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Arqueologia da
Mídia
Aline Corso
Bacharela em Tecnologias Digitais (UCS)
Mestranda em Processos e Manifestações Culturais (FEEVALE)
Disciplina de Linguagem e Memória em Mídias Digitais - Prof.ª Dr.ª Sandra Portella Montardo
A Arqueologia do Saber (Foucault)
“Chamada de fase arqueológica, os primeiros trabalhos de Michel
Foucault (1926-1984) se pautaram por uma pesquisa histórica que
percorresse de alguma maneira o nascimento de determinadas “ciências”
modernas. A arqueologia do saber, livro de 1969, explica a
metodologia empregada em suas pesquisas.
A arqueologia encontra o ponto de equilíbrio de sua análise no saber –
em um domínio em que o sujeito é necessariamente situado e
dependente, sem que jamais possa ser considerado titular (p. 205).
Distinguindo os domínios científicos dos territórios arqueológicos, vemos
que os últimos podem atravessar textos ‘literários’ ou ‘filosóficos’, bem
como científicos. O saber não está contido somente em demonstrações,
mas pode estar em ficções, reflexões, narrativas, regulamentos
institucionais, decisões políticas. Por exemplo, ‘o território arqueológico
da gramática geral compreende tanto os devaneios de Fabre d’Olivet
(que jamais receberam status científico e se inscreveram antes no
pensamento místico) quanto à análise das proposições atribuitivas (que
era então aceita à luz da evidência e na qual a gramática gerativa pode
reconhecer, hoje, sua verdade prefigurada)’ (p. 206)”.
Fonte
Autor Conceito
Siegfried Zielinski “A arqueologia da mídia, de acordo com minha compreensão,
significa ao menos duas coisas: não aceitamos a ideia de que a mídia
tenha sido inventada no século XIX com o advento da fotografia,
telefonia e cinematografia, ou seja, que a mídia seja resultado da
industrialização. Os meios de comunicação têm uma história muito
mais longa, que remonta às chamadas altas culturas dos períodos
bizantino, chinês, indiano, sul-americano ou helenístico. Para investigar
isso, adaptei o termo “tempo profundo” da paleontologia. Além disso, se
usamos a variedade/diversidade como o critério decisivo para o que
chamamos de progresso na civilização humana, períodos anteriores
poderiam ter sido mais progressistas do que nossas culturas atuais. Estas
últimas são altamente estandardizadas, seguem padrões e gramáticas,
protocolos e regras cujo efeito é mundial” (ZIELINSKI, 2001, p. 8).
Fabrício Lopes da Silveira “É uma vertente de trabalho, um nicho de estudos, digamos assim,
no campo da comunicação, que vem procurando discutir a técnica
por um viés histórico, da história da cultura. Não dá para dizer
ainda que seja uma teoria acabada, já bem construída. Creio que
seja um tipo de abordagem nova para a questão da técnica, que
tenta pensar um desenvolvimento tecnológico que não aconteceu. A
arqueologia da mídia indaga: onde poderíamos estar hoje caso os
desdobramentos da mídia e suas linguagens tivessem adotado outro
rumo?” (SILVEIRA, 2011, p. 17).
Autor Conceito
Francisco Rüdiger “Método de estudo da história, em que as técnicas de comunicação
são iluminadas pela cultura e o imaginário social de cada época, em
que se pesquisam as conexões, mas também as rupturas, as
continuidades e esquecimentos do processo em que os fenômenos de
comunicação, seus meios sobretudo, se vão formando e entrelaçando
com outros processos e estruturas coletivas” (RÜDIGER, 2011, p. 12).
Erkki Huhtamo “É uma forma de estudar fenômenos cíclicos que (re) aparecem,
desaparecem e reaparecem uma e outra vez na história da mídia e, de
alguma forma, parecem transcender contextos históricos específicos. De
certa forma, o objetivo da arqueologia media é explicar a sensação de
déjà vu (...) sobre as maneiras em que as pessoas têm experimentado
a tecnologia em períodos anteriores” (HUHTAMO, 1997, online).
Jussi Parikka “Para mim, a arqueologia da mídia é exatamente uma metodologia que
presta atenção na especificidade de mídia (...) Atua, pelo menos, de
duas formas (...) como uma forma de investigar passados de mídia -
a fim de compreender a ontologia do presente – e como métodos
arqueológicos de investigar como as tecnologias condicionam nossas
formas de ver e pensar, de agir e lembrar[1]”.
[1] Fragmento extraído de entrevista de Parikka a Soderman e Starosielski.
Disponível em http://goo.gl/9sDmrK
Autor Conceito
Wolfgang Ernst “A questão crucial para a arqueologia da mídia reside em saber se,
nesta interação entre tecnologia e cultura, o novo tipo de imaginação
histórica que emergiu foi um efeito de novos meios de comunicação,
ou se tais meios foram inventados pela demanda da condição
epistemológica da época” (ERNST, 2013, p. 42).
Erick Felinto “A arqueologia da mídia é algo bastante novo (ainda que o termo em
si já possua alguma história), e apenas agora começa a popularizar-
se e conquistar um estatuto mais definido. Ela dialoga com certos
aspectos importantes de abordagens características da teoria pós-
moderna, como o materialismo cultural, as teorias de gênero, a
análise do discurso, os estudos pós-coloniais, noções de
temporalidade não linear etc. O que ela faz essencialmente é
vasculhar os arquivos textuais, visuais e auditivos das mídias (de
todas as mídias, analógicas ou digitais), enfatizando as manifestações
discursivas e materiais da cultura” (FELINTO, 2011, p. 5).
Embora a arqueologia da mídia não possua métodos
definidos de pesquisa, é justamente a sua indefinição que
permite flexibilidade e abrangência (FELINTO, 2011, p. 5).
O que importa, na arqueologia da mídia, é compreender melhor a
composição histórica dos fenômenos, em especial nos estudos
em cibercultura.
A arqueologia da mídia surge como uma forma de revisitar as
culturas de mídia em uma perspectiva histórica.
Triangularizando história, tempo e arquivo, o passado pode ser
redescoberto e certas tecnologias, consideradas obsoletas e
descontinuadas, podem ser retomadas e aprimoradas.
A arqueologia da mídia não olha apenas para âmbito micro, mas
para o contexto macro (contexto científico, histórico, social e
cultural) de uma época.
“Um futuro complexo, híbrido, incerto e heterogêneo”.
Erick Felinto de Oliveira
“IHU On-Line – Qual é a definição mais adequada para o conceito arqueologia da mídia?
Erick Felinto de Oliveira – Este ano precisamente, graças aos esforços de meu amigo Jussi Parikka e de Erkki
Huhtamo, foi publicada a primeira coletânea de ensaios dedicados a delinear as feições da assim chamada
“arqueologia da mídia” (PARIKKA, J.; HUHTAMO, E. Media archaeology: approaches, applications and
implications. Berkeley: University of California Press, 2011). Como os autores deixam claro na introdução da
obra, não existe uma definição “normativa” da proposta da arqueologia da mídia, assim como
tampouco existem métodos definidos de pesquisa. Aliás, um dos elementos que me parecem interessantes
nesse paradigma de investigação é precisamente sua relativa indefinição (que lhe dá grande flexibilidade e
abrangência). Isso não significa que não existam linhas de força ou feições capazes de caracterizá-la
minimamente. A arqueologia da mídia é algo bastante novo (ainda que o termo em si já possua alguma história),
e apenas agora começa a popularizar-se e conquistar um estatuto mais definido. Ela dialoga com certos
aspectos importantes de abordagens características da teoria pós-moderna, como o materialismo
cultural, as teorias de gênero, a análise do discurso, os estudos pós-coloniais, noções de
temporalidade não linear etc. O que ela faz essencialmente é vasculhar os arquivos textuais, visuais e
auditivos das mídias (de todas as mídias, analógicas ou digitais), enfatizando as manifestações
discursivas e materiais da cultura. Pode-se dizer que ela tem traços e uma história de desenvolvimento com
fortes acentos germânicos – ainda que esteja rapidamente se popularizando também em outros ambientes
intelectuais. Isso porque muitos teóricos alemães da mídia, como Friedrich Kittler, Siegfried Zielinski e Wolfgang
Ernst demonstram o mesmo interesse pelas abordagens históricas, pela relação com a obra de Foucault, pelo
fascínio com as ideias de registro e arquivo, pelo foco na questão das ‘materialidades da comunicação’...”
“Ser offline e existir online”. Siegfried Zielinski
“IHU On-Line – Em que aspectos a arqueologia da mídia pode ser um
antídoto contra a amnésia histórica que caracteriza parte da pesquisa
sobre os meios na atualidade?
Siegfried Zielinski – No amplo campo da mídia, consigo observar um
interesse bastante forte pela pesquisa histórica. Arqueologias do computador,
de artefatos algorítmicos, da mídia digital, das novas artes midiáticas e outras
são geradas em muitos lugares do mundo. A questão é mais como essa
pesquisa é feita em termos metodológicos, teóricos. A maior parte dela não
tem qualquer marco teórico. A maioria simplesmente serve a ideias de
progresso histórico na tradição da modernidade europeia; a maior parte está
em busca de predecessores (Vorgänger) do agora muito avançado, é
demasiado nacionalista ou regional ou muito limitada em relação ao período
de tempo que é investigado. Com nossos esforços (an) arqueológicos estamos
tentando cumprir ao menos três critérios: deveríamos pensar em termos
mundiais, e não eurocêntricos; pensar em termos cósmicos, e não
antropocêntricos e construir ou interpretar nossas histórias de modo dinâmico
ou multilinear, e não monolinear. Aliás, foi um intelectual nascido no México,
Manoel de Landa, que nos ensinou algumas boas lições para compreender
essas histórias”.
“O passado pode nos ensinar a seu próprio respeito”.
Francisco Rüdiger
“IHU On-Line – De que maneira estudar o conceito pode contribuir para o melhor entendimento das
“mídias mortas” e das atuais?
Francisco Ricardo de Macedo Rüdiger – Os estudos de mídia costumam ser ofuscados pelo fetiche da
novidade. O novo tem um valor intrínseco nesse meio profissional e intelectual. O resultado é uma
cegueira para o fato de que um processo histórico precede e ajuda a entender o seu aparecimento,
tanto quanto a dinâmica de seus fenômenos. Os estudos arqueológicos evitam o historicismo puro e
simples, que nega a criação inovadora, mas também o culto do modismo de última hora, que
desconhece o lastro do presente dentro do passado. A contribuição que nos fornecem está, em resumo,
na lembrança do fato de que as formas técnicas e culturais, incluindo aí as da mídia, não costumam falecer,
mas, uma vez criadas, são antes reelaboradas em novas circunstâncias, ainda que por vezes possam sofrer
uma longa hibernação. O helicóptero foi desenhado por Leonardo da Vinci, para se tornar realidade no século
XX. Serviços que hoje nos presta a internet são derivados de experimentos noticiosos com a telefonia no
começo do século XX”.
“IHU On-Line – Qual seria a definição mais clara da arqueologia da mídia?
Fabrício Lopes da Silveira – É uma vertente de trabalho, um nicho de estudos, digamos assim, no campo da
comunicação, que vem procurando discutir a técnica por um viés histórico, da história da cultura. Não dá para
dizer ainda que seja uma teoria acabada, já bem construída. Creio que seja um tipo de abordagem nova para a
questão da técnica, que tenta pensar um desenvolvimento tecnológico que não aconteceu. A arqueologia da
mídia indaga: onde poderíamos estar hoje caso os desdobramentos da mídia e suas linguagens tivessem adotado
outro rumo? Há uma área, a arqueologia do cinema, que tem trabalhos bem interessantes nessa corrente e eu
acho que isso foi ganhando uma projeção de tal forma que esses estudos estão dando conta de outras mídias,
oferecendo elementos para que possamos pensar em mídias de uma forma geral, do ponto de vista do potencial
tecnológico que, às vezes, não se consumou. Trata-se de uma perspectiva de trabalho que me parece uma
novidade; é uma maneira nova de olhar para a comunicação. Além disso, não tem muito pesquisador que
trabalhe com esse assunto e esses estudos ainda estão começando a aparecer no Brasil. Há poucos textos
publicados aqui no país, traduzidos já para o português. O próprio Zielinski tem o livro A arqueologia da Mídia
que, creio, ser o principal trabalho que talvez melhor represente essa vertente, mas é um trabalho, por
enquanto. Além desses, o que nós temos são estudos um pouco pontuais, isolados, que apareceram e podem ser
organizados. Caso venham a ser sistematizados por alguém, podem dar uma visibilidade maior para essa
perspectiva de trabalho”.
“Arqueologia da mídia: preocupação com os estudos
da técnica”. Fabrício Lopes da Silveira
“Arqueologia e genealogia das mídias, uma
articulação necessária”. Gustavo Fischer
“IHU On-Line - Por que é importante realizar uma
arqueologia da mídia, como propõe Zielinski?
Gustavo Fischer - (...) Se trouxermos a perspectiva
mcluhaniana de enxergar que um meio carrega o conteúdo
de outro, ou ainda a perspectiva de Lev Manovich que
retoma uma trajetória de modificações da tela para mostrar
que as interfaces digitais que nos cercam trazem muito das
evoluções de funcionalidades geradas em dispositivos ‘pré-
cinematográficos’, perceberemos a importância de este ‘agir
arqueológico’ estar articulado com uma visão genealógica
das mídias. Com isso conseguimos avançar para buscar
pistas sobre as direções que os produtos midiáticos
contemporâneos estão tomando e tentar construir reflexões
sobre os movimentos de afiliação e remediação (Bolter,
Grusin) que se sucedem”.
ARTIGO:
I don´t wanna be buried in an app sematary – reflexões sobre arqueologia da mídia
online entre histórias de aplicativos derrotados.
FISCHER, Gustavo (2013).
Digital Media Archaeology: Archive, Museum and Sonicity
(Wolfgang Ernst)
Media Archaeology
(Jussi Parikka)
Vídeos
Bibliografia
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1987.
http://jussiparikka.net/2012/05/08/what-is-media-archaeology-out-now/
http://monoskop.org/Media_archaeology
ERNST, Wolfgang. Digital memory and the archieve. Minneapolis: University of Minnessta Press, 2013.
FELINTO, E. Um futuro complexo, híbrido, incerto e heterogêneo. Revista do Instituto Humanitas Unisinos. UNISINOS. Número 375,
Outubro 2011.
HUHTAMO, Erkki. From Kaleidoscomaniac to Cybernerd: notes toward na archaeology of the media. Leonardo, v. 30, 3/1997. Disponível em
<http://goo.gl/KjtQqz> Acesso em: 1 abr. 2015.
RÜDIGER, F. O passado pode nos ensinar a seu próprio respeito. Revista do Instituto Humanitas Unisinos. UNISINOS. Número 375,
Outubro 2011.
SILVEIRA, F. L. Arqueologia da mídia: preocupação com os estudos da técnica. Revista do Instituto Humanitas Unisinos. UNISINOS.
Número 375, Outubro 2011.
ZIELINSKI, S. Ser offline e existir online. Revista do Instituto Humanitas Unisinos. UNISINOS. Número 375, Outubro 2011.

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Arqueologia da mídia

  • 1. Arqueologia da Mídia Aline Corso Bacharela em Tecnologias Digitais (UCS) Mestranda em Processos e Manifestações Culturais (FEEVALE) Disciplina de Linguagem e Memória em Mídias Digitais - Prof.ª Dr.ª Sandra Portella Montardo
  • 2. A Arqueologia do Saber (Foucault) “Chamada de fase arqueológica, os primeiros trabalhos de Michel Foucault (1926-1984) se pautaram por uma pesquisa histórica que percorresse de alguma maneira o nascimento de determinadas “ciências” modernas. A arqueologia do saber, livro de 1969, explica a metodologia empregada em suas pesquisas. A arqueologia encontra o ponto de equilíbrio de sua análise no saber – em um domínio em que o sujeito é necessariamente situado e dependente, sem que jamais possa ser considerado titular (p. 205). Distinguindo os domínios científicos dos territórios arqueológicos, vemos que os últimos podem atravessar textos ‘literários’ ou ‘filosóficos’, bem como científicos. O saber não está contido somente em demonstrações, mas pode estar em ficções, reflexões, narrativas, regulamentos institucionais, decisões políticas. Por exemplo, ‘o território arqueológico da gramática geral compreende tanto os devaneios de Fabre d’Olivet (que jamais receberam status científico e se inscreveram antes no pensamento místico) quanto à análise das proposições atribuitivas (que era então aceita à luz da evidência e na qual a gramática gerativa pode reconhecer, hoje, sua verdade prefigurada)’ (p. 206)”. Fonte
  • 3. Autor Conceito Siegfried Zielinski “A arqueologia da mídia, de acordo com minha compreensão, significa ao menos duas coisas: não aceitamos a ideia de que a mídia tenha sido inventada no século XIX com o advento da fotografia, telefonia e cinematografia, ou seja, que a mídia seja resultado da industrialização. Os meios de comunicação têm uma história muito mais longa, que remonta às chamadas altas culturas dos períodos bizantino, chinês, indiano, sul-americano ou helenístico. Para investigar isso, adaptei o termo “tempo profundo” da paleontologia. Além disso, se usamos a variedade/diversidade como o critério decisivo para o que chamamos de progresso na civilização humana, períodos anteriores poderiam ter sido mais progressistas do que nossas culturas atuais. Estas últimas são altamente estandardizadas, seguem padrões e gramáticas, protocolos e regras cujo efeito é mundial” (ZIELINSKI, 2001, p. 8). Fabrício Lopes da Silveira “É uma vertente de trabalho, um nicho de estudos, digamos assim, no campo da comunicação, que vem procurando discutir a técnica por um viés histórico, da história da cultura. Não dá para dizer ainda que seja uma teoria acabada, já bem construída. Creio que seja um tipo de abordagem nova para a questão da técnica, que tenta pensar um desenvolvimento tecnológico que não aconteceu. A arqueologia da mídia indaga: onde poderíamos estar hoje caso os desdobramentos da mídia e suas linguagens tivessem adotado outro rumo?” (SILVEIRA, 2011, p. 17).
  • 4. Autor Conceito Francisco Rüdiger “Método de estudo da história, em que as técnicas de comunicação são iluminadas pela cultura e o imaginário social de cada época, em que se pesquisam as conexões, mas também as rupturas, as continuidades e esquecimentos do processo em que os fenômenos de comunicação, seus meios sobretudo, se vão formando e entrelaçando com outros processos e estruturas coletivas” (RÜDIGER, 2011, p. 12). Erkki Huhtamo “É uma forma de estudar fenômenos cíclicos que (re) aparecem, desaparecem e reaparecem uma e outra vez na história da mídia e, de alguma forma, parecem transcender contextos históricos específicos. De certa forma, o objetivo da arqueologia media é explicar a sensação de déjà vu (...) sobre as maneiras em que as pessoas têm experimentado a tecnologia em períodos anteriores” (HUHTAMO, 1997, online). Jussi Parikka “Para mim, a arqueologia da mídia é exatamente uma metodologia que presta atenção na especificidade de mídia (...) Atua, pelo menos, de duas formas (...) como uma forma de investigar passados de mídia - a fim de compreender a ontologia do presente – e como métodos arqueológicos de investigar como as tecnologias condicionam nossas formas de ver e pensar, de agir e lembrar[1]”. [1] Fragmento extraído de entrevista de Parikka a Soderman e Starosielski. Disponível em http://goo.gl/9sDmrK
  • 5. Autor Conceito Wolfgang Ernst “A questão crucial para a arqueologia da mídia reside em saber se, nesta interação entre tecnologia e cultura, o novo tipo de imaginação histórica que emergiu foi um efeito de novos meios de comunicação, ou se tais meios foram inventados pela demanda da condição epistemológica da época” (ERNST, 2013, p. 42). Erick Felinto “A arqueologia da mídia é algo bastante novo (ainda que o termo em si já possua alguma história), e apenas agora começa a popularizar- se e conquistar um estatuto mais definido. Ela dialoga com certos aspectos importantes de abordagens características da teoria pós- moderna, como o materialismo cultural, as teorias de gênero, a análise do discurso, os estudos pós-coloniais, noções de temporalidade não linear etc. O que ela faz essencialmente é vasculhar os arquivos textuais, visuais e auditivos das mídias (de todas as mídias, analógicas ou digitais), enfatizando as manifestações discursivas e materiais da cultura” (FELINTO, 2011, p. 5).
  • 6. Embora a arqueologia da mídia não possua métodos definidos de pesquisa, é justamente a sua indefinição que permite flexibilidade e abrangência (FELINTO, 2011, p. 5). O que importa, na arqueologia da mídia, é compreender melhor a composição histórica dos fenômenos, em especial nos estudos em cibercultura. A arqueologia da mídia surge como uma forma de revisitar as culturas de mídia em uma perspectiva histórica.
  • 7. Triangularizando história, tempo e arquivo, o passado pode ser redescoberto e certas tecnologias, consideradas obsoletas e descontinuadas, podem ser retomadas e aprimoradas. A arqueologia da mídia não olha apenas para âmbito micro, mas para o contexto macro (contexto científico, histórico, social e cultural) de uma época.
  • 8.
  • 9. “Um futuro complexo, híbrido, incerto e heterogêneo”. Erick Felinto de Oliveira “IHU On-Line – Qual é a definição mais adequada para o conceito arqueologia da mídia? Erick Felinto de Oliveira – Este ano precisamente, graças aos esforços de meu amigo Jussi Parikka e de Erkki Huhtamo, foi publicada a primeira coletânea de ensaios dedicados a delinear as feições da assim chamada “arqueologia da mídia” (PARIKKA, J.; HUHTAMO, E. Media archaeology: approaches, applications and implications. Berkeley: University of California Press, 2011). Como os autores deixam claro na introdução da obra, não existe uma definição “normativa” da proposta da arqueologia da mídia, assim como tampouco existem métodos definidos de pesquisa. Aliás, um dos elementos que me parecem interessantes nesse paradigma de investigação é precisamente sua relativa indefinição (que lhe dá grande flexibilidade e abrangência). Isso não significa que não existam linhas de força ou feições capazes de caracterizá-la minimamente. A arqueologia da mídia é algo bastante novo (ainda que o termo em si já possua alguma história), e apenas agora começa a popularizar-se e conquistar um estatuto mais definido. Ela dialoga com certos aspectos importantes de abordagens características da teoria pós-moderna, como o materialismo cultural, as teorias de gênero, a análise do discurso, os estudos pós-coloniais, noções de temporalidade não linear etc. O que ela faz essencialmente é vasculhar os arquivos textuais, visuais e auditivos das mídias (de todas as mídias, analógicas ou digitais), enfatizando as manifestações discursivas e materiais da cultura. Pode-se dizer que ela tem traços e uma história de desenvolvimento com fortes acentos germânicos – ainda que esteja rapidamente se popularizando também em outros ambientes intelectuais. Isso porque muitos teóricos alemães da mídia, como Friedrich Kittler, Siegfried Zielinski e Wolfgang Ernst demonstram o mesmo interesse pelas abordagens históricas, pela relação com a obra de Foucault, pelo fascínio com as ideias de registro e arquivo, pelo foco na questão das ‘materialidades da comunicação’...”
  • 10. “Ser offline e existir online”. Siegfried Zielinski “IHU On-Line – Em que aspectos a arqueologia da mídia pode ser um antídoto contra a amnésia histórica que caracteriza parte da pesquisa sobre os meios na atualidade? Siegfried Zielinski – No amplo campo da mídia, consigo observar um interesse bastante forte pela pesquisa histórica. Arqueologias do computador, de artefatos algorítmicos, da mídia digital, das novas artes midiáticas e outras são geradas em muitos lugares do mundo. A questão é mais como essa pesquisa é feita em termos metodológicos, teóricos. A maior parte dela não tem qualquer marco teórico. A maioria simplesmente serve a ideias de progresso histórico na tradição da modernidade europeia; a maior parte está em busca de predecessores (Vorgänger) do agora muito avançado, é demasiado nacionalista ou regional ou muito limitada em relação ao período de tempo que é investigado. Com nossos esforços (an) arqueológicos estamos tentando cumprir ao menos três critérios: deveríamos pensar em termos mundiais, e não eurocêntricos; pensar em termos cósmicos, e não antropocêntricos e construir ou interpretar nossas histórias de modo dinâmico ou multilinear, e não monolinear. Aliás, foi um intelectual nascido no México, Manoel de Landa, que nos ensinou algumas boas lições para compreender essas histórias”.
  • 11. “O passado pode nos ensinar a seu próprio respeito”. Francisco Rüdiger “IHU On-Line – De que maneira estudar o conceito pode contribuir para o melhor entendimento das “mídias mortas” e das atuais? Francisco Ricardo de Macedo Rüdiger – Os estudos de mídia costumam ser ofuscados pelo fetiche da novidade. O novo tem um valor intrínseco nesse meio profissional e intelectual. O resultado é uma cegueira para o fato de que um processo histórico precede e ajuda a entender o seu aparecimento, tanto quanto a dinâmica de seus fenômenos. Os estudos arqueológicos evitam o historicismo puro e simples, que nega a criação inovadora, mas também o culto do modismo de última hora, que desconhece o lastro do presente dentro do passado. A contribuição que nos fornecem está, em resumo, na lembrança do fato de que as formas técnicas e culturais, incluindo aí as da mídia, não costumam falecer, mas, uma vez criadas, são antes reelaboradas em novas circunstâncias, ainda que por vezes possam sofrer uma longa hibernação. O helicóptero foi desenhado por Leonardo da Vinci, para se tornar realidade no século XX. Serviços que hoje nos presta a internet são derivados de experimentos noticiosos com a telefonia no começo do século XX”.
  • 12. “IHU On-Line – Qual seria a definição mais clara da arqueologia da mídia? Fabrício Lopes da Silveira – É uma vertente de trabalho, um nicho de estudos, digamos assim, no campo da comunicação, que vem procurando discutir a técnica por um viés histórico, da história da cultura. Não dá para dizer ainda que seja uma teoria acabada, já bem construída. Creio que seja um tipo de abordagem nova para a questão da técnica, que tenta pensar um desenvolvimento tecnológico que não aconteceu. A arqueologia da mídia indaga: onde poderíamos estar hoje caso os desdobramentos da mídia e suas linguagens tivessem adotado outro rumo? Há uma área, a arqueologia do cinema, que tem trabalhos bem interessantes nessa corrente e eu acho que isso foi ganhando uma projeção de tal forma que esses estudos estão dando conta de outras mídias, oferecendo elementos para que possamos pensar em mídias de uma forma geral, do ponto de vista do potencial tecnológico que, às vezes, não se consumou. Trata-se de uma perspectiva de trabalho que me parece uma novidade; é uma maneira nova de olhar para a comunicação. Além disso, não tem muito pesquisador que trabalhe com esse assunto e esses estudos ainda estão começando a aparecer no Brasil. Há poucos textos publicados aqui no país, traduzidos já para o português. O próprio Zielinski tem o livro A arqueologia da Mídia que, creio, ser o principal trabalho que talvez melhor represente essa vertente, mas é um trabalho, por enquanto. Além desses, o que nós temos são estudos um pouco pontuais, isolados, que apareceram e podem ser organizados. Caso venham a ser sistematizados por alguém, podem dar uma visibilidade maior para essa perspectiva de trabalho”. “Arqueologia da mídia: preocupação com os estudos da técnica”. Fabrício Lopes da Silveira
  • 13. “Arqueologia e genealogia das mídias, uma articulação necessária”. Gustavo Fischer “IHU On-Line - Por que é importante realizar uma arqueologia da mídia, como propõe Zielinski? Gustavo Fischer - (...) Se trouxermos a perspectiva mcluhaniana de enxergar que um meio carrega o conteúdo de outro, ou ainda a perspectiva de Lev Manovich que retoma uma trajetória de modificações da tela para mostrar que as interfaces digitais que nos cercam trazem muito das evoluções de funcionalidades geradas em dispositivos ‘pré- cinematográficos’, perceberemos a importância de este ‘agir arqueológico’ estar articulado com uma visão genealógica das mídias. Com isso conseguimos avançar para buscar pistas sobre as direções que os produtos midiáticos contemporâneos estão tomando e tentar construir reflexões sobre os movimentos de afiliação e remediação (Bolter, Grusin) que se sucedem”. ARTIGO: I don´t wanna be buried in an app sematary – reflexões sobre arqueologia da mídia online entre histórias de aplicativos derrotados. FISCHER, Gustavo (2013).
  • 14. Digital Media Archaeology: Archive, Museum and Sonicity (Wolfgang Ernst) Media Archaeology (Jussi Parikka) Vídeos
  • 15. Bibliografia FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1987. http://jussiparikka.net/2012/05/08/what-is-media-archaeology-out-now/ http://monoskop.org/Media_archaeology ERNST, Wolfgang. Digital memory and the archieve. Minneapolis: University of Minnessta Press, 2013. FELINTO, E. Um futuro complexo, híbrido, incerto e heterogêneo. Revista do Instituto Humanitas Unisinos. UNISINOS. Número 375, Outubro 2011. HUHTAMO, Erkki. From Kaleidoscomaniac to Cybernerd: notes toward na archaeology of the media. Leonardo, v. 30, 3/1997. Disponível em <http://goo.gl/KjtQqz> Acesso em: 1 abr. 2015. RÜDIGER, F. O passado pode nos ensinar a seu próprio respeito. Revista do Instituto Humanitas Unisinos. UNISINOS. Número 375, Outubro 2011. SILVEIRA, F. L. Arqueologia da mídia: preocupação com os estudos da técnica. Revista do Instituto Humanitas Unisinos. UNISINOS. Número 375, Outubro 2011. ZIELINSKI, S. Ser offline e existir online. Revista do Instituto Humanitas Unisinos. UNISINOS. Número 375, Outubro 2011.