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1º Resumo
Castro Alves: Os Escravos
Os Escravos é uma coleção de poesias publicadas 12
anos a morte do poeta. Poesia social em sua forma
mais pura, Os Escravos centra-se sempre no mesmo
tema: a liberdade dos escravos. Apesar de certa
idealização em alguns momentos, a poesia lírica é
menos idealizada que a dos contemporâneos do
autor. Mas sempre, sempre, as poesias falam do
negro escravo, cativo e maltratado pelos senhores.
2º Resumo
Carlos Drummond de Andrade: A Rosa do Povo
Obra dentro da produção de Drummond, A rosa do povo, publicada
em 1945, reflete a maturidade que o poeta alcançou desde sua
estreia. Nela, conforme já se afirmou além de acentuado progresso
técnico-formal, estão presentes duas conquistas decisivas para a
evolução de nossa literatura: o realismo social, particularmente
penetrante e que não se restringe, apenas ao lirismo da poesia
engajada; a poesia metapoética, alimentada pela reflexão
introspectiva sobre o sentido da escrita como obra de arte.
Este é o mais extenso e o mais variado dos livros de Drummond (55
poemas, alguns longos). Nele desfilam os principais temas de sua
obra; o verso livre e a estrumação irregular alternam com versos de
métrica tradicional dispostos em estrofes regulares; o estilo ora é
"puro” (elevado, "poético"), ora é "mesclado” (mistura de elevado e
vulgar, sério e grotesco).
Livro difícil é dos mais discutidos e apreciados da poesia moderna
brasileira. Obra de linguagem poética com participação social. Os
poemas de A rosa do povo foram escritos nos anos sombrios da
ditadura de Vargas e da Segunda Guerra Mundial. Os
acontecimentos provocam o poeta, que se aproxima da ideologia
revolucionária anticapitalista de inspiração socialista, e manifesta
sua revolta e sua esperança em poemas indignados e intensos.
Temas: eu estar no mundo (o amor, a família, o tempo, a velhice), a
metapoesia (poesia pela própria poesia), eu igual ao mundo,...
Portanto, em A rosa do povo, o poeta testemunha sua reação ante
a dor coletiva e a miséria do mundo moderno, com seu mecanismo,
seu materialismo, sua falta de humanidade.
3º Resumo
Clarice Lispector: A Paixão Segundo G.
A paixão segundo G. H., romance da escritora Clarice Lispector,
foi publicado em 1964 e, assim como em suas outras obras, os
fluxos de consciência permeiam todo o livro. É uma criação
angustiante e inquietante. Clarice transmite ao leitor as
preocupações emocionais da personagem G.H, mulher bem
sucedida profissionalmente, porém não conhece sua identidade,
portanto, busca o conhecimento interior.
G. não tem nome, fato que a faz identificar-se com todos os seres.
O enredo aparentemente tolo – a demissão da empregada
doméstica faz com que a patroa faça uma faxina no quarto da
funcionária, onde encontra uma barata – se torna um momento
de profunda reflexão existencial. Ao ver e encarar a barata, ao
esmaga-la e ao comê-la, a protagonista encontra a verdadeira
razão de estar no mundo.
Seis meses após a demissão da empregada doméstica, G. resolve
fazer uma arrumação no antigo quarto da funcionária, ao entrar ali
ela emerge em seu próprio vazio interior. Tomada pela aflição ela
procura algo para fazer, mas não há nada. Até que surge uma
barata saindo do guarda-roupa; nesse instante a personagem é
tomada por uma consciência de solidão.
A protagonista é tomada pelo nojo da barata, mas precisa enfrentá-
la, tocá-la e provar o seu sabor. A náusea que a toma violentamente
representa a angústia que antecede a epifania e resulta na dolorosa
sensação de fragilidade da condição humana.
Com o intuito de retomar seus instintos primitivos, G. deve enfrentar
a experiência de provar o gosto do inseto. O provar simboliza uma
reviravolta em seu mundo alienado, imune e condicionado. Após o
ocorrido é que a personagem se dá conta do seu verdadeiro estar
no mundo. É tanto que depois ela tem dificuldades em narrar a sua
impotência de descrever os fatos.
Só à ideia, fechei os olhos com a força de quem tranca os dentes, e
tanto apertei os dentes que mais um pouco eles se quebrariam
dentro da boa. Minhas entranhas diziam não, minha massa rejeitava
a da barata.
Eu parara de suar, de novo eu toda havia secado. Procurei
raciocinar com o meu nojo. Por que teria eu nojo da massa que saía
da barata? Não bebera eu do branco leite que é líquida massa
materna? E ao beber a coisa de que era feita a minha mãe, não
havia eu chamado, sem nome, de amor?
[...]
Sabia que teria que comer a massa da barata, mas eu toda comer,
e também o meu próprio medo comê-la. Só assim teria o que de
repente me pareceu que seria o antipecado: comer a massa da
barata é o antipecado, pecado seria a minha fácil.
O antipecado. Mas a que preço.
Ao preço de atravessar uma sensação de morte.
[...]
LISPECTOR, Clarice. A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro:
Rocco, 1998.
O livro pode ser entendido como uma alusão ao sofrimento da
Paixão de Cristo, relatada por Mateus, Marcos, Lucas e João.
A paixão segundo G. é uma obra que ecoa existencialismo,
portanto, é considerada como uma luz sobre o entendimento da
condição humana.
4º Resumo
Euclides da Cunha: Os Sertões
Este livro é dividido em três partes: A Terra, O Homem e A Luta. A
Terra é uma descrição detalhada feita pelo cientista Euclides da
Cunha, mostrando todas as características do lugar, o clima, as
secas, a terra, enfim. O Homem é uma descrição feita pelo
sociólogo e antropólogo Euclides da Cunha, que mostra o habitante
do lugar, sua relação com o meio, sua gênese etnológica, seu
comportamento, crença e costume; mas depois se fixa na figura de
Antônio Conselheiro, o líder de Canudos. Apresenta se caráter, seu
passado e relatos de como era a vida e os costumes de Canudos,
como relatados por visitantes e habitantes capturados.
Estas duas partes são essencialmente descritivas, pois na verdade
"armam o palco" e "introduzem os personagens" para a verdadeira
história, a Guerra de Canudos, relatada na terceira parte, A Luta. A
Luta é uma descrição feita pelo jornalista e ser humano Euclides da
Cunha, relatando as quatro expedições a Canudos, criando o
retrato real só possível pela testemunha ocular da fome, da peste,
da miséria, da violência e da insanidade da guerra.
Retratando minuciosamente movimento de tropas, o autor
constantemente se prende à individualidade das ações e
mostra casos isolados marcantes que demonstram bem o absurdo
de um massacre que começou por um motivo tolo - Antônio
Conselheiro reclamando um estoque de madeira não entregue -
escalou para um conflito onde havia paranoia nacional, pois se
suspeitava que os "monarquistas" de Canudos, liderados pelo
"famigerado e bárbaro Bom Jesus Conselheiro" tinham apoio
externo. No final, foi apenas um massacre violento onde estavam
todos errados e o lado mais fraco resistiu até o fim com seus
derradeiros defensores - um velho, dois adultos e uma criança.
5º Resumo
Graciliano Ramos: Vidas Secas
"Vidas Secas", romance publicado em 1938, retrata a vida miserável de uma
família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos
para áreas menos castigadas pela seca. A obra pertence à segunda fase
modernista, conhecida como regionalista, e é qualificada como uma das mais
bem-sucedidas criações da época.
O estilo seco de Graciliano Ramos, que se expressa principalmente por meio
do uso econômico dos adjetivos, parece transmitir a aridez do ambiente e
seus efeitos sobre as pessoas que ali estão.
- Leia a análise de Vidas Secas
Resumo
O livro possui 13 capítulos que, por não terem uma linearidade temporal,
podem ser lidos em qualquer ordem. Porém, o primeiro, "Mudança", e o
último, "Fuga", devem ser lidos nessa sequência, pois apresentam uma ligação
que fecha um ciclo. "Mudança" narra às agruras da família sertaneja na
caminhada impiedosa pela aridez da caatinga, enquanto que em "Fuga" os
retirantes partem da fazenda para uma nova busca por condições mais
favoráveis de vida. Assim, pode-se dizer que a miséria em que as personagens
vivem em Vidas Secas representa um ciclo. Quando menos se espera, a
situação se agrada e a família é obrigada a se mudar novamente.
Fabiano é um homem rude, típico vaqueiro do sertão nordestino. Sem ter
frequentado a escola, não é um homem com o dom das palavras, e chega a
ver a si próprio como um animal às vezes. Empregado em uma fazenda, pensa
na brutalidade com que seu patrão o trata. Fabiano admira o dom que
algumas pessoas possuem com a palavra, mas assim como as palavras e as
ideias o seduziam, também o cansavam.
Sem conseguir se comunicar direito com as pessoas, entra em apuros em um
bar com um soldado, que o desafiaram para um jogo de apostas. Irritado por
perder o jogo, o soldado provoca Fabiano o insultando de todas as formas. O
pobre vaqueiro aguenta tudo calado, pois não conseguia se defender. Até que
por fim acaba insultando a mãe do soldado e indo preso. Na cadeia pensa na
família, em como acabou naquela situação e acaba perdendo a cabeça,
gritando com todos e pensando na família como um peso a carregar.
Sinhá Vitória é a esposa de Fabiano. Mulher cheia de fé e muito trabalhadora.
Além de cuidar dos filhos e da casa, ajudava o marido em seu trabalho
também. Esperta, sabia fazer contas e sempre avisava ao marido sobre os
trapaceiros que tentavam tirar vantagem da falta de conhecimento de
Fabiano. Sonhava com um futuro melhor para seus filhos e não se conformava
com a miséria em que viviam. Seu sonho era ter uma cama de fita de couro
para dormir.
Nesse cenário de miséria e sem se darem muita conta do que acontecia a seu
redor, viviam os dois meninos. O mais novo via na figura do pai um exemplo.
Já o mais velho queria aprender sobre as palavras. Um dia ouviu a palavra
"inferno" de alguém e ficou intrigado com seu significado. Perguntou a Sinhá
Vitória o que significava, mas recebeu uma resposta vaga. Vai então perguntar
a Fabiano, mas esse o ignora. Volta a questionar sua mãe, mas ela fica brava
com a insistência e lhe dá um cascudo. Sem ter ninguém que o entenda e
sacie sua dúvida, só consegue buscar consolo na cadela Baleia.
Um dia a chuva chega (o "inverno") e ficam todos em casa ouvindo as histórias
de Fabiano. Histórias essas que ele nunca tinha vivido, feitos que ele nunca
houvesse realizado. Em meio a suas histórias inventadas, Fabiano pensava se
as coisas iriam melhorar dali então. Para o filho mais novo, as sombras
projetadas pela fogueira no escuro deixava o pai com um ar grotesco. Já o
mais velho ouvia as histórias de Fabiano com muita desconfiança.
O Natal chegou e a família inteira foi à festa da cidade. Fabiano ficou
embriagado e se sentia muito valente, só pensando em se vingar do
soldado que lhe colocou atrás das grades. Uma hora, cansado de seu próprio
teatro, faz de suas roupas um travesseiro e dorme no chão. Sinhá Vitória
estava cansada de cuidar do marido embriagado e ter que olhar as crianças
também. Em um dado momento, ela toma coragem para fazer o que mais
estava com vontade: encontra um cantinho e se abaixa para urinar. Satisfeita,
acende uma piteira de barro e fica a sonhar com a cama de fitas de couro e
um futuro melhor.
No que talvez seja o momento mais famoso do livro, Fabiano vê o estado em
que se encontrava Baleia, com pelos caídos e feridas na boca, e achou que ela
pudesse estar doente. O vaqueiro resolve, então, sacrificar a cadela. Sinhá
Vitória recolhe os filhos, que protestavam contra o sacrifício do pobre animal,
mas não havia outra escolha. O primeiro tiro acerta o traseiro de Baleia e a
deixa com as patas inutilizadas. A cadela sentia o fim próximo e chega a
querer morder Fabiano. Apesar da raiva que sentia de Fabiano, o via como um
companheiro de muito tempo. Em meio ao nevoeiro e da visão de uma espécie
de paraíso dos cachorros, onde ela poderia caçar preás à vontade, Baleia
morre sentindo dor e arrepios.
E assim a vida vai passando para essa família sofredora do sertão nordestino.
Até que um dia, com o céu extremamente azul e nenhuma nuvem à vista,
vendo os animais em estado de miséria, Fabiano decide que a hora de partir
novamente havia chegado. Partiram de madrugada largando tudo como
haviam encontrado. A cadela Baleia era uma imagem constante nos
pensamentos confusos de Fabiano. Sinhá Vitória tentava puxar conversa com o
marido durante a caminhada e os dois seguiam fazendo planos para o futuro e
pensando se existiria um destino melhor para seus filhos.
6º Resumo
Guimarães Rosa: O Grande Sertão: Veredas
A obra, uma das mais importantes da literatura brasileira, é
elogiada pela linguagem e pela originalidade de estilo presentes no
relato de Riobaldo, ex-jagunço que relembra suas lutas, seus
medos e o amor reprimido por Diadorim.
O romance "Grande Sertão: Veredas" é considerado uma das mais
significativas obras da literatura brasileira. Publicada em 1956,
inicialmente chama atenção por sua dimensão – mais de 600
páginas – e pela ausência de capítulos. Guimarães Rosa fundiu
nesse romance elementos do experimentalismo linguístico da
primeira fase do modernismo e a temática regionalista da segunda
fase do movimento, para criar uma obra única e inovadora.
Durante a primeira parte da obra, o narrador em primeira pessoa,
Riobaldo, faz um relato de fatos diversos e aparentemente
desconexos entre si, que versam sobre suas inquietações sobre a
vida. Os temas giram em torno das clássicas questões filosóficas
ocidentais, tais como a origem do homem, reflexões sobre a vida,
o bem e o mal, deus e o diabo. Porém, Riobaldo não consegue
organizar suas ideias e expressa-las de modo satisfatório, o que
gera um relato bastante caótico. Até que em certo ponto aparece
Quelemén de Góis, que o ajuda em parte, e Riobaldo dá início à
narrativa propriamente dita.
Riobaldo começa a rememorar seu passado e conta sobre sua mãe
e como conhecera o menino Reinaldo, que se declarava ser
“diferente”. Riobaldo admira a coragem do amigo. Quando sua
mãe vem a falecer, ele é levado para viver com seu padrinho na
fazenda São Gregório, onde conhece Joca Ramiro, grande
chefe dos jagunços. Selorico Mendes, o padrinho, coloca-o para
estudar e após um tempo Riobaldo começa a lecionar para Zé
Bebelo, um fazendeiro da região. Pouco tempo depois, Zé Bebelo,
que queria por fim na atuação dos jagunços pela região, convida
Riobaldo para fazer parte de seu bando, o que esse aceita. Assim
começa a história da primeira guerra narrada em "Grande Sertão:
Veredas".
O bando dos jagunços liderado por Hermógenes entra em guerra
zontra Zé Bebelo e os soldados do governo, mas logo Hermógenes
foge da batalha. Riobaldo resolve desertar do bando de Zé Bebelo
e encontra Reinaldo, que faz parte do bando de Joca Ramiro. Ele
decide então juntar-se ao grupo também.
A amizade entre Riobaldo e Reinaldo se fortalece com o passar do
tempo e Reinaldo o confidencia em segredo seu nome verdadeiro:
Diadorim. Em certo momento dá-se a batalha entre o bando de Zé
Bebelo e de Joca Ramiro, onde Zé Bebelo é capturado. Então, ele
é julgado pelo tribunal composto dos líderes dos jagunços, dos
quais Joca Ramiro é o chefe supremo. Hermógenes e Ricardão são
favoráveis à pena capital. No fim do julgamento, porém, Joca
Ramiro sentencia a soltura de Zé Bebelo, sob a condição de que
ele vá para Goiás e não volte até segunda ordem. Após o
julgamento, Riobaldo e Reinaldo juntam-se ao bando de Titão
Passos, que também lutou ao lado de Hermógenes.
Após longo período de paz e bonança no sertão, um jagunço
chamado Gavião-Cujo vai até o grupo de Titão informar que Joca
Ramiro foi traído e morto por Hermógenes e Ricardão, que ficam
conhecidos como “os judas”. Nesse ponto da narrativa, Riobaldo
tem um caso amoroso com a prostituta Nhorinhá e,
posteriormente, com Otacília, por quem se apaixona. Diadorim
dica com raiva e durante uma discussão com Riobaldo ameaça-o
com um punhal.
Os jagunços se reúnem para combater “os judas” e assim começa a
segunda guerra, organizada sob novas lideranças: de um lado
Hermógenes e Ricardão, assassinos de Joca Ramiro e traidores do
bando; de outro, os jagunços liderados por Zé Bebelo, que retorna
para vingar a morte de seu salvador. Em certo momento da
narrativa os dois bandos se unem para tentar fugir do cerco
armado pelos soldados do governo, mas o bando de Zé Bebelo foge
na surdina do local e deixam Hermógenes e seu bando lutando
sozinhos contra os soldados. Riobaldo entrega a pedra de topázio a
Diadorim, o que simboliza a união entre os dois, mas esse recusa
dizendo que devem esperar o fim da batalha.
Quando o grupo de Zé Bebelo chega às Veredas-Mortas, em dado
momento Riobaldo faz um pacto com o diabo para que possam
vencer o bando de Hermógenes. Sob o nome Urutu-Branco, ele
assume a chefia do bando e Zé Bebelo deserto do grupo. Riobaldo
pede para um jagunço entregar a pedra de topázio à Otacília, o
que firma o compromisso de casamento entre os dois.
O bando liderado por Riobaldo (ou Urutu-Branco) segue em caça
por Hermógenes, chegando até sua fazenda já em terras baianas.
Lá eles aprisionam a mulher de Hermógenes e, não o encontrando,
voltam para Minas Gerais. Em um primeiro momento, acham o
bando de Ricardão e Urutu-Branco o mata. Por fim, encontram o
grupo de Hermógenes no Paredão e há uma grande e sangrenta
batalha. Diadorim enfrenta Hermógenes em confronto direto e
ambos morrem. Riobaldo descobre, então, que Diadorim é na
realidade a filha de Joca Ramiro, e se chama Maria Deodorina da
Fé Bittancourt Marins.
7º Resumo
Lima Barreto: Triste Fim de Policarpo
Quaresma
Major Policarpo Quaresma era como era conhecido. Vivia no Rio de
Janeiro e sua irmã morava junto com ele. Tratava-se de um homem
extremamente patriota, fiel e adorador de do Brasil. Na vizinhança
achavam graça dele, de como pontualmente chegava a casa
sempre à mesma hora e como ficava horas em meio a livros
estudando sem ser formado em faculdade alguma.
A última história que comentavam era a visita que ele recebia de
Ricardo Coração dos Outros. Tratava-se de um músico, apaixonado
pelo violão e que vinha ensinar a Quaresma a arte de tocar tal
instrumento.
Tinha dentre as relações de sua casa o General, seu vizinho. Este
tinha uma filha noiva que esperava ansiosamente pelo seu
casamento, bastando apenas que o noivo concluísse sua faculdade
de Odontologia. Tinha ainda um rico italiano e sua filha, de quem
era padrinho.
Quaresma, nacionalista como era, estudando os nativos do país,
acreditou que o mais certo fosse que todos na pátria falassem tupi.
Assim aprendeu a língua e levou às autoridades o seu ideal! Como
era de se esperar, tornou-se motivo de riso e escárnio. Mas o
máximo de tudo foi quando irritado, sem sequer notar, escreveu um
dos documentos públicos todo na língua dos nativos.
Depois disso restou a Quaresma ser levado ao hospício! Lá ficou
por um bom período, e recebia visitas de sua afilhada e seu pai e de
Coração dos Outros; sua irmã não ia muito bem para lhe fazer
visitas.
Ao final de sua “estadia” no hospício, tomou um conselho que lhe foi
dado. Comprou um pedaço de terra e foi viver de agricultura no
interior. Seu forte sentimento nacionalista o enchia de esperanças,
como a terra fértil do Brasil lhe seria bastante para viver e como
uma reforma na agricultura do país poderia ocorrer...
Os projetos eram muitos, mas Quaresma teve que ver a verdade.
Lucros pequenos, as demais terras todas mal tratadas e as malditas
formigas.
Neste tempo, sua afilhada se casara com um egocêntrico médico e
a filha do coronel, seu vizinho, sofria com o noivo, que fora para o
interior e nunca mais mandara notícias.
Foi então que uma rebelião nasceu. Quaresma prontamente se
ofereceu a serviço da pátria e foi feito de fato major. Coração dos
Outros também teve que lutar a serviço do país, no entanto fora
quase que obrigado.
Por um longo tempo Quaresma ficou sem ver sua irmã, esta ficara
nas terras dele no interior que, sem sua supervisão e amor, já se
tornava como as demais terras abandonadas – o ajudante que tinha
não sabia levar o trabalho de forma que rendesse.
Ao decorrer da rebelião, a filha do coronel, sempre presa na ideia
do casamento e de ter sido abandonada, abalou-se profundamente
e o desespero levou-a à loucura e posteriormente à morte. Nesse
tempo Quaresma pôde ver como se iludira com o Brasil e acima de
tudo com os seus governantes.
Seu último ato, já findada a rebelião, foi escrever uma carta às
autoridades do país, onde declarou tudo o que pensava a respeito
do Brasil, suas vantagens, suas chances de glória e seu governo
que o afundava. A consequência foi ser levado preso, sem chances
de defesa. Ricardo Coração dos Outros procurou ajuda, mas todos
só afirmavam que o louco do Quaresma não tinha chances, e ainda
a afilhada tentou salvá-lo. Por fim, concluíram que era mais digno
ao Major Policarpo Quaresma aquele fim.
8º Resumo
Luis Fernando Veríssimo: O Analista de
Bagé
O livro O Analista de Bagé, de Luís Fernando Veríssimo, é a
combinação entre a rude sinceridade e a franqueza do homem do
interior gaúcho. Textos paródicos que desmistificam o regional e a
psicanálise.
São 27 hilariantes histórias do impagável analista gaúcho,
freudiano, machista, que costuma tratar seus pacientes a tapa. É
um clássico do humor brasileiro. Com práticas pouco
convencionais, o analista barbudo, macho e sistemático não deixa
de picar fumo e tomar chimarrão nas consultas.
Suas opiniões são hilárias, inclusive sobre a competente secretária
Lindaura. O sotaque forte e suas conclusões sobre os problemas
dos clientes geram uma combinação divertida.
Na obra, Luís Fernando Veríssimo apresenta as relações
analista/cliente de forma irônica e debochada, fazendo alusões ao
regionalismo, à política nacional, à intelectualidade – sempre de
forma iconoclasta e irreverente.
9º Resumo
Mário Quintana: Nova Antologia Poética
A Antologia Poética de Mário Quintana foi publicada pela
primeira vez em 1966, com 60 poemas inéditos, e foi
organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos.
Uma nova edição foi publicada em 1977. Neste volume estão
reunidos cerca de 200 poemas entre os mais marcantes
produzidos pelo poeta. Mário Quintana foi um dos maiores
poetas brasileiros da segunda metade do século, ocupando a
restrita galeria de grandes poetas que obtiveram enorme
reconhecimento popular, como Vinicius de Morais, Carlos
Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Manuel Bandeira. A
seleção cuidadosa de Sergio Faraco revela ao leitor uma parte
significativa da obra desse grande poeta. Transitando,
habilmente, por temas do cotidiano e sugerindo uma reflexão
sobre as questões mais interessantes da vida - como o
passado e a morte -, Quintana consegue se expressar de
maneira simples e comoventemente terna, num lirismo ao
mesmo tempo encantador, realista, crítico.
Mário Quintana é um desses escritores cujas frases, líricas,
estão submetidas a um mesmo espírito que segue a proposta
baudelairiana de “a infância reencontrada”. O jogo lúdico da
banalidade de um cotidiano singelo sem finalidade é visto,
entretanto, pela sensibilidade do poeta como um jogo lúcido,
dentro do qual se extraem os espantos decorrentes de um
mundo que, se simples, é, sobretudo, desconcertante. Em uma
aparente ingenuidade formal se esconde uma rede de sentidos,
elipses, alusões, sutilezas verbais e rítmicas que revelam a
grandeza desse poeta. Sendo a tarefa da poesia resguardar na
linguagem o mistério do dia-a-dia, celebrá-lo em palavras, não
é à toa que inúmeros versos de Quintana se incorporam à
sabedoria popular, sem que as pessoas nem desconfiem de
sua autoria.
Despreocupado em relação à crítica, Mário Quintana fazia
poesia porque "sentia necessidade", segundo suas próprias
palavras. Em sua poesia há um constante travo de pessimismo
e muito de ternura por um mundo que, parece, lhe é adverso.
A poesia de Mário Quintana se caracteriza por um profundo
humanismo, no conteúdo, e na forma, por uma "difícil
simplicidade". Ternura, melancolia, intimismo, misticismo,
humor irônico (para disfarçar o sentimentalismo), nostalgia da
infância, de pureza - são os motivos de seu mundo poético.
A facilidade com que se exprime é ilusória: nada existe aí
parecido com soluções fáceis. É o artista consciente das
virtualidades expressivas de seu instrumento, do verso e da
língua.
Atraído pelo realismo mágico ou fantástico, por visões oníricas
ou surrealistas, Mário Quintana procura comunicar esse
mundo supra-real mediante uma grande economia, mas
também grande eficiência de meios.
Consegue-o com o poder sintético das imagens, metáforas,
sinestesias, associações insólitas e outros tantos recursos
da poesia moderna.
O conjunto poético do livro mostra um poeta com lembranças
da infância, com olhar para uma rua imaginária, olhar este varia
entre a ironia e a melancolia.
A poesia de Quintana é a humanidade posta em verso. Daí seu
humor não apresentar o traço racional, intelectualizado, mas
aproximar-se de uma visão chapliniana do mundo, não
distanciada da que teria o homem comum.
10º Resumo
Cecília Meireles: Romanceiro da
Inconfidência
Na Idade Média, romance era o nome que se atribuía a uma obra poética de
caráter narrativo. Uma reunião de romances formava um romanceiro.
O Romanceiro da Inconfidência narra a história da Conjuração Mineira,
movimento revoltoso de 1789 promovido por colonos brasileiros que
pretendiam tornar a região de Vila Rica (Minas Gerais) independente do
domínio português. O sucesso poderia levar à utilização da riqueza produzida
pelo ouro na própria região, acabando com a sangria monetária promovida
pelos interesses metropolitanos.
Em uma “Fala inicial”, o narrador, assumindo a primeira pessoa, manifesta a
sensação imperativa de tornar pública a revolta que toma conta da colônia, o
que funciona como justificativa para a própria obra. A partir daí, a história
narrada é dividida em “Cenários”, obedecendo à ordem cronológica dos
acontecimentos.
Assim, o primeiro Cenário enquadra o desenrolar da febre do ouro na região: a
busca enlouquecida pelo metal, a crescente intervenção das autoridades, a
consequente luta dos colonos contra o poder instituído (como a Revolução de
1720, liderada por Felipe dos Santos), a prática do contrabando e, por fim, a
presença ativa dos escravos na mineração. A atuação dos negros acabou por
gerar a lenda do Chico-Rei, lendário negro que, enriquecido, dedicava-se a
comprar a liberdade de outros, e a de Chica da Silva, a sedutora namorada de
um rico minerador. Essa primeira parte da narrativa se encerra com o
nascimento de Tiradentes (1746).
O segundo Cenário é a cidade de Vila Rica. Esta parte retrata a vida local: a
bucólica e pacífica poesia dos árcades convive com o crescimento
do espírito de rebelião, que envolve um número cada vez maior de colonos.
Surge o herói Tiradentes, o “animoso alferes”, e, ao mesmo tempo, aquele que
viria a ser o traidor, Joaquim Silvério dos Reis. Espalha-se o terror, com a
prisão dos envolvidos.
Uma “Fala aos pusilânimes” serve como página de acusação aos traidores de
todos os tempos e trata da consequência das prisões: a morte suspeita do
inconfidente e poeta Claudio Manuel da Costa, os padecimentos de Tomás
Antônio Gonzaga, autor dos versos de Marília de Dirceu e o abandono a que é
relegado Tiradentes, que acaba por assumir a culpa solitariamente.
O Cenário seguinte mostra os desdobramentos da Inconfidência para seus
participantes, destacando a relação de Gonzaga com Maria Joaquina, a Marília
de seus poemas: ele se casa no exílio africano, enquanto ela sofre em terras
brasileiras.
O último Cenário relata as atitudes das autoridades portuguesas responsáveis
pela punição dos revoltosos. Narra-se aqui ainda a morte de Marília. A obra
termina com uma homenagem aos rebeldes (“Fala aos inconfidentes mortos”).

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  • 1. 1º Resumo Castro Alves: Os Escravos Os Escravos é uma coleção de poesias publicadas 12 anos a morte do poeta. Poesia social em sua forma mais pura, Os Escravos centra-se sempre no mesmo tema: a liberdade dos escravos. Apesar de certa idealização em alguns momentos, a poesia lírica é menos idealizada que a dos contemporâneos do autor. Mas sempre, sempre, as poesias falam do negro escravo, cativo e maltratado pelos senhores. 2º Resumo Carlos Drummond de Andrade: A Rosa do Povo Obra dentro da produção de Drummond, A rosa do povo, publicada em 1945, reflete a maturidade que o poeta alcançou desde sua estreia. Nela, conforme já se afirmou além de acentuado progresso técnico-formal, estão presentes duas conquistas decisivas para a evolução de nossa literatura: o realismo social, particularmente penetrante e que não se restringe, apenas ao lirismo da poesia engajada; a poesia metapoética, alimentada pela reflexão introspectiva sobre o sentido da escrita como obra de arte. Este é o mais extenso e o mais variado dos livros de Drummond (55 poemas, alguns longos). Nele desfilam os principais temas de sua obra; o verso livre e a estrumação irregular alternam com versos de métrica tradicional dispostos em estrofes regulares; o estilo ora é "puro” (elevado, "poético"), ora é "mesclado” (mistura de elevado e vulgar, sério e grotesco). Livro difícil é dos mais discutidos e apreciados da poesia moderna brasileira. Obra de linguagem poética com participação social. Os
  • 2. poemas de A rosa do povo foram escritos nos anos sombrios da ditadura de Vargas e da Segunda Guerra Mundial. Os acontecimentos provocam o poeta, que se aproxima da ideologia revolucionária anticapitalista de inspiração socialista, e manifesta sua revolta e sua esperança em poemas indignados e intensos. Temas: eu estar no mundo (o amor, a família, o tempo, a velhice), a metapoesia (poesia pela própria poesia), eu igual ao mundo,... Portanto, em A rosa do povo, o poeta testemunha sua reação ante a dor coletiva e a miséria do mundo moderno, com seu mecanismo, seu materialismo, sua falta de humanidade. 3º Resumo Clarice Lispector: A Paixão Segundo G. A paixão segundo G. H., romance da escritora Clarice Lispector, foi publicado em 1964 e, assim como em suas outras obras, os fluxos de consciência permeiam todo o livro. É uma criação angustiante e inquietante. Clarice transmite ao leitor as preocupações emocionais da personagem G.H, mulher bem sucedida profissionalmente, porém não conhece sua identidade, portanto, busca o conhecimento interior. G. não tem nome, fato que a faz identificar-se com todos os seres. O enredo aparentemente tolo – a demissão da empregada doméstica faz com que a patroa faça uma faxina no quarto da funcionária, onde encontra uma barata – se torna um momento de profunda reflexão existencial. Ao ver e encarar a barata, ao esmaga-la e ao comê-la, a protagonista encontra a verdadeira razão de estar no mundo. Seis meses após a demissão da empregada doméstica, G. resolve fazer uma arrumação no antigo quarto da funcionária, ao entrar ali ela emerge em seu próprio vazio interior. Tomada pela aflição ela procura algo para fazer, mas não há nada. Até que surge uma barata saindo do guarda-roupa; nesse instante a personagem é tomada por uma consciência de solidão.
  • 3. A protagonista é tomada pelo nojo da barata, mas precisa enfrentá- la, tocá-la e provar o seu sabor. A náusea que a toma violentamente representa a angústia que antecede a epifania e resulta na dolorosa sensação de fragilidade da condição humana. Com o intuito de retomar seus instintos primitivos, G. deve enfrentar a experiência de provar o gosto do inseto. O provar simboliza uma reviravolta em seu mundo alienado, imune e condicionado. Após o ocorrido é que a personagem se dá conta do seu verdadeiro estar no mundo. É tanto que depois ela tem dificuldades em narrar a sua impotência de descrever os fatos. Só à ideia, fechei os olhos com a força de quem tranca os dentes, e tanto apertei os dentes que mais um pouco eles se quebrariam dentro da boa. Minhas entranhas diziam não, minha massa rejeitava a da barata. Eu parara de suar, de novo eu toda havia secado. Procurei raciocinar com o meu nojo. Por que teria eu nojo da massa que saía da barata? Não bebera eu do branco leite que é líquida massa materna? E ao beber a coisa de que era feita a minha mãe, não havia eu chamado, sem nome, de amor? [...] Sabia que teria que comer a massa da barata, mas eu toda comer, e também o meu próprio medo comê-la. Só assim teria o que de repente me pareceu que seria o antipecado: comer a massa da barata é o antipecado, pecado seria a minha fácil. O antipecado. Mas a que preço. Ao preço de atravessar uma sensação de morte. [...] LISPECTOR, Clarice. A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. O livro pode ser entendido como uma alusão ao sofrimento da Paixão de Cristo, relatada por Mateus, Marcos, Lucas e João.
  • 4. A paixão segundo G. é uma obra que ecoa existencialismo, portanto, é considerada como uma luz sobre o entendimento da condição humana. 4º Resumo Euclides da Cunha: Os Sertões Este livro é dividido em três partes: A Terra, O Homem e A Luta. A Terra é uma descrição detalhada feita pelo cientista Euclides da Cunha, mostrando todas as características do lugar, o clima, as secas, a terra, enfim. O Homem é uma descrição feita pelo sociólogo e antropólogo Euclides da Cunha, que mostra o habitante do lugar, sua relação com o meio, sua gênese etnológica, seu comportamento, crença e costume; mas depois se fixa na figura de Antônio Conselheiro, o líder de Canudos. Apresenta se caráter, seu passado e relatos de como era a vida e os costumes de Canudos, como relatados por visitantes e habitantes capturados. Estas duas partes são essencialmente descritivas, pois na verdade "armam o palco" e "introduzem os personagens" para a verdadeira história, a Guerra de Canudos, relatada na terceira parte, A Luta. A Luta é uma descrição feita pelo jornalista e ser humano Euclides da Cunha, relatando as quatro expedições a Canudos, criando o retrato real só possível pela testemunha ocular da fome, da peste, da miséria, da violência e da insanidade da guerra. Retratando minuciosamente movimento de tropas, o autor constantemente se prende à individualidade das ações e mostra casos isolados marcantes que demonstram bem o absurdo de um massacre que começou por um motivo tolo - Antônio Conselheiro reclamando um estoque de madeira não entregue - escalou para um conflito onde havia paranoia nacional, pois se suspeitava que os "monarquistas" de Canudos, liderados pelo "famigerado e bárbaro Bom Jesus Conselheiro" tinham apoio externo. No final, foi apenas um massacre violento onde estavam todos errados e o lado mais fraco resistiu até o fim com seus derradeiros defensores - um velho, dois adultos e uma criança.
  • 5. 5º Resumo Graciliano Ramos: Vidas Secas "Vidas Secas", romance publicado em 1938, retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca. A obra pertence à segunda fase modernista, conhecida como regionalista, e é qualificada como uma das mais bem-sucedidas criações da época. O estilo seco de Graciliano Ramos, que se expressa principalmente por meio do uso econômico dos adjetivos, parece transmitir a aridez do ambiente e seus efeitos sobre as pessoas que ali estão. - Leia a análise de Vidas Secas Resumo O livro possui 13 capítulos que, por não terem uma linearidade temporal, podem ser lidos em qualquer ordem. Porém, o primeiro, "Mudança", e o último, "Fuga", devem ser lidos nessa sequência, pois apresentam uma ligação que fecha um ciclo. "Mudança" narra às agruras da família sertaneja na caminhada impiedosa pela aridez da caatinga, enquanto que em "Fuga" os retirantes partem da fazenda para uma nova busca por condições mais favoráveis de vida. Assim, pode-se dizer que a miséria em que as personagens vivem em Vidas Secas representa um ciclo. Quando menos se espera, a situação se agrada e a família é obrigada a se mudar novamente. Fabiano é um homem rude, típico vaqueiro do sertão nordestino. Sem ter frequentado a escola, não é um homem com o dom das palavras, e chega a ver a si próprio como um animal às vezes. Empregado em uma fazenda, pensa na brutalidade com que seu patrão o trata. Fabiano admira o dom que algumas pessoas possuem com a palavra, mas assim como as palavras e as ideias o seduziam, também o cansavam. Sem conseguir se comunicar direito com as pessoas, entra em apuros em um bar com um soldado, que o desafiaram para um jogo de apostas. Irritado por perder o jogo, o soldado provoca Fabiano o insultando de todas as formas. O pobre vaqueiro aguenta tudo calado, pois não conseguia se defender. Até que por fim acaba insultando a mãe do soldado e indo preso. Na cadeia pensa na família, em como acabou naquela situação e acaba perdendo a cabeça, gritando com todos e pensando na família como um peso a carregar. Sinhá Vitória é a esposa de Fabiano. Mulher cheia de fé e muito trabalhadora. Além de cuidar dos filhos e da casa, ajudava o marido em seu trabalho também. Esperta, sabia fazer contas e sempre avisava ao marido sobre os trapaceiros que tentavam tirar vantagem da falta de conhecimento de Fabiano. Sonhava com um futuro melhor para seus filhos e não se conformava com a miséria em que viviam. Seu sonho era ter uma cama de fita de couro
  • 6. para dormir. Nesse cenário de miséria e sem se darem muita conta do que acontecia a seu redor, viviam os dois meninos. O mais novo via na figura do pai um exemplo. Já o mais velho queria aprender sobre as palavras. Um dia ouviu a palavra "inferno" de alguém e ficou intrigado com seu significado. Perguntou a Sinhá Vitória o que significava, mas recebeu uma resposta vaga. Vai então perguntar a Fabiano, mas esse o ignora. Volta a questionar sua mãe, mas ela fica brava com a insistência e lhe dá um cascudo. Sem ter ninguém que o entenda e sacie sua dúvida, só consegue buscar consolo na cadela Baleia. Um dia a chuva chega (o "inverno") e ficam todos em casa ouvindo as histórias de Fabiano. Histórias essas que ele nunca tinha vivido, feitos que ele nunca houvesse realizado. Em meio a suas histórias inventadas, Fabiano pensava se as coisas iriam melhorar dali então. Para o filho mais novo, as sombras projetadas pela fogueira no escuro deixava o pai com um ar grotesco. Já o mais velho ouvia as histórias de Fabiano com muita desconfiança. O Natal chegou e a família inteira foi à festa da cidade. Fabiano ficou embriagado e se sentia muito valente, só pensando em se vingar do soldado que lhe colocou atrás das grades. Uma hora, cansado de seu próprio teatro, faz de suas roupas um travesseiro e dorme no chão. Sinhá Vitória estava cansada de cuidar do marido embriagado e ter que olhar as crianças também. Em um dado momento, ela toma coragem para fazer o que mais estava com vontade: encontra um cantinho e se abaixa para urinar. Satisfeita, acende uma piteira de barro e fica a sonhar com a cama de fitas de couro e um futuro melhor. No que talvez seja o momento mais famoso do livro, Fabiano vê o estado em que se encontrava Baleia, com pelos caídos e feridas na boca, e achou que ela pudesse estar doente. O vaqueiro resolve, então, sacrificar a cadela. Sinhá Vitória recolhe os filhos, que protestavam contra o sacrifício do pobre animal, mas não havia outra escolha. O primeiro tiro acerta o traseiro de Baleia e a deixa com as patas inutilizadas. A cadela sentia o fim próximo e chega a querer morder Fabiano. Apesar da raiva que sentia de Fabiano, o via como um companheiro de muito tempo. Em meio ao nevoeiro e da visão de uma espécie de paraíso dos cachorros, onde ela poderia caçar preás à vontade, Baleia morre sentindo dor e arrepios. E assim a vida vai passando para essa família sofredora do sertão nordestino. Até que um dia, com o céu extremamente azul e nenhuma nuvem à vista, vendo os animais em estado de miséria, Fabiano decide que a hora de partir novamente havia chegado. Partiram de madrugada largando tudo como haviam encontrado. A cadela Baleia era uma imagem constante nos pensamentos confusos de Fabiano. Sinhá Vitória tentava puxar conversa com o marido durante a caminhada e os dois seguiam fazendo planos para o futuro e pensando se existiria um destino melhor para seus filhos.
  • 7. 6º Resumo Guimarães Rosa: O Grande Sertão: Veredas A obra, uma das mais importantes da literatura brasileira, é elogiada pela linguagem e pela originalidade de estilo presentes no relato de Riobaldo, ex-jagunço que relembra suas lutas, seus medos e o amor reprimido por Diadorim. O romance "Grande Sertão: Veredas" é considerado uma das mais significativas obras da literatura brasileira. Publicada em 1956, inicialmente chama atenção por sua dimensão – mais de 600 páginas – e pela ausência de capítulos. Guimarães Rosa fundiu nesse romance elementos do experimentalismo linguístico da primeira fase do modernismo e a temática regionalista da segunda fase do movimento, para criar uma obra única e inovadora. Durante a primeira parte da obra, o narrador em primeira pessoa, Riobaldo, faz um relato de fatos diversos e aparentemente desconexos entre si, que versam sobre suas inquietações sobre a vida. Os temas giram em torno das clássicas questões filosóficas ocidentais, tais como a origem do homem, reflexões sobre a vida, o bem e o mal, deus e o diabo. Porém, Riobaldo não consegue organizar suas ideias e expressa-las de modo satisfatório, o que gera um relato bastante caótico. Até que em certo ponto aparece Quelemén de Góis, que o ajuda em parte, e Riobaldo dá início à narrativa propriamente dita. Riobaldo começa a rememorar seu passado e conta sobre sua mãe e como conhecera o menino Reinaldo, que se declarava ser “diferente”. Riobaldo admira a coragem do amigo. Quando sua mãe vem a falecer, ele é levado para viver com seu padrinho na fazenda São Gregório, onde conhece Joca Ramiro, grande chefe dos jagunços. Selorico Mendes, o padrinho, coloca-o para estudar e após um tempo Riobaldo começa a lecionar para Zé Bebelo, um fazendeiro da região. Pouco tempo depois, Zé Bebelo,
  • 8. que queria por fim na atuação dos jagunços pela região, convida Riobaldo para fazer parte de seu bando, o que esse aceita. Assim começa a história da primeira guerra narrada em "Grande Sertão: Veredas". O bando dos jagunços liderado por Hermógenes entra em guerra zontra Zé Bebelo e os soldados do governo, mas logo Hermógenes foge da batalha. Riobaldo resolve desertar do bando de Zé Bebelo e encontra Reinaldo, que faz parte do bando de Joca Ramiro. Ele decide então juntar-se ao grupo também. A amizade entre Riobaldo e Reinaldo se fortalece com o passar do tempo e Reinaldo o confidencia em segredo seu nome verdadeiro: Diadorim. Em certo momento dá-se a batalha entre o bando de Zé Bebelo e de Joca Ramiro, onde Zé Bebelo é capturado. Então, ele é julgado pelo tribunal composto dos líderes dos jagunços, dos quais Joca Ramiro é o chefe supremo. Hermógenes e Ricardão são favoráveis à pena capital. No fim do julgamento, porém, Joca Ramiro sentencia a soltura de Zé Bebelo, sob a condição de que ele vá para Goiás e não volte até segunda ordem. Após o julgamento, Riobaldo e Reinaldo juntam-se ao bando de Titão Passos, que também lutou ao lado de Hermógenes. Após longo período de paz e bonança no sertão, um jagunço chamado Gavião-Cujo vai até o grupo de Titão informar que Joca Ramiro foi traído e morto por Hermógenes e Ricardão, que ficam conhecidos como “os judas”. Nesse ponto da narrativa, Riobaldo tem um caso amoroso com a prostituta Nhorinhá e, posteriormente, com Otacília, por quem se apaixona. Diadorim dica com raiva e durante uma discussão com Riobaldo ameaça-o com um punhal. Os jagunços se reúnem para combater “os judas” e assim começa a segunda guerra, organizada sob novas lideranças: de um lado Hermógenes e Ricardão, assassinos de Joca Ramiro e traidores do bando; de outro, os jagunços liderados por Zé Bebelo, que retorna para vingar a morte de seu salvador. Em certo momento da
  • 9. narrativa os dois bandos se unem para tentar fugir do cerco armado pelos soldados do governo, mas o bando de Zé Bebelo foge na surdina do local e deixam Hermógenes e seu bando lutando sozinhos contra os soldados. Riobaldo entrega a pedra de topázio a Diadorim, o que simboliza a união entre os dois, mas esse recusa dizendo que devem esperar o fim da batalha. Quando o grupo de Zé Bebelo chega às Veredas-Mortas, em dado momento Riobaldo faz um pacto com o diabo para que possam vencer o bando de Hermógenes. Sob o nome Urutu-Branco, ele assume a chefia do bando e Zé Bebelo deserto do grupo. Riobaldo pede para um jagunço entregar a pedra de topázio à Otacília, o que firma o compromisso de casamento entre os dois. O bando liderado por Riobaldo (ou Urutu-Branco) segue em caça por Hermógenes, chegando até sua fazenda já em terras baianas. Lá eles aprisionam a mulher de Hermógenes e, não o encontrando, voltam para Minas Gerais. Em um primeiro momento, acham o bando de Ricardão e Urutu-Branco o mata. Por fim, encontram o grupo de Hermógenes no Paredão e há uma grande e sangrenta batalha. Diadorim enfrenta Hermógenes em confronto direto e ambos morrem. Riobaldo descobre, então, que Diadorim é na realidade a filha de Joca Ramiro, e se chama Maria Deodorina da Fé Bittancourt Marins. 7º Resumo Lima Barreto: Triste Fim de Policarpo Quaresma Major Policarpo Quaresma era como era conhecido. Vivia no Rio de Janeiro e sua irmã morava junto com ele. Tratava-se de um homem extremamente patriota, fiel e adorador de do Brasil. Na vizinhança achavam graça dele, de como pontualmente chegava a casa sempre à mesma hora e como ficava horas em meio a livros estudando sem ser formado em faculdade alguma.
  • 10. A última história que comentavam era a visita que ele recebia de Ricardo Coração dos Outros. Tratava-se de um músico, apaixonado pelo violão e que vinha ensinar a Quaresma a arte de tocar tal instrumento. Tinha dentre as relações de sua casa o General, seu vizinho. Este tinha uma filha noiva que esperava ansiosamente pelo seu casamento, bastando apenas que o noivo concluísse sua faculdade de Odontologia. Tinha ainda um rico italiano e sua filha, de quem era padrinho. Quaresma, nacionalista como era, estudando os nativos do país, acreditou que o mais certo fosse que todos na pátria falassem tupi. Assim aprendeu a língua e levou às autoridades o seu ideal! Como era de se esperar, tornou-se motivo de riso e escárnio. Mas o máximo de tudo foi quando irritado, sem sequer notar, escreveu um dos documentos públicos todo na língua dos nativos. Depois disso restou a Quaresma ser levado ao hospício! Lá ficou por um bom período, e recebia visitas de sua afilhada e seu pai e de Coração dos Outros; sua irmã não ia muito bem para lhe fazer visitas. Ao final de sua “estadia” no hospício, tomou um conselho que lhe foi dado. Comprou um pedaço de terra e foi viver de agricultura no interior. Seu forte sentimento nacionalista o enchia de esperanças, como a terra fértil do Brasil lhe seria bastante para viver e como uma reforma na agricultura do país poderia ocorrer... Os projetos eram muitos, mas Quaresma teve que ver a verdade. Lucros pequenos, as demais terras todas mal tratadas e as malditas formigas. Neste tempo, sua afilhada se casara com um egocêntrico médico e a filha do coronel, seu vizinho, sofria com o noivo, que fora para o interior e nunca mais mandara notícias. Foi então que uma rebelião nasceu. Quaresma prontamente se
  • 11. ofereceu a serviço da pátria e foi feito de fato major. Coração dos Outros também teve que lutar a serviço do país, no entanto fora quase que obrigado. Por um longo tempo Quaresma ficou sem ver sua irmã, esta ficara nas terras dele no interior que, sem sua supervisão e amor, já se tornava como as demais terras abandonadas – o ajudante que tinha não sabia levar o trabalho de forma que rendesse. Ao decorrer da rebelião, a filha do coronel, sempre presa na ideia do casamento e de ter sido abandonada, abalou-se profundamente e o desespero levou-a à loucura e posteriormente à morte. Nesse tempo Quaresma pôde ver como se iludira com o Brasil e acima de tudo com os seus governantes. Seu último ato, já findada a rebelião, foi escrever uma carta às autoridades do país, onde declarou tudo o que pensava a respeito do Brasil, suas vantagens, suas chances de glória e seu governo que o afundava. A consequência foi ser levado preso, sem chances de defesa. Ricardo Coração dos Outros procurou ajuda, mas todos só afirmavam que o louco do Quaresma não tinha chances, e ainda a afilhada tentou salvá-lo. Por fim, concluíram que era mais digno ao Major Policarpo Quaresma aquele fim. 8º Resumo Luis Fernando Veríssimo: O Analista de Bagé O livro O Analista de Bagé, de Luís Fernando Veríssimo, é a combinação entre a rude sinceridade e a franqueza do homem do interior gaúcho. Textos paródicos que desmistificam o regional e a psicanálise. São 27 hilariantes histórias do impagável analista gaúcho, freudiano, machista, que costuma tratar seus pacientes a tapa. É um clássico do humor brasileiro. Com práticas pouco convencionais, o analista barbudo, macho e sistemático não deixa
  • 12. de picar fumo e tomar chimarrão nas consultas. Suas opiniões são hilárias, inclusive sobre a competente secretária Lindaura. O sotaque forte e suas conclusões sobre os problemas dos clientes geram uma combinação divertida. Na obra, Luís Fernando Veríssimo apresenta as relações analista/cliente de forma irônica e debochada, fazendo alusões ao regionalismo, à política nacional, à intelectualidade – sempre de forma iconoclasta e irreverente. 9º Resumo Mário Quintana: Nova Antologia Poética A Antologia Poética de Mário Quintana foi publicada pela primeira vez em 1966, com 60 poemas inéditos, e foi organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos. Uma nova edição foi publicada em 1977. Neste volume estão reunidos cerca de 200 poemas entre os mais marcantes produzidos pelo poeta. Mário Quintana foi um dos maiores poetas brasileiros da segunda metade do século, ocupando a restrita galeria de grandes poetas que obtiveram enorme reconhecimento popular, como Vinicius de Morais, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Manuel Bandeira. A seleção cuidadosa de Sergio Faraco revela ao leitor uma parte significativa da obra desse grande poeta. Transitando, habilmente, por temas do cotidiano e sugerindo uma reflexão sobre as questões mais interessantes da vida - como o passado e a morte -, Quintana consegue se expressar de maneira simples e comoventemente terna, num lirismo ao mesmo tempo encantador, realista, crítico. Mário Quintana é um desses escritores cujas frases, líricas, estão submetidas a um mesmo espírito que segue a proposta baudelairiana de “a infância reencontrada”. O jogo lúdico da banalidade de um cotidiano singelo sem finalidade é visto,
  • 13. entretanto, pela sensibilidade do poeta como um jogo lúcido, dentro do qual se extraem os espantos decorrentes de um mundo que, se simples, é, sobretudo, desconcertante. Em uma aparente ingenuidade formal se esconde uma rede de sentidos, elipses, alusões, sutilezas verbais e rítmicas que revelam a grandeza desse poeta. Sendo a tarefa da poesia resguardar na linguagem o mistério do dia-a-dia, celebrá-lo em palavras, não é à toa que inúmeros versos de Quintana se incorporam à sabedoria popular, sem que as pessoas nem desconfiem de sua autoria. Despreocupado em relação à crítica, Mário Quintana fazia poesia porque "sentia necessidade", segundo suas próprias palavras. Em sua poesia há um constante travo de pessimismo e muito de ternura por um mundo que, parece, lhe é adverso. A poesia de Mário Quintana se caracteriza por um profundo humanismo, no conteúdo, e na forma, por uma "difícil simplicidade". Ternura, melancolia, intimismo, misticismo, humor irônico (para disfarçar o sentimentalismo), nostalgia da infância, de pureza - são os motivos de seu mundo poético. A facilidade com que se exprime é ilusória: nada existe aí parecido com soluções fáceis. É o artista consciente das virtualidades expressivas de seu instrumento, do verso e da língua. Atraído pelo realismo mágico ou fantástico, por visões oníricas ou surrealistas, Mário Quintana procura comunicar esse mundo supra-real mediante uma grande economia, mas também grande eficiência de meios. Consegue-o com o poder sintético das imagens, metáforas, sinestesias, associações insólitas e outros tantos recursos da poesia moderna. O conjunto poético do livro mostra um poeta com lembranças
  • 14. da infância, com olhar para uma rua imaginária, olhar este varia entre a ironia e a melancolia. A poesia de Quintana é a humanidade posta em verso. Daí seu humor não apresentar o traço racional, intelectualizado, mas aproximar-se de uma visão chapliniana do mundo, não distanciada da que teria o homem comum. 10º Resumo Cecília Meireles: Romanceiro da Inconfidência Na Idade Média, romance era o nome que se atribuía a uma obra poética de caráter narrativo. Uma reunião de romances formava um romanceiro. O Romanceiro da Inconfidência narra a história da Conjuração Mineira, movimento revoltoso de 1789 promovido por colonos brasileiros que pretendiam tornar a região de Vila Rica (Minas Gerais) independente do domínio português. O sucesso poderia levar à utilização da riqueza produzida pelo ouro na própria região, acabando com a sangria monetária promovida pelos interesses metropolitanos. Em uma “Fala inicial”, o narrador, assumindo a primeira pessoa, manifesta a sensação imperativa de tornar pública a revolta que toma conta da colônia, o que funciona como justificativa para a própria obra. A partir daí, a história narrada é dividida em “Cenários”, obedecendo à ordem cronológica dos acontecimentos. Assim, o primeiro Cenário enquadra o desenrolar da febre do ouro na região: a busca enlouquecida pelo metal, a crescente intervenção das autoridades, a consequente luta dos colonos contra o poder instituído (como a Revolução de 1720, liderada por Felipe dos Santos), a prática do contrabando e, por fim, a presença ativa dos escravos na mineração. A atuação dos negros acabou por gerar a lenda do Chico-Rei, lendário negro que, enriquecido, dedicava-se a comprar a liberdade de outros, e a de Chica da Silva, a sedutora namorada de um rico minerador. Essa primeira parte da narrativa se encerra com o nascimento de Tiradentes (1746). O segundo Cenário é a cidade de Vila Rica. Esta parte retrata a vida local: a bucólica e pacífica poesia dos árcades convive com o crescimento do espírito de rebelião, que envolve um número cada vez maior de colonos. Surge o herói Tiradentes, o “animoso alferes”, e, ao mesmo tempo, aquele que viria a ser o traidor, Joaquim Silvério dos Reis. Espalha-se o terror, com a prisão dos envolvidos. Uma “Fala aos pusilânimes” serve como página de acusação aos traidores de todos os tempos e trata da consequência das prisões: a morte suspeita do inconfidente e poeta Claudio Manuel da Costa, os padecimentos de Tomás Antônio Gonzaga, autor dos versos de Marília de Dirceu e o abandono a que é relegado Tiradentes, que acaba por assumir a culpa solitariamente.
  • 15. O Cenário seguinte mostra os desdobramentos da Inconfidência para seus participantes, destacando a relação de Gonzaga com Maria Joaquina, a Marília de seus poemas: ele se casa no exílio africano, enquanto ela sofre em terras brasileiras. O último Cenário relata as atitudes das autoridades portuguesas responsáveis pela punição dos revoltosos. Narra-se aqui ainda a morte de Marília. A obra termina com uma homenagem aos rebeldes (“Fala aos inconfidentes mortos”).