O documento fornece estatísticas e informações sobre o sistema de saúde suplementar brasileiro. Aproximadamente 24% da população brasileira, ou 45,5 milhões de pessoas, são usuárias do sistema. A maioria, 74%, estão em planos coletivos, enquanto 26% têm planos individuais ou familiares. As principais reclamações dos usuários incluem reajustes de preços, negativas de cobertura e manutenção de dependentes após a morte do titular. Os médicos relatam pressão das operador
Principais números do sistema de saúde suplementar brasileiro
1. Alguns números do sistema de saúde suplementar brasileiro
45,5 milhões de pessoas, cerca de 24% da população brasileira são usuárias do Sistema de Saúde Su-
plementar (dado de dezembro de 2010).
74% dos usuários de planos de assistência médica estão em planos coletivos(quase 33 milhões de pesso-
as). O restante, 26%, têm plano individual ou familiar.
Dos usuários de planos de assistência médica, 19,6% permanecem em planos antigos (8,8 milhões), muitos deles
com restrições de cobertura ainda piores do que as praticadas pelos planos novos (contratos após janeiro de 1999).
26% de lucro foi o desempenho, em 2010, das 15 operadoras filiadas à Federação Nacional de Saúde Suple-
mentar (FenaSaúde), que obtiveram receita de R$ 74 bilhões contra despesas de R$ 58 bilhões.
R$ 64 bilhões foi o que as empresas do Sistema de Saúde Suplementar movimentaram em 2009, variação
de 13,5% em um ano - maior que a variação da inflação.
350 mil médicos em atividade estão registrados junto ao Conselho Federal de Medicina (CFM).
No Distrito Federal são 10.308 os médicos ativos registrados no Conselho Regional de Medicina.
160 mil médicos, aproximadamente, atendem usuários de planos e de seguros de saúde.
223 milhões de consultas são realizadas anualmente pelos médicos que atendem o sistema de
saúde suplementar.
4,8 milhões de internações são realizadas por ano sob a responsabilidade dos médicos do sistema suplementar.
Os médicos atendem, em média, em seus consultórios, oito planos ou seguros saúde.
Cada hospital privado atende, em média, convênio com 42 planos de saúde.
Cada usuário de plano de saúde vai ao médico (consulta) em média 5,5 vezes por ano.
80% das consultas, em um mês típico de consultório médico particular, são realizadas por meio de plano
de saúde. As consultas particulares representam, em média, 20% do trabalho médico em consultório.
O médico que trabalha com planos ou seguros de saúde atribui, em média, nota 5 para as operadoras, em
escala de zero a dez. Ressalta-se que 5% dos médicos deram nota zero para os planos ou seguros
saúde brasileiros e apenas 1% atribuiu notas nove ou 10.
O setor de planos de saúde liderou, em 2010, o ranking de reclamações do Instituto Brasileiro de
Defesa do Consumidor (Idec) pelo 11º ano consecutivo.
As principais queixas foram referentes a reajustes de mensalidade, negativas de cobertura, manutenção de
dependentes no plano de saúde após a morte do titular e adaptação e migração de contratos antigos.
92% dos médicos brasileiros que atendem planos ou seguros saúde afirmam que sofreram pressão ou
ocorreu interferência das operadoras na autonomia técnica do médico.
54,9% dos hospitais afirmam que os planos de saúde determinam a transferência de pacientes para
hospitais próprios das operadoras.
2. 51% dos hospitais afirmam que os planos de saúde demoram na liberação de guias de autorização
para internação, cirurgia e exames, o que prejudica pacientes e médicos.
Entre as interferências no trabalho médico, glosar procedimentos ou medidas terapêuticas e impor a redução
de número de exames ou procedimentos são as práticas mais comuns das operadoras (veja quadro a seguir).
Quem ganha com a atual situação da saúde suplementar
Principais interferências dos planos no trabalho médico
Glosa (rejeitação da prescrição ou cancelamento de
pagamento) de procedimentos ou medidas terapêuticas 78%
Limitação de número de exames ou procedimentos
75%
Restrição (limitação da cobertura) de doenças pré-existentes 70%
Autorização de atos diagnósticos e terapêuticos
somente mediante designação de auditores 70%
Interferência no tempo de internação de pacientes
(determinação de alta hospitalar antes da hora) 55%
Negativa a prescrição de
medicamentos de alto custo 49%
Interferência no período de internação
pré-operatório (Ex.: não permitir 48%
internação na véspera da cirurgia)
Nenhuma 6%
Base (número de médicos entrevistados) 2.184
Fonte: APM/DataFolha – Pesquisa Nacional