A história se passa em um pesqueiro onde Joaquim Prestes manda construir um poço. Durante uma vistoria, ele deixa cair sua caneta no poço. Mesmo com as condições precárias, os empregados tentam recuperar a caneta a mando de Joaquim. Após muito esforço, eles conseguem, mas a caneta está danificada e Joaquim a joga fora, mostrando que só queria impor sua vontade aos outros.
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Analise Narrativa - O Poço ( Mário de Andrade)
1. O Poço
Professor: Jhow – Redação
Análise Narrativa
Alunos: Vitor, Pablio, Camila, Luan, Leticia, Rayssa e Gustavo.
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3. A história se passa em um pequeno pesqueiro, onde seu dono Joaquim Prestes está preocupado com a construção de um poço ao lado de sua casa recém-construída. Durante uma vistoria do trabalho de seus empregados na construção do poço, Joaquim deixa cair sua caneta tinteira lá dentro. Então começa uma confusão, pois Joaquim de forma egocêntrica ordena que seus empregados resgatem sua caneta, antes que ela afunde. Os coitados sãos expostos a condições de trabalho precárias, em um clima frio e úmido, correndo o risco de desabamento do poço. Depois de muito esforço, os empregados resgatam sua caneta, mas quando Joaquim vê estado da mesma, percebe que ela esta defeituosa e então joga-a no lixo, e pega outra dentro de sua gaveta.
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6. O narrador é em TERCEIRA PESSOA e ONISCIENTE, porque além das características físicas, conhece também aspectos psicológicos das personagens principais. O narrador tem máxima importância no texto, pois é ele que nos conta os fatos.
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8. Tipos de Discurso: No conto, percebemos a presença de discursos diretos, indiretos e indiretos-livre, porém o direto é predominante. Exemplos:
Discurso Direto: “Por favor, nhô Joaquim Prestes, sai daí, a terra tá solta!”
Discurso Indireto: “Finalmente, Joaquim assume uma vibração humana e resolve parar a procura pela caneta, dizendo que não valia a pena.”
Discurso Indireto-livre: “Joaquim Prestes e a visita foram se chegando pra fogueira dos camaradas, que logo levantaram, machucando chapéu na mão, bom-dia, bom-dia.”
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10. Joaquim Prestes é um senhor de 75 anos de idade, fazendeiro e rico desde que nasceu. Inventor de modas, muito viajado e também muito impassível e tirano. (Caracterização Direta) “Joaquim Prestes não se contentava mais com a água da geladeira, trazida sempre no forde em dois termos gordos, mandara abrir um poço.”
(Caracterização Indireta) Albino é um homem branco e magricelo, e muito fraco de saúde, pois em toda sua vida já tivera quase todos os tipos de doença, sendo que no tempo cronológico do conto se encontra com alguma enfermidade no pulmão. Ele é funcionário de Joaquim, e o fazendeiro zela por sua saúde sem cobrar os ônus, e quando precisava dava um pulo na cidade para comprar remédios estrangeiros,
(Caracterização Direta) “Porém montava na marmon, dava um pulo até a cidade só pra comprar aquele fortificante estrangeiro, ”um dinheirão” resmungava. E eram mesmo dezoito mil- réis”
11. José um dos empregados responsáveis da construção do poço. Taludo, mulato, filho de um espanhol, tem como principal característica o grande sentimento de amor fraterno por Albino.
(Caracterização Direta)
12. Protagonista: Joaquim Prestes
Antagonistas: O poço e as péssimas condições ambientais, apresentadas no conto, podem ser consideradas personagens antagonistas, uma vez que se opõem, por suas características, ao objetivo de Joaquim Prestes: Recuperar sua caneta tinteira.
Personagens secundários: José, Albino.
Ajudantes: Outros tralhadores, Vigia.
Figurantes: A mulher do Vigia e a Visita.
13. As personagens podem ser consideradas planas pois o comportamento pouco evolui na história.
Joaquim Prestes é o que apresenta maior desenvolvimento em suas caracteristicas mas não a ponto de representar uma personagem redonda.
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15. A grande maioria dos fatos se desenrola em um pesqueiro de estimação, construído por Joaquim Prestes, em um terreno na barranca do Mogi, local de difícil acesso. O espaço é, portanto, rural e aberto. O espaço tem uma função muito importante no texto, pois é a razão de todos os problemas que ocorrem durante a história, conforme o trecho aseguir :
"... Pois o velho Joaquim Prestes dera pra construir no pesqueiro uma casa de verdade, de tijolo e telha, embora não imaginasse passar mais que o claro do dia ali, de medo da maleita. Mas podia querer descansar. E era quase uma casa-grande se erguendo, quarto do patrão, quarto pra algum convidado, a sala vasta, o terraço telado, tela por toda a parte pra evitar pernilongos. Só desistiu da água encanada porque ficava um dinheirão. Mas a casinha, por detrás do bangalô, até era luxo toda de madeira aplainada, pintadinha de verde pra confundir com os mamoeiros, os porcos de raça por baixo (isso de fossa nunca!) e o vaso de esmalte e tampa. Numa parte destocada do terreno, já pastavam no capom novo quatro vacas e o marido, na espera de que alguém quisesse beber um leitezinho caracu. E agora que a casa estava quase pronta, sua horta folhuda e uns girassóis na frente, Joaquim Prestes não se contentava mais com água da geladeira, trazida sempre no forde em dois termos gordos, mandara abrir um poço."
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17. Tempo Histórico: A história se passa no século XIX, quando os carros começaram a aparecer no Brasil.
Exemplo:
“Fora o introdutor do automóvel naquelas estradas, e se o município agora se orgulhava de ser um dos maiores produtores de mel, o devia ao velho Joaquim Preste...”
Tempo Cronológico: O enredo começa quando Joaquim Prestes chega de viagem, e decide cavar um poço, sendo que no mesmo dia ele acaba deixando que sua caneta tinteira caísse dentro do poço. E então alguns dias se passam até que Albino resgata a caneta novamente.
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19. Conflitos
Joaquim resolve fazer um poço, para a obra são chamados seis empregados da própria fazenda que, preocupados com o perigo de maleita, não ficam felizes de ter que realizar esse trabalho insalubre.
Já logo nesse inicio podemos perceber que há um Conflito Externo Intragrupal.
Num dia do final de julho, faz um frio feroz no pesqueiro e Joaquim vai visitar a obra. Fica enfezado por ver que os operários não estão trabalhando no poço. Mesmo os homens explicando que com o frio não iriam conseguir permanecer no buraco úmido, ele não contente com a notícia ordena que voltassem a trabalhar no poço.
(Conflito externo intragrupal)
O Conflito Principal se baseia no fato de Joaquim Prestes deixa cair sua caneta-tinteiro dentro do poço e o único meio de recuperar a caneta-tinteiro é secando o poço.
20. Conflito externo intragrupal
Mesmo Albino ardendo em febre Joaquim não se compadece, e quer a caneta de qualquer jeito.
O estado de saúde de Albino vai piorando até que José se revolta. Para surpresa de todos, enfrenta o patrão e diz que o irmão não desce mais. Joaquim Prestes permite que a busca continue no dia seguinte. Afinal “não é nenhum desalmado”.
Nesse momento ocorre um Conflito Interpessoal de José com o patrão.
Dois dias depois, levam a caneta em seu escritório. Ele a experimenta e vê que está rachada e não escreve mais. Resmunga: “Pisaram na minha caneta! Brutos...”. Joga a caneta no lixo e tira de uma gaveta uma caixinha. Dentro dela, várias lapiseiras e três canetas-tinteiro. Uma de ouro.
O que da de entender no final do conto é que provavelmente Joaquim tinha algum Conflito Intrapessoal para ele querer tanto assim sua caneta de volta ou era apenas uma pessoa que abusava de outras só porque tinha poder para isso.
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22. CLIMAX
O momento mais tenso começa quando o magruço pede por cachaça, e Joaquim acaba berrando com ele.
"Não pagava cachaça pra ninguém não, seus emprestáveis! Não estava pra alimentar manha de cachaceiro!"
Vendo a discussão a visita decide ir até o japonês comprar cachaça, e aproveitar para levar pescado para a mulher. Após esse voltar percebe o clima pesado do local.
Após um bloco de terra se desprender e secar o poço e magruço recusar-se a descer novamente, pedindo demissão, Albino decide descer, mas devido as más condições de saúde volta à superfície.
A crescente obstinação de Joaquim Prestes, a sua figura começa a assimilar o traço de voracidade do poço, até se desumanizar por completo. Obcecado em atingir seu objetivo, a personagem apenas olha fixamente o poço. Finalmente, no momento de clímax, quando é contestado por seu empregado José, Joaquim Prestes já surge com a imagem da boca do poço estampada em seu rosto: um "boca escancarada" como a boca do poço, voraz, que não se fecha nunca. E os olhos, tornados "brancos" e "metálicos", completam sua máscara desumana:
23. "Joaquim Prestes, o mal pavoroso que terá vivido naquele instante... A expressão do rosto dele se mudara de repente, não era cólera mais, boca escancarada, olhos brancos, metálicos..."
Só após o confronto com o olhar "puro, tão calmo" de José, os olhos de Joaquim Prestes reassumem "uma vibração humana". É nesse momento que, incapaz de Ter a "dignidade de agüentar também com a aparência externa de derrota", ele finge uma benevolência covarde e hipócrita, atitude totalmente avessa ao seu caráter prepotente e orgulhoso.
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25. O desfecho do conto começa com a resolução do conflito, quando Albino depois de dias de trabalho árduo encontra a caneta e a leva para seu patrão. Quando Joaquim recebe a caneta ele tenta escrever com ela, mas esta não funciona, então ele simplesmente a joga no lixo, abre sua gaveta e pega outras canetas, tornando em vão e desmerecendo todo o trabalho que várias pessoas tiveram para recuperar sua caneta.
“ – Pisaram na minha caneta! Brutos...
Jogou tudo no lixo. Tirou da gaveta de baixo uma caixinha que abriu. Havia nela várias lapiseiras e três canetas tinteiro. “Uma era de ouro”
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27. Mário Raul de Moraes Andrade nasceu no dia 9 de outubro de 1893 em São Paulo – SP. Sua influência foi decisiva para o Modernismo se fixar de forma definitiva no Brasil e sua obra “Macunaíma”, foi considerada a mais importante da primeira fase modernista.
Mário estudou música, folclore e pintura, além de ter sido crítico de arte em jornais e revistas. O autor morreu em São Paulo, em 1945, e atualmente é considerado um dos maiores escritores da literatura brasileira.