Este documento resume um livro sobre acesso aberto à ciência. O livro discute: 1) os fundamentos do movimento de acesso aberto, incluindo a Declaração de Budapeste; 2) os tipos de revistas científicas e repositórios de acesso aberto; 3) aspectos legais como licenças Creative Commons. O livro também examina as perspectivas dos cientistas como autores e leitores e as políticas para promover o acesso aberto.
2. Sobre o autor
. Catedrático da Faculdade de Biblioteconomia
e Documentação da Universidade de Barcelona.
. Licenciado em Filosofia, diplomado em Biblioteconomia
e Documentação e doutor em Ciências da Informação.
. Editor da revista BiD: textos universitários de biblioteconomia e
documentação.
. O âmbito de docência e de pesquisa são as tecnologias aplicadas à
documentação, em especial as publicações digitais.
3. Sobre o livro
. Publicado em 2012 pela Editorial UOC
(Coleção El Profesional de la Información).
. Estrutura:
. Apresentação
. Fundamentos
. Revistas científicas
. Repositórios
. Aspectos legais
. Os científicos
. Políticas de promoção
. Perspectivas de futuro
. Bibliografia
4. Sete mal entendidos sobre o acesso aberto
. O acesso aberto quer eliminar a revisão por pares (peer review)
. As revistas em acesso aberto não tem qualidade e nem são sustentáveis
economicamente
. Os repositórios contem material de pouca qualidade e não tem visibilidade
. O acesso aberto é uma maneira de esquivar-se dos direitos de autor
. Os científicos não estão interessados e nem motivados pelo acesso aberto
. Não há interesse em se promover o acesso aberto
. O acesso aberto tem uma presença residual na comunicação científica
APRESENTAÇÃO
5. Referenciais
Este livro possui um caráter de divulgação do acesso aberto.
Entre os principais teóricos dedicados ao estudo do acesso aberto:
- Peter Suber: professor em Stanford e autor dos textos mais citados sobre
o conceito de acesso aberto;
- Jean-Claude Guedón: professor na Universidade de Montreal que analisa
os aspectos sociológicos;
- Steven Harnad: da Universidade de Southampton e criador do diretório
ROAR;
- John Willinsky: impulsor do Public Knowledge Project.
APRESENTAÇÃO
6. . O cadeado que abre duas portas: a econômica e a jurídica.
. Mudança no modelo de funcionamento da comunicação
científica. Uma mudança de paradigma, uma revolução que
quer modificar o sistema de comunicação da ciência.
“Open access literature is digital, online, free of charge, and
free of most copyright and licensing restrictions”
(SUBER, 2006).
FUNDAMENTOS
7. Declaração de Budapeste (2002)
“Uma velha tradição e uma nova tecnologia convergem para tornar possível
um bem público sem precedentes. A velha tradição é a vontade dos científicos
e acadêmicos de publicar os frutos de suas pesquisas em revistas científicas
sem custo algum, somente pelo bem da pesquisa e pela difusão do
conhecimento. A nova tecnologia é a Internet.
O bem público que ambas tornam possível é a distribuição digital a todo o
mundo da literatura científica revista por pares assim como o acesso
totalmente livre e sem restrições a todos os científicos, acadêmicos,
professores, estudantes e outras pessoas interessadas.”
FUNDAMENTOS
9. Cronologia
FUNDAMENTOS
1991: WWW, arXiv
1997: SciELO, RePEC, SPARC
1999: OAI, BioMed Central,
UNESCO Declaration
Antes
de
2000
2000 2001 2002 2003 2004
PubMed Central
Eprints
United Nations, Economic and
Social Council Declaration
PLoS Open letter
OAister, CC, RoMEO Project,
DSpace, OJS, Budapest
Declaration, IFLA Internet
Manifesto
FEDORA, DOAJ, PLoS Biology,
Bethesda Statement, Berlin
Declaration
SHERPA/RoMEO, Hybrid
Journal programa, OECD
Delcaration, IFLA Statement
10. Cronologia
FUNDAMENTOS
Science Commons, ROAR
2005 2006 2007 2008 2009 2010
Driver, OpenDOAR,
SHERPA/JULIET, PLoS One,
SPARC Author’s Addendum
UKPMC
OASPA, US NIH Mandate,
Harvard University OA Mandate
PMC Canada, COAR, OpenAIRE
Declaración de Alhambra
11. Vantagens do OA
- Crescimento do uso e do impacto;
- Melhoria na qualidade da pesquisa;
- Redução de custos.
FUNDAMENTOS
Benefícios do OA
- Transferência direta de conhecimento para a sociedade;
- Rompe as barreiras entre países ricos e pobres;
- Permite visualizar o investimento público realizado em pesquisa.
12. Origens
As primeiras revistas científicas nascem em 1991: Surfaces (Jean-Claude
Guedón) e Psycoloquy (Stevan Harnad).
A Public Library Science (PLoS) consegue dar um grande impulso no contexto,
em 2003, com a publicação da sua primeira revista, PLoS Biology.
A fonte mais completa e confiável para saber o número de periódicos
existentes é o Ulrich’s periodicals directory (92 mil). Exclusivamente em acesso
aberto, a melhor fonte é o Directory of Open Access Journal (DOAJ) (7.400).
REVISTAS CIENTÍFICAS
13. REVISTAS CIENTÍFICAS
ELITE
PEER REVIEW
SEM REVISÃO
Revistas indexadas na Web of Science (10
mil) e na Scopus (19 mil).
Revistas revisadas por pares para
assegurar a qualidade (34 mil).
Revistas que trabalham mais com
divulgação do que com pesquisa, sem
revisão (39 mil).
14. REVISTAS CIENTÍFICAS
POSIÇÃO PAÍS TÍTULOS
1ª Estados Unidos 1345
2ª Brasil 664
3ª Reino Unido 529
4ª Espanha 401
5ª Índia 374
6ª Alemanha 242
7ª Canadá 225
8ª Romênia 217
9ª Itália 195
10ª Turquia 181
Principais países editores de revistas em
acesso aberto (DOAJ, 2012)
15. Tipologias
- Gratuitas e livres para autores e leitores
- Caso da maioria das revistas em acesso aberto
- Pagar para publicar
- Autor que quiser publicar precisa pagar para tal
- Paga para publicar em revista comercial
- Semelhante com o caso acima, mas que exigem o pagamento de uma
assinatura da revista
- Acesso gratuito
- Conteúdo gratuito após um período de tempo da publicação
REVISTAS CIENTÍFICAS
16. Origem
No início do movimento de acesso aberto, os “arquivos de eprints” e os
“arquivos abertos” viriam a se configurar depois como os atuais repositórios.
Um repositório é um espaço na web que recolhe, preserva e difunde a
produção acadêmica de uma instituição (ou de uma disciplina científica),
permitindo o acesso aos objetos digitais e aos seus metadados.
Contém textos completos, com acesso aos metadados de maneira
interoperável.
Podem ser institucionais ou temáticos.
REPOSITÓRIOS
17. Origem
No início do movimento de acesso aberto, os “arquivos de eprints” e os
“arquivos abertos” viriam a se configurar depois como os atuais repositórios.
Um repositório é um espaço na web que recolhe, preserva e difunde a
produção acadêmica de uma instituição (ou de uma disciplina científica),
permitindo o acesso aos objetos digitais e aos seus metadados.
Contém textos completos, com acesso aos metadados de maneira
interoperável.
Podem ser institucionais ou temáticos.
Armazenam artigos, recursos docentes, objetos de aprendizagem, livros,
vídeos...
REPOSITÓRIOS
18. Aspectos tecnológicos
- Fundamental intercambiar dados entre outros repositórios ou outros
sistemas (interoperabilidade);
- Protocolo OAI-PMH: peça fundamental para permitir a interoperabilidade.
REPOSITÓRIOS
Serviços de recoleções
- BASE: 30 milhões de documentos de mais de 2.500 repositórios;
- OAIster: produto da OCLC com mais de 25 milhões de registros;
- Recolecta: facilita o acesso aos conteúdos acadêmicos de repositórios
espanhóis.
19. Números
- Segundo ROAR, mais de cem países tem repositórios sendo encabeçados
por Estados Unidos (15%), Reino Unido (9%), Alemanha (7%), Japão (6%) e
Espanha (4%);
- 3 em cada 4 repositórios são de artigos de periódicos;
- 60% dos repositórios são de teses, working papers, livros e anais;
- Tipologias menos frequentes: softwares, patentes e objetos de
aprendizagem.
- DSpace é o software dominante (40-45%), seguido do ePrints (15-18%).
REPOSITÓRIOS
20. Direitos de autor
Direitos morais: reconhece a autoria sem prazo de validade.
Direitos de exploração: possui um prazo de validade (em torno de 70 anos após
morte do autor) em cima da criação. Podem ser direitos de: reprodução,
distribuição, comunicação pública e de adaptação.
ASPECTOS LEGAIS
Licenças abertas
Copyleft: garante a cópia, modificação, reprodução e distribuição do trabalho,
garantindo o mesmo tipo de licença entre os usuários do material.
CreativeCommons: estabelece um conjunto de textos legais que servem para
que o autor possa ter alguns direitos sobre sua criação. Possui 4 elementos
básicos: de reconhecimento, de uso não-comercial, compartilhar igual e sem
obra derivada.
22. OS CIENTÍFICOS
A Síndrome de Dr. Jekyll e Mr. Hyde
Enquanto leitores, os autores preferem as fontes
de acesso aberto e desejam a quebra de barreiras.
Enquanto autores, estão preocupados em publicar
em revistas de alto impacto sem que o copyright,
preço ou difusão das mesmas sejam relevantes no
momento da escolha.
23. O que pensam: comportamento como leitor
- Reconhecem cada vez mais o modelo de acesso aberto, inclusive
manifestando apoio.
- As revistas em acesso aberto poderiam beneficiar suas áreas de pesquisa.
- Destaque para algumas qualidades: bem à comunidade, benefício
econômico, acessibilidade, acesso online.
ASPECTOS LEGAIS
24. O que fazem: comportamento como autor
Por que não publicam em revistas?
- Falta de financiamento para o pagamento de submissão dos artigos.
- Qualidade das revistas científicas.
- Acessibilidade, desconhecimento ou falta de hábito.
Por que não depositam em repositórios?
- Dúvidas sobre infringir direitos autorais.
- Receios sobre a qualidade do espaço.
- Temor ao plágio.
- Muitos trâmites
ASPECTOS LEGAIS
25. Uma política que impulsione o acesso aberto tem que contemplar um
conjunto amplo de mecanismos de intervenção que podem ser a criação de
infraestruturas e prestação de serviços, a comunicação e difusão, o incentivo
econômico, a coordenação institucional assim como a regulamentação.
Alguns exemplos que tem suas próprias políticas: Southampton, Queensland
e Victoria, Harvard, MIT, Yale, Princeton, Stanford.
Espanha: Comunidade de Madrid aprovou em 2008 a obrigatoriedade de
depósito em acesso aberto de publicações oriundas de projetos de pesquisa
financiados. Desde 2009, 7 mandatos de acesso aberto requerem o depósito
de todas as publicações, não somente com financiamento.
POLÍTICAS DE PROMOÇÃO
26. Em meio a tantos impasses apresentados no decorrer do livro, tem se
percebido que o acesso aberto está se consolidando.
Um paradigma não se constrói do dia para a noite.
PERSPECTIVAS DE FUTURO