Pesquisa que será apresentada na Semana Municipal de Educação do município de Bauru/SP. Este trabalho é um recorte do trabalho de conclusão de curso, intitulado: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: Ações e Concepções de professores da Educação Básica
2. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH): Concepções e Ações de Professores da Educação
Básica
Aluna: Ana Paula Vizacre
Orientadora: Profª. Dra. Eliana Marques Zanata
3. Problema de Pesquisa
Pretendeu-se nessa pesquisa:
Compreender e buscar na literatura o que caracteriza o aluno com TDAH;
Saber diferenciar o transtorno de outros comportamentos dos alunos na fase
escolar;
Questões de Pesquisa
O que o professor sabe sobre o TDAH?
Como o professor busca estabelecer uma relação ensino-
aprendizagem eficiente com o aluno com TDAH?
Como lida com esse aluno em sala de aula?
4. OBJETIVOS
Levantar as concepções dos professores do Ens. Fundamental I sobre o TDAH.
Levantar as ações, observando a prática em sala de aula de um professor que
atua com um aluno devidamente diagnosticado com TDAH.
Verificar as práticas desses professores em sala de aula.
Informá-los sobre o TDAH através de um folder informativo.
Foi valorizada a conscientização e
atualização dos professores sobre o
TDAH
5. Metodologia
Tipo de Pesquisa: Qualitativa com características de estudo de caso.
Local: 2 escolas municipais
Participantes: 30 Professores e 1 aluno diagnosticado com TDAH
Instrumento da coleta de dados:
1) Questionário investigativo
2) Protocolo de observação e diário de campo
6. O que é o TDAH?
“O Transtorno de Déficit de Atenção deriva de um funcionamento alterado no
sistema neurobiológico cerebral”. (SILVA, 2009, p. 213)
De acordo com Rohde e Benzick (1999) o TDAH é um problema de saúde mental
caracterizado pela desatenção, agitação e impulsividade.
O transtorno causa um grande impacto na vida da criança e das pessoas com as
quais convive. Isso nos leva a imaginar as complicações que o TDAH causa na
vida das crianças e assim refletir sobre a importância do diagnóstico e
tratamento desse transtorno.
7. Resultados e discussões: Levantamento das concepções
dos professores sobre o TDAH
60%17%
17%
6%
O que você entende por esse transtorno?
Transtorno e/ou dificuldade em
controlar a agitação, a concentração e
atenção
Disturbio comportamental
Disturbio que influencia na
aprendizagem
Não sabe/em branco
0
10
20
30
29
20
30
17
9
3 5
1
Quais desses comportamentos/características você
acredita que são de um aluno com TDAH?
8. Relacionamento com o professor:
43% dos professores afirmaram ter um bom relacionamento;
38% afirmaram que o relacionamento era normal;
19% afirmaram ter dificuldades no relacionamento com o aluno.
Relatos dos professores:
“ Trabalhava com dificuldade porque ele não ficava parado e
consequentemente não fazia nenhuma atividade”. Prof. A
“ A dificuldade era ter que chamar a atenção dele a todo momento,
pois, não parava quieto”. Prof. B
9. Métodos utilizados em sala de aula
81% dos professores afirmaram utilizar métodos
diferenciados;
19% dos professores afirmaram trabalhar da mesma forma que
trabalham com outros alunos
41%
12%
29%
18%
Quais métodos?
Atividades com menor tempo
duração, menor concentração,
pouco conteudo , atividades
para chamar atenção
Atividades junto com a Prof. Ed
Especial
Materiais concretos, softwares,
materiais lúdicos
Reforço social - Elogiando o
progresso do aluno diariamente
Relatos dos professores:
“Preparo atividades com tempo curto de
duração.” Prof. A
“ Realizei o projeto na minha sala
intitulado Tudo bem ser diferente, além
disso trabalho com reforço social
constante, motivando, acompanhando e
utilizo o painel de comportamento”. Prof.
B
10. Ações mais incidentes:
Relutância ou antipatia por
parte do aluno em fazer as
atividades
Distraia-se facilmente
Cometia erros por desatenção
Realizava devagar as
atividades - o que mais incomodava
a professora.
14%
15%
23%
23%
25%
Comportamento durante as atividades
Dificuldade em seguir
instruções
Realizar devagar as atividades
Distrair-se com outras coisas
(ex: objetos)
Cometer erros por desatenção
Relutar em fazer a atividade e
antipatia
17%
20%
23%
40%
Relação Professor x Aluno
Elogiou e incentivou o aluno
Ajudou na realização da
atividade
Interagiu com aluno
(questionou, conversou)
Chamou atenção do aluno
Ações mais incidentes:
Chamar atenção do aluno
Interagir (conversar, questionar)
Orientar e ajudar na atividade
Elogiar e motivar (menos incidente)
11. Maior incidência:
Leitura e escrita;
Matemática;
Atividades Individuais e cópias;
Atividades diferenciadas (jogos, desenhos)
24%
19%
22%
26%
9%
Atividades realizadas
Leitura e Escrita
Matemática
Cópia da lousa
Atividade individual
Atividades diferenciadas (jogos,
desenhos)
12. Folder Informativo
O folder apresenta
resumidamente o que é o TDAH;
Prevalência do TDAH em
alunos na fase escolar;
Principais sintomas;
Estratégias para o professor
aplicar em sala, de acordo com
a literatura.
13. Considerações finais
• Foi possível compreender a complexidade do TDAH à luz da literatura,
dentro das perspectivas biológicas, suas causas, consequências, sintomas e
suas implicações no campo educacional e na vida da criança.
• Pode-se perceber que o conhecimento do professor sobre o TDAH em
relação aos dados levantados remetem a um conhecimento básico e
superficial do TDAH.
• Falta de formação dos professores para atuar com os alunos com TDAH, foi
percebido principalmente nas práticas em sala de aula e nos relatos dos
mesmos.
14. Considerações finais
• Professores relataram a importância de saber sobre o TDAH, pois isso lhes
proporcionariam maior segurança, saber como intervir, atender as
necessidades e dificuldades do aluno com TDAH.
• Sendo assim, foi possível perceber as dificuldades e desafios enfrentados na
sala de aula pelo professor em relação ao aluno com TDAH e assim
sensibilizar com as práticas educacionais e a falta de conhecimento para lidar
com esse aluno a fim de minimizar essas dificuldades.
15. Referências
ABDA – Associação Brasileira de Déficit de Atenção www.abda.org.br Acesso em: 05.set.2012
BARKLEY, R. A. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH): Manual para diagnóstico e tratamento. Porto Alegre: Artmed, 2008. 3.ed.
782p.
BARKLEY, R. A. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH): guia completo para pais, professores e profissionais da saúde. Porto
Alegre: Artmed, 2002. 372p.
BENCZIK, E. B. P. Manual da escala de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000. 64p.
CIASCA, S. M. et al. TDAH: transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. 1ª ed. Rio de Janeiro: REVINTER, 2010.
CONNERS, C.K. Transtorno de deficit de atenção/hiperatividade: as mais recentes estratégias de avaliação e tratamento. 3ª ed. Porto Alegre:
ARTMED, 2009.
DIAS, L. M. R. (2005). Programa de estratégias para professores de crianças desatentas, hiperativas/impulsivas. Dissertação de Mestrado
Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ. Disponível em: http://teses.ufrj.br/ip_m/lucianamariarizodias.pdf Acesso em: 21 set.2012
DSM – IV – TR: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 20
FONTANA, RS, Vasconcelos MM, Werner Junior J et tal. Prevalência de TDAH em quatro escolas públicas brasileiras.Arq Neuropsiquiatria
2007;65(1):134-137.
FREIRE, A. C. C., & Pondé, M. P. (2005). Estudo piloto da prevalência de TDAH entre crianças escolares na cidade de Salvador. Bahia, Brasil.
Arquivos de Neuropsiquiatria, 63(2), 474-478.
DUPAUL, GEORGE J. TDAH nas escolas: Orientações práticas para professores, educadores envolvidos com as necessidades de alunos com TDAH.
Editora M.Books, 2007.
GOLFETO JH, Barbosa G. Epidemiologia. In: Rohde LA, Mattos P (Ed.) Princípios e práticas em TDAH. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003. p. 15-34
JOU, G. I., Amaral, B., Pavan, C. R., Schaefer, L. S. & Zimmer, M. (2010).Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: Um Olhar no Ensino
Fundamental.
LANDSKRON, L. M. F. (2007). As narrativas dos professores sobre o TDAH. In: Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e
Educacional (ABRAPEE) _ Volume 12 Número 1 Janeiro/Junho 2008 _ 153-167
LUDKE,M; ANDRÉ, E. D. A. M. Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1988. 99p
MATTOS, P. No Mundo da Lua : Perguntas e respostas sobre transtorno de déficit de atenção com hiperatividade em crianças, adolescentes
e adultos. São Paulo: Casa Leitura Médica, 2010, 182p.
Notas do Editor
O TDAH CAUSA GRANDE IMPACTO NA VIDA DA CRIANÇA E DAS QUAIS CONVIVE COM ELA, NA ESCOLA/CASA, POIS OS SINTOMAS (AGITAÇÃO, IMPULSIVIDADE, DESATENÇÃO) LEVAM A DIFICULDADES EMOCIONAIS, DE RELACIONAMENTO E A BAIXO DESEMPENHO ESCOLAR.
Atividades com tempo curto de duração e reforço social constante são estratégias que vão de acordo com o que encontramos na literatura (Tabaquim) para fixação da atenção do aluno, encorajamento e motivação. O aluno com TDAH desanima facilmente frente a tarefas extensas.
Crianças com TDAH parecem frequentemente estar “no mundo da lua”, são “sonhadoras” , as reclamações dos professores é referente a desorganização e esquecimentos dos alunos. (ROHDE E BENZICK, 1999)
Phelan (2005) que as crianças não terminam a atividade a tempo ou nem terminam. Não acompanham o que ocorre na sala de aula.
Chamar atenção : muitos estímulos em sala de aula, gerando conflito entre as respostas e distração em relação a tarefa; Importância em incentivar e recompensar o desempenho e comportamento do aluno (mais elogios, aprovação, reforço positivo)
É preciso estimular o interesse do aluno para para aprender e tentar envolvê-lo no processo de aprendizagem, para isso sugere que o professor alterne atividades de alto e baixo interesse, por exemplo, matemática e geografia (jogo), durante a aula. Necessidade de conhecer o aluno para saber quais atividades gosta mais para que o prof. Possa realizar pequenos ajustes.