Minas para o Rio São Francisco é da ordem de 1089,97
m³/s, ou 73% de toda a sua vazão.
• Dentre seus principais afluentes, destaca-se a bacia do rio das Velhas, de
importância fundamental para o abastecimento público e produção
minerária da RMBH, e que também fora atingida pela escassez hídrica
recente.
4. Anomalia observada na precipitação histórica acumulada nos meses chuvosos de 1979 a 2014. Destaque para a
tendência contínua e rítmica de sucessão de anomalias negativas. Fonte: Adaptado de SIMGE/IGAM (2015).
5. a) precipitação acumulada durante período de outubro/2012 a março/2013. b) anomalia de precipitação durante período de
outubro/2012 a março/2013.. Fonte: Adaptado de SIMGE/IGAM (2015).
Déficit entre 100 mm e 600 mm se comparado às Normais
(Período úmido 2012-2013)
6. a) precipitação acumulada durante período de outubro/2013 a março/2014. b) anomalia de precipitação durante período de
outubro/2013 a março/2014. Fonte: Adaptado de SIMGE/IGAM (2015).
Déficit entre 150 mm e 350 mm se comparado às Normais
(Período úmido 2013-2014)
7. a) precipitação acumulada durante período de outubro/2014 a janeiro/2014. b) anomalia de precipitação durante período de
outubro/2014 a janeiro/2015. Fonte: Adaptado de SIMGE/IGAM (2015).
Déficit entre 400 mm e 600 mm se comparado às Normais
(Período úmido 2014-2015)
8. Análise da precipitação dos anos de 2013 e 2014 da estação Rio das Velhas em relação à média climatológica da
estação convencional do INMET em Belo Horizonte. Fonte: SIMGE/IGAM.
Precipitação acumulada no período úmido de 2014 abaixo das
Normais Climatológicas na quase totalidade dos meses
9. • No caso da bacia do rio das Velhas (SF5), choveu nos meses de
outubro, novembro e dezembro de 2014 o equivalente a 35%-60% da
média histórica.
• No mês de janeiro de 2015, o cenário se mostrou ainda mais crítico,
registrando percentual em relação às Normais Climatológicas de 16%.
10. DISPONIBILIDADE E DEMANDA HÍDRICA
• Diante do quadro hidrometeórico observado, o IGAM contabilizou o
montante das Portarias de Outorga publicadas entre 2003 e 2014, além
das Certidões de Uso Insignificante expedidas na SF5.
• Conhecimento do quadro de evolução das outorgas concedidas e
autorizadas no estado e a relação com a disponibilidade hídrica das bacias.
11. DISPONIBILIDADE E DEMANDA HÍDRICA
• Verificou-se ainda as finalidades de uso preponderantes dentre as
outorgas vigentes no Estado e na UPGRH SF5 até 2014, sendo a irrigação
(Minas Gerais) e o abastecimento público (Velhas) os mais expressivos,
respectivamente.
13. DISPONIBILIDADE E DEMANDA HÍDRICA
• O IGAM analisou ainda o nível de comprometimento da vazão outorgável e o
número de ocorrência de episódios de vazão inferiores ao mínimo de
referência (Q7,10), para cada UPGRH de Minas Gerais.
• Na bacia do rio das Velhas (SF5), a relação vazão outorgada x outorgável esteve
entre 50% e 100%, para uma referência mínima de Q7,10 definida em 30%.
• Também registrou-se total de 11 ocorrências de vazões médias mensais
inferiores à Q7,10, nas estações do CPRM operadas pela ANA na SF5 entre
março e setembro de 2014.
COMPROMETIMENTO DA DISPONIBILIDADE HÍDRICA SUPERFICIAL
DE MANEIRA GERAL
14.
15.
16. DISPONIBILIDADE E DEMANDA HÍDRICA
• Contudo, se analisadas as demandas e disponibilidades hídricas superficiais por sub-
bacias, o cenário de criticidade do SF5 é atualizado.
• Isto é, o aprimoramento da escala de análise revelou os trechos com maior/menor
comprometimento de vazão na bacia do rio das Velhas.
Unidades Territorias
Estratégicas
Área (Km²)
NºUso
Insignificante
VazãoUso
Insignificante
(m³/s)
NºOutorgas
Vazão
outorgada
(m³/s)
Demanda
Total(m³/s)
Q7,10estudo
(m³/s)
%demandada
daQ7,10
UTE Nascentes 541 33 0,026 7 0,132 0,158 1,228 13%
SCBH Rio Itabirito 548 30 0,025 21 1,090 1,114 1,181 94%
UTE Águas do Gandarela 323 44 0,030 3 0,124 0,154 0,440 35%
SCBH Águas da Moeda 544 71 0,042 11 0,245 0,287 0,891 32%SCBH Águas da Moeda 544 71 0,042 11 0,245 0,287 0,891 32%
SCBH Ribeirão Caeté/Sabará 331 43 0,024 11 0,079 0,103 0,479 22%
SCBH Ribeirão Arrudas 228 7 0,005 4 0,158 0,164 0,396 41%
SCBH Ribeirão Onça 221 2 0,002 2 0,018 0,020 0,339 6%
UTE Poderoso Vermelho 360 38 0,024 6 0,078 0,103 0,381 27%
SCBH Ribeirão da Mata 786 83 0,050 17 0,186 0,236 1,337 18%
SCBH Rio Taquaraçu 795 40 0,026 13 0,197 0,223 1,410 16%
SCBH Carste 627 36 0,020 7 0,226 0,246 0,506 49%
SCBH Jabo/Baldim 1080 74 0,041 8 0,077 0,118 1,245 9%
SCBH Ribeirão Jequitibá 623 24 0,015 13 0,232 0,247 0,852 29%
UTE 14 1171 23 0,010 8 0,090 0,099 0,731 14%
UTE Ribeirões Tabocas e Onça 1223 26 0,016 6 0,157 0,173 1,267 14%
UTE Santo Antônio/Maquiné 1336 10 0,007 3 0,028 0,035 1,365 3%
SCBH Rio Cipó 2184 28 0,016 1 0,035 0,051 3,712 1%
SCBH Rio Paraúna 2338 115 0,095 28 0,296 0,392 4,212 9%
UTE Ribeirão Picão 1716 4 0,002 7 0,050 0,052 1,399 4%
UTE Rio Pardo 2234 44 0,025 12 0,252 0,277 2,723 10%
SCBH Rio Curimataí 2219 10 0,006 2 0,041 0,046 2,349 2%
SCBH Rio Bicudo 2274 8 0,007 4 0,606 0,613 2,820 22%
UTE Guaicuí 4137 36 0,017 11 0,189 0,206 2,367 9%
TOTAL 27839 829 0,531 205 4,585 5,116 33,631 15%
17.
18. DISPONIBILIDADE E DEMANDA HÍDRICA
• O IGAM verificou ainda os trechos de maior comprometimento da vazão na
calha principal do rio das Velhas.
• Os pontos de referência antes dos afluentes Ribeirão da Mata e Rio Taquaraçú,
após Ribeirão Jequitibá e antes do afluente Rio Paraúna registraram
percentual demandado da Q7,10 superior à vazão mínima de referência.
Pontos de referência
Captação
áreà Captação no segmento Q 7,10 % demandada
Pontos de referência
montante
(m³/s)
do rio das Velhas (m³/s) (m³/s) da Q 7,10
Após o afluente Rio Maracujá 0,1455 0,0125 1,2279 13%
Antes da captação da COPASA 1,2724 0,0000 4,5468 28%
Antes do afluente Ribeirão da Mata 2,1023 8,7960 7,9288 137%
Antes do afluente Rio Taquaraçú 11,1347 0,0150
10,752
0 104%
Após o afluente do Ribeirão Jequitibá 11,9830 0,6352
18,690
0 68%
Antes do afluente do Rio Paraúna 12,9255 0,1195
28,300
0 46%
Antes da confluência com o Rio
Bicudo 13,8629 0,0023
50,944
5 27%
Foz do Rio das Velhas 14,6842 2,1807
63,170
0 27%
19.
20. DISPONIBILIDADE E DEMANDA HÍDRICA
• Em relação às outorgas subterrâneas vigentes, verifica-se total de 808,
distribuídas por toda a extensão da bacia do rio Velhas.
• Há uma concentração das captações nas proximidades da mancha urbana de
Belo Horizonte, sob domínios hidrogeológicos cristalino (granito/gnaisse) e de
Metassedimentos/Metavulcânicos.Metassedimentos/Metavulcânicos.
• Os principais mananciais subterrâneos da bacia, por sua vez, encontram-se
sobre domínios porosos/fissurais, no médio curso do rio das Velhas (regiões
cársticas do cráton do São Francisco).
21.
22. CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Está planejado pelo IGAM, a contratação de um plano de segurança hídrica para o
Estado de MG, que terá por objetivo realizar um diagnóstico dos pontos críticos de
disponibilidade hídrica no Estado de Minas Gerais, contemplando situações de escassez
por condições naturais ou por excesso de demanda.
• Avaliação das demandas atuais e projeções futuras e análise dos usos setoriais da água
sob a ótica dos conflitos pelo recurso – existentes e potenciais – e dos impactos nasob a ótica dos conflitos pelo recurso – existentes e potenciais – e dos impactos na
utilização da água em termos de quantidade e qualidade.
• Baseado no diagnóstico, o plano irá propor ações estruturais (infra-estrutura hídrica) e
não estruturais (recuperação de cobertura vegetal, projetos de conservação de bacias).
• Esta ação pretende dar solução de médio a longo prazo e não substitui a necessidade de
ações de curto prazo para o próximo período de estiagem do ano de 2015.