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Romantismo no Brasil
As três gerações românticas




                              Professora:
                              Ana Karina
1ª Geração: Literatura e Nacionalidade
COMO CONSTRUIR A IDENTIDADE LITERÁRIA DE
              UM PAÍS?
            Início do século XIX
Um pouco de História...

    • Em 1808, por conta da Revolução de Porto, a monarquia
      portuguesa foge para o Brasil.
    • Com a corte no Rio de Janeiro, o rei implementou
      melhorias na cidade:
                 • Portos do país foram abertos.
                 • Escolas foram construídas.

                 • Se criou a primeira imprensa oficial do
                   país, Imprensa Régia.
                 • D. João VI, trouxe para o Brasil um grupo
                   de artistas franceses que ensinaram os
                   brasileiros a desenhar e pintar.
Qual a relação entre a independência
 política e o Romantismo brasileiro?
Criando a nação
• Com a Proclamação da Independência em 1822,
  os intelectuais brasileiros puderam criar a
  imagem de uma nova nação, separada de
  Portugal.
• Os estrangeiros escolheram os símbolos
  nacionais e descreveram os costumes dos nativos
  e catalogaram a fauna e a flora.
• A missão dos próximos textos, seria de
  apresentar ao mundo a nova face do Brasil. Os
  textos divulgavam os índios e a natureza
  exuberante.
Como os viajantes estrangeiros influenciaram
 a escolha dos símbolos literários da nossa
            identidade cultural?
Símbolos da nação
• Várias missões estrangeiras compostas por
  cientistas e artistas vieram ao Brasil para
  coletar espécimes, fazer desenhos, enfim,
  registrar o novo reino.
• Auguste de Saint-Hilaire, veio na Missão
  Artística Francesa (1816) e Carl Friedrich von
  Martius veio na Missão Artística Austríaca
  (1817).
• Eles identificaram o índio e a natureza como
  símbolos da identidade brasileira e também
  trouxeram ideias nacionalistas da Europa.
Poesia Indianista
•Segundo Gonçalves de Magalhães:


  “Cada povo tem sua literatura própria, como cada
  homem seu caráter particular, cada árvore seu fruto
                     específico.”

•Os poetas queriam divulgar uma identidade nacional
 da literatura, que ao mesmo tempo mostrasse o amor à
 pátria e pudesse se livrar das influências Portuguesas.
Nativistas ou Indianistas
 • Textos escritos para mostrar a beleza da natureza e a
   imagem dos Índios, definindo a identidade
   brasileira.
 • Poetas e romancistas escreviam esses tipos de texto
   também são chamados assim.
 • José de Alencar (romancista) e Gonçalves Dias
   (poeta) foram importantes autores românticos
   indianistas.
 • Iracema de José de Alencar é uma obra famosa
   representante dos nativistas.
“Bom Selvagem”
• Rousseau, famoso filosófo do século XVIII
  acreditava que todas as pessoas eram iguais e boas
  quando nascem, e o tempo iria diferenciá-las uma
  das outras, tornando-as melhores ou piores.
• A partir de sua tese, os indianistas viarm na imagem
  do índio a capacidade de demonstrar o espírito do
  homem livre e incorruptível, uma imagem
  idealizada dos índios.
• Na Europa, essa imagem foi passada através do
  cavaleiro medieval.
Iniciando o Romantismo...
  • Alguns escritores que moravam em Paris, o Grupo
    de Paris, resolveu criar uma revista que trataria dos
    interesses nacionais.
  • Gonçalves de Magalhães e Araújo Porto Alegre.
  • Criaram em 1836 a revista: A Nitheroy, Revista
    Brasiliense de Ciências, Letras e Artes.
  • Gonçalves de Magalhães foi o fundador do
    Romantismo no Brasil com a publicação de Suspiros
    poéticos e saudades, em 1836. Esse livro traz poemas
    que mostram a crença do progresso da humanidade.
Como se caracterizou a produção literária
   da primeira geração romântica?
Projeto Literário do Romantismo

 •Afirmação da identidade brasileira
   •Resgate do índio e da natureza
 exuberante como símbolos da nação
Canção do Exílio (1843)
                                          Gonçalves Dias
  Minha Terra tem palmeiras,
      Onde canta o sabiá;
  As aves, que aqui gorjeiam,
     Não gorjeia como lá.

 Nosso céu tem mais estrelas
Nossas várzeas tem mais flores
Nossos bosques tem mais vida
   Nossa vida mais amores

  Em cismar sozinho, a noite      ★ Um Brasil acolhedor
   Mais prazer encontro lá;
  Minha terra tem palmeiras,      ★ Ufanismo
     Onde canta o sabiá.
                                  ★ Por conta da              questão
  Minha terra tem primores,
 Que tais não encontro eu cá;     nacionalista,os autores passam a
Em cismar - sozinho, à noite —
 Mais prazer encontro eu lá;
                                  cantar o amor à sua pátria.
  Minha terra tem palmeiras
     Onde canta o sabiá.

Não permita Deus que eu morra
   Sem que eu volte para lá;
 Sem que desfrute os primores
   Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras
     Onde canta o sabiá,
Os Agentes do Discurso

 • O contexto de produção da primeira geração
   foi influenciado pela propaganda nacionalista
   que tomou conta do país:
     1) Com os textos dos participantes das
        missões estrangeiras
     2) Com a concretização da independência
        política
Contexto de Circulação

  • A fundação da imprensa Régia facilitou o
    processo da impressão dos jornais e revistas.
    Ela abriu portas para mais publicações.
  • Além da Nitheroy, mais duas revistas foram
    utilizadas para fazer a divulgação dos textos
    dos primeiros românticos. A Minerva
    Brasiliense(1843-1845)                      e
    Guanabara(1849-1856)
Linguagem do Romantismo
  • Versos indianistas não seguiam a liberdade formal do
    Romantismo. Eles tinham métria e rimas.
  • Os autores davam rimas aos poemas de uma forma que
    ficassem semelhantes aos sons dos tambores, para
    aproximar os leitores das culturas indígenas.
  • Poetas também usavam como ferramenta a
    caracterização da natureza brasileira, fazendo a mesma
    o cenário do poema. Era usada essa imagem para
    expressar os sentimentos dos índios.
Características do Romantismo


    •Nacionalismo, ufanismo
     •Exaltação à natureza
    •Índio como grande heroi
        •Sentimentalismo
I-Juca Pirama
                                                           Gonçalves Dias
No meio das tabas de amenos verdores,
Cercadas de troncos — cobertos de flores,
Alteiam-se os tetos d’altiva naç ão;
Sã muitos seus filhos, nos â
  o                           nimos fortes,
Temíveis na guerra, que em densas coortes       •Estrofes compostas de 6 versos de
Assombram das matas a imensa extensã       o.
                                                        11 sílabas métricas :
Sã rudos, severos, sedentos de gló ria,
  o                                                      (hendecassílabos)
Jápré lios incitam, jácantam vitó ria,
Jámeigos atendem à voz do cantor:
                                                •As pausas no interior dos versos,
Sã todos Timbiras, guerreiros valentes!
  o
Seu nome lávoa na boca das gentes,                 indicam sua divisão rítmica-
Condã de prodígios, de gló ria e terror!
      o                                           quebram em duas unidades.
(...)
                                                •Por meio dessa estrutura, o autor
No centro da taba se estende um terreiro,        consegue construir a imagem da
Onde ora se aduna o concílio guerreiro
Da tribo senhora, das tribos servis:
                                                 cerimônia realizada pelos índios.
Os velhos sentados praticam d’outrora,
E os moç os inquietos, que a festa enamora,
Derramam-se em torno dum índio infeliz.
Como se caracterizou a poesia indianista de
            Gonçalves Dias?
Gonçalves Dias
 os índios, a pátria e o amor
Quem foi ele?

• Grande nome da primeira geração romântica
  brasileira.
• Origem mestiça: filho de comerciante português e
  uma cafuza.
• Foi para Portugal: fez Direito em Coimbra.
• Descobriu textos românticos de Almeida Garrett e
  Alexandre Herculano, que o influenciaram.
Obras Principais

• Primeiros Cantos (1846)
• Leonor de Mendonça (1847) - peça de teatro
• Segundos Cantos (1848)
• As Sextilhas do Frei Antão (1848)
• Últimos Cantos (1851)
Os temas abordados
• Natureza

• Pátria
• Religião

• Em suas obras pode-se encontrar:
       • O casamento (expressão dos sentimentos)

       • A idealização
       • A religião e a natureza mostram o entusiasmo
         da conexão entre o poeta e o romantismo.
O Canto do Guerreiro
I
Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Faç anhas de bravos
                         •O índio é o eu – lírico e
Nã geram escravos,
   o                     guerreiro.
Que estimem a vida       •Na pergunta, podemos ver
Sem guerra e lidar.      outra subentendida:
- Ouvi-me, Guerreiros.     - quem há como os
- Ouvi meu cantar.       brasileiros, descendentes de
                         seres tão nobres.
 II
Valente na guerra        •Vemos a imagem de
Quem há como eu sou?
         ,               nacionalidade definida pelos
Quem vibra o tacape      símbolos pátrios:
Com mais valentia?           - cenário: selva
Quem golpes daria            - eu - lírico : relata guerra e
Fatais, como eu dou?
                         caçada (atividades típicas)
- Guerreiros, ouvi-me;
- Quem há como eu sou?
           ,
Poemas Líricos
• O lirismo aborda os principais temas
  românticos:
    • os encantos da mulher amada
    • a natureza e os sentimentos mais
      arrebatados, como:
          ★ sofrimento da vida
          ★ solidão
          ★ morte
O Amor Romântico
• Versos que associam os temas do amor e da morte- o
  olhar dos grandes autore europeus.
• Um dos mais conhecidos poemas líricos: “Se se
  morre de amor”, ilustra a visão do amor recorrente
  em suas obras.
• No poema, o amor romântico é definido como algo
  que leva o indivíduo a agir de modo deslumbrado,
  ao mesmo tempo que lhe permite a compreensão de
  todas as coisas. O apaixonado vive em agitação por
  conta do amor.
A Natureza Transfigurada
  • No lirismo há outra descrição da filiação romântica
    do poeta: o gosto por temas como
             ★ solidão
             ★ sofrimento amoroso
  • A natureza surge nesses poemas para acolher o
    sujeito que sofre e muitas vezes concretiza o estado
    do espírito.
  • Poema exemplar: “Leito de Folhas Verdes”
Leito de Folhas Verdes
Por que tardas, Jatir, que tanto a
custo                                     A flor que desabrocha ao romper d'alva
À voz do meu amor moves teus              Um só giro do sol, nã mais, vegeta:
                                                               o
passos?                                   Eu sou aquela flor que espero ainda
Da noite a viraç ã movendo as
                  o,                      Doce raio do sol que me dêvida.
folhas,
János cimos do bosque rumoreja.           Sejam vales ou montes, lago ou terra,
                                          Onde quer que tu vá ou dia ou noite,
                                                              s,
Eu sob a copa da mangueira altiva         Vai seguindo apó s ti meu pensamento;
Nosso leito gentil cobri zelosa           Outro amor nunca tive: é s meu, sou tua!
Com mimoso tapiz de folhas brandas,
Onde o frouxo luar brinca entre flores.   Meus olhos outros olhos nunca viram,
                                          Nã sentiram meus lá
                                            o                  bios outros lábios,
Do tamarindo a flor abriu-se, há          Nem outras mã Jatir, que nã as tuas
                                                         os,             o
pouco,                                    A arazó ia na cinta me apertaram.
Jásolta o bogari mais doce aroma!
Como prece de amor, como estas            Nã me escutas, Jatir! nem tardo acodes
                                            o
preces,                                   À voz do meu amor, que em vã teo
No silêncio da noite o bosque exala.      chama!
(...)                                     Tupã lárompe o sol! do leito inú
                                               !                          til
                                          A brisa da manhã sacuda as folhas!
2ª Geração: Amor, morte
e exageros comportamentais
• Ao contrário da poesia da primeira
  geração,agora os poetas estavam voltados
  para si e não para a busca da identidade
  nacional.

• Mal do século: pessimismo, atração pela
  noite, pelo vício e pela morte, temas
  macabros e satânicos
Lord Byron (1788-1824)
         • Poeta europeu, dividido
           entre a vida luxuosa das
           cortes, a literatura e as
           mulheres. Possuía um estilo
           boêmio. Foi acusado de ter
           casos extra-conjugais e
           relações incestuosas com a
           irmã. É o autor de Don
           Juan.
Características literárias
• Fuga da realidade para o
  mundo dos sonhos, da
  fantasia e da imaginação
  (escapismo, evasão);

• Saudosismo (saudade da
  infância e do passado);

• Interesse pelo amor e pela
  morte:     fuga    total  e
  definitiva da vida, solução
  para os sofrimentos;

• Subjetivismo, pessimismo,
  egocentrismo
Características
   literárias
• Sentimento de solidão,

• Idealização da mulher: ser virginal
  e etéreo

• Gosto pela noite e pela natureza
  sombria

• sarcasmo, ironia.

• Atração   pelo    vício,    temas
  macabros e satânicos
Locus horrendus:
 natureza tempestuosa
• O cenário preferido pelos poetas ultrarromânticos
  é tempestuoso. As forças incontroláveis da
  natureza – raios, chuvas, ventos – simbolizam
  o sofrimento interno dos poetas.
Atração pela noite
• Somente no contexto dos sonhos a
  natureza será apresentada em tons
  mais positivos, assumindo uma feição
  paradisíaca.

• Cenários de escuridão, lugares ermos,
  cemitérios e praias abandonadas são
  os refúgios para os sofredores.
O mal do século: e a
   sedução da morte
• A ideia de morrer tem
  sentido positivo porque
  garante o término da
  agonia de viver. É no
  contexto das desilusões
  e da maneira pessimista
  de encarar a própria
  existência que a morte
  surge como solução.
Amor e morte: as virgens
    pálidas
• Os românticos temiam a
  realização      amorosa:
  mulheres          pálidas,
  etéreas, angelicais.

• Há       erotismo      e
  sensualidade, mas o
  amor é sempre platônico.

• Visão dualista: atração e
  medo; desejo e culpa
Álvares de Azevedo
           (1831-1852)
• Principal                 autor
  ultrarromântico. 

• Morreu antes de completar 21
  anos.

• Sua poesia ora explora as
  angústias amorosas, ora as
  ridiculariza.

• Suas principais obras são: Lira
  dos vinte anos e Noite na
  Taverna.
Lembrança de morrer

Quando em meu peito rebentar-se a fibra
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.


Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nelas
— Foi poeta — sonhou — e amou na vida.—
A ironia: 
Namoro a Cavalo
Eu moro em Catumbi. Mas a desgraça
Que rege minha vida malfadada,
Pôs lá no fim da rua do Catete
A minha Dulcinéia namorada.


Todo o meu ordenado vai-se em flores
E em lindas folhas de papel bordado,
Onde eu escrevo trêmulo, amoroso,
Algum verso bonito... mas furtado...
Casimiro de Abreu
  (1839-1860)
       • Produziu uma poesia “bem-
         comportada”

       • Sobressaem os temas:
         saudade, natureza e desejo,
         porém sem o pessimismo dos
         demais poetas da época. 

       • As figuras femininas não se
         associam à ideia de morte.

       • Saudosismo: saudade da
         infância inocente e ingênua.
Meus oito anos
Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar - é lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!
3ª Geração romântica
O Condoreirismo
A poesia social
Contexto Histórico
       • Entre 1860 e 1870: a
         poesia volta-se para o
         Social.

       • 1850- Lei Eusébio de
         Queiroz: fim do tráfico
         negreiro

       • 1850- Prosperidade da
         cultura cafeeira.
O Condoreirismo
     • Os poetas das décadas de 60 e
       70 adotam princípios libertários:
       escrevem então sobre o horror
       da escravidão e outros temas
       sociais.

     • O condor, ave da Cordilheira dos
       Andes capaz de voar em
       altitudes bem altas, é escolhido
       como símbolo da liberdade, daí o
       nome Condoreirismo.

     • Vitor Hugo, escritor francês,
       recomendava: “a arte de hoje
       não deve buscar apenas o belo,
       mas sobretudo o bem”.
Projeto literário da
  terceira geração
• Poesia      engajada:
  denunciar, por meio
  da      poesia,     as
  injustiças sociais.
• Intenção de atingir
  um público maior.
• Os poemas são
  declamados    em
  praças, saraus e
  teatros.
Características
      • Poesia composta para ser
        declamada.

      • Uso de vocativos e
        exclamações

      • Gosto pelas imagens
        exageradas, hiperbólicas,
        que provocam impacto no
        leitor e despertam
        emoções.
Vozes d'África 
      d'África
     Deus! ó Deus! onde estás que
     não respondes? 
     Em que mundo, em qu'estrela
     tu t'escondes 
     Embuçado nos céus?
     Há dois mil anos te mandei
     meu grito, 
     Que embalde desde então
     corre o infinito...
     Onde estás, Senhor Deus?...

     Embuçado: encoberto, oculto
     Embalde: inutilmente, em vão

                  ALVES, Castro. Obras Completas
Castro Alves (1847-1871) 
• Diferente dos autores da primeira e
  segunda geração, o sentimento da
  natureza é substituído pelo da
  humanidade; a ordem do coração
  é trocada pela do pensamento.

• É conhecido como “o poeta dos
  escravos”.

• Dois poemas se destacam em sua
  produção: Vozes d’Africa e O
  navio negreiro.
A poesia lírica: 
a erotização feminina
   • Poesia lírica diferente
     da dos poetas
     ultrarromânticos: as
     virgens inacessíveis são
     substituídas por
     mulheres reais,
     lascivas, sedutoras.

   • Amor erotizado
O adeus de
                     Teresa
A vez primeira que eu fitei Teresa,
Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus...
E amamos juntos... E depois na sala
"Adeus" eu disse-lhe a tremer co'a fala...


E ela, corando, murmurou-me: "adeus."


Uma noite... entreabriu-se um reposteiro...
E da alcova saía um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem véus...
Era eu... Era a pálida Teresa!
"Adeus" lhe disse conservando-a presa...
E ela entre beijos murmurou-me: "adeus!"
O adeus de
                          Teresa
Passaram tempos... sec'los de delírio
Prazeres divinais... gozos do Empíreo...
... Mas um dia volvi aos lares meus.
Partindo eu disse — "Voltarei!... descansa!...
Ela, chorando mais que uma criança,
Ela em soluços murmurou-me: "adeus!"
Quando voltei... era o palácio em festa!...
E a voz d'Ela e de um homem lá na orquestra
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa!
Foi a última vez que eu vi Teresa!...
E ela arquejando murmurou-me: "adeus!"


Reposteiro: cortina
Empíreo: celestial

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  • 1. Romantismo no Brasil As três gerações românticas Professora: Ana Karina
  • 2. 1ª Geração: Literatura e Nacionalidade
  • 3. COMO CONSTRUIR A IDENTIDADE LITERÁRIA DE UM PAÍS? Início do século XIX
  • 4. Um pouco de História... • Em 1808, por conta da Revolução de Porto, a monarquia portuguesa foge para o Brasil. • Com a corte no Rio de Janeiro, o rei implementou melhorias na cidade: • Portos do país foram abertos. • Escolas foram construídas. • Se criou a primeira imprensa oficial do país, Imprensa Régia. • D. João VI, trouxe para o Brasil um grupo de artistas franceses que ensinaram os brasileiros a desenhar e pintar.
  • 5. Qual a relação entre a independência política e o Romantismo brasileiro?
  • 6. Criando a nação • Com a Proclamação da Independência em 1822, os intelectuais brasileiros puderam criar a imagem de uma nova nação, separada de Portugal. • Os estrangeiros escolheram os símbolos nacionais e descreveram os costumes dos nativos e catalogaram a fauna e a flora. • A missão dos próximos textos, seria de apresentar ao mundo a nova face do Brasil. Os textos divulgavam os índios e a natureza exuberante.
  • 7. Como os viajantes estrangeiros influenciaram a escolha dos símbolos literários da nossa identidade cultural?
  • 8. Símbolos da nação • Várias missões estrangeiras compostas por cientistas e artistas vieram ao Brasil para coletar espécimes, fazer desenhos, enfim, registrar o novo reino. • Auguste de Saint-Hilaire, veio na Missão Artística Francesa (1816) e Carl Friedrich von Martius veio na Missão Artística Austríaca (1817). • Eles identificaram o índio e a natureza como símbolos da identidade brasileira e também trouxeram ideias nacionalistas da Europa.
  • 9. Poesia Indianista •Segundo Gonçalves de Magalhães: “Cada povo tem sua literatura própria, como cada homem seu caráter particular, cada árvore seu fruto específico.” •Os poetas queriam divulgar uma identidade nacional da literatura, que ao mesmo tempo mostrasse o amor à pátria e pudesse se livrar das influências Portuguesas.
  • 10. Nativistas ou Indianistas • Textos escritos para mostrar a beleza da natureza e a imagem dos Índios, definindo a identidade brasileira. • Poetas e romancistas escreviam esses tipos de texto também são chamados assim. • José de Alencar (romancista) e Gonçalves Dias (poeta) foram importantes autores românticos indianistas. • Iracema de José de Alencar é uma obra famosa representante dos nativistas.
  • 11. “Bom Selvagem” • Rousseau, famoso filosófo do século XVIII acreditava que todas as pessoas eram iguais e boas quando nascem, e o tempo iria diferenciá-las uma das outras, tornando-as melhores ou piores. • A partir de sua tese, os indianistas viarm na imagem do índio a capacidade de demonstrar o espírito do homem livre e incorruptível, uma imagem idealizada dos índios. • Na Europa, essa imagem foi passada através do cavaleiro medieval.
  • 12. Iniciando o Romantismo... • Alguns escritores que moravam em Paris, o Grupo de Paris, resolveu criar uma revista que trataria dos interesses nacionais. • Gonçalves de Magalhães e Araújo Porto Alegre. • Criaram em 1836 a revista: A Nitheroy, Revista Brasiliense de Ciências, Letras e Artes. • Gonçalves de Magalhães foi o fundador do Romantismo no Brasil com a publicação de Suspiros poéticos e saudades, em 1836. Esse livro traz poemas que mostram a crença do progresso da humanidade.
  • 13. Como se caracterizou a produção literária da primeira geração romântica?
  • 14. Projeto Literário do Romantismo •Afirmação da identidade brasileira •Resgate do índio e da natureza exuberante como símbolos da nação
  • 15. Canção do Exílio (1843) Gonçalves Dias Minha Terra tem palmeiras, Onde canta o sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeia como lá. Nosso céu tem mais estrelas Nossas várzeas tem mais flores Nossos bosques tem mais vida Nossa vida mais amores Em cismar sozinho, a noite ★ Um Brasil acolhedor Mais prazer encontro lá; Minha terra tem palmeiras, ★ Ufanismo Onde canta o sabiá. ★ Por conta da questão Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; nacionalista,os autores passam a Em cismar - sozinho, à noite — Mais prazer encontro eu lá; cantar o amor à sua pátria. Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá. Não permita Deus que eu morra Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu’inda aviste as palmeiras Onde canta o sabiá,
  • 16. Os Agentes do Discurso • O contexto de produção da primeira geração foi influenciado pela propaganda nacionalista que tomou conta do país: 1) Com os textos dos participantes das missões estrangeiras 2) Com a concretização da independência política
  • 17. Contexto de Circulação • A fundação da imprensa Régia facilitou o processo da impressão dos jornais e revistas. Ela abriu portas para mais publicações. • Além da Nitheroy, mais duas revistas foram utilizadas para fazer a divulgação dos textos dos primeiros românticos. A Minerva Brasiliense(1843-1845) e Guanabara(1849-1856)
  • 18. Linguagem do Romantismo • Versos indianistas não seguiam a liberdade formal do Romantismo. Eles tinham métria e rimas. • Os autores davam rimas aos poemas de uma forma que ficassem semelhantes aos sons dos tambores, para aproximar os leitores das culturas indígenas. • Poetas também usavam como ferramenta a caracterização da natureza brasileira, fazendo a mesma o cenário do poema. Era usada essa imagem para expressar os sentimentos dos índios.
  • 19. Características do Romantismo •Nacionalismo, ufanismo •Exaltação à natureza •Índio como grande heroi •Sentimentalismo
  • 20. I-Juca Pirama Gonçalves Dias No meio das tabas de amenos verdores, Cercadas de troncos — cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva naç ão; Sã muitos seus filhos, nos â o nimos fortes, Temíveis na guerra, que em densas coortes •Estrofes compostas de 6 versos de Assombram das matas a imensa extensã o. 11 sílabas métricas : Sã rudos, severos, sedentos de gló ria, o (hendecassílabos) Jápré lios incitam, jácantam vitó ria, Jámeigos atendem à voz do cantor: •As pausas no interior dos versos, Sã todos Timbiras, guerreiros valentes! o Seu nome lávoa na boca das gentes, indicam sua divisão rítmica- Condã de prodígios, de gló ria e terror! o quebram em duas unidades. (...) •Por meio dessa estrutura, o autor No centro da taba se estende um terreiro, consegue construir a imagem da Onde ora se aduna o concílio guerreiro Da tribo senhora, das tribos servis: cerimônia realizada pelos índios. Os velhos sentados praticam d’outrora, E os moç os inquietos, que a festa enamora, Derramam-se em torno dum índio infeliz.
  • 21. Como se caracterizou a poesia indianista de Gonçalves Dias?
  • 22. Gonçalves Dias os índios, a pátria e o amor
  • 23. Quem foi ele? • Grande nome da primeira geração romântica brasileira. • Origem mestiça: filho de comerciante português e uma cafuza. • Foi para Portugal: fez Direito em Coimbra. • Descobriu textos românticos de Almeida Garrett e Alexandre Herculano, que o influenciaram.
  • 24. Obras Principais • Primeiros Cantos (1846) • Leonor de Mendonça (1847) - peça de teatro • Segundos Cantos (1848) • As Sextilhas do Frei Antão (1848) • Últimos Cantos (1851)
  • 25. Os temas abordados • Natureza • Pátria • Religião • Em suas obras pode-se encontrar: • O casamento (expressão dos sentimentos) • A idealização • A religião e a natureza mostram o entusiasmo da conexão entre o poeta e o romantismo.
  • 26. O Canto do Guerreiro I Aqui na floresta Dos ventos batida, Faç anhas de bravos •O índio é o eu – lírico e Nã geram escravos, o guerreiro. Que estimem a vida •Na pergunta, podemos ver Sem guerra e lidar. outra subentendida: - Ouvi-me, Guerreiros. - quem há como os - Ouvi meu cantar. brasileiros, descendentes de seres tão nobres. II Valente na guerra •Vemos a imagem de Quem há como eu sou? , nacionalidade definida pelos Quem vibra o tacape símbolos pátrios: Com mais valentia? - cenário: selva Quem golpes daria - eu - lírico : relata guerra e Fatais, como eu dou? caçada (atividades típicas) - Guerreiros, ouvi-me; - Quem há como eu sou? ,
  • 27. Poemas Líricos • O lirismo aborda os principais temas românticos: • os encantos da mulher amada • a natureza e os sentimentos mais arrebatados, como: ★ sofrimento da vida ★ solidão ★ morte
  • 28. O Amor Romântico • Versos que associam os temas do amor e da morte- o olhar dos grandes autore europeus. • Um dos mais conhecidos poemas líricos: “Se se morre de amor”, ilustra a visão do amor recorrente em suas obras. • No poema, o amor romântico é definido como algo que leva o indivíduo a agir de modo deslumbrado, ao mesmo tempo que lhe permite a compreensão de todas as coisas. O apaixonado vive em agitação por conta do amor.
  • 29. A Natureza Transfigurada • No lirismo há outra descrição da filiação romântica do poeta: o gosto por temas como ★ solidão ★ sofrimento amoroso • A natureza surge nesses poemas para acolher o sujeito que sofre e muitas vezes concretiza o estado do espírito. • Poema exemplar: “Leito de Folhas Verdes”
  • 30. Leito de Folhas Verdes Por que tardas, Jatir, que tanto a custo A flor que desabrocha ao romper d'alva À voz do meu amor moves teus Um só giro do sol, nã mais, vegeta: o passos? Eu sou aquela flor que espero ainda Da noite a viraç ã movendo as o, Doce raio do sol que me dêvida. folhas, János cimos do bosque rumoreja. Sejam vales ou montes, lago ou terra, Onde quer que tu vá ou dia ou noite, s, Eu sob a copa da mangueira altiva Vai seguindo apó s ti meu pensamento; Nosso leito gentil cobri zelosa Outro amor nunca tive: é s meu, sou tua! Com mimoso tapiz de folhas brandas, Onde o frouxo luar brinca entre flores. Meus olhos outros olhos nunca viram, Nã sentiram meus lá o bios outros lábios, Do tamarindo a flor abriu-se, há Nem outras mã Jatir, que nã as tuas os, o pouco, A arazó ia na cinta me apertaram. Jásolta o bogari mais doce aroma! Como prece de amor, como estas Nã me escutas, Jatir! nem tardo acodes o preces, À voz do meu amor, que em vã teo No silêncio da noite o bosque exala. chama! (...) Tupã lárompe o sol! do leito inú ! til A brisa da manhã sacuda as folhas!
  • 31. 2ª Geração: Amor, morte e exageros comportamentais
  • 32. • Ao contrário da poesia da primeira geração,agora os poetas estavam voltados para si e não para a busca da identidade nacional. • Mal do século: pessimismo, atração pela noite, pelo vício e pela morte, temas macabros e satânicos
  • 33. Lord Byron (1788-1824) • Poeta europeu, dividido entre a vida luxuosa das cortes, a literatura e as mulheres. Possuía um estilo boêmio. Foi acusado de ter casos extra-conjugais e relações incestuosas com a irmã. É o autor de Don Juan.
  • 34. Características literárias • Fuga da realidade para o mundo dos sonhos, da fantasia e da imaginação (escapismo, evasão); • Saudosismo (saudade da infância e do passado); • Interesse pelo amor e pela morte: fuga total e definitiva da vida, solução para os sofrimentos; • Subjetivismo, pessimismo, egocentrismo
  • 35. Características literárias • Sentimento de solidão, • Idealização da mulher: ser virginal e etéreo • Gosto pela noite e pela natureza sombria • sarcasmo, ironia. • Atração pelo vício, temas macabros e satânicos
  • 36. Locus horrendus: natureza tempestuosa • O cenário preferido pelos poetas ultrarromânticos é tempestuoso. As forças incontroláveis da natureza – raios, chuvas, ventos – simbolizam o sofrimento interno dos poetas.
  • 37. Atração pela noite • Somente no contexto dos sonhos a natureza será apresentada em tons mais positivos, assumindo uma feição paradisíaca. • Cenários de escuridão, lugares ermos, cemitérios e praias abandonadas são os refúgios para os sofredores.
  • 38. O mal do século: e a sedução da morte • A ideia de morrer tem sentido positivo porque garante o término da agonia de viver. É no contexto das desilusões e da maneira pessimista de encarar a própria existência que a morte surge como solução.
  • 39. Amor e morte: as virgens pálidas • Os românticos temiam a realização amorosa: mulheres pálidas, etéreas, angelicais. • Há erotismo e sensualidade, mas o amor é sempre platônico. • Visão dualista: atração e medo; desejo e culpa
  • 40. Álvares de Azevedo (1831-1852) • Principal autor ultrarromântico.  • Morreu antes de completar 21 anos. • Sua poesia ora explora as angústias amorosas, ora as ridiculariza. • Suas principais obras são: Lira dos vinte anos e Noite na Taverna.
  • 41. Lembrança de morrer Quando em meu peito rebentar-se a fibra Que o espírito enlaça à dor vivente, Não derramem por mim nem uma lágrima Em pálpebra demente. Descansem o meu leito solitário Na floresta dos homens esquecida, À sombra de uma cruz, e escrevam nelas — Foi poeta — sonhou — e amou na vida.—
  • 42. A ironia:  Namoro a Cavalo Eu moro em Catumbi. Mas a desgraça Que rege minha vida malfadada, Pôs lá no fim da rua do Catete A minha Dulcinéia namorada. Todo o meu ordenado vai-se em flores E em lindas folhas de papel bordado, Onde eu escrevo trêmulo, amoroso, Algum verso bonito... mas furtado...
  • 43. Casimiro de Abreu (1839-1860) • Produziu uma poesia “bem- comportada” • Sobressaem os temas: saudade, natureza e desejo, porém sem o pessimismo dos demais poetas da época.  • As figuras femininas não se associam à ideia de morte. • Saudosismo: saudade da infância inocente e ingênua.
  • 44. Meus oito anos Oh! Que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! Como são belos os dias Do despontar da existência! - Respira a alma inocência Como perfumes a flor; O mar - é lago sereno, O céu - um manto azulado, O mundo - um sonho dourado, A vida - um hino d'amor!
  • 45. 3ª Geração romântica O Condoreirismo A poesia social
  • 46. Contexto Histórico • Entre 1860 e 1870: a poesia volta-se para o Social. • 1850- Lei Eusébio de Queiroz: fim do tráfico negreiro • 1850- Prosperidade da cultura cafeeira.
  • 47. O Condoreirismo • Os poetas das décadas de 60 e 70 adotam princípios libertários: escrevem então sobre o horror da escravidão e outros temas sociais. • O condor, ave da Cordilheira dos Andes capaz de voar em altitudes bem altas, é escolhido como símbolo da liberdade, daí o nome Condoreirismo. • Vitor Hugo, escritor francês, recomendava: “a arte de hoje não deve buscar apenas o belo, mas sobretudo o bem”.
  • 48. Projeto literário da terceira geração • Poesia engajada: denunciar, por meio da poesia, as injustiças sociais. • Intenção de atingir um público maior. • Os poemas são declamados em praças, saraus e teatros.
  • 49. Características • Poesia composta para ser declamada. • Uso de vocativos e exclamações • Gosto pelas imagens exageradas, hiperbólicas, que provocam impacto no leitor e despertam emoções.
  • 50. Vozes d'África  d'África Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?  Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes  Embuçado nos céus? Há dois mil anos te mandei meu grito,  Que embalde desde então corre o infinito... Onde estás, Senhor Deus?... Embuçado: encoberto, oculto Embalde: inutilmente, em vão ALVES, Castro. Obras Completas
  • 51. Castro Alves (1847-1871)  • Diferente dos autores da primeira e segunda geração, o sentimento da natureza é substituído pelo da humanidade; a ordem do coração é trocada pela do pensamento. • É conhecido como “o poeta dos escravos”. • Dois poemas se destacam em sua produção: Vozes d’Africa e O navio negreiro.
  • 52. A poesia lírica:  a erotização feminina • Poesia lírica diferente da dos poetas ultrarromânticos: as virgens inacessíveis são substituídas por mulheres reais, lascivas, sedutoras. • Amor erotizado
  • 53. O adeus de Teresa A vez primeira que eu fitei Teresa, Como as plantas que arrasta a correnteza, A valsa nos levou nos giros seus... E amamos juntos... E depois na sala "Adeus" eu disse-lhe a tremer co'a fala... E ela, corando, murmurou-me: "adeus." Uma noite... entreabriu-se um reposteiro... E da alcova saía um cavaleiro Inda beijando uma mulher sem véus... Era eu... Era a pálida Teresa! "Adeus" lhe disse conservando-a presa... E ela entre beijos murmurou-me: "adeus!"
  • 54. O adeus de Teresa Passaram tempos... sec'los de delírio Prazeres divinais... gozos do Empíreo... ... Mas um dia volvi aos lares meus. Partindo eu disse — "Voltarei!... descansa!... Ela, chorando mais que uma criança, Ela em soluços murmurou-me: "adeus!" Quando voltei... era o palácio em festa!... E a voz d'Ela e de um homem lá na orquestra Preenchiam de amor o azul dos céus. Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa! Foi a última vez que eu vi Teresa!... E ela arquejando murmurou-me: "adeus!" Reposteiro: cortina Empíreo: celestial