O documento fornece informações sobre a cultura da soja, incluindo sua botânica, características da planta, fatores que influenciam seu desenvolvimento, variedades, instalação da lavoura e tratamento de sementes. É descrita a importância do fotoperiodismo, da inoculação, da calagem e do cálculo correto da população de plantas por hectare para o sucesso da cultura.
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
Cultivo da soja em detalhe
1. Marcio Claro de Oliveira – Engº Agrônomo – CREA/BA 60323 – e-mail: marcio_claro@agronomo.eng.br
1. CULTURA DA SOJA:
- BOTÂNICA: → Glycine max (L) Merrill
→ Família: Leguminosa
- Rica em proteína – 45 a 50%;
DESCRIÇÃO DA PLANTA:
- Sistema radicular: - axial;
- nódulos.
- Caule: Herbáceo, ereto, pubescente, ramificado.
- Folhas: - Duas cotiledonares;
- Duas simples (opostas);
- Trifolioladas (alternadas).
- Flores: → Completas (estandarte, asas, quilha);
→ Inflorescência (8 – 40 flores).
- Fruto: → Vagem (3 sementes por vagem, algumas variedades podem ocorrer 4 sementes
por vagem);
- Semente: Forma variável.
- Hábito ou tipo de crescimento:
a) Determinado: O caule termina com um racemo terminal. Em solos férteis não se
recomenda plantar uma variedade determinada.
b) Indeterminado: Não apresenta o racemo terminal.
c) Semindeterminado, indeterminado: 60 a 70% da altura final, no início do florescimento.
- OUTRAS CARACTERÍSTICAS: - Abscisão tardia (a folha fica retida pela planta –
característica indesejável); Deiscência (característica indesejável).
- Estádios de desenvolvimento (FEHR e CAVINESS, 1977): Uma folha é considerada
completamente desenvolvida, quando a folha do nó acima se estende suficientemente, de
tal modo que os dois bordos de cada folíolo não estejam se tocando.
- Composição das sementes: Proteínas 45 a 50%, gorduras ± 21%, carboidratos ± 34%,
constituintes biologicamente ativos como ácidos fético, saponinas, inibidores da tripsina,
etc.
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- Tóxicos quando ingeridos por vários animais;
- Soja crua causa inibição do crescimento;
- Defesa metabólica contra insetos, invasão bacteriana;
- Enzimas – As lipoxigenases são consideradas de maior importância.
→ FOTOPERIODISMO:
- A soja floresce, em condições de campo, somente quando os dias são diminuídos abaixo
do valor crítico para a variedade sendo denominada planta de dias curtos;
- Existem variedades que apresentam um período de juvenilidade bastante longo,
independente do fotoperiodismo.
- O fotoperiodismo é o fator mais importante na determinação da proporção relativa entre
os períodos vegetativos e reprodutivos, influenciado, também no período de florescimento
até a formação da vagem e, daí até a maturação, no número de nós e na altura da planta.
→ VARIEDADES DE SOJA:
1º) Critérios para escolha:
- Adaptação ao local de cultivo;
- Maturação na área de cultivo;
- Altura da planta e da inserção da 1º vagem;
- Acamamento das plantas;
- Deiscência das vagens;
- Resistência a pragas e doenças;
- Qualidade da semente;
- Fertilidade do solo;
- Escalonamento das sementes e da colheita.
2º) Período Juvenil:
- Cultivares introduzidas – menor período vegetativo;
- Até que se complete o período juvenil, a planta não sofre indução ao florescimento,
mesmo que seja cultivada sob dias curtos, abaixo do mínimo crítico varietal.
- Soja com período juvenil curto é mais produtiva: – Se semeada em período estreito e em
solos de elevada fertilidade;
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- Soja com período juvenil longo é mais produtiva: - Em plantios antecipados
se desenvolver mais é a mais utilizada na região.
Pois vai
→ FATORES QUE INTERFEREM NO DESENVOLVIMENTO DA SOJA:
- Comprimento do dia;
- Temperatura: - 18 a 21°C – Germinação 5 a 7 dias;
- Ideal – 25°C;
- Extremos – 10°C e 38°C;
-
T-
teor de óleo;
-
T-
simbiose;
-
T – Aumenta o período vegetativo.
- Precipitação pluviométrica: O problema não é a falta de chuva e sim a sua distribuição;
- Época de semeadura: Na época das chuvas (Final de outubro, novembro e início de
dezembro).
- População de plantas: 200 a 500 mil / plantas / ha, (devido a sua alta plasticidade)
- Cálculo da população de plantas por hectare (PPha):
Referente a 1 hectare (10000 m²)
PPha = (10000 / espaçamento entre linhas) X nº plantas/m
nº plantas requeridas por metro.
(que varia de 0,45 a 0,50 cm)
→ INOCULAÇÃO DE SEMENTES DE SOJA:
- Fatores limitantes da fixação:
a) Qualidade do inoculante:
- Deve ser de firmas idôneas;
- Transportar a baixas temperaturas – abaixo dos 10ºC;
- Armazená-los em geladeira ou câmara fria;
- Observar o prazo de validade;
OBS. As sementes que forem inoculadas deverão ser plantadas no mesmo dia.
IMPORTANTE: Para melhor eficiência da operação, deve-se sempre aplicar primeiro o
fungicida, depois os micronutrientes (Mo e Co) e somente depois o inoculante.
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IMPORTANTE: Quando as formulações forem via seca (pó), adicionar antes do fungicida
600 ml de água por 100 Kg de sementes. Um detalhe importante, é que o volume final da
mistura (fungicida, micronutriente e inoculante) nunca ultrapasse 600 ml por 100 kg de
sementes.
b)aFatores adversos do solo:
- pH – 6,0 a 6,5
corrigidos.
Quando o pH está nessa faixa todos os outros fatores já deverão estar
- Bom suprimento de macro e micronutrientes;
- Ausência de elementos tóxicos como Al3+ e Mn2+;
- Condições propícias de aeração e umidade.
c) Estirpe de Rhizobium nativo:
- É ineficiente e compete com o melhorado;
- Bradyrhyzobium japonicum → específico para soja;
- Pico máximo de fixação vai até o enchimento do grão.
- Avaliação da FBN – Fixação Biológica de Nitrogênio:
- Nódulos maiores e em menor número (ideal);
- Mais de meio centímetro de diâmetro e de coloração rósea (avermelhada) bem forte;
- 1º semana após a germinação, já se observa a formação de nódulos;
→ Métodos de inoculação:
Inoculante comercial:
- É o método mais eficiente e barato;
- Forma de pó, mais também tem líquido;
- 50 Kg de semente com 200 ml de água, sobre lona ou piso cimentado à sombra +
200 g de inoculante;
- Uso de betoneira – tomar cuidado com danos mecânicos nas sementes.
Uso de nódulos macerados;
Uso de solo onde se planta soja;
Não são recomendados
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Cuidados gerais:
- Na aquisição do inoculante, com o armazenamento entre outros;
- Cuidado com os fatores do solo;
- Com avaliação dos nódulos;
- E danos mecânicos.
→ CORREÇÃO DO SOLO – CALAGEM:
1º) Solos com teor de argila maior que 20% e Ca + Mg menor que 20 meq/ 100 cm³;
NC = (Al X 2) + [ 2- (Ca + Mg)] X ƒ
Fator de correção do PRNT do calcário
Necessidade de calcário
(100/PRNT)
2º) Solos com teor de argila maior que 20% e Ca + Mg maior que 2,0 meq/ 100 cm³;
NC = (2 X Al) X ƒ
Fator de correção do PRNT do calcário
*aPreço Efetivo do Calcário (PEC):
PEC = VCF X 100 ÷ PRNT
Valor do calcário na fazenda inclui o custo do transporte
OBS: O calcário deve ser incorporado pelo menos três (3) meses antes da semeadura.
3º) Solos com teor de argila menor que 15%:
NC = (2 X Al) X ƒ ou;
OBS: Utilizar a que for maior das duas.
NC = [2 – (Ca + Mg)] X ƒ
→ GESSO AGRÍCOLA:
- Como fonte de enxofre e cálcio – 100 a 200 Kg/ ha;
- Minimizar a acidez;
- Saturação por alumínio maior que 20% e/ ou teor de Ca < 0,5 meq/ 100 cm³.
QUANTIDADES: - Arenosos: 700 Kg/ ha;
- Média: 1200 Kg/ ha;
- Argiloso: 2200 Kg/ ha;
- Muito argiloso: 3200 Kg/ ha.
2. INSTALAÇÃO DA LAVOURA:
1) Umidade e Temperatura do solo: Para a germinação e a emergência da plântula, a
semente de soja, requer absorção de água de, pelo menos, 50% do seu peso seco, ou
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seja, deve haver adequadas umidade e aeração do solo e a semeadura deve propiciar o
melhor contato possível entre solo e semente. A temperatura média do solo mais
adequada para a semeadura da soja gira em torno de 20 a 30°C, sendo 25°C a ideal para
uma emergência rápida e uniforme.
2) Cuidados na semeadura – Referentes às máquinas (plantadeiras) de semeaduras.
- Mecanismos de semeadura – Especialmente o tipo de dosador de semente, do
controlador de profundidade e do compactador de sulco:
a) Tipo de dosador de semente: Destacam-se os de disco horizontal e os pneumáticos. Os
pneumáticos apresentam maior precisão, ausência de danos à semente e são mais caros,
nos de disco horizontal, que são mais comuns, são indicados os com linhas duplas de
furos (alvéolos), por garantir melhor distribuição das sementes ao longo do sulco.
b) Limitador de profundidade: O sistema com roda flutuante acompanha melhor o relevo do
solo, mantendo sempre a mesma profundidade de semeadura.
c) Compactadores de sulco: O tipo em “V” aperta o solo contra a semente, eliminando as
bolsas de ar sem compactar a superfície do solo sobre a linha de corte do sulco, como
ocorre com o tipo de roda única traseira.
3) Velocidade de operação da semeadora: Influi na uniformidade de distribuição e nos
danos provocados às sementes. a velocidade ideal de deslocamento está entre 4 a 6
Km/h, dependendo, principalmente, da uniformidade da superfície do terreno.
4) Profundidade: Entre 3 a 5 cm.
5) Posição semente / adubo: Deve ser distribuído ao lado e abaixo da semente, pois o
contato direto poderá até matar a plântula.
6) Compatibilidade dos produtos químicos: Seguir as recomendações do Engenheiro
Agrônomo, pois doses excessivas de fungicidas e herbicidas prejudicam tanto a
germinação quanto o desenvolvimento inicial da plântula.
7) Época de semeadura: Tem alta influência no rendimento da cultura da soja, devido na
sensibilidade térmica e foto período, ou seja, evitar a exposição da lavoura a variações
climáticas limitantes para a cultura.
8) Diversificação de cultivares: O emprego de duas ou mais cultivares, de diferentes ciclos,
na mesma propriedade, são eficientes para diminuir os riscos de perda de rendimento
causados principalmente por variações climáticas, com isso pode-se ampliar os períodos
críticos da cultura (floração, enchimento de grãos e maturação), havendo menor prejuízo
se ocorrer deficiência ou excesso hídrico, os quais atingirão apenas uma parte da lavoura.
9) Cálculo da quantidade de sementes e regulagem da semeadura: É necessário que se
conheça o poder germinativo (% germinação) das sementes, para isso é realizado um
teste de campo, onde são coletadas 4 amostras representativas de 100 sementes que
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deverão ser semeadas a uma profundidade de 3 a 5 cm, em solo preparado, em 4 fileiras
de 4 metros cada, é necessário manter o solo com uma umidade constante para favorecer
a emergência das plântulas. Aproximadamente 10 dias após a semeadura (plântulas com o
1º par de folhas completamente aberto), faz a contagem em cada fileira considerando
apenas as vigorosas. O percentual de emergência em campo será a média aritmética do
número de plantas emergidas nas quatro repetições de 100 sementes.
% emergência campo = ∑ plantas emergidas ÷ 4
O número de plantas / metro a ser obtido é estimado em relação à população de
plantas/ ha e o espaçamento utilizado.
Nº plantas/ m = {população plantas/ ha X espaçamento (m)} ÷ 10000
Referente a um hectare.
Cálculo do número de sementes / m de sulco:
Nº sementes/ m = (nº de plantas / m X 100) ÷ % emergência campo
Para estimar a quantidade de sementes que será gasta (Q) por hectare, em Kg/ ha:
Peso de 100 sementes (g)
Nº de plantas que se deseja/ m.
Q = {(1000 X P X D) X 1,1}
G X E
Fator de segurança, com acréscimo de 10% no nº de sementes
Espaçamento utilizado em “cm”
% de germinação (emergência) em campo
IMPORTANTE: A semeadora sempre terá que ser regulada para semear o número
desejado de sementes / metro já acrescida do fator de segurança.
→ Tratamento de sementes de soja – para 100 Kg de sementes (Padrão FMR):
DEROSAL PLUS (fungicida)
0,25l : 1000
0,25l : 1000
= 250 ml
STANDAK (inseticida)
0,20l : 1000
= 200 ml
NODULUS (enraizante)
0,40L : 1000
0,12L : 1000
= 400 ml
BIOMAX (inoculante líquido)
= 120 ml
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→ Tratamento de sementes – para 100 kg de sementes (Padrão Sementes Oilema):
• Derosal plus = 200 ml
Fungicida:
• Monceren = 150 g
• Standak = 100 ml
Inseticida:
Inoculante e
micronutriente:
• 1 dose de inoculante(líquido ou turfa)
• Cofermol (Cobre, ferro e molibidênio) = 100
ml/ ha.
→ Aplicação de defensivos agrícolas:
A) Trangênico – Herbicidas:
2 l/ ha de
Roundap Read
(Glyphosathe)
Se
necessário
→
1,5 Kg de
Roundap Read
(Glyphosathe)
WG
B) Convencionais – Herbicidas:
Folha larga
Folha
estreita
a) 0,4 l/ ha de Pivot;
b) 0,4 l/ ha de Cobra;
c) 20 g de Pacto.
a) 0,4 l/ ha de Verdict
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C) Inseticidas:
a) Junto com a 1º aplicação de
Herbicidas, 300 ml de Thiodan;
b) 2º aplicação ou aplicação para folha
estreita, 50 ml de Nomolt.
c) Pré-florada: 50 ml de Nomolt;
d) Florada: 60 ml de Tamaron + 300 g de
Larvin.
e) Enchimento de grãos: 1 l de Conect e;
1 l de Lannate
D) Fungicidas:
Floração
• 0,5 l de
Opera;
• 0,4 l de
Derosal
500
R5.1
• 0,5 l de
Folicur;
• 0,35 l de
Derosal
500
R5.5
• 0,5 l de
Systhane
3. PLANTIO DIRETO NA PALHA:
Plantio direto é um sistema de semeadura no qual a semente é colocada
diretamente no solo não revolvido, usando-se máquinas especiais ou adaptadas, sobre os
restos das culturas anteriores ou por culturas implantadas para esse fim.
Vantagens do sistema de plantio direto (PD) na palha:
a) Controle da erosão: O plantio direto mantém a superfície do solo sempre protegida
pela cobertura morta dos restos de cultura e de plantas daninhas, que absorvem o
impacto direto das gotas da chuva, reduzem a dispersão e o arraste de partículas de
solo através da enxurrada, melhorando o poder de infiltração de água, evitando a
formação de crostas.
b) Redução do tempo de plantio: O PD reduz o tempo entre a colheita e o plantio
subseqüente, permitindo o estabelecimento da segunda cultura rapidamente. Isto
porque o terreno continua firme após as chuvas, possibilitando o tráfego de
máquinas sobre o solo protegido.
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c) Consumo de combustível: O menor número de operações envolvendo máquinas de
plantio direto reduz até ⅓ o consumo de combustível, em comparação com as
exigências do plantio convencional.
d) Conservação da umidade no solo: A redução da evaporação sob a camada de
restos vegetais contribui para a permanência da umidade no solo por mais tempo,
favorecendo o estabelecimento inicial mais rápido da cultura e auxiliando a suportar
períodos curtos de seca.
e) Melhoria das condições físicas e químicas do solo: O não revolvimento e o acúmulo
de restos culturais na superfície permitem maior estabilidade dos agregados do
solo. A decomposição dos restos culturais pelos microorganismos é de grande
importância para o desenvolvimento das plantas e equilíbrio químico dos nutrientes
do solo, aumentando a vida biológica, aumentando a aeração e infiltração de água,
melhorando assim o aproveitamento dos fertilizantes pelas culturas, trazendo
retorno através de maiores produtividades.
f) Redução populacional das plantas daninhas: O acúmulo de palha na superfície do
solo atua como agente físico e bioquímico nas alterações de germinação das
plantas daninhas. Após 5 a 6 anos do sistema implantado, pode-se reduzir o
consumo de herbicidas, diminuindo o custo de produção.
4. FENOLOGIA DA SOJA:
→ DESCRIÇÃO DOS ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO DA SOJA: O conhecimento
dos estádios de desenvolvimento de uma cultura possibilita identificar as suas
características morfológicas, inter-relacionando-as com a fisiologia da planta e as
condições climáticas, auxiliando na tomada de decisão quanto às práticas culturais,
aplicação de insumos e tratamentos fitossanitários, entre outros.
→ FASE VEGETATIVA:
- VE – Emergência, cotilédones acima da superfície do solo;
- VC – Cotilédones expandidos, com as folhas unifolioladas abertas de tal modo que os
bordos destas folhas não se estejam tocando;
- V1 – Primeiro nó, folhas unifolioladas expandidas, com a primeira folha trifoliolada aberta
de tal modo que os bordos de cada folíolo não se estejam tocando;
- V2 – Segundo nó, primeiro trifólio expandido e a segunda folha trifoliolada aberta de tal
modo que os bordos de cada folíolo não se estejam tocando;
- V3 – Terceiro nó, segundo trifólio expandido e a terceira folha trifoliolada aberta de tal
modo que os bordos de cada folíolo não se estejam tocando;
- Vn – Enésimo (último) nó antes da floração.
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→ FASE REPRODUTIVA:
- R1 – Início da floração, até 50% das plantas com uma flor;
- R2 – Floração plena, maioria dos racemos com flores abertas;
- R3 – Final da floração, vagens com até 1,5cm;
- R4 – Maioria das vagens do terço superior com 2 a 4 cm;
- R5.1 – Grãos perceptíveis ao tato a 10% da granação;
- R5.2 – Maioria das vagens com granação de 11 a 25%;
- R5.3 – Maioria das vagens entre 26 a 50% de granação;
- R5.4 – Maioria das vagens entre 51 a 75% de granação;
- R5.5 – Maioria das vagens entre 76 a 100% de granação;
- R6 – Vagens com 100% de granação e folhas verdes;
- R7.1 – Início a 50% de amarelecimento de folhas e vagens;
- R7.2 – Entre 51 a 75% de folhas e vagens amarelas;
- R7.3 – Mais de 76% de folhas e vagens amarelas;
- R8.1 – Início a 50% de desfolha;
- R8.2 – Mais de 51% de desfolha a pré-colheita;
- R9 – Ponto de maturação de colheita.
FONTE: RITCHIE, et. al. 1982, (adaptado por J. T. Yorinori, 1996).
5. DEFICIÊNCIA DE NUTRIENTES:
- NITROGÊNIO: A lavoura de soja com deficiência de nitrogênio vai perdendo a cor
verde-escuro, passando a verde-pálido com um leve amarelado e, dias mais tarde,
todas as folhas tornam-se amarelas. Este sintoma aparece primeiro nas folhas
inferiores, mas espalha-se rapidamente pelas folhas superiores.
- FÓSFORO: Os sintomas de deficiência de fósforo são caracterizados nas folhas
maduras por uma cor verde-escuro, mas os sintomas principais são o crescimento
lento, com plantas raquíticas, de folhas pequenas e muitas vezes verde-escuro
azuladas.
- POTÁSSIO: O aparecimento dos sintomas visuais começa com um mosqueado
amarelado nas bordas dos folíolos das folhas da parte inferior da planta, áreas
cloróticas avançam para o centro dos folíolos, dando-se então o início da necrose
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das áreas mais amareladas nas bordas dos folíolos, com o aumento progressivo do
sintoma.
- CÁLCIO: A deficiência de cálcio é caracterizada pela redução de crescimento do
tecido meristemático no caule, na folha e na ponta da raiz. A deficiência
normalmente aparece primeiro nas folhas novas e nos pontos de crescimento
(meristema apical) provavelmente como conseqüência da imobilidade do cálcio na
planta.
- MAGNÉSIO: Causa inicialmente uma cor verde-pálido nas bordas, passando após
para uma clorose marginal nas folhas mais velhas, e com o decorrer do tempo a
clorose avança para dentro, entre as nervuras. O amarelecimento começa pelas
folhas basais e, com o aumento dos sintomas de deficiência, as folhas jovens
também são atingidas.
- ENXOFRE: Sintomas similares aos da deficiência de nitrogênio, porém iniciam-se
nas folhas novas, clorose geral das folhas incluindo as nervuras, folhas velhas
amareladas e necrosadas, plantas deficientes são pequenas e de caule fino.
- BORO: Desenvolvimento anormal e lento dos pontos de crescimento, folíolos das
folhas mais novas enrugados, mais espessas e com cor verde-azulada escura,
clorose entre as nervuras do dorso do folíolo, morte dos pontos de crescimento.
- COBRE: A deficiência de cobre geralmente causa necrose nas pontas dos folíolos
das folhas novas. Essa necrose prossegue pelos bordos dos folíolos, resultando em
folhas com aparência de perda de turgidez e de água, parecendo que secaram.
- FERRO: No estádio inicial do desenvolvimento dos sintomas, as áreas entre as
nervuras do folíolo das folhas de soja passam a apresentar cor amarelada, na
medida em que ocorre uma evolução na severidade da deficiência, também as
nervuras ficam amarelas e, finalmente, toda a folha fica quase branca, manchas
necróticas de cor marrom podem surgir na margem dos folíolos, próximo às bordas.
- MANGANÊS: Exceto as nervuras, as folhas de soja tornam-se verde-pálido e
passam para amarelo-pálido. Área necrótica marrons desenvolve-se nas folhas à
medida que a deficiência torna-se mais severa. Os sintomas são visíveis primeiro
nas folhas novas, enquanto que na de magnésio as folhas velhas são as primeiras a
serem afetadas.
- ZINCO: Os folíolos com deficiência de zinco ficam menores, com áreas cloróticas
entre as nervuras, sendo estes sintomas mais severos nas folhas basais. Os tecidos
cloróticos tendem a ficar de cor marrom ou cinza e morrem prematuramente.
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6. PRAGAS DA CULTURA DA SOJA:
1) PRAGAS INICIAIS:
- Percevejo Castanho da Raiz (Scaptocoris castanea / Scaptocoris carvalhoi)
As ninfas são de coloração branca e os adultos possuem coloração castanha, com
aproximadamente 8 mm de comprimento. Nos períodos mais secos aprofundam até 1,70
m. Possuem pernas anteriores adaptadas para a escavação. O acasalamento ocorre no
solo. Os ovos são de coloração creme, de forma ovalada e com a superfície lisa e
brilhante.
DANOS: Através da alimentação nas raízes, impede o crescimento das plantas
que, quando atacadas, tornam-se amareladas, definham e algumas podem até
morrer se o ataque ocorrer no início de seu desenvolvimento. Ocorrem em
reboleiras e os danos podem diferir em relação à fertilidade do solo.
- Corós da Soja (Phyllophaga cuyabana e Liogenys sp.)
Os adultos são besouros ovalados, castanho escuro, com cerca de 1,2 a 1,5 cm
(Liogenys sp.) e 1,5 a 2,0 cm (Phyllophaga cuyabana). Os ovos são brancos e depositados
isoladamente no solo, na camada superficial. As larvas são brancas, com três pares de
pernas torácicas, robustas, atingindo até 3,5 cm de comprimento.
DANOS: As larvas se alimentam das raízes, causando redução de crescimento
da planta, folhas amarelas e murchas. Quando o ataque é na fase inicial pode
ocorrer morte das plantas.
- Lagarta Elasmo (Elasmopalpus lignosellus)
A lagarta apresenta coloração variando do verde-azulado ao róseo, com listras
transversais marrom e cabeça pequena também marrom. Pode atingir 15 mm no máximo e
se caracteriza por formar um abrigo feito de seda, detritos e partículas do solo. O adulto é
uma micro-mariposa cinza e é muito atraída por focos luminosos.
DANOS: Penetram na planta de soja à altura do colo, cavando uma galeria
ascendente no interior do caule, alimentando-se do mesmo. As plantas atacadas
inicialmente murcham, podendo morrer imediatamente levando as falhas de
estande ou sofrer agravamento de danos sob a ação de chuvas, vento ou
implementos agrícolas, que tombam as plantas.
- Patriota (Diabrotica speciosa)
Os adultos medem entre 4 e 5 mm, apresentam cor geral verde, com seis manchas
amarelas ou alaranjadas sobre as asas. No campo, a maior parte dos adultos de Diabrotica
speciosa concentra-se na parte superior das plantas. A postura é realizada no solo, com
cerca de 30 ovos por massa. Esta larva, conhecida como “larva-alfinete” alimenta-se de
raízes de plantas.
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DANOS: Normalmente ocorrem em reboleiras. Atacam exclusivamente as folhas
da soja, de preferência as folhas mais novas e tenras, perfurando-as e deixandoas rendilhadas. Quando o ataque é muito intenso, pode causar atraso no
desenvolvimento das plantas.
- Vaquinha (Cerotoma arcuata)
O adulto apresenta coloração bege, com quatro manchas marrom-escuras, duas
grandes e duas pequenas, em cada asa anterior. A larva é branca com cabeça preta.
DANOS: As larvas alimentam-se de nódulos de rizóbium, podendo diminuir a
produção. Os adultos se alimentam de folhas, mas podem atacar vagens e
flores.
- Vaquinha (Maecolaspis calcarifera)
O adulto apresenta cor verde metálica e mede cerca de 5 mm. O abdômen é afilado
sendo o tórax ainda mais estreito. Os adultos danificam as folhas, mas geralmente não
causam perdas na produção em soja.
DANOS: Desfolhador na fase adulta, no entanto comprometem a produção em
altas populações.
- Lagarta da Soja (Anticarsia gemmatalis)
As lagartas podem apresentar coloração totalmente verde, pardo-avermelhada ou
preta, com estrias brancas sobre o dorso e são caracterizadas pela presença de cinco
pares de falsas pernas abdominais. O adulto é uma mariposa de coloração variando entre
cinza, marrom, bege, amarelo ou azul claro, tendo sempre presente uma linha transversal
unindo as pontas do primeiro par de asas.
DANOS: Durante a fase inicial as lagartas raspam o tecido foliar. A partir do
terceiro estágio consomem o limbo foliar e as nervuras, deixando pequenos
buracos nas folhas, provocando reduções da área foliar e da taxa fotossintética.
- Lagarta Falsa-Medideira (Pseudoplusia includens)
As lagartas apresentam coloração verde-claro, com uma série de linhas brancas
longitudinais espalhadas sobre o dorso. Apresentam apenas três pares de falsas pernas na
região abdominal e, no seu deslocamento, parecem medir palmos. A mariposa apresenta
cor marrom, com duas manchas prateadas em cada uma das asas do primeiro par. As
asas posteriores também são marrons.
- Spodoptera eridania
As lagartas apresentam cor cinza escura à castanha com três listras longitudinais,
alaranjadas e triângulos pretos no dorso do corpo. As mariposas são de cor cinza, com
uma mancha preta na parte central das asas anteriores.
15. Marcio Claro de Oliveira – Engº Agrônomo – CREA/BA 60323 – e-mail: marcio_claro@agronomo.eng.br
DANOS: As lagartas se alimentam de vagens e grãos podendo se alimentar de
folhas. Em alguns anos tem causado altas desfolhas e/ou danos às vagens.
- Spodoptera cosmioides
As lagartas nos primeiros estádios possuem coloração marrom, passando a preta
com listras longitudinais brancas e marrons, nos últimos estágios apresentam coloração
preto-brilhante com pontuações douradas sobre o dorso, distribuídas em duas linhas
longitudinais de cor alaranjada. As mariposas apresentam asas anteriores pardas, com
riscos ou desenhos brancos, e as posteriores são de coloração branca. Os ovos são
depositados em massas nas folhas.
DANOS: As lagartas se alimentam de vagens e grãos, podendo se alimentar de
folhas. Em alguns anos tem causado altas desfolhas e/ ou danos às vagens.
- Lagarta Enroladeira (Omiodes indicata)
A lagarta é de cor verde claro, tendendo ao amarelo nos primeiros estádios e verde
mais acentuado nos últimos estádios. A fase de pupa ocorre nas próprias folhas enroladas
pelo inseto. Os adultos são de coloração amarelada, com três estrias transversais escuras
nas asas anteriores.
DANOS: Essa lagarta se diferencia das demais por dobrar e unir as folhas de
soja com fios de seda para sua proteção.
- Lagarta – das – Maças (Heliothis virecens)
A lagarta é de coloração variável, variando de creme, verde, amarelada, parda ou
rósea com pintas escuras pelo corpo, apresentam micro-espinhos nas pintas salientes do
corpo. As mariposas possuem hábitos noturnos e durante o dia ficam escondidas entre as
folhas das plantas, apresentam coloração marrom-clara e apresentam três listras brancas
transversais na largura das asas. Os ovos são depositados isoladamente nas folhas.
DANOS; Em geral consomem as vagens, mas podem se alimentar de folhas da
soja.
2) PERCEVEJOS:
- Percevejo Marrom (Euschistus heros)
O adulto é marrom escuro, com espinhos pontiagudos, apresentam uma mancha
branca no dorso na forma de “meia-lua”. Os ovos apresentam coloração bege,
normalmente com 6 a 15 ovos, dispostos em duas ou três linhas paralelas. Durante seu
desenvolvimento passa por cinco estádios ninfais, nos quais apresentam coloração
marrom suave (às vezes esverdeada, amarelada, castanha ou acinzentada) uniforme. A
partir do terceiro estádio passam a sugar os grãos de soja.
16. Marcio Claro de Oliveira – Engº Agrônomo – CREA/BA 60323 – e-mail: marcio_claro@agronomo.eng.br
DANOS: Os percevejos sugam a seiva nos ramos, hastes ou vagens, injetam
toxinas e/ ou inoculam fungos que provocam manchas nos grãos. Quando
sugam ramos, causam a “retenção foliar”.
- Percevejo Verde-Pequeno (Piezodorus quildinii)
O adulto é de cor verde, com 9 mm de comprimento, apresenta uma listra
transversal marrom-avermelhada na parte dorsal do tórax próximo a cabeça. Os ovos são
de coloração preta, com cerca de 15 a 20 ovos. As ninfas inicialmente são avermelhadas e
pretas e passam a coloração esverdeada com manchas pretas e rosadas. A partir do
terceiro estádio, começam a causar danos aos grãos de soja.
DANOS: Os percevejos sugam a seiva nos ramos, hastes e vagens, injetam
toxinas e/ ou inoculam fungos que provocam manchas nos grãos.
- Percevejo Verde (Nezara viridula)
Os ovos são depositados na face inferior das folhas de soja, em massas regulares,
de forma hexagonal (semelhantes a pedaços de favos de abelhas), contendo cerca de 50 a
100 ovos. As ninfas são pretas com manchas amarelas no abdômen. O adulto é verde com
12 a 17 mm, tendo manchas avermelhadas nos últimos segmentos das antenas.
DANOS: Iguais aos outros percevejos.
- Percevejo Acrosterno (Chinavia sp.)
Os adultos medem de 11 a 15 mm, são de coloração geral verde, semelhante ao
Nezara viridula, porém tem as antenas verdes. As ninfas apresentam coloração variada,
com manchas brancas, pretas e alaranjadas distribuídas pelo corpo.
DANOS: Iguais aos outros percevejos.
- Percevejo Barriga-Verde (Dichelops melancanthus / D. furcatus)
Os adultos medem de 9 a 12 mm, sendo que a espécie Dichelops melancanthus e
menor do que a Dichelops furcatus. Geralmente tem abdômen esverdeado, daí o nome
“Barriga-Verde”. As ninfas são marrons acinzentadas. Os ovos são verdes claros,
colocados sobre as folhas ou vagens, em massas de cerca de 14 ovos.
DANOS: Iguais aos outros percevejos.
- Percevejo Edessa (Edessa meditabunda)
Os adultos medem de 11 a 14 mm de comprimento. São de coloração verde escuro
com as asas pretas. Os ovos são verde claro. As ninfas têm coloração verde-amarelada,
com antenas e pernas de cor semelhante.
DANOS: Iguais aos outros percevejos.
17. Marcio Claro de Oliveira – Engº Agrônomo – CREA/BA 60323 – e-mail: marcio_claro@agronomo.eng.br
- Percevejo Tianta (Thyanta perditor)
Os adultos desta espécie medem de 9 a 11 mm de comprimento e tem duas
extensões laterais no pronoto. As fêmeas são esverdeadas, enquanto que os machos são
pardos.
DANOS: Iguais aos outros percevejos.
- Mosca Branca (Bemisia spp.)
Os adultos são de coloração amarela com as asas brancas. Localizam-se
preferencialmente na face inferior das folhas, onde ovipositam, em média, 150 ovos por
fêmea. As ninfas são transparentes, ovais, medem de 0,3 a 0,7 mm, as pupas são
amarelo-esbranquiçadas, e apresentam os olhos avermelhados.
DANOS: Os adultos e ninfas deste inseto se alimentam da seiva das plantas
podendo levá-las à morte ou queda de produção. Durante a alimentação, as
ninfas excretam um “melado” que favorece o desenvolvimento de “fumagina” um
fungo negro que cresce sobre as folhas que se tornando preta, absorvem muitas
radiação solar, provocando “queima” e quedas das folhas da soja.
- Tamanduá da soja (Sternechus subsignatus): Praga secundária de pouca expressão,
mais presente na região.
→ AMOSTRAGEM DE INSETOS – PANO DE BATIDA (1 X 0,50 – 0,60 m; 6 Amostras / 10
ha.)
1º) Estádio vegetativo: Tratar a lavoura quando o desfolhamento for cerca de 30% ou
quando o nº de lagartas maiores que 1,5 cm for superior a 40 por amostragem;
2º) Estádio reprodutivo: Fazer o controle quando o desfolhamento se aproximar de 15% ou
quando o nº de lagartas maiores que 1,5 cm for superior a 40 por amostragem;
3º) Controle de percevejos: Controlar os percevejos quando existirem vagens maiores que
0,5 cm até o amarelecimento das folhas, a partir de 4 percevejos maiores que 0,5 cm por
amostragem.
7. MONITORAMENTO DE ERVAS DANINHAS (Plantio convencional):
a) Com um quadrado de madeira de 50 cm², são coletadas 5 amostras na área (por
tiro), fazendo-se um total de 20 amostras por área. O quadrado é jogado
aleatoriamente na área, logo após são contadas as ervas daninhas no interior do
quadrado.
OBS.: 20 pontos de coleta = 10 m².
Também é observado o estádio de desenvolvimento das ervas daninhas (ex. nº de
folhas – 2 folhas). Ervas mais encontradas: Trapoeraba, guanxuma, caruru, perpétua, péde-galinha, corda-de-viola, fedegoso, carrapicho e maria pretinha.
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b) Tabulação dos dados: É feito um somatório dos 20 pontos de cada erva daninha,
depois divide por 10, o resultado é o número de ervas daninhas em um metro
quadrado da área.
Ervas daninhas por metro quadrado da área.
ED/m² = ∑ ervas daninhas (20 pontos) ÷ 10
corresponde a 10 m²
Somatório dos 20 pontos para cada erva daninha diferente
Exemplo do caminhamento da área.
1 2
1
3 4
2
3
4
→ AMOSTRAGEM:
a) Pragas: 2 linhas (1 metro em cada linha) por ponto;
b) Fenologia: 5 linhas (5 metros em cada linha) por ponto.
OBS. No total são 10 pontos de amostragem.
- Cálculo 1: 5 linhas vezes 5 metros = 25 metros lineares (igual a 1 amostra), isso
vezes 10 pontos ou amostras (igual a 250 metros lineares).
- Cálculo 2: De posse do número de plantas encontrada em cada ponto de
amostragem é realizado um somatório dos 10 pontos, em seguida divide-se por 250
para saber a quantidade de plantas por metro linear.
Ex. 1º tiro: 3 pontos fenologia e pragas; 2 pontos só pragas;
2º tiro: 2 pontos fenologia e pragas; 3 pontos só pragas;
3º tiro: 3 pontos fenologia e pragas; 2 pontos só pragas;
4º tiro; 2 pontos fenologia e pragas; 3 pontos só pragas.
Total: 10 pontos fenologia e stand; 20 pontos de pragas.
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OBS. As pragas encontradas são divididas pelo número de pontos da amostra (20).
O resultado (ex. 0,05) é a porcentagem por ponto de amostragem.
8. VAZIO SANITÁRIO DA SOJA (Vai de 15/08 a 15/10):
1º) O QUE É? É uma estratégia de manejo da ferrugem asiática que consiste em um
período sem plantas vivas de soja no campo.
2º) POR QUÊ? Contribui para a redução do inoculo inicial, diminuindo a possibilidade de
ocorrência e sobrevivência do fungo em soja viva durante os 60 dias que antecedem o
plantio da safra sequeiro (ponta verde).
3º) OBJETIVOS: Reduzir o inoculo das primeiras semeaduras diminuindo a possibilidade
de ocorrência da ferrugem no período vegetativo, contribuindo na redução do número de
aplicações de fungicidas necessário para o controle.
4º) O QUE FAZER? Manter áreas de produção sem cultivo de soja e sem presença de
plantas vivas de soja voluntária ou tigüera, no período de 15/08 a 15/10.
OBS.: Para o controle da ferrugem deve dar preferência para aplicações preventivas a
partir da floração (R1), optando por aplicações curativas apenas se a doença aparecer
ainda nos estádios vegetativos.
9. DOENÇAS DA CULTURA DA SOJA:
- Ferrugem da Soja ou Asiática (Phakopsora pachyrhizi)
Sintomas: A identificação nas lavouras é facilitada pelo uso de lupa de mão de 20X
de aumento, o que possibilita a visualização das estruturas reprodutivas do fungo,
denominadas urédias ou pústulas. As pústulas são caracterizadas por pequenas
elevações que contém os uredosporos e a sua formação é mais evidente na face
inferior das plantas.
Os sintomas da ferrugem podem ser confundidos com os de Septoriose ou do
Crestamento bacteriano. A diferença está na presença do halo amarelado, ao redor
das pontuações, característicos destas duas doenças e ausente na ferrugem. Na
medida em que aumenta a quantidade de lesões, ocorre amarelecimento
generalizado das folhas e, conseqüentemente, uma aceleração da desfolha,
principalmente se a doença encontrar condições favoráveis ao seu
desenvolvimento. Isso, certamente, causará redução no número de vagens por
planta, no número de grãos por vagem e no peso dos grãos e, assim, interferindo na
produtividade. As perdas variam em função da intensidade da infecção e da fase em
que ocorrem os primeiros sintomas, pois a ferrugem pode ocorrer em diferentes
estádios vegetativos e reprodutivos da soja e quanto mais cedo ocorrer à infecção,
maiores poderão ser os danos.
Controle: Atualmente não temos cultivares resistentes ou tolerantes a Phakopsora
pachyrhizi, assim o controle químico é a ferramenta mais eficaz. Os fungicidas do
20. Marcio Claro de Oliveira – Engº Agrônomo – CREA/BA 60323 – e-mail: marcio_claro@agronomo.eng.br
grupo dos triazóis e estrobilurinas têm-se mostrado mais eficientes. Também se
recomenda: Evitar o cultivo de soja sob pivô central na entressafra, eliminar soja
“tigueira”, realizar semeadura da soja na época recomendada, evitar o
prolongamento do período de semeadura, realizar monitoramento constante da
lavoura, utilizar as tecnologias de aplicação recomendadas para obter boa cobertura
foliar e penetração do produto no dossel da planta, respeitar as condições climáticas
durante as aplicações, e utilizar fungicidas recomendados e eficientes.
- Necrose da haste da soja:
Sintomas: O sintoma desta doença inicia com uma descoloração da haste, com
aspecto de encharcamento que, rapidamente, progride para o ápice da planta e
adquire a coloração negra. Quando a doença ocorre na fase de plântulas, as
mesmas param de crescer, devido à morte das gemas apicais e laterais e,
posteriormente, acabam morrendo. Ocorrem também à deformação do limbo foliar
com presença de bolhas, semelhantes ao dano causado por estirpe severa do vírus
do mosaico comum da soja (VMCS) porém, no caso do VMCS não se observa o
escurecimento da haste. O agente causal desta doença foi identificado como sendo
um vírus do grupo carlavírus e o vetor foi confirmado como sendo a mosca branca
(Bemisia argentifolli e Bemisia tabaci).
Não foi constatada a transmissão deste vírus através das sementes, sendo a sua
forma de disseminação realizada apenas pelo vetor.
Controle; Cultivares resistentes e controle da mosca branca.
-Tombamento:
Sintomas causado por Rhizoctonia solani: Inicia pela formação de estrias castanhoavermelhadas na raiz, logo abaixo do nível do solo. As estrias resultam em podridão
seca, de coloração castanha a castanho-avermelhada. É freqüente a ocorrência de
estrangulamento do colo, abaixo do nível do solo, situação na qual as plântulas
murcham e tombam ou ainda sobrevivem emitindo raízes adventícias acima da
região afetada.
Sintomas caudado por Sclerotium rolfisii: Inicia logo abaixo do nível do solo, como
um podridão mole (aquosa). As plântulas afetadas murcham e, ao serem puxadas,
se destacam com facilidade no ponto da infecção. Sobre a área infectada pode
haver o desenvolvimento de um denso micélio branco com pequenas estruturas
esféricas (esclerócios) de coloração branca a castanho-escura.
Controle: Rotação de culturas, descompactação do solo e incorporação de restos
culturais.
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- Mancha Alvo (Corynespora cassiicola):
Sintoma: As cultivares susceptíveis apresenta lesões nas folhas, hastes e vagens e
as tolerantes apresentam somente lesões foliares com baixa severidade. Nas
folhas, a doença inicia por pequenas pontuações de coloração castanhoavermelhada, com halo amarelo, que evoluem para grandes manchas
arredondadas, de coloração castanho-claro, atingindo até 2 cm de diâmetro. É
comum a ocorrência de anéis concêntricos, isto é, lesões com alternância de áreas
castanha mais clara com áreas mais escuras, com o centro da lesão sempre mais
escuro.
Controle: Cultivares resistentes ou tolerantes; rotação / sucessão de culturas com
milho ou outras espécies de gramíneas e aplicação de fungicidas na parte aérea
quando o nível de severidade (área foliar infectada) atingir de 10 a 15%. Os
fungicidas e as dosagens podem ser os mesmos utilizados para o controle das
doenças de final de ciclo (DFC).
- Mancha Parda ou Septoriose (Septoria glycines):
Sintomas: As lesões nas folhas são angulares (delimitadas pelas nervuras), de
coloração castanho-avermelhadas e halo amarelado, podendo ocorrer severa
desfolha até os primeiros 35 a 40 dias após a emergência. No final de ciclo, surgem
pontuações pardas nas folhas verdes que, sob condições favoráveis, aumentam de
tamanho e se sobrepõem (muitas vezes associadas ao crestamento foliar de
cercospora) formando o complexo de doenças de final de ciclo (DFC). Provoca
desfolha e maturação prematuras, com redução no rendimento de grãos.
Controle: Tratamento de sementes, rotação / sucessão de culturas, manejo do solo,
adubação equilibrada (principalmente com relação ao potássio) e aplicação de
fungicida na parte aérea.
- Crestamento Foliar de Cercospora e Mancha Púrpura da Semente (Cercospora
kikuchii)
Sintoma: Ocorre em toda a parte aérea da planta (folha, hastes, vagens e
sementes), causando redução no rendimento e na qualidade das sementes. Nas
folhas, as lesões iniciam com pontuações castanho-avermelhadas, que evoluem
para manchas indefinidas, sem halo amarelado. As áreas necrosadas se
sobrepõem, adquirindo coloração castanho-escura. As lavouras severamente
afetadas passam rapidamente da coloração verde para castanho-escura e aceleram
a desfolha e a maturação. O fungo atinge a semente através da vagem, causando a
mancha púrpura no tegumento.
Controle: Sementes sadias, tratamento de sementes, rotação / sucessão de
culturas, manejo do solo, adubação equilibrada (principalmente com relação ao
potássio) e aplicação de fungicida na parte aérea.
22. Marcio Claro de Oliveira – Engº Agrônomo – CREA/BA 60323 – e-mail: marcio_claro@agronomo.eng.br
- Míldio (Peronospora manshurica)
Sintoma: O fungo infecta as folhas e as vagens, afetando também os grãos em
formação. Os sintomas iniciam como pequenas pontuações amarelas na face
superior das folhas, que em situações severas, aumentam de tamanho e coalescem
resultando em crestamento da folha. No verso da mancha amarelada, na face
inferior da folha, surgem as estruturas reprodutivas do fungo, de aspecto
algodonoso, com coloração bege e levemente rosada. A infecção das vagens pode
resultar em apodrecimento das sementes, com desenvolvimento do fungo no
tegumento, dando a elas uma coloração creme.
Controle: Cultivares tolerantes.
- Oídio (Microsphaera diffusa)
Sintoma: O fungo apresenta micélio branco que cobre a parte aérea da planta
(folha, haste e vagens), caracterizando a doença. Os sintomas do oídio podem
variar desde clorose, manchas ferruginosas, desfolha acentuada ou combinações
destes, dependendo da reação das cultivares.
Controle: Cultivares resistentes e/ ou aplicações de fungicida na parte aérea. O uso
de fungicidas é indicado a partir do momento em que a severidade da doença (área
foliar infectada) atingir 20%, até o estádio R6.
- Antracnose (Colletotrichum truncatum; sin. C. dematium Var. Trucata)
Sintoma: O fungo pode causar a morte de plântulas, necrose dos pecíolos e
manchas nas folhas, hastes e vagens. Nas plântulas, pode também causar necrose
e manchas deprimidas nos cotilédones. Após o “fechamento” ou cobertura total da
lavoura pelas plantas de soja, os primeiros sintomas observados são de
estrangulamento dos pecíolos na parte sombreada. As vagens infectadas no estádio
inicial de formação (R3) adquirem coloração castanho-escura a negra e ficam
retorcidas e sem granar. Quando atingem a vagem durante a granação (a partir de
R5. 1), as lesões iniciam com estrias negras que evoluem e atingem toda a vagem,
as quais se abrem permitindo a germinação e o apodrecimento prematuro dos
grãos.
Controle: Tratamento químico das sementes, incorporação dos restos culturais,
rotação de culturas, adubação equilibrada (principalmente em relação ao potássio),
aumento do espaçamento e diminuição de densidade de plantas. Deve ser evitado o
uso de cultivadores cuja alta incidência da doença nas vagens seja freqüente. O
controle químico pode ser realizado quando o nível de infecção nas vagens atingir
10% até o estádio R4.
23. Marcio Claro de Oliveira – Engº Agrônomo – CREA/BA 60323 – e-mail: marcio_claro@agronomo.eng.br
- Mela ou Requeima da Soja (Rhizoctonia solani / Thanatephorus cucumeris)
Sintoma: O fungo ocorre na soja e no feijão infectando toda a parte aérea (folhas,
pecíolos, ramos laterais, flores e vagens). Provoca severo abortamento de flores e
vagens, quando ocorre no início do desenvolvimento destas estruturas. As lesões
iniciam como pontos de encharcamento, evoluindo rapidamente para grandes
manchas e reboleiras de plantas mortas. As folhas e pecíolos infectados ficam
pendentes ao longo da haste e caem sobre plantas vizinhas, propagando a doença.
Controle: Reduzir a população de plantas, controlar as plantas daninhas, usar
rotação / sucessão de culturas com gramíneas, manter o solo coberto com palha
(semeadura direta), fazer adubação equilibrada e controle químico com fungicidas.
- Podridão Vermelha da Raiz (PVR) ou Síndrome da Morte Súbita (Fusarium solani
f. sp. Glycines)
Sintoma: O fungo ataca as culturas de soja e feijão, principalmente em áreas
irrigadas com pivô central. O sintoma inicia como uma mancha avermelhada na raiz
principal, geralmente localizada logo abaixo do nível do solo. Esta mancha aumenta
de tamanho e muda para a coloração vermelho-aroxeado e, posteriormente, negro.
As raízes secundárias se degradam, ficando somente parte da raiz principal. As
plantas infectadas apresentam clorose e necrose entre as nervuras das folhas (folha
“carijó”).
Controle: Descompactação do solo, rotação de culturas com espécies não
hospedeiras e incorporação dos restos culturais.
- Podridão de Carvão ou Podridão Negra da Raiz (Macrophomina phaseolina)
Sintoma: O fungo infecta as raízes da soja após períodos de estiagem prolongada,
seguido de períodos chuvosos. As plantas com raízes colonizadas enfraquecem,
sofrem o ataque das doenças de final de ciclo e rapidamente entram em maturação,
reduzindo o rendimento. Em casos severos, as plantas murcham e morrem
prematuramente, ficando com as folhas pendentes ao longo da haste. As raízes das
plantas murchas ou mortas tornam-se castanho-claras e soltam a casca (córtex)
com facilidade, evidenciando a formação de pequenos pontos pretos (esclerócios)
semelhantes a minúsculos pedaços de carvão que bloqueiam os canais de
ascensão da seiva. Sob condições favoráveis (estiagem prolongada) esses
esclerócios podem ser formados desde a base até a parte mediana da haste.
Controle: Descompactação e melhoria das condições físicas e químicas do solo e
semeaduras direta com boa cobertura vegetal.
- Crestamento Bacteriano (Pseudomonas savastonoi pv. Glycinea)
Sintoma: É uma doença comum nas folhas, mas também pode ser encontrada em
outros órgãos da parte aérea. Nas folhas, os sintomas iniciam como pequenas
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lesões de encharcamento, circundadas por um halo de coloração verde-amarelada.
As manchas tornam-se necróticas, com contornos angulares, ficando restritas entre
as nervuras secundárias. Na face inferior da folha, as machas apresentam
coloração negra e brilhante. Sob condições favoráveis, as lesões coalescem
formando grandes manchas que podem sofrer rasgadura em função do vento.
Controle: Uso de cultivares resistentes, sementes sadias e aração profunda para
enterrar os restos culturais.
→ Manejo da Ferrugem Asiática:
Doenças complexas, como a ferrugem asiática, necessitam de medidas
também complexas para o manejo adequado. Apenas o controle químico não será
suficiente para garantir o potencial produtivo da lavoura.
1) Estratégias de manejo: Todas as estratégias são importantes e complementares.
Mesmo as medidas mais efetivas de controle, como o uso de fungicidas, podem
não ser eficazes caso o trabalho com aplicações curativas e sob alta pressão da
doença. O sucesso no manejo da doença depende da conscientização regional
no cumprimento ao vazio sanitário (principalmente em relação à eliminação da
soja tigueira) e na manutenção do inoculo o mais baixo possível. Medidas de
controle como rotação de culturas, adubações equilibradas, escolha de
variedades e da época de plantio auxiliam sobremaneira o controle químico.
2) Principais medidas / Recomendações:
a) Vazio sanitário: Compreende duas medidas principais: Eliminação da soja
tigueira e, Regulamentação de um período sem cultivo de soja no país.
b) Eliminação da soja tigueira: Representa a principal fonte de inoculo onde o fungo
Phakopsora pachyrhizi sobrevive na entressafra. Muitos agricultores não fazem
eliminação da tigueira, principalmente próximo às matas, córregos e represas, o
que representa um perigo potencial para a safra seguinte. A soja tigueira às
margens de rodovias e estradas também perpetuam o fungo durante a
entressafra.
c) Determinação de época sem cultivo de soja: Em função das dimensões
continentais do Brasil, existe variação do período de vazio sanitário para cada
Estado da federação. O importante é que o campo permanecesse durante 90
dias livre da cultura. Apenas nos estados do Maranhão e Bahia, o intervalo do
vazio sanitário é de 60 dias (15 de agosto a 15 de setembro).
d) Tratamento de sementes: Essa técnica, com produto específico, tem auxiliado
também no controle da mancha parda, principalmente nos estádios iniciais de
desenvolvimento. Nos trabalhos conduzidos em casas de vegetação, verificou-se
que o tratamento de sementes foi eficaz em reduzir a incidência e severidade da
doença em relação à testemunha.
Além disso, no tratamento cujas sementes foram tratadas com fluquinconazol
(casa de vegetação) verificou-se maior número de folhas cotiledonares e de trifólios.
25. Marcio Claro de Oliveira – Engº Agrônomo – CREA/BA 60323 – e-mail: marcio_claro@agronomo.eng.br
No experimento a campo, verificou-se que o tratamento de sementes não foi
eficaz em conter incidência e severidade da doença, uma vez que a mesma ocorreu
tardiamente. Os primeiros sintomas foram verificados somente durante o estádio
fenológico de R5.1. Entretanto, os tratamentos que receberam fluquinconazol no
tratamento de sementes apresentaram maior percentagem de folhas cotiledonares
ativas, inclusive na avaliação realizada em R5.1, e incremento de produtividade na
ordem de 186,60 a 275,40 Kg/ ha.
e) Controle químico em parte aérea: Atualmente existem apenas 2 grupos químicos
registrados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(M.A.P.A.) para o controle da doença, são eles: Triazóis e Estrobilurinas
(misturas formuladas de ambos). O uso de misturas contendo grupos químicos
diferentes apresenta vantagens importantes para o agricultor: Amplo espectro de
ação, economia nas aplicações e redução no risco de resistência dos fungos aos
fungicidas.
Os triazóis são fungicidas amplamente utilizados na cultura da soja, que
atuam como inibidores da biossíntese de esteróis (IBE). O ergosterol é uma
substância lipídica essencial para a constituição da membrana plasmática da
grande maioria dos fungos, com a função de conferir estruturas e seletividade.
Já as estrobilurinas atuam inibindo a síntese de energia (ATP). Em relação ao
fungo, o principal benefício dos estrobilurinas é inibir a germinação dos esporos,
evitando a penetração do fungo nos tecidos do hospedeiro. Desta forma, as
aplicações devem necessariamente ser realizadas de forma preventiva.
A opção pelo uso de misturas formuladas nas primeiras aplicações, desde
que realizadas de forma preventiva, pode garantir a efetividade do controle
químico, onde as estrobilurinas atuam efetivamente inibindo a germinação dos
esporos e os triazóis nas fases iniciais de desenvolvimento das hifas de
eventuais esporos não controlados pelas estrobilurinas.
f) Momento de aplicação: Algumas instituições recomendam aplicações
preventivas dos fungicidas baseada somente em estádios fenológicos, enquanto
que outras recomendam o monitoramento e aplicação assim que detectados os
primeiros sintomas. Basear-se somente no estádio fenológico é arriscado, uma
vez que a maioria das recomendações sugere aplicações preventivas em R1 a
R2. Assim, o monitoramento regional e da lavoura são fundamentais.
Por outro lado, aplicações após a constatação dos primeiros sintomas
representam um risco incomensurável, uma vez que o agricultor pode perder
completamente o controle da situação, seja pelo tamanho da área a ser tratada, seja
pela impossibilidade de pulverização imposta por condições ambientais
(principalmente por períodos chuvosos contínuos).
Trabalhos realizados comprovam que a perda causada pela ferrugem asiática
pode representar, em média, 1,37 sacos/ Há-1, por dia de atraso na aplicação.
26. Marcio Claro de Oliveira – Engº Agrônomo – CREA/BA 60323 – e-mail: marcio_claro@agronomo.eng.br
FONTE: Luiz Henrique Carregal P. Silva; Hercules Diniz Campos; FESURV – Rio
Verde – GO; in: Boletim Passarela da Soja, Fundação BA, Abril de 2009, Ano 01, nº 01,
www.fundacaoba.com.br, fone: (77) 3613 – 8029, pg. 19.
→ Manejo do Mofo Branco em soja:
O mofo branco, causado por Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary, é uma das
doenças mais antigas da soja e, recentemente, tem aumentado sua ocorrência e níveis de
dano nas áreas do cerrado, com perdas de até 40% na cultura.
O fungo tem um círculo de hospedeiros que abrange pelo menos 408 espécies e
278 gêneros e 75 famílias de plantas. Seus danos manifestam-se com maior severidade
em áreas com clima chuvoso, associado à alta umidade relativa do ar. A manutenção da
umidade do solo é fundamental para o desenvolvimento da doença.
No Brasil, a doença ocorre também em algodão, girassol, feijão, canola, tomate,
ervilha, pepino. Sclerotinia sclerotiorum, pertence a um grupo de fungos habitantes do solo,
que tem várias fontes de nutrição e causam podridão nos tecidos infectados. Alguns
isolados podem diferir quanto à virulência, conferindo diferentes graus de severidade às
plantas.
Os apotécios, resultado da germinação carpogênica de escleródios, são a maior
fonte de inoculo do fungo, pois produzem uma grande quantidade de ascósporos que,
ejetados, são facilmente transportados pelo vento e podem infetar plantas em um raio de
50 a 100 m da fonte produtora. Para que a germinação ocorra os escleródios devem
receber luz suficiente e temperatura entre 10 a 25°C; caso contrário, só ocorre a
germinação miceliogênica, de potencial epidêmico muito mais reduzido. Uma das maneiras
de se restringir a luz para os escleródios é através da cobertura do solo com palha. Bons
resultados tem sido conseguidos com cobertura de Brachiaria ruziziensis.
As plantas que tem seu sistema radicular atacado pelo fungo, exibem sintomas
reflexos na parte aérea, caracterizado pelo amarelecimento e necrose internerval do limbo
foliar (folha carijó). Os sintomas característicos da doença são necrose na haste e murcha
seguida da seca das folhas, enquanto os sinais são crescimento de micélio cotonoso e
branco (mofo) na superfície dos tecidos lesionados e a presença de inúmeros escleródios
pretos e grandes.
O controle desse patógeno em diversas culturas tem sido difícil devido a sua
capacidade de formar estruturas de resistência (escleródios), que garantem sua
sobrevivência por vários anos, mesmo em condições adversas, limitando a utilização de
práticas como a rotação de culturas. Não há disponibilidade de cultivares resistentes e o
controle químico depende do acerto de doses, ingredientes ativos e tempo de aplicação
apropriados. Testes preliminares mostram a existência de fungicidas com boa eficiência de
controle, que devem ser mais bem estudados para subsidiar seu registro e recomendação.
Como uma das principais formas de infecção ocorre pelos ascósporos nas flores da
soja, as plantas devem estar protegidas por fungicidas principalmente entre os estádios R1
27. Marcio Claro de Oliveira – Engº Agrônomo – CREA/BA 60323 – e-mail: marcio_claro@agronomo.eng.br
e R4. O uso de cultivares de porte ereto, com pouco engalhamento e folhas pequenas
pode melhorar a aeração da cultura, dificultando o desenvolvimento da doença, além de
facilitar a penetração de fungicidas pulverizados no dossel das plantas. O desenvolvimento
de cultivares resistentes ao mofo branco é possível, pois fontes de resistência já foram
identificadas.
Outra importante medida de controle é o uso de sementes de boa qualidade
sanitária, livres da presença de escleródios e infestação de micélio no tegumento. Também
o tratamento de sementes com fungicidas recomendados deve ser realizado.
O controle biológico de Sclerotinia sclerotiorum em soja através da aplicação de
agentes de biocontrole é viável e necessita de estudos. Isolados de Trichoderma spp. são
conhecidos há muito tempo como um potencial agente biológico de controle de doenças,
em muitas espécies de plantas, causadas por fungos fitopatogênicos habitantes do solo.
Para um efetivo controle biológico desses organismos, o crescimento de hifas de
Trichoderma spp. diretamente no solo é importante para sua multiplicação e colonização
dos escleródios de S. sclerotiorum. Para isso, a presença de palha da no solo também é
importante para garantir as condições adequadas de temperatura, sombreamento e
umidade para o estabelecimento desses agentes de biocontrole.
OBS: Fungo mofo branco: Sclerotinia sclerotiorum, classe Ascomycetes, ordem Leotiales.
FONTE: Maurício Conrado Meyer, Embrapa Soja, Goiânia – GO; in: Boletim Passarela da
Soja, Fundação BA, Abril de 2009, Ano 01, nº 01, www.fundacaoba.com.br, fone: (77) 3613
– 8029, pg. 16, e-mail: meyer@cnpso.embrapa.br
10. Conceitos básicos da tecnologia de aplicação de defensivos na cultura da
soja:
a) Princípio básico: Não existe uma solução única que atenda todas as necessidades,
é necessário que a tecnologia seja ajustada para cada condição de aplicação.
O estudo das características dos alvos deve incluir a análise de outros fatores, como
movimentação das folhas, estádio de desenvolvimento das plantas, cerosidade,
pilosidade, rugosidade, face da folha em que a cobertura é mais importante (superior/
inferior) e arquitetura geral da planta. A posição e o formato das folhas apresentam
importância fundamental. Estes fatores são fundamentais para a definição da retenção
das gotas nas folhas e na própria eficiência de penetração dos defensivos nos tecidos
vegetais.
Para melhorar a cobertura de uma aplicação devem-se adotar gotas mais finas ou
volumes maiores; na aplicação de volumes mais baixos, as gotas mais finas devem ser
preferidas, para que se consiga uma boa cobertura com a calda pulverizada e se a
escolha recair sobre as gotas maiores, o volume de calda deve ser igualmente
aumentado para que se possa garantir um nível mínimo de cobertura para o
tratamento.
28. Marcio Claro de Oliveira – Engº Agrônomo – CREA/BA 60323 – e-mail: marcio_claro@agronomo.eng.br
Para reduzir o tamanho das gotas, as pontas de jato plano (leque) podem ser
substituídas pelas pontas de jato duplo (duplo leque) ou cônico vazio; a pressão de
trabalho das pontas pode ser aumentada e um adjuvante espalhante (surfactante) pode
ser adicionado à calda. Para aumentar o tamanho das gotas, as pontas de jato plano
(leque) podem ser substituídas pelas pontas de pré-orifício ou indução de ar; a pressão
de trabalho pode ser reduzida e um adjuvante pode ser adicionado à calda (óleo ou
espessantes de calda, cuja ação produza gotas de maior tamanho). No caso do volume
de calda, sua variação deve ser feita tanto pela troca das pontas como pela variação da
velocidade de deslocamento do pulverizador.
b) Condições climáticas:
Gotas muito finas e finas:
- Temperatura abaixo de 25°C;
- Umidade relativa acima de 70%.
Gotas finas ou médias:
- Temperatura entre 25°C a 28°C;
- Umidade relativa entre 60 a 70%;
Gotas médias ou grossas:
- Temperatura entre 28ºC a 30ºC;
- Umidade relativa entre 50 a 60%.
OBS: O início da manhã, o final da tarde e a noite são períodos onde a umidade relativa é
maior e a temperatura é menor, sendo considerada mais adequada para as aplicações.
→ Manejo de plantas daninhas em plantio direto na soja:
Basicamente existem duas grandes etapas no uso de herbicidas. A primeira
envolve o manejo das plantas daninhas que antecedem a semeadura da cultura, é
conhecida popularmente como dessecação. A segunda etapa diz respeito aos
produtos de pré e pós-emergência utilizados na cultura instalada.
O “manejo” ou “dessecação”, antecedendo o Plantio Direto, é fundamental
para um bom desenvolvimento das lavouras. A eliminação das plantas daninhas
antes da semeadura permite que a cultura tenha um desenvolvimento inicial rápido
e vigoroso.
Trabalhos tem demonstrado que aplicações seqüenciais, onde são aplicados
antecipadamente herbicidas sistêmicos, tais como o glyphosate e 2,4D, e após 15 a
20 dias, na véspera ou na data da semeadura, são aplicados herbicidas de contato
como o paraquat, paraquat + diuron, diquat e flumioxazin, proporcionam maior
eficiência no controle das plantas daninhas e permite a semeadura no limpo. A
segunda aplicação serve fundamentalmente para corrigir problemas de rebrotas e
de novos fluxos de plantas daninhas já emergidas por ocasião da semeadura. O
primeiro fluxo que emerge no verão é normalmente o de maior densidade e o que
tem maior potencial de prejudicar a produtividade das culturas, uma vez que emerge
antes ou junto com a cultura. Por isso, o controle do primeiro fluxo de plantas
29. Marcio Claro de Oliveira – Engº Agrônomo – CREA/BA 60323 – e-mail: marcio_claro@agronomo.eng.br
daninhas que emerge é fundamental para reduzir a interferência das mesmas sobre
a produtividade das culturas que se estabelecerão posteriormente.
Têm-se verificado que em áreas com grande cobertura vegetal (40 a 50% de
cobertura do solo) as culturas que são semeadas em períodos muito curtos após a
operação de dessecamento apresentam clorose das folhas no período inicial, com
redução no desenvolvimento vegetativo. E isso pode implicar em queda de
produtividade.
Foram comparadas as dessecações seqüenciais iniciadas 20 dias antes da
semeadura com as dessecações realizadas 7 dias antes da semeadura e
dessecações realizadas no dia da semeadura (sistema aplique – plante), em todos
os casos o nível de infestação girava em torno de 60 a 100%. Para a dessecação
feita 20 dias antes da semeadura resultaram em aumento da produtividade da soja
de 6,8 sacas/ ha e 7,8 sacas/ ha, quando comparada com as dessecações feitas 7
dias antes e na data da semeadura. Desta forma, pode ser concluído que a soja que
emergiu e teve o seu desenvolvimento inicial em meio à cobertura vegetal (7 dias
antes da semeadura e sistema aplique – plante) não totalmente dessecada tiveram
a produtividade reduzida.
Vantagens do controle químico de plantas daninhas (PD):
- Método prático, rápido e eficiente de controle;
- Evita a interferência das PD desde o início do ciclo da cultura;
- Permite controlar PD em épocas chuvosas onde a capina é impraticável;
- Reduz danos às raízes e folhas das culturas;
- Reduz danos à estrutura do solo, pela ausência de revolvimento do solo;
- Permite o uso de melhor arranjo de plantas da cultura;
- Permite melhor distribuição da mão-de-obra na propriedade;
- Vantajoso em situações de escassez de mão-de-obra, ou por esta ser dispendiosa;
- Pode ser aplicado na fileira das culturas onde não é possível capinar;
- Permite o controle eficiente de espécies perenes e arbustivas;
- Oferece rapidez de controle em grandes áreas;
- Benefícios adicionais como dessecantes ou desfolhantes: facilita a colheita,
colheita antecipada e grão mais secos e limpos.
Desvantagens do controle químico de plantas daninhas (PD):
- Custo geralmente elevado;
- Pode ocasionar poluição ambiental;
- Pode contribuir para resíduos nocivos nos alimentos;
- Pode fornecer riscos para humanos e animais;
- Pode deixar resíduos tóxicos para culturas subseqüentes;
- Pode ocasionar danos a cultura próxima por deriva;
- Pode selecionar biótipos de plantas daninhas resistentes;
- Método exige maior conhecimento técnico para aplicação.
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FONTE: FLECK, N. G. Princípios do controle de plantas daninhas. Porto Alegre, UFRGS,
1992. 70p.
11. ESTRATÉGIAS DE MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM SOJA TOLERANTE A
GLYPHOSATE:
1) A época de controle em pós-emergência é significativamente influenciada pela
complementação ou não da dessecação no dia do plantio.
2) Quando a complementação da dessecação é realizada, uma única aplicação de
glyphosate entre os 28 e 42 dias após a emergência da soja (DAE) foi suficiente para
garantir as melhores produtividades.
3) Quando a dessecação não é realizada as perdas de produtividade causada pela matocompetição é linear, as melhores produtividades só são obtidas quanto mais precoce é
realizado o controle na pós-emergência o que irá resultar em mais uma aplicação de
glyphosate para complementar essa aplicação precoce.
- Estratégias de controle de plantas daninhas (PD):
a) Utilizando única aplicação de glyphosate em pós-emergência:
A estratégia de uma única aplicação na pós-emergência, a dose a ser aplicada de
glyphosate nessa situação será baseada nas espécies a serem controladas sendo que a
época de aplicação mais adequada será entre os 28 e 35 dias após a emergência da soja
(DAE) desde que a complementação da dessecação seja realizada na véspera ou no dia
do plantio quando da presença plantas daninhas emergidas antes da soja. Caso a
complementação da dessecação no dia do plantio não é realizada para o controle de PD já
emergidas a época de controle em pós-emergência é antecipada para evitar a
matocompetição, a aplicação de glyphosate em estádios muito precoces da soja
necessitará de uma segunda aplicação entre 20 e 30 dias após a primeira aplicação.
b)bAplicação seqüencial de glyphosate em pós-emergência:
A aplicação seqüencial na pós-emergência, a dose a ser aplicada de glyphosate
nessa situação será baseada principalmente nas espécies a serem controladas sendo que
a época de aplicação mais adequada será nos estádios mais precoces das plantas
daninhas e da soja sendo a primeira aplicação realizada entre os 7 e 14 DAE desde que a
complementação da dessecação seja realizada na véspera ou no dia do plantio.
c)aEstratégias utilizando outros herbicidas: Com a introdução da soja transgênica
resistente ao glyphosate, o uso desse produto se tornou possível durante todo o ciclo da
cultura o que promoveu alterações em relação às tendências verificadas na comunidade
infestante até então. Estratégias no manejo de plantas daninhas eficaz é a utilização de
herbicidas residuais no dia do plantio (plante e aplique). A adição de um herbicida residual
no dia do plantio apresenta algumas vantagens em relação às misturas de glyphosate com
pós-emergentes.
31. Marcio Claro de Oliveira – Engº Agrônomo – CREA/BA 60323 – e-mail: marcio_claro@agronomo.eng.br
Dentre as vantagens dessa estratégia está o manejo na prevenção de biótipos de
plantas daninhas resistentes ao glyphosate. A adição de herbicidas com outros
mecanismos de ação fará parte importante no manejo da resistência de biótipos como no
manejo para prevenção do aparecimento de novos casos de plantas daninhas resistentes,
como as que já existem (azevém e buva), com isso será de grande importância o
estabelecimento de estratégias de controle para garantir a sustentabilidade não só da
tecnologia como do glyphosate.
12. VISTORIA EM CAMPOS DE PRODUÇÃO DE SEMENTES:
- Amostra de ponto: É observado o número de plantas por 10 metros, para achar o número
de plantas por metro linear. Ex., 74 plantas em 10 metros, 7,4 plantas por metro linear.
- São observados 6 pontos a cada 50 ha, sendo que 3 são de contagem de plantas, pragas
e doenças, e 3 pontos somente de observação de pragas e doenças.
- Também são observadas misturas varietais de mesmo ciclo pela coloração da flor,
vagem, pubescência, etc. Ex., flor branca ou roxa.
- A incidência de pragas, como o percevejo, lagarta da soja, lagarta enroladeira, entre
outros, bem como a presença de “feijão miúdo”, ou outras ervas daninhas ou nocivas, para
não inviabilizar o campo de sementes.
13. Teste de danos mecânicos em sementes de soja:
100
sementes
Coletadas
diretamente na
colheitadeira.
No momento da
descarga.
Hipoclorito
de sódio
Imersão em solução
de hipoclorito de
sódio à 5% (1litro de
água = 50 ml).
Por um tempo de
aproximadamente 10
minutos.
Coleta dos
resultados
(%)
Observa-se as
sementes que
apresentaram danos
mecânicos.
Semente com
aparencia "cheia de
água", inchada.
14. Teste do pH do exudato (2,4g L-1):
- Objetivo: Determinar a viabilidade das sementes em período de tempo relativamente
curto. Baseia-se na diferença de pH de sementes viáveis ou não.
32. Marcio Claro de Oliveira – Engº Agrônomo – CREA/BA 60323 – e-mail: marcio_claro@agronomo.eng.br
- A avaliação da viabilidade está relacionada a eventos de deterioração, tais como, a
permeabilidade das membranas e a lixiviação de solutos.
- Quando a semente embebe água, ocorre à liberação de açúcares, ácidos orgânicos e
íons (inclusive H+) que contribuem para a acidificação do meio, provocando a
diminuição do pH do exudato das sementes, sendo que as mais deterioradas
apresentam maior lixiviação e conseqüentemente, exudatos com maior poder tampão,
as sementes menos deterioradas, por sua vez, terão menor lixiviação, ocasionando
menor poder tampão na água de embebição.
1º) PREPARO DA SOLUÇÃO INDICADORA:
- 2,5g de NaCO3 / litro de água;
- Fenolftaleína a 0,5% dissolvida em 50% de álcool e 50% de água;
- Misturam-se ambas as soluções na proporção de 1:1.
2º) PROCEDIMENTO:
- Utilizar bandeja com 100 compartimentos individuais, cada um com capacidade para ±
2,5ml;
- Colocar água destilada e fervida na bandeja;
- Colocar uma semente em cada compartimento da bandeja;
- Deixar as sementes embeber água por 30 minutos à temperatura de 20 a 25°C.
- Após colocar uma gota da solução nos compartimentos (com um conta gostas) da
bandeja com água e semente;
- Mexer bem o exudato e, após 15 segundos, mexer novamente;
- Fazer imediatamente a avaliação.
3º) AVALIAÇÃO:
- O exudato rosa é de semente viável, enquanto que o exudato incolor é de semente
morta.
4º) PRECAUÇÕES:
- Deixar um compartimento sem colocar semente para servir como referência;
- Colocando uma gota de solução na água a mesma deve tornar-se rosa forte, caso
isso não ocorra, a água não é de boa qualidade (deve ser destilada e fervida por ± 5
minutos);
- Usar conta gostas.
33. Marcio Claro de Oliveira – Engº Agrônomo – CREA/BA 60323 – e-mail: marcio_claro@agronomo.eng.br
FONTE: PESKE, S. T. et al ; SEMENTES: Fundamentos científicos e tecnológicos; 2º
edição, versão ampliada. Pelotas: Ed. Universitária UFPel, 2006.
15. TESTE DO ENVELHECIMENTO ACELERADO (41°C / 48 Horas):
- Quatro sub-amostras de 50 sementes cada;
- Classificadas em:
a) NORMAIS: Plântulas com raiz primária e adventícias bem definidas;
b) ANORMAIS: Plântulas com raízes primárias e adventícias pouco desenvolvidas,
retorcidas, entre outras anormalidades;
c) MORTAS: Sementes que não chegaram a germinar.
- PROCEDIMENTOS:
A) Utiliza-se quatro folhas de germinação úmidas para cada amostras (50 sementes);
B) Cada 1 kg de folhas de germinação absorvem 2,5 litros de água;
C) As amostras são acondicionadas em GERBOX (caixas plásticas semelhantes às
placas de petri), onde é colocada água destilada (40ml) por amostra em uma estufa por
48 horas, a uma temperatura de 41°C;
D) Logo após as amostras são plantadas nas folhas de germinação e são
acondicionadas em um germinador por 5 dias. Logo após são feitos os testes de
classificação descritos acima.
E) Cada amostra coletada recebe uma numeração que leva em consideração a
variedade, a peneira de beneficiamento, o lote de beneficiamento.
OBS. Cada lote contém 496 sacos de 40Kg.
16. FUNCIONAMENTO DA UNIDADE DE BENEFICIAMENTO DE SEMENTES (UBS):
- As sementes entram na moega, passa pelo elevador da pré-limpeza, chegando à prélimpeza, as sementes passam por peneiras classificadoras, onde são levadas para as
“fitas” que as depositam nos silos (oito no total, com capacidade de armazenamento
para 3000 sacos de 60Kg).
- Depois de armazenadas no silo, vai para a fita de beneficiamento para o
beneficiamento propriamente dito.
- Passando pela pré-limpeza de cima, descendo ao peneirão;
- Do peneirão passa pelo elevador da helicóide, saindo da helicóide passa pela mesa
de gravidade, onde são separadas sementes boas e ruins;
34. Marcio Claro de Oliveira – Engº Agrônomo – CREA/BA 60323 – e-mail: marcio_claro@agronomo.eng.br
- Da mesa de gravidade as sementes caem na tulha de ensaque, que é uma balança
regulada para 40Kg;
- A parte de secagem de sementes é realizada por quatro secadores (semelhantes ao
silo, mais com capacidade de armazenamento de 200 sacos de 60Kg) que são movidos
a gás natural.
17. O QUE É BIOTECNOLOGIA AGRICOLA?
A biotecnologia agrícola utiliza a transgenia como uma ferramenta de pesquisa
agrícola caracterizada pela transferência de genes de interesse agronômico (e,
conseqüentemente, de características desejadas) entre um organismo doador (que pode
ser uma planta, uma bactéria, um fungo, etc.) e plantas, com segurança.
EX.: MELHORAMENTO TRADICIONAL
Planta
característica desejada
X
BIOTECNOLOGIA DE PLANTAS
Doador
doadora
X
cruzamento
+
Variedade comercial
Nova variedade
característica desejada
Variedade comercial
característica desejada
Muitas características podem ser transferidas
Nova variedade
Apenas a característica desejada é transmitida
No melhoramento tradicional, cruzam-se as espécies sexualmente compatíveis e
ocorre a combinação simultânea de vários genes. Já a transgenia é uma evolução desse
processo, com o objetivo de acelerá-lo e de aplicar a variedade de genes que podem ser
introduzidas nas plantas. Além disso, a transgenia, como ferramenta da biotecnologia
agrícola, oferece maior precisão do que os cruzamentos, pois permite a inserção de genes
cujas características são conhecidas com antecedência, sem que sejam introduzidos
outros genes, como acontece no melhoramento genético clássico (no cruzamento ocorre a
“mistura” de metade da carga genética de cada variedade, parental). A transgenia permite
um melhoramento “pontual” através da inserção de um ou poucos genes e da conseqüente
expressão de uma ou poucas características desejáveis.
35. Marcio Claro de Oliveira – Engº Agrônomo – CREA/BA 60323 – e-mail: marcio_claro@agronomo.eng.br
- O que é Soja Roundup Ready ou RR?
É um tipo de semente de soja que foi desenvolvida pela Monsanto na década de 80
com o objetivo de tornar a vida do produtor mais simples e eficiente. Ela possui uma
característica que a torna tolerante a herbicida à base de glifosato, usado para dessecação
pré e pós plantio, conhecido por sua eficiência em eliminar qualquer tipo de plantas
daninhas de folhas largas e estreitas, anuais e perenes, sem causar danos à cultura.
Outros benefícios trazidos pela soja RR são o aumento da produtividade, a
eliminação eficiente da mato-competição e a redução no teor de impurezas e umidade nos
grãos colhidos.
- Benefícios gerais do sistema RR:
a) Simplicidade: Dispensa a combinação de outros herbicidas ou aditivos para o controle
de plantas daninhas na pós-emergência da cultura;
b) Flexibilidade: Pode-se aplicar o herbicida à base de glifosato (RR) entre 20 e 30 dias
após a emergência da lavoura;
c) Eficiência: Amplo espectro de controle do herbicida RR em plantas daninhas de folhas
largas e estreitas, anuais e perenes;
d) Residual: O herbicida RR não apresenta nenhum efeito residual para os cultivos em
rotação ou sucessão;
e) Produtividade: O controle das plantas daninhas permite que a soja se desenvolva no
“limpo”, proporcionando o máximo rendimento ou produtividade das variedades de soja
RR;
f) Planejamento: A alta eficiência do sistema RR facilita o planejamento das operações
dentro da propriedade e a otimização das máquinas e equipamentos.
→ Grupo de Maturação: Exemplo: A cultivar do grupo de maturação 6.0 é mais precoce
que a cultivar do grupo 7.0, assim, a do grupo 9.2 é mais tardia que a do grupo 8.0.
Nas regiões mais próximas à linha do equador, os dias são mais curtos no verão e a
soja tende a florescer mais cedo, diminuindo seu ciclo vegetativo e reduzindo a altura das
plantas, principalmente nas cultivares com hábito de crescimento determinado. Para
amenizar essa resposta negativa ao foto período, podem ser utilizadas cultivares com
período juvenil mais longo ou de hábito de crescimento indeterminado. Geralmente, nessas
regiões são plantadas cultivares do grupo de maturação 8.0 a 10.0.
Para facilitar sua identificação, os dois primeiros dígitos das cultivares Monsoy
indicam o grupo de maturação.
36. Marcio Claro de Oliveira – Engº Agrônomo – CREA/BA 60323 – e-mail: marcio_claro@agronomo.eng.br
18. COLHEITA: Como melhorar a produção das colhedoras:
- O processo de colheita: Dentre as causas principais das elevadas perdas de grãos e de
qualidade do produto colhido, podem ser citados o manejo inadequado da lavoura, o mau
preparo do solo, as cultivares, a época de semeadura, os espaçamentos e estandes
inadequados, a presença de plantas daninhas nas lavouras, a retenção foliar (haste verde),
o retardamento da colheita, a umidade da lavoura e a falta de regulagens e manutenção
das máquinas colhedoras, como os principais:
→ Diagrama de Ishikawa do processo de colheita:
Máquina
Mão-de-obra
- Colhedora;
- Radial/ axial;
- Capacidade;
- Tamanho plataforma;
- Tipo plataforma;
- Controle plataforma;
- Sensores perdas;
- Distribuidor palhiço;
- Conservação;
- Manutenção;
- Rodados.
-Tipo de solo;
- Umidade do solo;
- Plantas daninhas;
- Resíduos área;
- Uniformidade área;
- Declividade;
- Condições lavoura.
Meio
Método
- Operador + Agrônomo;
- Treinamento;
- Experiência;
- Remuneração;
- Gratificação;
- Responsabilidade;
- Participação;
- Qualidade de vida.
Colheita realizada
- Avaliação da qualidade;
- Deiscência natural;
- Aval. Perdas;
- Retenção haste;
- Picotador;
- Unif. maturação;
- Peneiras;
- Acamamento;
- Ventilador;
- Densidade;
- Saca-palha;
- Espaçamento;
- Trilha;
- Inserção da vagem;
- Plataforma;
- Altura planta;
- Velocidade;
- Variedade;
- Regulagens.
- Características da Soja.
Material
1º) Mão-de-Obra: Fornecer aos operadores um treinamento mais específico para a
capacitação dos operadores, fazendo com que eles se sintam mais valorizados e
produzam mais e melhor;
2º) Meio e Material: Em relação ao “meio”, deve-se observar as ondulações do terreno,
livre de “paus” e outros resíduos que possam afetar a colhedora durante a operação,
principalmente quando se utiliza colhedoras de grande capacidade, com plataformas de 35
pés (9,14 m) ou mais de largura.
Em relação ao “material”, a escolha de cultivares adaptadas para a região,
implantadas na época, espaçamento e densidade de semeadura recomendadas que, além
de objetivar a máxima produtividade, também possibilitem condições ótimas de colheita
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(altura de plantas, inserção da primeira vagem, não acamamento, etc.), a otimização do
escalonamento de semeadura para que, com um número menor de máquinas, seja
possível realizar a colheita de toda a área em capacidades operacionais compatíveis com
a obtenção de baixos índices de perdas; o controle de pragas, principalmente percevejos,
que dificultam a colheita em função de danos nos grãos e vagens e “retenção da haste”
(que em alguns casos também pode ser uma característica varietal, uma resposta da
cultura ao estresse climático sofrido, etc.), tornando a lavoura desuniforme, entre outras;
são fundamentais para a realização do processo de colheita com qualidade;
3º) Máquina: As máquinas colhedeiras (ou colheitadeiras) executam as etapas de corte,
alimentação, trilha, separação, limpeza, e armazenamento. Elas podem ser equipadas com
sistema de trilha radial (convencional) ou axial (rotor longitudinal) e plataforma de corte que
variam de 15 pés (4,5 m) a 35 pés (10,5 m) de largura.
Vantagens das colhedoras axiais:
a) A Redução de impureza e danificação dos grãos colhidos;
b) A autolimpeza dos separadores rotativos;
c) Manutenção mais fácil;
d) Menor número de peças e o projeto mais compacto;
e) Menores índices de perdas.
Desvantagens das colhedoras axiais:
a) Dificuldade de alimentação do cilindro axial em culturas leves;
b) Suscetibilidade a “embuchamento” em culturas de palha longa, resistente ou úmida;
c) Custo de aquisição (mais cara);
d) Maior consumo horário de combustível.
Principais modernizações das colhedeiras:
a) Ajustar (efetuar regulagem a partir da cabine);
b) Controlar automaticamente determinadas funções (altura de corte, flutuação lateral
da plataforma, manutenção da velocidade do molinete proporcional à velocidade de
avanço da colhedora, etc.);
c) Monitorar o funcionamento (sensores) dos principais componentes (rotação de
eixos) e das perdas de grãos nos sistemas de trilha e separação (saca-palha ou
rotor) e limpeza (peneiras).
OBS: Deve ser realizadas rigorosas manutenções preventivas antes do início da safra,
objetivando minimizar o risco de quebras ou interrupções por problemas de
funcionamento.
4º) Método: Envolve, principalmente, aspectos relacionados à regulagem da colhedeira
e a avaliação do processo, verificando se o mesmo atinge a qualidade desejada ou préestabelecida (perda de grãos e qualidade do produto, capacidade operacional, etc.).
É interessante ressaltar que estas regulagens precisam ser constantemente
ajustadas (pois as condições de colheita variam durante o dia e de uma lavoura para
outra) para que a eficiência de colheita seja mantida nos padrões aceitáveis.
A porcentagem de perdas na plataforma de corte (94,7%), sistema de limpeza
(peneiras – 2,7%) e sistema de separação (saca-palha – 2,6%) segundo pesquisa de
MIZUTA (2003).
Por este motivo a plataforma de corte merece cuidados especiais para se diminuir
os índices de perdas na colheita, tais como:
a) Trocar as navalhas quebradas e alinhar os dedos das contra-navalhas, substituindo
os que estão quebrados e ajustar folgas da barra;
b) Operar, mantendo a barra de corte o mais próximo possível do solo;
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c) Operar em velocidade de deslocamento compatível com as características da
lavoura de forma a proporcionar o adequado corte e recolhimento do material para o
interior da máquina;
d) Utilizar velocidade do molinete em torno de 25% superior à velocidade de
deslocamento da colhedora, que visualmente pode ser identificada pelo
funcionamento em que o molinete toca suavemente e inclina a planta ligeiramente
sobre a plataforma antes de a mesma ser cortada pela barra de corte;
e) A projeção do eixo do molinete deve ficar entre 15 a 30 cm na frente da barra de
corte e a altura do molinete deve permitir que os travessões com os dentes toquem
a metade superior da planta, quando a uniformidade da lavoura permitir.
FONTE: Emerson Fey, Boletim de pesquisa de soja 2009, Fundação MT, nº 13 – 2009,
e-mail; emersonfey@gmail.com
19. REGULAGEM DAS COLHEITADEIRAS – 9750 STS JOHN DEERE
- A regulagem das colheitadeiras são realizadas com o intuito de minimizar os danos
mecânicos sofridos pelas sementes na hora da colheita.
- Para isso é feito uma regulagem nos cilindros de debulha a rotações baixas (ex.: 350
a 400 RPM), bem como, com a abertura do côncavo.
- Essa regulagem é feita levando em consideração a umidade da semente no momento
da colheita.
- No entanto, a abertura do côncavo proporciona uma maior perda de sementes na
colheita.
- Para se fazer estas regulagens são realizados testes de dano mecânico e de perdas
de semente no momento da colheita.
- Para os testes de danos mecânicos, o ideal seria que não ultrapasse 5% por
amostragem, mas no entanto, cargas com 10% de danos mecânicos são aceitáveis, a
depender da variedade, % de umidade, etc.
- A perda tolerável não pode ultrapassar 60Kg / ha.
20. Perdas na colheita:
1) Com um quadro (de ferro) de 1m², coletar 3 amostras a cada 2 horas de colheita,
em três pontos diferentes no fundo da colheitadeira, fazendo assim, uma média das
três amostras.
a) Média das amostras:
∑ das amostras ÷ 3 = nº de sementes.
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b) Cálculo de perda de sementes por hectare (PSha):
Referente a 1 hectare (10000 m²)
PSha= (nº de sementes X 10000 X PG) ÷ 1000 = Kg/ha
Perda de sementes por hectare
Peso do grão (Peso médio de 1000 sementes, ex. 0,14)
21. CUSTO DE PRODUÇÃO:
→ Principais itens de controle para a elaboração do custo de produção (BARROS,
2007).
1º) CUSTO OPERACIONAL: Trata-se dos custos diretos ou desembolsos realizados
para a elaboração do produto. O custo operacional é constituído de insumos, operação
mecânica, mão-de-obra, beneficiamento (padronização e classificação), transporte,
seguros, capital de giro e arrendamento. Basicamente, o grupo que compõe o custo
operacional é facilmente calculado entre a quantidade utilizada e o seu valor.
2º) CUSTO ANUAL DE RECUPERAÇÃO DO PATRIMÔNIO (CARP): Se refere à
quantidade monetária que remunera a terra e o capital, sendo este entendido como a
soma de máquinas e equipamentos, benfeitorias, rebanho e culturas permanentes.
Deve ser coberta também a depreciação de todos esses fatores de modo que possam
ser repostos ao final de sua vida útil. O CARP é simultaneamente o custo e a renda
para a empresa (se o capital for próprio) ou para terceiros de quem estejam sendo
arrendados os fatores de produção.
3º) CUSTO TOTAL: O custo total é a soma do custo operacional e do CARP. O valor
encontrado se refere ao custo total para produzir um determinado produto.
- Principais indicadores de avaliação de sustentabilidade por atividade:
a) Retorno real investido (RR): O indicador mede o retorno por real investido para a
produção de um determinado produto.
b) Sustentabilidade: O indicativo mede a sustentabilidade econômica da unidade de
negócio para o médio e longo prazo. A atividade é sustentável quando a receita líquida
operacional é maior que o CARP.
22. PRODUTIVIDADE MÁXIMA: RESUMO DOS FATORES PRODUTIVOS:
Quando se discute produtividade máxima, há que estar consciente de que qualquer
estresse, por mínimo que seja, representa perdas, mesmo que os humanos não
tenham percebido nada. Daí o fato de não haver um protocolo certeiro que possa ser
aplicado. Esta aí o desafio! A produtividade máxima pode ser almejada, desde que haja
a combinação de variáveis favoráveis de manejo e a tomada das decisões agronômicas
corretas para reduzir o estresse.
1) Época de semeadura adequada: O estabelecimento da cultura na melhor época
histórica de produtividade para cada local é obrigatório para que a cultivar possa
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explorar o seu potencial genético e todas as demais práticas. Daí a importância da
pesquisa.
Eliminar o estresse causado por insetos e doenças: O monitoramento diário da
lavoura é obrigatório para minimizar as perdas por impacto de pragas e doenças,
mesmo os insetos prejudiciais secundários. Daí a importância de adoção de
estratégias de manejo integrado também na área de produtividade máxima. A
incidência de doenças representa perda de produtividade. Em áreas de
produtividade máxima as perdas têm que ser ZERO.
Eliminar a “mato-competição”: Discutir produtividade máxima da soja implica em
eliminar totalmente qualquer efeito de interferência de outras plantas (daninhas)
após o estabelecimento da cultura da soja, independentemente do custo. Qualquer
interferência é redução de potência.
Selecionar cultivares produtivas: esta é a decisão mais importante para atingir a
máxima produtividade. O agricultor deve selecionar as cultivares de elevado
potencial produtivo com características agronômicas que permitam superar os
estresses do campo. O sistema produtivo atual de monocultura de soja tem
resultado em estresse adicional, principalmente relacionado às doenças. É preciso
usar informações de produtividade de várias localidades para selecionar uma
cultivar.
Manejo do solo: Em todo o sistema de produção, o solo tem funções mais
importantes do que fornecer os nutrientes possíveis de serem adicionados. O solo
tem que estar em condições de proporcionar a maior aeração possível às raízes e
ao mesmo tempo armazenar toda água necessária para a cultura, sendo estas
condições obrigatórias para uma boa nutrição. Daí entra a importância de ter
sistemas de produção que proporcionem, ao longo dos anos entrada elevada de
carbono, que é o maior “potencializador” de produção. Porém, este é um processo
que não está à venda, mas que é conseguido com rotação de culturas. A fertilidade
do solo deve ser monitorada, pelo menos, a cada dois anos para verificar os teores
dos nutrientes. A melhor época para coleta de amostras é após a colheita da safra
de verão. Aproveite também para coletar amostras visando diagnosticar a presença
de nematóides.
Diagnosticar a presença de nematóides: Os nematóides são grandes “limitadores”
da produtividade da soja. A melhor prática de manejo para campos contaminados
com nematóides é promover a rotação de uma cultivar resistente ao nematóide e de
alto potencial produtivo, com uma espécie não hospedeira do nematóide. Hoje as
cultivares de soja resistentes aos nematóides tem elevado potencial produtivo.
Arranjo de plantas: adequar a população e arranjo espacial às condições
edafoclimáticas a variedade interfere diretamente na interceptação de luz, no índice
de área foliar que não pode ser abaixo ou acima do ideal, interferindo diretamente
na incidência de doenças e na eficiência do controle destas e dos insetos, além de
favorecer ou não o acamamento. Para conseguir este ajuste perfeito também há
dependência das condições ambientais e da qualidade operacional.
41. Marcio Claro de Oliveira – Engº Agrônomo – CREA/BA 60323 – e-mail: marcio_claro@agronomo.eng.br
Época de plantio
Manejo de insetos
e doenças
Arranjo de plantas
Máxima Produtividade
Manejo de PD.
Manejo dos
nematóides
Manejo do solo
Material genético