O documento discute nossa comunhão com a Trindade, explicando que temos uma relação distinta com cada pessoa divina - Pai, Filho e Espírito Santo. Nossa comunhão com o Pai consiste no amor dele, com o Filho na graça dele, e com o Espírito Santo na comunhão com ele. Apesar das distinções, ao adorar ou orar a uma pessoa adoramos a Trindade completa, pois há uma só essência divina.
2. 2Co 13.13
“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de
Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam
com todos vós”.
3. Introdução
“A prática da piedade consiste, primeiro, em
conhecer a essência de Deus, e isso com
respeito ao diversificado modo de ser, pois nele
há três pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo, e
com respeito aos seus atributos” (Lewis Bayly).
“A distinção das pessoas da Trindade não é
para ser imaginada, mas crida” (Owen).
4. Comunhão com o Deus Triuno
Comunhão é um relacionamento caracterizado
por compartilhar algo em comum ao dar e
receber.
Comunhão com Deus consiste em “Sua
comunicação de si mesmo para conosco e nosso
retorno a ele daquilo que requer e aceita fluindo
da união que temos com ele em Jesus Cristo”
(Owen).
5. Comunhão com o Deus Triuno
Nossa comunhão com Deus é uma comunhão
com as pessoas divinas e não com a essência
divina. Não há comunhão com Deus
abstratamente falando, mas comunhão com o
Pai, com o Filho e com o Espírito Santo.
6. Comunhão com o Deus Triuno
Nossa comunhão com a Trindade é distinta
com cada pessoa, não só no sentido de que cada
pessoa divina se comunica distintamente
conosco (1Co 12.4-6; Ef 1.3-14), mas também
no sentido de que nós nos comunicamos com
elas distintamente (Ef 2.18).
7. Comunhão com o Deus Triuno
Temos comunhão distinta com cada pessoa da
Trindade:
Pai (1Pe 1.17; Ef 3.14-15)
Filho (Jo 14.1; Ef 6.24; Ap 5.8,13; At 7.59-60; 1Co 1.2)
Espírito (2Co 13.13; Mt 28.19)
“Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho,
Jesus Cristo” (1Jo 1.3).
8. Comunhão com o Deus Triuno
“Não há graça pela qual nossas almas se
apresentem diante de Deus, nenhum ato de
adoração divina rendida a ele, nenhum ato de
dever ou obediência realizados, senão os que
são dirigidos distintamente ao Pai, ao Filho e ao
Espírito” (Owen).
9. Comunhão com o Deus Triuno
As pessoas da Trindade se comunicam
distintamente conosco, o que pode ser visto:
Quando a mesma coisa é, ao mesmo tempo, descrita
como conjunta e distinta a todas as pessoas na Deidade
(Ap 1.4-5).
Quando a mesma coisa é atribuída distintamente e
individualmente a cada pessoa. Ex: ensino do Pai (Jo
6.45), do Filho (Mt 23.10) e do Espírito (Jo 14.26).
10. Comunhão com o Deus Triuno
As distinções estão em que o Pai realiza tal
comunhão por meio de autoridade original (Jo
5.21); o Filho, por meio da comunicação de um
tesouro comprado (Is 53.10-11); e o Espírito
Santo, por meio da eficácia imediata (Rm 8.11).
Em 2Co 13.13, o amor do Pai, a graça do Filho e
a comunhão do Espírito (também presente em
Ef 1.3-14).
11. Comunhão com o Deus Triuno
“Entretanto, não convém passar em silêncio a
distinção que observamos expressa nas
Escrituras, e esta consiste em que ao Pai se
atribui o princípio de ação, a fonte e manancial
de todas as coisas; ao Filho, a sabedoria, o
conselho e a própria dispensação na operação
das coisas; mas ao Espírito se assinala o poder e
a eficácia da ação” (Calvino).
12. Comunhão com o Deus Triuno
“Agora, se tornar-se história é a particularidade
do Filho na economia, qual é a contribuição do
Espírito? Bem, precisamente a oposta: é liberar
o Filho e a economia do cativeiro da história. Se
o Filho morre na cruz, assim sucumbindo ao
cativeiro da existência histórica, é o Espírito
que o levanta dos mortos. O Espírito é o além
da história, e quando ele age na história, ele o
faz de modo a trazer para dentro da história os
últimos dias, o escathon” (Zizioulas).
13. Comunhão do Pai para conosco
Consiste em amor, como Sua comunhão com o
Filho (Mc 1.11).
Deus é amor (1Jo 4.8-10).
O amor é particularmente atribuído ao Pai (2Co
13.13).
Jesus ora ao Pai por nós, pois o Pai nos ama (Jo
16.26-27).
O Espírito Santo derrama abundantemente em
nossos corações o amor de Deus (Rm 5.5,8).
O amor do Pai e a eleição (Rm 8.29,30; Ef 1.3-5).
14. Nossa comunhão com o Pai
Os crentes devem receber o amor do Pai:
Pela fé.
Fé em Deus e no amor de Deus.
Essa fé no Pai é por meio do Filho (Jo 14.6; Ef 2.18; 1Pe
1.21).
Os crentes devem responder com amor ao Pai
(Mc 12.28-30).
15. Comunhão do Filho para conosco
Consiste em graça (Jo 1.14; 2Co 13.13).
A graça da presença pessoal e da beleza (Sl
45.2).
A graça do favor imerecido e da aceitação ou
justificação: obediência, morte, intercessão
(Rm 5.6-11,18,19; Hb 7.25).
A graça da santificação e renovação da nossa
natureza (1Co 1.30; 2Co 12.9).
16. Nossa comunhão com o Filho
Em relação à graça pessoal é um tipo de relação
conjugal (Is 54.5; Ct 2.16; 2Co 11.2).
Em relação à graça do favor imerecido: os
crentes reconhecem que sua justiça é trapo de
imundícia e recebem a justiça de Cristo pela fé
(Rm 5.1).
Em relação à graça da santificação: eles olham
para a eficácia purificadora do sangue de Cristo
(1Jo 1.7) e olham para Cristo como o
despenseiro de toda graça (Jo 15.5).
17. Comunhão do Espírito para conosco
Consiste em comunhão (2Co 13.13).
O Espírito traz à lembrança às coisas faladas
por Cristo (Jo 14.26).
O Espírito Santo glorifica a Cristo (Jo 16.14).
O Espírito derrama o amor de Deus
amplamente em nossos corações (Rm 5.5).
O Espírito testifica, em nosso espírito, que
somos filhos de Deus (Rm 8.16).
18. Comunhão do Espírito para conosco
O Espírito nos sela (Ef 1.13): autenticação (Jo
3.33), propriedade e proteção (Ap 7.4)
O Espírito é um penhor para nós (Ef 1.13,14;
2Co 1.22; 2Co 5.5). Indica um depósito em
garantia do pagamento da soma completa. O
penhor é da mesma qualidade do que o
pagamento integral.
O Espírito unge os crentes (1Jo 2.20)
Ele é o Espírito de adoção (Rm 8.15; Gl 4.6)
Ele é o Espírito de súplica (Rm 8.26,27)
19. Nossa comunhão com o Espírito
Não devemos entristecer o Espírito, porque sua
pessoa habita em nós (Ef 4.30).
Não devemos apagar o Espírito por causa de
suas ações pela graça (1Ts 5.19).
Não devemos resistir ao Espírito por causa das
ordenanças de Cristo (At 7.51,52).
20. Aplicação: Adoração e oração
1) Ao adorar uma das pessoas, adoramos toda a
Trindade.
“A natureza divina é a razão e a causa de toda a
adoração; por isso, é impossível adorar apenas
uma pessoa, e não adorar toda a Trindade”
(Owen).
21. Aplicação: Adoração e oração
“Quando indico que algo é próprio da
comunhão com qualquer pessoa, não excluo as
outras pessoas dessa comunhão [...] temos uma
comunhão com uma pessoa e, portanto, com as
outras secundariamente [...] Uma pessoa como
tal, seja qual for, não é o objeto principal da
adoração divina, mas somente quando é
identificada com a natureza ou a essência de
Deus” (Owen).
22. Aplicação: Adoração e oração
“A razão formal de nossa adoração ao Filho não
é sua mediação, mas o fato de que ele é Deus
[...] portanto, a razão formal de nossa adoração
ao Espírito Santo não é o fato de ele ser nosso
consolador, mas o fato de que ele é Deus”
(Owen).
23. Aplicação: Adoração e oração
2) Ao orar a uma das pessoas, oramos a toda a
Trindade.
“Na invocação de Deus Pai invocamos cada
pessoa, porque invocamos o Pai como Deus e
cada pessoa ali incluída” (Owen).
24. Aplicação: Adoração e oração
“O crente adora o Espírito, o serve, espera por
ele, ora a ele e o louva [...] A pessoa do Espírito
Santo, revelando-se nessas operações e efeitos,
é o objeto peculiar de nossa adoração [...] nossa
comunhão com ele causa em nós louvor reativo,
gratidão, honra, glória e oração a ele, por causa
das misericórdias e privilégios que recebemos
dele, os quais são muitos” (Owen).
25. Aplicação: Adoração e oração
“[...] Assim o fazemos quanto ao Filho de Deus
por causa de nossa redenção (Ap 1.5-6). Não
são louvores e invocações semelhantes devidos
a quem torna a obra de redenção efetiva para
nós? [...] Quando sentimos nosso coração
aquecido com alegria, sustentado em paz e
estabelecido em nossa obediência, vamos
atribuir a ele o louvor que lhe é devido,
glorificar seu nome e nos alegrar nele” (Owen).
26. Aplicação: Adoração e oração
3) Ao nos aproximarmos de Deus, adoramos
toda a Trindade.
Ef 2.18: “Por meio do Cristo” ou por sua
mediação e “no Espírito” ou por sua assistência.
“Aqui, temos uma distinção das três pessoas
quanto às suas operações, mas de modo algum
quanto a ser objeto de nossa adoração. O Filho
e o Espírito Santo não são menos adorados em
nosso acesso a Deus que o Pai em si” (Owen).