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Estudo do livro de Yvonne do Amaral Pereira 
elaborado pelo grupo de Estudo de terças-feiras 
da Sociedade Espírita Renovação 
em 11.11 e 18.11.2014
Grupo de Estudos 
Terças-feiras, 20h 
SER
Apresenta a vida de reajustes dos mesmos espíritos dos 
romances anteriores (Nas Voragens do Pecado e O Cavaleiro 
de Numiers), comprometidos entre si, que lutam para 
alcançar a libertação. Ambientado nas Costas da Bretanha, 
província da França, por volta do início do século XIX, narra 
as lutas conflituosas de Andréa, espírito que sofre com a 
rejeição dos pais. Rebelde aos ensinamentos cristãos, Andréa 
gravita entre o amor de dois irmãos, sendo ainda 
atormentada por tenaz obsessão e por contundente assédio 
de antigo comparsa reencarnado. Andréa tem, no entanto, ao 
seu lado seu irmão mais velho Víctor, cristão adepto de 
doutrinas orientalistas, seu protetor espiritual nesta e em 
diversas existências que tudo fará para recuperá-la nas sendas 
do bem.
 - Ele, meu Deus, sempre ele, o meu 
algoz, que em sonhos ou em vigília não me 
permite um só dia de verdadeira satisfação! 
 Livro Drama de Bretanha pag 25 
 A obsessão, como as enfermidades e 
todas as tribulações da vida, deve ser 
considerada prova ou expiação e como tal 
aceita. 
 ESSE cap XXVIII it 81
 A misericórdia do Alto, porém não deseja a 
desgraça do pecador, mas sim a sua conversão ao 
bem, renovando os ensejos para a sua recuperação 
moral –espiritual, dera à Andreia três Corações que 
muito a haviam amado no passado reencarnatório: 
 Arthur o Luiz de Narbone 
 Alexis – Príncipe Frederico 
 Victor – irmão bem amado. 
 Ela poderia portanto, vencer os testemunhos 
necessários sob o amparo tão fiéis corações, 
bastando para isso elevar-se para Deus pelo 
cumprimento de sagrados e inadiáveis deveres. 
 Livro Drama de Bretanha pag 39
 É o principal curador de si mesmo, e que 
se ele próprio não exercer a vontade 
soberana de corrigir as próprias tendências 
más, a cura tornar-se-á difícil e mesmo 
impossível. 
 Se lhe falta vontade firme para auto – 
educação, para a disciplina de si mesma, é 
quase certo que prolongará sua condição 
dolorosa além da morte. 
 Livro Missionários da Luz pág 299
 Apenas, o senhor de Villiers exerce sobre mim 
uma atração irresistível. 
 Não o amo, estou bem certa. Mas não tenho 
forças para fugir à sua presença e repelir seus 
galanteios.... 
 Livro Drama de Bretanha pag 78 
 LE 467. Pode o homem eximir-se da influência 
dos Espíritos que procuram arrastá-lo ao mal? 
 “Pode, visto que tais Espíritos só se apegam aos 
que, pelos seus desejos, os chamam, ou aos que, 
pelos seus pensamentos, os atraem.”
... Se não despertar para as 
realidades da situação, empunhando 
armas da Resistência e valendo-se 
do Auxílio exterior que lhe é 
prestado pelos amigos, é razoável 
que permaneça esmagado pelo 
processo obsessivo. 
Missionários da Luz cap. 18
afeito aos princípios nobres; 
não acreditava em Deus (Numiers...); 
horror a altura (heranças do 
passado...); 
 crises de epilepsia; 
apaixonado pelo militarismo 
(Narbonne e Numiers...); 
Valente e destemido (Narbonne e 
Numiers...).
Portador de expressiva capacidade plasmadora, o períspirito 
registra todas as ações do Espírito através dos mecanismos sutis 
da mente que sobre ele age, estabelecendo os futuros parâmetros 
de comportamento, que serão fixados por automatismos 
vibratórios nas reencarnações porvindouras.
Quanto aos suicidas, à perturbação em que a morte os imerge é profunda, 
penosa, dolorosa. A angústia os agrilhoa e segue até a sua encarnação 
ulterior. O seu gesto criminoso causa ao corpo fluídico um abalo violento e 
prolongado que se transmitirá ao organismo carnal pelo renascimento. Á 
maior parte deles volta enfermo a Terra. Estando no suicida em toda a sua 
força a vida, o ato brutal que a despedaça produzirá longas repercussões no 
seu estado vibratório e determinará afecções nervosas nas suas futuras vidas 
terrestres.
Irmãos gêmeos 
(Numiers e Louis – irmãos colaços); 
Sentimento de desconfiança e 
repulsa X amor fraterno. 
Amor de ambos por ANDREA 
(heranças do passado...) 
NOIVADO
A dor e sofrimento de todos.... 
Porém.... Renascimento! 
Arthur e Alexis – reconciliação → o 
amor fraternal! 
Converteu-se a fé cristã. 
Desencarnou aos 25 anos, cumprindo 
o tempo que lhe faltava para viver na 
existência anterior, cortada pelo 
suicídio!
O amor é terapia eficaz para vários distúrbios de 
comportamento, desde que o paciente se resolva 
pelo ato de ser aquele que ama, devolvendo à vida a 
grandiosa benção da existência que pode tornar 
edificante e felicitadora.
Os gêmeos Arthur e Alexis eram estranhos moral e 
espiritualmente. Ambos possuidores de bom 
caráter, cavalheiros de escol cuja honradez de 
princípios demostravam já aos 18 anos de idade, 
revelavam-se personalidades respeitáveis, dignas de 
apreço geral. Alexis, porém, era a serenidade 
personificada, cujos sentimentos religiosos inatos já 
o haviam levado a uma temporada de estudos num 
convento de Madrid, pois, aspirava, em verdade, ao 
ingresso definitivo na vida religiosa.
Mas a família, contrária a essa vocação, desviou-o 
da ideia religiosa, insinuando-lhe o recurso de ser 
útil a pátria através da diplomacia e o casamento 
com sua prima Andrea, a quem ele docemente se 
afeiçoara desde a infância. Preparava-se, pois, para 
a carreira diplomática, pretendia transferir-se para 
Paris a fim de iniciar a carreira escolhida, era 
estudioso e culto, fino de maneiras, revelando 
galhardamente as qualidades de aristocrata, jamais 
esquecendo, no entanto, os deveres para como Deus 
e o respeito aos princípios do Evangelho cristão. 
Era belo de formas, louro e esguio, pensativo e 
talvez melancólico.
Era desses temperamentos dóceis, dedicado ás 
causas mais nobres e generosas que um cérebro da 
época poderia conceber: o culto ao Deus verdadeiro, 
o respeito a Pátria, á religião e á família; o amor ao 
bem, ás reinvindicações sociais por meios lógicos e 
pacíficos, a piedade e o auxílio ao sofredor em geral. 
Portador de uma sensibilidade toda especial, 
delicado de caráter, incapaz de uma ação menos 
boa, era no Evangelho cristão que Alexis sorvia as 
instruções que assim o reeducavam. Ele era bem a 
reencarnação daquele Príncipe Frederico de G... do 
séc. XVI, já, então, dedicado ao Evangelho, e 
daquele Louis de Stainesbourg do séc. XVII, nossos 
conhecidos de referencias anteriores.
Mas, acima de tudo, Alexis era crente em Deus, religioso e 
sinceramente dedicado ás coisas divinas e ao culto dos 
dons do espírito. Possuía grande vocação para vida 
religiosa e desde a primeira juventude desejara a carreira 
de sacerdócio. O mundo, com suas brutalidades e 
barbáries, fizeram dele um triste, inconformado com as 
asperezas sociais. Dedicar-se ao culto das Escrituras 
Santas, dar-se integralmente ás obras beneméritas 
apontadas nos Evangelhos de Jesus-Cristo, seguir as 
pegadas de Francisco de Assis e Vicente de Paulo eram o 
sonho mais grato do seu coração ansioso por expandir-se 
intensamente em haustos de amor divino. Mas Andrea 
aparecera, bela e lirial qual visão celeste, sofredora e infeliz, 
requerendo dos corações piedosos da família amparo e 
proteção.
Ele, então, amou-a com ternura por assim dizer espiritual, 
não propriamente humana. Amou-a, talvez, recordando, 
nos refolhos do seu ser moral, o grande amor que lhe havia 
dedicado em duas precedentes existências, talvez por vê-la, 
tão jovem e tão bela, atormentada pela desgraça indefinível 
de um mal psíquico que desafiava os recursos da ciência 
para ser combatido. A família inteira compreender e 
aprovou a inclinação amorosa dos dois primos. Promessas 
de venturas sublimes raiaram no horizonte ideal do jovem 
Alexis e, então, as inclinações religiosas cederam lugar aos 
anseios amorosos, a Igreja foi esquecida sob o intenso 
fulgor do amor de Andrea, enquanto rumos novos se 
delinearam em sua mente.
O Evangelho de Jesus-Cristo, porém, as inefáveis 
falar do Sermão da Montanha, os convites sublimes 
do Nazareno para a reeducação dos costumes 
pessoais, os doces murmúrios impelindo os bons á 
pratica do amor sem mácula, esses, ficaram em seu 
ser a sentinela fiel, para um padrão de vida moral 
segura e benemerente. Alexis era, portanto, o tipo 
ideal de jovem moralizado e digno, religioso sem ser 
fanático, filósofo e responsável, e, se se demorava a 
contrair núpcias com a noiva era porque fora 
deliberado entre as famílias, déspotas bem 
intencionados que o enlace só se realizaria ao 
atingirem, ele, 21 anos de idade, e ela, 18.
Periodicamente visitava a família na solidão da Bretanha. 
Seus afazeres e estudos, suas viagens continuadas, a 
serviço da carreira profissional escolhida, e as ordens de 
seu tio severo, o Senhor de Guzman, impediam que as 
visitas a Andrea fossem mais frequente. Ora, fora a esse 
jovem exemplar e responsável, que Andrea de Guzman e 
Marcus de Villiers feriram com uma abominável traição. 
No conselho de família suplicou a dispensa de Andrea. 
Sentia a alma dilacerada por um turbilhão de amarguras. 
Não pudera rever a noiva tão querida sem se emocionar 
violentamente. Não podia perdoar a Andrea a grave traição 
que ela lhe infligira. Mas, ao mesmo tempo, sentia que lhe 
seria impossível viver sem ela e que o grande amor que 
desde a infância lhe votava teimava em se impor no íntimo 
do seu coração, a despeito das revoltas que o oprimiam.
Após o conselho Alexis vai a presença de Andrea como 
requerido, amargurado e indeciso sobre o que deveria 
fazer. Alexis sentia-se enlouquecer. Procurava desvencilhar-se 
da prima, mas esta, nervosa e inconsolável, agarrava-se a 
ele sem consentir liberta-lo. Ele já não podia raciocinar 
livremente, envolvidos naquelas vibrações doentias, e 
lamentou a fraqueza que o fizera atender ao pedido da 
antiga prometida, indo vê-la em seus aposentos. Seria, 
pois, necessária reação enérgica da vontade daquelas duas 
almas infelizes para que pudessem resistir ao tentador, 
opondo-se lhe com a decisão no sentido do bem, até a 
súplica veemente á misericórdia do Criador, como defesa 
suprema, quer Andrea, quer Alexis, devedores do passado, 
eram chamados a dar um testemunho de virtude e fé 
naquele dia.
A lei sábia, que determina os efeitos das causas, presidindo 
a harmonia da reparação dos atos maus cometidos numa 
existência em existência posterior, exigia de um e de outro 
a prova decisiva, para vencerem o mal e prosseguirem 
demandando o bem pelas sendas futuras. Se Alexis 
reagisse á tentação que o assediava estaria a salvo e daria 
testemunho que a lei suprema dele exigia. Entretanto, 
exausto, vencido, mas sem verdadeira convicção íntima, 
Alexis, em dado momento, exclamou: “Pois bem, não 
posso mais, não posso mais. Morramos juntos. Concordo 
contigo, seguir-te-ei na morte, não posso mais suportar 
minha situação de dor e vergonha. Morramos juntos e tudo 
se remediará. Morramos juntos!”
Ficando só, Alexis pusera-se a refletir e nos refolhos da 
alma, lá nos recessos do seu ser, a ideia de suicídio não se 
firmara em Alexis, não fora aceita. O seu eu superior 
rejeitava-a, abominava-a. as impressões exteriores foram 
violentadas e se curvavam á coação. Alexis encontra-se no 
momento mais crítico de sua vida. Poder-se-ia dizer que o 
móvel do seu renascimento outro não fora senão aquele: 
renunciar e testemunhar força de vontade e resistir ao mal, 
pelos compromissos que trouxera ao reencarnar. Se 
resistisse á tentação, se fosse forte e atendesse á voz da 
consciência, que lhe murmurava o cumprimento do dever, 
então seria a gloria de ter vencido a si próprio, para dar-se a 
Deus.
Quando em Flandres, no sec. XVII, existira sob o nome de 
Loius de Stainesbourg e dera causa ao suicídio de Henri 
Numiers, servindo-se da traição a um irmão colaço e 
grande amigo. Agora, via-se colocado ante as 
consequências do antigo ato, a fim de vence-las pela ação 
do livre arbítrio. Era o testemunho que a lei dele exigia. 
Subiu aos próprios aposentos procurando repousar. Não 
pode. Saiu novamente sem destino. Descobriu entreaberta 
a porta dos aposentos de Arthur, seu pobre gêmeo. Entrou. 
Alexis contemplou o gêmeo com angustia: “Aqui, junto 
deste leito, velando o pobre enfermo, é que deve ser o teu 
lugar, e não tramando desatinos com Andrea. És tu, não 
Victor, que deve ampará-lo!” Bradou-se a consciência; e 
estranha piedade pelo irmão confrangeu-lhe o coração.
Dirigiu-se ao parque e a frialdade da noite reanimou-o. 
Dirigiu-se ao velho banco de mármore, sob a palidez da 
noite, os vapores condensador que tolhiam sua vontade 
iam, lentamente, se dissipando, libertando-o da opressão 
satânica criada por Andrea. Rememorou todos os 
principais lances de sua vida...Arthur apareceu em seu 
pensamento como o pobre mártir a quem deveria socorrer, 
dedicando-se a ele como um filho querido, carecedor de 
todo amparo e do seu devotamento. 
Estremeceu, então, ansioso, caindo em si e compreendeu a 
tentação. Penosa confusão de ideias tumultuou lhe o 
cérebro. Enérgica, a consciência começa a reagir, 
reconhecendo o erro em que desejava precipitar-se: 
“Socorre-me, Senhor, salvai-me desta monstruosa 
tentação!”
Caiu de joelho junto daquele banco que fora testemunha 
dos seus sonhos de amor. Elevou, súplice, o coração para o 
Alto, para o Infinito, num gesto fervoroso de submissão ao 
Criador. Rogou ao Todo-Poderoso que se condoesse da sua 
miséria e o socorresse naquele momento de provação. Que 
o Céu o reanimasse, para que pudesse expulsar de si os 
ecos daquela tentação que o arrastava ao suicídio. A prece 
foi vibrante, arrancada da alma por um impulso humilde de 
fé e confiança. Suave sonolência o atingiu em seguida. Um 
doce contato de uma advertência espiritual repercutiu em 
sua consciência, qual intuição protetora: “volta pra casa, 
meu filho, deita-te e dorme, e, acima de tudo, confia em 
Deus. E Deus será contigo.”
Alexis possuía a faculdade de desprender-se do corpo físico 
e alçar-se a certas regiões do mundo invisível, durante o 
sono. Naquela noite, mal se deixara cair no leito, vencido 
pelo sono, sentiu-se transportado a um local aprazível, a 
um recinto que lhe parecia familiar, onde se via amparado 
por entidades amorosas e protetoras. Sua mãe lhe diz: a 
prece que proferistes no parque, meu filho, teve a virtude 
de atrair e possibilitar nosso concurso a teu beneficio. Foi-nos 
possível, então, nos aproximar de ti e nos fazermos 
compreender, porque, com tuas vibrações renovadas em 
sentido favorável, te predispuseste a ouvir-nos....”
Alexis ouviu ainda: “Sofre, filho querido, tudo quanto a 
Terra possa dar-te em amarguras e padecimentos, e não te 
entregues ao suicídio...Sofre, pois, a dor do teu amor 
traído, porque ele não está perdido, e sim apenas adiado o 
momento de poderes fruir a felicidade de possui-lo 
definitivamente. Sofre a vergonha, sofre o abandono, sofre 
o desprezo, sofre o olvido, sofre a solidão do coração e a 
mágoa da traição, sofre tudo, meu filho, porque tudo isso é 
remediável, porque para tudo isso encontrarás solução no 
amor a Deus e na beneficência ao teu semelhante...Ama 
com amor divino, meu Alexis, e todos os seus pesares serão 
consolados...”
 Alexis e Arthur seguiram em companhia dos tios e se fixaram 
igualmente na Espanha, habitando, porém, em um convento de 
franciscanos. Alexis protegeu carinhosamente o gêmeo, tal como lhe 
fora recomendado naquela noite inesquecível, em que convivera 
com seus protetores espirituais através de um sonho salvador. Três 
anos depois de haver ingressado no convento, Alexis, recebeu 
ordens menores, tornando-se irmão da Ordem de São Francisco de 
Assis. Seguiu as pegadas desse apóstolo do Cristianismo e imitou 
seus exemplos quanto possível, não medindo sacrifícios pelo bem do 
próximo, como se deu ao seu gêmeo. Sua vida, a partir do suicídio 
de Andrea, foi um traço de fé em Deus, de amor, de humildade, de 
caridade, de consagração ao bem. Redimiu-se nessa existência do 
sec. XIX e, ao partir para o Além, já em idade avançada, ouviu a 
doce voz do Alto sussurrar aos seus ouvidos, na hora suprema de 
expirar:
“Passai a direita, benditos de meu Pai, porque tive 
fome e me destes de comer, tive sede, e me destes 
de beber, estava nu, e me vestistes, estava enfermo 
e encarcerado, e me fostes ver; pois, em verdade 
vos digo que, todas as vezes que isso fizestes a um 
dos meus irmãos mais pequeninos, a mim o 
fizestes.”
A Família de Guzman morava em sua 
residência em Saint-Omer, nos 
arredores de Vannes, na França. 
O primogênito da casa: Victor François, 
passou um longo tempo no Oriente, 
regressou ostentando o título de Doutor 
em Medicina e em ciências esotéricas. 
Curso que fizera em antigas faculdades 
do Egito.
Todos de sua família eram católicos, menos Victor, 
que antes avançado em ideais e convicções 
sorvidos em estudos filosóficos da escola egípcia, 
rendia antes respeito a todas as crenças, 
considerando-as sublimes em essência, mas 
reservando-se o direito de particularmente optar por 
uma ciência que seria o ideal augusto da renovação 
cristã aplicado ao transcendentalismo das antigas 
doutrinas secretas, que desde épocas imemoriais 
jorram do infinito revelações e inspirações para 
aqueles que se tem tornado capazes de recebê-las, 
assimilá-las e praticá-las.
Era reconhecido por toda a família que 
Andrea era possuída de entidades 
infernais. 
Victor conhecia o fenômeno que se 
verificara com a irmã. Pediu autorização 
dos pais para auxiliar Andrea e a 
família. 
Victor consegue uma trégua de 2 anos 
com o obsessor ( Arnold Numiers).
Nos primeiros dias após a noite de Natal, 
Victor põe mãos à obra para reeducar a irmã. 
O auxílio à Andrea consistia em: 
 Escolher uma alimentação conveniênte à 
enferma; 
 Exercícios apropriados à elasticidade e bem 
estar fisiológico; 
 Exercícios de higiene mental; 
 Leituras moralizadoras e recreativas; 
 Estudo sobre a natureza
Victor, à noite, convidava os seus familiares, 
visitantes ou os hóspedes e também a 
criadagem para, junto com Andrea, expor a 
Doutrina cristã e a personalidade de Jesus 
Cristo. 
A palestra começava somente após Andrea 
executar uma ou mais peças musicais ao 
piano. 
Por toda a parte aonde ia, fazia Andrea 
Acompanhá-lo, ensinando-lhe o caminho a 
seguir e, associava-a à todos os movimentos 
tentados em favor do próximo.
Para tristeza de Victor Andrea não só 
deixava de se interessar pelas 
palavras do irmão como até 
adormecia profundamente, 
enquanto ele discursava. 
Quem o seguia voluntariamente, 
comovido e encantado era: Alexis.
Um pensador, um PSICÓLOGO, um 
espiritualista reencarnacionista 
reconheceria em Victor a ressureição, na 
carne de um antigo instrutor de 
coletividades, um mentor de almas em 
aprendizado na Terra, um pastor da 
Reforma, um sacerdote da Igreja de Roma. 
Victor era, agora, o filósofo de uma grande 
Doutrina, então ainda não devidamente 
difundida entre os homens: A Doutrina da 
Imortalidade.
Andrea encontrava-se às escondidas 
com o senhor Marcus de Villiers. 
Victor regressara de Paris depois de 
alguns dias, à serviço de seu pai. Foi 
imediatamente informado desses 
encontros através de Arthur.
Victor, após essa notícia, vai falar 
com : 
1. Andrea 
2. Com seu pai e sua mãe; 
3. Com o próprio senhor de Villiers.
Andrea repudiara o ensejo que o Alto 
lhe concedera na pessoa do irmão, 
Victor de Guzman, o qual desejara 
reeducá-la para Deus e as virtudes. 
Em vez de atendê-lo, envolveu-se em 
paixões inferiores, dando-se ao desfrute 
de um aventureiro que pretendia amá-la, 
excitada pela solidão.
Victor acompanhado de seu pai vai 
até a casa do conde Marcus Villiers 
para anunciar que Andrea está 
grávida deste. 
Villiers tem a honra de pedir a 
mão de Andrea em casamento
Victor diz a Andrea que ela deveria 
abandonar a ideia de se casar com 
Alexis e, aceitar o fato de agora ter 
que se casar com o conde de Villiers. 
Responde Andrea: “Victor, eu 
prefiro a morte a unir-me ao homem 
que me desgraçou”.
 Uma vez os pais desencarnados, Victor retorna 
ao Oriente para estudar e averiguar as origens do 
Cristianismo e instruir-se nas grandes doutrinas 
esotéricas, cujo berço eram a Índia e o Egito. 
 Levou vida humilde e obscura, mas fértil em 
ações heróicas, como o fora a vida dos primeiros 
cristãos e com fora seu velho hábito desde os dias 
trágicos do século XVI, quando tombara 
massacrado por amor ao evangelho do Cristo, ao 
lado dos pais e dos irmãos de então.
Marcus de Villiers de descendência flamenga, era 
um homem riquíssimo, gentil, alegre, culto (amigo 
das artes de da literatura), jovem e ainda solteiro. 
Estava voltando da América, onde ficou exilado no 
período da Revolução Francesa, no estado de 
Louisiana, onde possuía muitas terras. 
Estava fixando neste momento, residência em 
Saint-Omer e esforçava-se para fazer amizades com 
os fidalgos da região. 
Procurou assim, se apresentar à família de Guzman, 
os quais, da honradez de seu caráter, nada sabiam, 
pois à época o que importava como cartão de visitas 
era a amabilidade, a prodigalidade e a fortuna.
Foram apresentados oficialmente na ocasião de um 
jantar oferecido pela família de Guzman, onde todos 
ficaram encantados, com exceção de Arthur que 
percebeu que Marcus cortejava nitidamente Andrea. 
Os pais de Andrea não interpretaram assim e 
achavam ser, este, um costume americano.
Contudo Arthur estava certo, todos desconheciam 
este fato, mas Marcus achava-se enamorado de 
Andrea desde muito antes. E aquela visita tinha, 
senão, o intuito de observar a possibilidade de 
cortejá-la oficialmente. Há algum tempo havia 
encontrado algumas vezes a menina passeando pela 
propriedade e tinha se encantado com sua beleza. 
Marcos, inclusive, já tinha tido a oportunidade de 
enviar uma carta de amor à Andrea, sem assiná-la e 
Andrea havia se deleitado com esta surpresa. 
Portanto, já existia um entendimento sigiloso entre 
os dois, antes da visita oficial.
Além de tudo, Marcus não ignorava que Andrea era 
prometida do primo, porém, não se importava, a 
desejava e esperava ser desejado por ela igualmente, 
disposto até mesmo ao casamento. 
A partir de então as visitas de Marcus se sucederam 
a qualquer pretexto. Os pais de Andrea estavam 
encantados com suas gentilezas e não percebiam 
suas intenções. Andrea aproveitava-se da aventura 
como distração da sua vida monótona, mesmo 
amando seu noivo Alexis, sem medir, assim, 
consequências.
Por várias situações ele se declarava e apesar dela 
não corresponder, também não o repelia. Deixava-o 
tomar certas liberdades, alimentando esperanças e 
após a despedida zombava com a criada das suas 
intenções. A criada Matilde por muitas vezes a bem 
aconselhou, mas Andrea não lhe dava ouvidos. 
Marcus estava cada vez mais apaixonado e disposto 
a tudo para tê-la como esposa ou até mesmo como 
amante. 
Uma noite após um beijo, Marcus se encoraja a 
pedir sua mão em casamento, mesmo sabendo que 
poderia receber uma negativa. Marcus então se 
dirige ao pai de Andrea e faz o pedido. Joseph Hugo 
não a concede e pede para que ele se afaste.
Inconformado, porém, Marcus através de 
chantagem enreda Andrea para sua perdição. 
Andrea acaba se entregando à Marcus. Os 
encontros noturnos continuam, pois Marcus assim 
almejava ser descoberto e com a desonra forçar o 
matrimônio com ela. 
O tempo passa e um certo dia Marcus recebe em 
seu palácio a visita do Conde Joseph Hugo e Victor 
para informar-lhe que Andrea espera um filho seu e 
estes esperam uma explicação. Marcus estava 
extremamente satisfeito, pois enfim havia 
conseguido o que tanto esperava. Retrata-se e 
assume o compromisso de matrimônio.
Após o suicídio de Andrea, Marcus sente-se 
extremamente culpado e entende que desgraçou a 
vida dela. Retirou-se de Saint-Patrice, doando 
alguns bens e volta para a América. Constitui 
família e à sua primeira filha dá o nome de Andrea. 
Assim viveu para o trabalho, para a família e a para 
o bem geral. Converte-se à religião presbiteriana e 
põe em prática o Evangelho, fazendo o bem ao 
próximo, socorrendo muitos aflitos, resgatando 
assim, em vida os pecados cometidos. (“A caridade 
cobre uma multidão de pecados”) Todos os dias 
fazia uma prece por Andrea a quem devia, ainda, 
uma reparação e a qual, encontraria em uma 
próxima existência.

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O drama da Bretanha

  • 1. Estudo do livro de Yvonne do Amaral Pereira elaborado pelo grupo de Estudo de terças-feiras da Sociedade Espírita Renovação em 11.11 e 18.11.2014
  • 2. Grupo de Estudos Terças-feiras, 20h SER
  • 3. Apresenta a vida de reajustes dos mesmos espíritos dos romances anteriores (Nas Voragens do Pecado e O Cavaleiro de Numiers), comprometidos entre si, que lutam para alcançar a libertação. Ambientado nas Costas da Bretanha, província da França, por volta do início do século XIX, narra as lutas conflituosas de Andréa, espírito que sofre com a rejeição dos pais. Rebelde aos ensinamentos cristãos, Andréa gravita entre o amor de dois irmãos, sendo ainda atormentada por tenaz obsessão e por contundente assédio de antigo comparsa reencarnado. Andréa tem, no entanto, ao seu lado seu irmão mais velho Víctor, cristão adepto de doutrinas orientalistas, seu protetor espiritual nesta e em diversas existências que tudo fará para recuperá-la nas sendas do bem.
  • 4.
  • 5.
  • 6.
  • 7.  - Ele, meu Deus, sempre ele, o meu algoz, que em sonhos ou em vigília não me permite um só dia de verdadeira satisfação!  Livro Drama de Bretanha pag 25  A obsessão, como as enfermidades e todas as tribulações da vida, deve ser considerada prova ou expiação e como tal aceita.  ESSE cap XXVIII it 81
  • 8.  A misericórdia do Alto, porém não deseja a desgraça do pecador, mas sim a sua conversão ao bem, renovando os ensejos para a sua recuperação moral –espiritual, dera à Andreia três Corações que muito a haviam amado no passado reencarnatório:  Arthur o Luiz de Narbone  Alexis – Príncipe Frederico  Victor – irmão bem amado.  Ela poderia portanto, vencer os testemunhos necessários sob o amparo tão fiéis corações, bastando para isso elevar-se para Deus pelo cumprimento de sagrados e inadiáveis deveres.  Livro Drama de Bretanha pag 39
  • 9.  É o principal curador de si mesmo, e que se ele próprio não exercer a vontade soberana de corrigir as próprias tendências más, a cura tornar-se-á difícil e mesmo impossível.  Se lhe falta vontade firme para auto – educação, para a disciplina de si mesma, é quase certo que prolongará sua condição dolorosa além da morte.  Livro Missionários da Luz pág 299
  • 10.  Apenas, o senhor de Villiers exerce sobre mim uma atração irresistível.  Não o amo, estou bem certa. Mas não tenho forças para fugir à sua presença e repelir seus galanteios....  Livro Drama de Bretanha pag 78  LE 467. Pode o homem eximir-se da influência dos Espíritos que procuram arrastá-lo ao mal?  “Pode, visto que tais Espíritos só se apegam aos que, pelos seus desejos, os chamam, ou aos que, pelos seus pensamentos, os atraem.”
  • 11. ... Se não despertar para as realidades da situação, empunhando armas da Resistência e valendo-se do Auxílio exterior que lhe é prestado pelos amigos, é razoável que permaneça esmagado pelo processo obsessivo. Missionários da Luz cap. 18
  • 12.
  • 13.
  • 14. afeito aos princípios nobres; não acreditava em Deus (Numiers...); horror a altura (heranças do passado...);  crises de epilepsia; apaixonado pelo militarismo (Narbonne e Numiers...); Valente e destemido (Narbonne e Numiers...).
  • 15. Portador de expressiva capacidade plasmadora, o períspirito registra todas as ações do Espírito através dos mecanismos sutis da mente que sobre ele age, estabelecendo os futuros parâmetros de comportamento, que serão fixados por automatismos vibratórios nas reencarnações porvindouras.
  • 16. Quanto aos suicidas, à perturbação em que a morte os imerge é profunda, penosa, dolorosa. A angústia os agrilhoa e segue até a sua encarnação ulterior. O seu gesto criminoso causa ao corpo fluídico um abalo violento e prolongado que se transmitirá ao organismo carnal pelo renascimento. Á maior parte deles volta enfermo a Terra. Estando no suicida em toda a sua força a vida, o ato brutal que a despedaça produzirá longas repercussões no seu estado vibratório e determinará afecções nervosas nas suas futuras vidas terrestres.
  • 17. Irmãos gêmeos (Numiers e Louis – irmãos colaços); Sentimento de desconfiança e repulsa X amor fraterno. Amor de ambos por ANDREA (heranças do passado...) NOIVADO
  • 18.
  • 19.
  • 20. A dor e sofrimento de todos.... Porém.... Renascimento! Arthur e Alexis – reconciliação → o amor fraternal! Converteu-se a fé cristã. Desencarnou aos 25 anos, cumprindo o tempo que lhe faltava para viver na existência anterior, cortada pelo suicídio!
  • 21. O amor é terapia eficaz para vários distúrbios de comportamento, desde que o paciente se resolva pelo ato de ser aquele que ama, devolvendo à vida a grandiosa benção da existência que pode tornar edificante e felicitadora.
  • 22.
  • 23. Os gêmeos Arthur e Alexis eram estranhos moral e espiritualmente. Ambos possuidores de bom caráter, cavalheiros de escol cuja honradez de princípios demostravam já aos 18 anos de idade, revelavam-se personalidades respeitáveis, dignas de apreço geral. Alexis, porém, era a serenidade personificada, cujos sentimentos religiosos inatos já o haviam levado a uma temporada de estudos num convento de Madrid, pois, aspirava, em verdade, ao ingresso definitivo na vida religiosa.
  • 24. Mas a família, contrária a essa vocação, desviou-o da ideia religiosa, insinuando-lhe o recurso de ser útil a pátria através da diplomacia e o casamento com sua prima Andrea, a quem ele docemente se afeiçoara desde a infância. Preparava-se, pois, para a carreira diplomática, pretendia transferir-se para Paris a fim de iniciar a carreira escolhida, era estudioso e culto, fino de maneiras, revelando galhardamente as qualidades de aristocrata, jamais esquecendo, no entanto, os deveres para como Deus e o respeito aos princípios do Evangelho cristão. Era belo de formas, louro e esguio, pensativo e talvez melancólico.
  • 25. Era desses temperamentos dóceis, dedicado ás causas mais nobres e generosas que um cérebro da época poderia conceber: o culto ao Deus verdadeiro, o respeito a Pátria, á religião e á família; o amor ao bem, ás reinvindicações sociais por meios lógicos e pacíficos, a piedade e o auxílio ao sofredor em geral. Portador de uma sensibilidade toda especial, delicado de caráter, incapaz de uma ação menos boa, era no Evangelho cristão que Alexis sorvia as instruções que assim o reeducavam. Ele era bem a reencarnação daquele Príncipe Frederico de G... do séc. XVI, já, então, dedicado ao Evangelho, e daquele Louis de Stainesbourg do séc. XVII, nossos conhecidos de referencias anteriores.
  • 26. Mas, acima de tudo, Alexis era crente em Deus, religioso e sinceramente dedicado ás coisas divinas e ao culto dos dons do espírito. Possuía grande vocação para vida religiosa e desde a primeira juventude desejara a carreira de sacerdócio. O mundo, com suas brutalidades e barbáries, fizeram dele um triste, inconformado com as asperezas sociais. Dedicar-se ao culto das Escrituras Santas, dar-se integralmente ás obras beneméritas apontadas nos Evangelhos de Jesus-Cristo, seguir as pegadas de Francisco de Assis e Vicente de Paulo eram o sonho mais grato do seu coração ansioso por expandir-se intensamente em haustos de amor divino. Mas Andrea aparecera, bela e lirial qual visão celeste, sofredora e infeliz, requerendo dos corações piedosos da família amparo e proteção.
  • 27. Ele, então, amou-a com ternura por assim dizer espiritual, não propriamente humana. Amou-a, talvez, recordando, nos refolhos do seu ser moral, o grande amor que lhe havia dedicado em duas precedentes existências, talvez por vê-la, tão jovem e tão bela, atormentada pela desgraça indefinível de um mal psíquico que desafiava os recursos da ciência para ser combatido. A família inteira compreender e aprovou a inclinação amorosa dos dois primos. Promessas de venturas sublimes raiaram no horizonte ideal do jovem Alexis e, então, as inclinações religiosas cederam lugar aos anseios amorosos, a Igreja foi esquecida sob o intenso fulgor do amor de Andrea, enquanto rumos novos se delinearam em sua mente.
  • 28. O Evangelho de Jesus-Cristo, porém, as inefáveis falar do Sermão da Montanha, os convites sublimes do Nazareno para a reeducação dos costumes pessoais, os doces murmúrios impelindo os bons á pratica do amor sem mácula, esses, ficaram em seu ser a sentinela fiel, para um padrão de vida moral segura e benemerente. Alexis era, portanto, o tipo ideal de jovem moralizado e digno, religioso sem ser fanático, filósofo e responsável, e, se se demorava a contrair núpcias com a noiva era porque fora deliberado entre as famílias, déspotas bem intencionados que o enlace só se realizaria ao atingirem, ele, 21 anos de idade, e ela, 18.
  • 29. Periodicamente visitava a família na solidão da Bretanha. Seus afazeres e estudos, suas viagens continuadas, a serviço da carreira profissional escolhida, e as ordens de seu tio severo, o Senhor de Guzman, impediam que as visitas a Andrea fossem mais frequente. Ora, fora a esse jovem exemplar e responsável, que Andrea de Guzman e Marcus de Villiers feriram com uma abominável traição. No conselho de família suplicou a dispensa de Andrea. Sentia a alma dilacerada por um turbilhão de amarguras. Não pudera rever a noiva tão querida sem se emocionar violentamente. Não podia perdoar a Andrea a grave traição que ela lhe infligira. Mas, ao mesmo tempo, sentia que lhe seria impossível viver sem ela e que o grande amor que desde a infância lhe votava teimava em se impor no íntimo do seu coração, a despeito das revoltas que o oprimiam.
  • 30. Após o conselho Alexis vai a presença de Andrea como requerido, amargurado e indeciso sobre o que deveria fazer. Alexis sentia-se enlouquecer. Procurava desvencilhar-se da prima, mas esta, nervosa e inconsolável, agarrava-se a ele sem consentir liberta-lo. Ele já não podia raciocinar livremente, envolvidos naquelas vibrações doentias, e lamentou a fraqueza que o fizera atender ao pedido da antiga prometida, indo vê-la em seus aposentos. Seria, pois, necessária reação enérgica da vontade daquelas duas almas infelizes para que pudessem resistir ao tentador, opondo-se lhe com a decisão no sentido do bem, até a súplica veemente á misericórdia do Criador, como defesa suprema, quer Andrea, quer Alexis, devedores do passado, eram chamados a dar um testemunho de virtude e fé naquele dia.
  • 31. A lei sábia, que determina os efeitos das causas, presidindo a harmonia da reparação dos atos maus cometidos numa existência em existência posterior, exigia de um e de outro a prova decisiva, para vencerem o mal e prosseguirem demandando o bem pelas sendas futuras. Se Alexis reagisse á tentação que o assediava estaria a salvo e daria testemunho que a lei suprema dele exigia. Entretanto, exausto, vencido, mas sem verdadeira convicção íntima, Alexis, em dado momento, exclamou: “Pois bem, não posso mais, não posso mais. Morramos juntos. Concordo contigo, seguir-te-ei na morte, não posso mais suportar minha situação de dor e vergonha. Morramos juntos e tudo se remediará. Morramos juntos!”
  • 32. Ficando só, Alexis pusera-se a refletir e nos refolhos da alma, lá nos recessos do seu ser, a ideia de suicídio não se firmara em Alexis, não fora aceita. O seu eu superior rejeitava-a, abominava-a. as impressões exteriores foram violentadas e se curvavam á coação. Alexis encontra-se no momento mais crítico de sua vida. Poder-se-ia dizer que o móvel do seu renascimento outro não fora senão aquele: renunciar e testemunhar força de vontade e resistir ao mal, pelos compromissos que trouxera ao reencarnar. Se resistisse á tentação, se fosse forte e atendesse á voz da consciência, que lhe murmurava o cumprimento do dever, então seria a gloria de ter vencido a si próprio, para dar-se a Deus.
  • 33. Quando em Flandres, no sec. XVII, existira sob o nome de Loius de Stainesbourg e dera causa ao suicídio de Henri Numiers, servindo-se da traição a um irmão colaço e grande amigo. Agora, via-se colocado ante as consequências do antigo ato, a fim de vence-las pela ação do livre arbítrio. Era o testemunho que a lei dele exigia. Subiu aos próprios aposentos procurando repousar. Não pode. Saiu novamente sem destino. Descobriu entreaberta a porta dos aposentos de Arthur, seu pobre gêmeo. Entrou. Alexis contemplou o gêmeo com angustia: “Aqui, junto deste leito, velando o pobre enfermo, é que deve ser o teu lugar, e não tramando desatinos com Andrea. És tu, não Victor, que deve ampará-lo!” Bradou-se a consciência; e estranha piedade pelo irmão confrangeu-lhe o coração.
  • 34. Dirigiu-se ao parque e a frialdade da noite reanimou-o. Dirigiu-se ao velho banco de mármore, sob a palidez da noite, os vapores condensador que tolhiam sua vontade iam, lentamente, se dissipando, libertando-o da opressão satânica criada por Andrea. Rememorou todos os principais lances de sua vida...Arthur apareceu em seu pensamento como o pobre mártir a quem deveria socorrer, dedicando-se a ele como um filho querido, carecedor de todo amparo e do seu devotamento. Estremeceu, então, ansioso, caindo em si e compreendeu a tentação. Penosa confusão de ideias tumultuou lhe o cérebro. Enérgica, a consciência começa a reagir, reconhecendo o erro em que desejava precipitar-se: “Socorre-me, Senhor, salvai-me desta monstruosa tentação!”
  • 35. Caiu de joelho junto daquele banco que fora testemunha dos seus sonhos de amor. Elevou, súplice, o coração para o Alto, para o Infinito, num gesto fervoroso de submissão ao Criador. Rogou ao Todo-Poderoso que se condoesse da sua miséria e o socorresse naquele momento de provação. Que o Céu o reanimasse, para que pudesse expulsar de si os ecos daquela tentação que o arrastava ao suicídio. A prece foi vibrante, arrancada da alma por um impulso humilde de fé e confiança. Suave sonolência o atingiu em seguida. Um doce contato de uma advertência espiritual repercutiu em sua consciência, qual intuição protetora: “volta pra casa, meu filho, deita-te e dorme, e, acima de tudo, confia em Deus. E Deus será contigo.”
  • 36. Alexis possuía a faculdade de desprender-se do corpo físico e alçar-se a certas regiões do mundo invisível, durante o sono. Naquela noite, mal se deixara cair no leito, vencido pelo sono, sentiu-se transportado a um local aprazível, a um recinto que lhe parecia familiar, onde se via amparado por entidades amorosas e protetoras. Sua mãe lhe diz: a prece que proferistes no parque, meu filho, teve a virtude de atrair e possibilitar nosso concurso a teu beneficio. Foi-nos possível, então, nos aproximar de ti e nos fazermos compreender, porque, com tuas vibrações renovadas em sentido favorável, te predispuseste a ouvir-nos....”
  • 37. Alexis ouviu ainda: “Sofre, filho querido, tudo quanto a Terra possa dar-te em amarguras e padecimentos, e não te entregues ao suicídio...Sofre, pois, a dor do teu amor traído, porque ele não está perdido, e sim apenas adiado o momento de poderes fruir a felicidade de possui-lo definitivamente. Sofre a vergonha, sofre o abandono, sofre o desprezo, sofre o olvido, sofre a solidão do coração e a mágoa da traição, sofre tudo, meu filho, porque tudo isso é remediável, porque para tudo isso encontrarás solução no amor a Deus e na beneficência ao teu semelhante...Ama com amor divino, meu Alexis, e todos os seus pesares serão consolados...”
  • 38.  Alexis e Arthur seguiram em companhia dos tios e se fixaram igualmente na Espanha, habitando, porém, em um convento de franciscanos. Alexis protegeu carinhosamente o gêmeo, tal como lhe fora recomendado naquela noite inesquecível, em que convivera com seus protetores espirituais através de um sonho salvador. Três anos depois de haver ingressado no convento, Alexis, recebeu ordens menores, tornando-se irmão da Ordem de São Francisco de Assis. Seguiu as pegadas desse apóstolo do Cristianismo e imitou seus exemplos quanto possível, não medindo sacrifícios pelo bem do próximo, como se deu ao seu gêmeo. Sua vida, a partir do suicídio de Andrea, foi um traço de fé em Deus, de amor, de humildade, de caridade, de consagração ao bem. Redimiu-se nessa existência do sec. XIX e, ao partir para o Além, já em idade avançada, ouviu a doce voz do Alto sussurrar aos seus ouvidos, na hora suprema de expirar:
  • 39. “Passai a direita, benditos de meu Pai, porque tive fome e me destes de comer, tive sede, e me destes de beber, estava nu, e me vestistes, estava enfermo e encarcerado, e me fostes ver; pois, em verdade vos digo que, todas as vezes que isso fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes.”
  • 40.
  • 41. A Família de Guzman morava em sua residência em Saint-Omer, nos arredores de Vannes, na França. O primogênito da casa: Victor François, passou um longo tempo no Oriente, regressou ostentando o título de Doutor em Medicina e em ciências esotéricas. Curso que fizera em antigas faculdades do Egito.
  • 42. Todos de sua família eram católicos, menos Victor, que antes avançado em ideais e convicções sorvidos em estudos filosóficos da escola egípcia, rendia antes respeito a todas as crenças, considerando-as sublimes em essência, mas reservando-se o direito de particularmente optar por uma ciência que seria o ideal augusto da renovação cristã aplicado ao transcendentalismo das antigas doutrinas secretas, que desde épocas imemoriais jorram do infinito revelações e inspirações para aqueles que se tem tornado capazes de recebê-las, assimilá-las e praticá-las.
  • 43. Era reconhecido por toda a família que Andrea era possuída de entidades infernais. Victor conhecia o fenômeno que se verificara com a irmã. Pediu autorização dos pais para auxiliar Andrea e a família. Victor consegue uma trégua de 2 anos com o obsessor ( Arnold Numiers).
  • 44. Nos primeiros dias após a noite de Natal, Victor põe mãos à obra para reeducar a irmã. O auxílio à Andrea consistia em:  Escolher uma alimentação conveniênte à enferma;  Exercícios apropriados à elasticidade e bem estar fisiológico;  Exercícios de higiene mental;  Leituras moralizadoras e recreativas;  Estudo sobre a natureza
  • 45. Victor, à noite, convidava os seus familiares, visitantes ou os hóspedes e também a criadagem para, junto com Andrea, expor a Doutrina cristã e a personalidade de Jesus Cristo. A palestra começava somente após Andrea executar uma ou mais peças musicais ao piano. Por toda a parte aonde ia, fazia Andrea Acompanhá-lo, ensinando-lhe o caminho a seguir e, associava-a à todos os movimentos tentados em favor do próximo.
  • 46. Para tristeza de Victor Andrea não só deixava de se interessar pelas palavras do irmão como até adormecia profundamente, enquanto ele discursava. Quem o seguia voluntariamente, comovido e encantado era: Alexis.
  • 47. Um pensador, um PSICÓLOGO, um espiritualista reencarnacionista reconheceria em Victor a ressureição, na carne de um antigo instrutor de coletividades, um mentor de almas em aprendizado na Terra, um pastor da Reforma, um sacerdote da Igreja de Roma. Victor era, agora, o filósofo de uma grande Doutrina, então ainda não devidamente difundida entre os homens: A Doutrina da Imortalidade.
  • 48. Andrea encontrava-se às escondidas com o senhor Marcus de Villiers. Victor regressara de Paris depois de alguns dias, à serviço de seu pai. Foi imediatamente informado desses encontros através de Arthur.
  • 49. Victor, após essa notícia, vai falar com : 1. Andrea 2. Com seu pai e sua mãe; 3. Com o próprio senhor de Villiers.
  • 50. Andrea repudiara o ensejo que o Alto lhe concedera na pessoa do irmão, Victor de Guzman, o qual desejara reeducá-la para Deus e as virtudes. Em vez de atendê-lo, envolveu-se em paixões inferiores, dando-se ao desfrute de um aventureiro que pretendia amá-la, excitada pela solidão.
  • 51. Victor acompanhado de seu pai vai até a casa do conde Marcus Villiers para anunciar que Andrea está grávida deste. Villiers tem a honra de pedir a mão de Andrea em casamento
  • 52. Victor diz a Andrea que ela deveria abandonar a ideia de se casar com Alexis e, aceitar o fato de agora ter que se casar com o conde de Villiers. Responde Andrea: “Victor, eu prefiro a morte a unir-me ao homem que me desgraçou”.
  • 53.  Uma vez os pais desencarnados, Victor retorna ao Oriente para estudar e averiguar as origens do Cristianismo e instruir-se nas grandes doutrinas esotéricas, cujo berço eram a Índia e o Egito.  Levou vida humilde e obscura, mas fértil em ações heróicas, como o fora a vida dos primeiros cristãos e com fora seu velho hábito desde os dias trágicos do século XVI, quando tombara massacrado por amor ao evangelho do Cristo, ao lado dos pais e dos irmãos de então.
  • 54.
  • 55. Marcus de Villiers de descendência flamenga, era um homem riquíssimo, gentil, alegre, culto (amigo das artes de da literatura), jovem e ainda solteiro. Estava voltando da América, onde ficou exilado no período da Revolução Francesa, no estado de Louisiana, onde possuía muitas terras. Estava fixando neste momento, residência em Saint-Omer e esforçava-se para fazer amizades com os fidalgos da região. Procurou assim, se apresentar à família de Guzman, os quais, da honradez de seu caráter, nada sabiam, pois à época o que importava como cartão de visitas era a amabilidade, a prodigalidade e a fortuna.
  • 56. Foram apresentados oficialmente na ocasião de um jantar oferecido pela família de Guzman, onde todos ficaram encantados, com exceção de Arthur que percebeu que Marcus cortejava nitidamente Andrea. Os pais de Andrea não interpretaram assim e achavam ser, este, um costume americano.
  • 57. Contudo Arthur estava certo, todos desconheciam este fato, mas Marcus achava-se enamorado de Andrea desde muito antes. E aquela visita tinha, senão, o intuito de observar a possibilidade de cortejá-la oficialmente. Há algum tempo havia encontrado algumas vezes a menina passeando pela propriedade e tinha se encantado com sua beleza. Marcos, inclusive, já tinha tido a oportunidade de enviar uma carta de amor à Andrea, sem assiná-la e Andrea havia se deleitado com esta surpresa. Portanto, já existia um entendimento sigiloso entre os dois, antes da visita oficial.
  • 58. Além de tudo, Marcus não ignorava que Andrea era prometida do primo, porém, não se importava, a desejava e esperava ser desejado por ela igualmente, disposto até mesmo ao casamento. A partir de então as visitas de Marcus se sucederam a qualquer pretexto. Os pais de Andrea estavam encantados com suas gentilezas e não percebiam suas intenções. Andrea aproveitava-se da aventura como distração da sua vida monótona, mesmo amando seu noivo Alexis, sem medir, assim, consequências.
  • 59. Por várias situações ele se declarava e apesar dela não corresponder, também não o repelia. Deixava-o tomar certas liberdades, alimentando esperanças e após a despedida zombava com a criada das suas intenções. A criada Matilde por muitas vezes a bem aconselhou, mas Andrea não lhe dava ouvidos. Marcus estava cada vez mais apaixonado e disposto a tudo para tê-la como esposa ou até mesmo como amante. Uma noite após um beijo, Marcus se encoraja a pedir sua mão em casamento, mesmo sabendo que poderia receber uma negativa. Marcus então se dirige ao pai de Andrea e faz o pedido. Joseph Hugo não a concede e pede para que ele se afaste.
  • 60. Inconformado, porém, Marcus através de chantagem enreda Andrea para sua perdição. Andrea acaba se entregando à Marcus. Os encontros noturnos continuam, pois Marcus assim almejava ser descoberto e com a desonra forçar o matrimônio com ela. O tempo passa e um certo dia Marcus recebe em seu palácio a visita do Conde Joseph Hugo e Victor para informar-lhe que Andrea espera um filho seu e estes esperam uma explicação. Marcus estava extremamente satisfeito, pois enfim havia conseguido o que tanto esperava. Retrata-se e assume o compromisso de matrimônio.
  • 61. Após o suicídio de Andrea, Marcus sente-se extremamente culpado e entende que desgraçou a vida dela. Retirou-se de Saint-Patrice, doando alguns bens e volta para a América. Constitui família e à sua primeira filha dá o nome de Andrea. Assim viveu para o trabalho, para a família e a para o bem geral. Converte-se à religião presbiteriana e põe em prática o Evangelho, fazendo o bem ao próximo, socorrendo muitos aflitos, resgatando assim, em vida os pecados cometidos. (“A caridade cobre uma multidão de pecados”) Todos os dias fazia uma prece por Andrea a quem devia, ainda, uma reparação e a qual, encontraria em uma próxima existência.