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Sobre a obra analisada
CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia? São Paulo: Brasiliense,
2008.
______________________________________________________

Descritivamente, o texto “O que é Ideologia”, além de ser de fácil
compreensão, se utiliza duma linguagem pouco rebuscada, o que

Daiana Paula de Ávila

facilita

Universidade do Contestado – UnC-Concórdia
Sistemas de Informação – 8ª Fase - 2013

o

discernimento

do

mesmo

após

uma

primeira

leitura.Estruturalmente, ele está divido em cinco grandes tópicos:
Começando nossa conversa: onde a autora aponta os erros mais
corriqueiros que nos deparamos ao diferenciar Ideologia de um
ideário qualquer;

Esta síntese visa entender e explicar a gênese e a transformação
da Ideologia como, dentre outros, uma maneira encontrada pelas
classes dominantes (nos níveis intelectual e material) de perpetuar
seu poder, através de explorações que abrangem várias camadas
da sociedade. E, ao mesmo tempo em que se perpetua essa
dominação, as classes poderosas fazem com que ela não seja
percebida por aqueles que são dominados, gerando, assim, a
alienação dos menos favorecidos.
Estudar o processo da formação ideológica nos vários períodos
contidos no texto de Marilena é entender o quão longe o ser
humano pode chegar naquilo que diz respeito à busca pelo poder.

Partindo de alguns exemplos: parte essencial do texto em que são
apontados exemplos e citações onde a Ideologia figurou ao longo
dos tempos;
Histórico do termo: aponta os processos que a Ideologia e suas
várias concepções passaram, desde as primeiras citações e
compreensões até períodos mais recentes;
A concepção marxista de ideologia: analisa o que Marx(e, muitas
vezes,Engels), através de seus livros, entendiam por Ideologia,
tendo como base a luta de classes; e
A ideologia da competência: demonstra que a Ideologia da
competência(como ficou conhecido o processo em que a
competência é o catalisador da divisão social do trabalho – logo,
uma grande Ideologia)ganhou força a partir do momento em que os
sindicatos passaram a seorganizarmelhor, dentre outros.
Sobre a autora

Partindo de alguns exemplos

Marilena de Sousa Chauí é filósofa, professora de Filosofia Política

Movimento para entender a realidade

e História da Filosofia Moderna da Faculdade de Filosofia, Letras e

Uma das principais preocupações do pensamento ocidental nasce

Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP).

com aFilosofia, na Grécia antiga, em seu questionamento: por que
as coisas se “movem”?

Análise da obra

Por movimento, os gregos entendiam:
Toda mudança qualitativa de um corpo qualquer;

Começando nossa conversa

Toda mudança quantitativa de um corpo qualquer;
Toda mudança de lugar ou locomoção de um corpo qualquer;

A autora, de pronto, alerta sobre as expressões “Partido Político

Toda geração e corrupção dos corpos.

ideológico”, “é preciso ter uma Ideologia”, “falsidade ideológica” e

Logo, movimento, para um grego da antiguidade, é toda e qualquer

outras

alteração de uma realidade, seja ela qual for.

expressões

desse

tipo

que

dão,

erroneamente,

à

palavraIdeologiao significado deconjunto sistemático e interligado
de ideias, ou seja, uma concepção vaga à sua realidade. O que,

A teoria da causalidade

consequentemente, faz com que seja confundido comideário, ou

Aristóteles, discípulo dePlatão(e, este por sua vez, discípulo

seja, um ideário qualquer.A proposta do texto é justamente mostrar

deSócrates)afirmou que só há conhecimento da realidade quando

que a Ideologia é um ideário histórico, social e político que oculta a

há conhecimento da causa.

realidade, e que esse ocultamente é uma forma de assegurar e

Para tornar possível o conhecimento, elaborou a teoria da

manter a exploração econômica, a desigualdade social e a

causalidade outeoria das quatro causas:

dominação política.

Causa material: aquilo de que algo é feito;
Causa formal: aquilo que algo é, sua essência;
Causa motriz(ou eficiente): agente que dá forma à matéria; e
Causa final: aquilo que dá sentido à sua existência.

uma concepçãometafísicaque explica os fenômenos naturais e

Para entender melhor a teoria aristotélica, vamos aoexemplo da

humanos.

mesa de madeira:
Objeto: mesa de madeira; causa material: madeira; causa formal:

Relação entre teoria da causalidade e os mundos antigo (grego) e

propriedades e aspectos que fazem desse pedaço de madeira ser

medieval

uma mesa e não outra coisa; causa motriz: carpinteiro; e causa

Tendo em vista que a sociedade é escravista e a medieval é

final: servir de base/apoio para objetos (ou pessoas) etc.

feudalista, a causa da teoria aristotélica que corresponde o cidadão

Aspecto fundamental da teoria: as quatro causas não possuem o

ou o senhor é a causa final, ou seja, o motivo pelo qual alguma

mesmo valor; são hierarquizadas, indo da mais inferior à mais

coisa é feita é justamente aquele a quem essa coisa se destina.

superior. Logo, para entender a realidade é preciso conhecer, por

Por isso, na teologia cristã, Deus é considerado a causa final do

ordem, as causas motriz, material, formal e final.

universo.

Agora, tendo como referência não um objeto, mas as ações

Já a causa correspondente ao escravo ou servo é a causa motriz,

humanas, a teoria da causalidade se distingue entre dois tipos de

ou seja, o trabalho pelo qual certa matéria receberá certa forma

atividades:

para servir ao uso ou desejo do senhor.

Atividade mecânica (poiésis): atividade caracterizada por uma
rotina mecânica(o que, para Marx, engendraria a alienação), onde

Teoria

o agente, a finalidade e a ação são diferentes e independentes; e

Logo, temos uma teoria geral para explicar a realidade e suas

Atividade ética e política (práxis): atividade inerente aos homens

transformações: transposição involuntária de relações sociais muito

livres, racionalistas e reflexivos de suas ações. Onde o agente, a

determinadas para o plano das ideias. Isso quer dizer que ao

finalidade e ação são idênticos, dependentes apenas da força

elaborar uma teoria, o teórico não pensa estar realizando essa

interior do agente. Logo, a práxis é superior àpoiésis.

transposição,

A teoria da causalidadeconsolida-se no Ocidente graças às filosofia

independentes de suas vivências histórica e social.

e teologia medievais. À primeira vista, a teoria da causalidade é

e

sim

estar

produzindo

ideias

verdadeiras,
Nisso, pode-se conceituar teoria como aquilo que revela – por meio

A Física moderna considera que a Natureza age de forma

de ideias – uma determinada realidade social e histórica, e o

mecânica, ou seja, como um sistema de relação de causa e efeito.

teórico – pensador – pode ou não estar consciente disso.

Logo, não há causas finais na Natureza, e sim causa motriz.
Por outro lado, a metafísica, além da causa motriz, preserva-se
também a causa final, pois se refere a toda ação voluntária e livre,

Produzindo uma ideologia

ou seja, refere-se à ação de Deus e à dos homens. Logo, a

Quando o pensador sabe que suas ideias estão enraizadas na

Natureza distingue-se de Deus e dos homens, enquanto espíritos,

história, espera que elas ajudem a compreender a realidade de

porque a primeira se baseia em leis necessárias e impessoais, e a

onde foram engendradas. Todavia, quando não percebe a raiz

segunda constitui o reino da finalidade e da liberdade.

histórica de suas ideias e imagina que elas serão verdadeiras para

Nisso, a física da Natureza consiste naquilo que é “necessário”, ou

todos os tempos e lugares, corre o risco de estar apenas

seja, naquilo que é como é, e não pode ser diferente disso; e a

produzindo uma Ideologia.

metafísica consiste naquilo que é “livre”, ou seja, é como é por

Uma das características fundamentais da Ideologia é tomar as

escolha, pois poderia ser diferente se a escolha fosse outra.

ideias como independentes da realidade histórica e social, quando

O pensamento moderno foi um grande progresso teórico, pois

na verdade é essa realidade que torna compreensíveis as ideias e

ajudou no desenvolvimento da Física como ciência, uma vez que

a capacidade ou não para explicar a realidade.

eliminou as causas finais e as explicações antropomórficas(atribui
a Deus uma forma humana) do plano da Natureza.

Teoria da causalidade e o pensamento moderno
Com

os

trabalhos

sobreFísica,

elaborados

Outro grande impacto da Física moderna foi explicar o corpo
porGalileu

humano como um corpo natural, ou seja, movido apenas pela ação

Galilei,Francis Bacon,Descartese outros, nos séculos XVI e XVII, o

da causalidade, como uma máquina que opera sem a intervenção

pensamento moderno reduziu as quatro causas para apenas duas:

da vontade e da liberdade.

amotrize afinal. Dando, assim, à palavra “causa” o sentido que hoje
lhe é empregado, ou seja, ação que produz um efeito determinado.
Logo, a causa produz o efeito e não simplesmente responde a ele.

O homem, o trabalho e a modernidade
Nesse limiar entre a física e a metafísica, e tendo a teoria como

homemburguês.

Ou

do

homem

que

valorizado

pelaética

grande catalisador, surge o homem como um ser mais peculiar.

protestante: ele vale por seu esforço perante Deus. Nessa

Peculiar tanto por seu corpo(que é uma máquina natural)que

concepção, surge ohomem moderno, que trabalha, poupa e investe

obedece à causa motriz, quanto por sua vontade(ou espírito, onde

sua poupança em mais trabalho.

a vontade habita)que é uma liberdade que age visando fins

No entanto, a nova sociedade é constituída por outro homem livre;

escolhidos livremente.

outro moderno trabalhador livre: oproletário. Ele é um trabalhador

Se do lado da natureza não há mais hierarquia de seres e de

livre que não é nem meio de produção(como era na Antiguidade)e

causas, do lado humano a hierarquia reaparece porque a causa

também não possui seus próprios meios de produção(como na

final é superior ou mais valiosa que a motriz: o espírito vale mais

Idade Média).

que o corpo(uma vez que seu corpo serve a fins escolhidos por sua

Logo, o homem livre moderno é dividido em dois tipos de homem:

vontade).

o burguês e o trabalhador.

O homem livre é, portanto, um ser universal que se caracteriza

Tendo em vista que o capital só se acumula e se reproduz se

pela união de um corpo mecânico e de uma vontade finalista.

houver exploração do trabalho, e que também é preciso distinguir

Mas, então, qual seria a manifestação por excelência desse

duas fases do trabalho:

homem livre? Qual seria a atividade na qual sua vontade subordina

Trabalho visto pelo burguês: como expressão de sua vontade livre

seu corpo para obter um certo fim? A resposta está naquela

e dotada de fins próprios; e

atividade em que os antigos e medievos desprezavam: otrabalho.

Trabalho realizado pelo trabalhador: como relação da máquina com

No mundo moderno, o trabalho aparece como uma das expressões

as máquinas sem vida.

privilegiadas do homem como ser natural e espiritual.
Tal passagem destatusdo trabalho se deve ao surgimento de uma

Todos os exemplos dados são exemplos de ideários quaisquer e

nova sociedade, em que desponta a imagem do homem que

não ideologia

valoriza a si mesmo por ter adquirido poder econômico e que

Vê-se nesses exemplos como ideias que parecem resultar do puro

começa a adquirir poder político e prestígio social graças à sua

esforço intelectual e sem qualquer enraizamento das condições

capacidade

histórica e social, são expressões dessas condições reais, ou seja,

de

trabalhar

e

poupar.

Surge

também

o
tais ideias tentam explicar a realidade sem perceber que são elas

É tratar a história como o modo em que homens determinados em

que precisam ser explicadas pela realidade social e histórica.

condições determinadas criam os meios e as formas de sua
existência social, reproduzem ou transformam essa existência que

O real, o empirismo e o idealismo e a história

é econômica, política e cultural. Logo, a história é apráxis; o real.

Orealnão é constituído por coisas. O que nossa experiência direta

Um exemplo de Ideologia é dado pela autora: numa sociedade

da realidade nos leva a imaginar do real é que ele é feito de coisas

dividida em classes, na qual uma das classes explora e domina a

ou entes reais(formas de nossas relações com a natureza,

outra, as explicações ou ideias(pelas quais precisam explicar e

mediadas por nossas relações sociais; são seres culturais

compreender sua própria vida individual, social, suas relações

dependentes de nossa sociedade). Porém, ao contrário disso,

sociais)serão produzidas e difundidas pela classe dominante para

afirmar que o real é constituído por ideias também é errado porque

legitimar e assegurar seu poder econômico, social e político. Por

se fizermos isso, estaríamos na Ideologia em estado puro.

esse motivo, essas ideias tenderão a esconder dos homens o

Têm-se também duas formas de analisar a realidade: através

modo real como suas relações sócias foram produzidas e a origem

doempirismoe doidealismo.

das formas sociais de exploração econômica e de dominação

O empirismo considera a realidade um dado coletado dos sentidos.

política. Esse ocultamente da realidade social se chamaIdeologia.

Enquanto o idealismo a considera um dado da consciência.

No entanto, uma Ideologia não possui um poder absoluto que não

O real não é um dado sensível e nem intelectual, e sim um

possa ser quebrado e destruído. Quando uma classe social

processo que depende do modo como os homens se relacionam

compreende sua própria realidade, pode organizar-se para quebrar

entre si e com a natureza, ou seja, das relações sociais.

uma

Pois é justamente das relações sociais que precisamos partir para

transformar a sociedade.

Ideologia(através

compreender porque os homens agem e pensam de maneiras
determinadas. Trata-se também de compreender a própria origem

Histórico do termo

das relações sociais e de suas diferenças temporais, de encará-las
como processos históricos.

Origem do termo ideologia

de

uma

revolução,

reforma

etc.)e
O termo Ideologia surge na França em 1801 no livro “Elementos de

Ideologia, essa tenebrosa metafísica(…). Com isso, Bonaparte

Ideologia”, deDestutt De Tracy. Ele, juntamente com outros

invertia a imagem dos ideólogos.

pensadores, pretendia elaborar uma ciência da origem das ideias,

O curioso é que a acusação de Bonaparte é infundada com relação

tratando-as como fenômenos naturais que exprimem a relação do

aos ideólogos franceses, mas não o seria se se dirigisse aos

corpo humano com o meio ambiente.

ideólogos alemães, tão criticados por Marx(para ele, o ideólogo é

Esse grupo era antiteológico, antimetafísico e antimonárquico.

aquele que inverte as relações entre as ideias e o real).

Eram críticos à toda explicação sobre uma origem invisível e

Assim, a Ideologia passou de uma ciência natural da aquisição das

espiritual das ideias humanas. Eram materialistas, ou seja,

ideias calcadas sobre o próprio real para designar – daí em diante

admitiam apenas causas naturais físicas para as ideias e as ações

– um sistema de ideias condenadas a desconhecer sua relação

humanas.

concreta com a realidade.

Contra a educação religiosa e metafísica, De Tracy propõe o
ensino das ciências físicas e químicas para “formar um bom

A ideologia para o positivismo

espírito”, ou seja, uma inteligência capaz de observar, decompor e

O termo Ideologia voltou a ser empregado com seu sentido

recompor os fatos sem se perder em várias especulações

próximo ao do grupo francês pelo filósofoAuguste Comteem seu

abstratas ou teológicas. Ele via a monarquia como maquinação

livroCurso de filosofia positiva.

entre poder político e religioso, uma vez que o rei recebia o poder

A Ideologia possui, agora, dois significados: (i) tentava estudar a

diretamente de Deus, e por isso, podia exigir obediência total dos

formação das ideias pelas relações sociais; e (ii) passa a significar

súditos.

também o conceito de ideias de uma época, tanto como “opinião

No livro “Influências do moral sobre o físico”, o médico Cabanis

geral” quanto elaboração teórica dos pensadores dessa época.

procura determinar fisiologicamente a influência do cérebro sobre o
resto do organismo.

Comte elabora uma explicação da transformação do espírito

O sentido pejorativo dos termos Ideologia e ideólogos veio de uma

humano, onde a humanidade passa por três fases sucessivas: fase

declaração deNapoleão Bonaparteque, num discurso ao Conselho

teológica(os homens explicam a realidade através de ações

de Estado em 1812, declarou:(…) devem ser atribuídos à

divinas), fase metafísica(os homens explicam a realidade por meio
de princípios abstratos)e fase positivista ou científica(etapa final do

Como se sabe, o filósofo francês quer criar a sociologia como

progresso humano na qual os homens explicam a realidade

ciência, na qual os fatos sociais estudados são desprovidos de

através de leis gerais e necessárias).

interpretações subjetivas. Separando-se, assim, os sujeito e objeto

Assim, cada fase do espírito humano leva-o a criar um conjunto de

do conhecimento.

ideias para explicar a totalidade dos fenômenos naturais e

Aqui, o ideológico é uma sobra de ideias antigas, pré-científicas.

humanos.

Durkheim

No pensamento positivista, o conhecimento teórico tem como

subjetivos.

considera

essas

ideias

preconceitos

inteiramente

finalidade a previsão científica dos acontecimentos para oferecer à
Concepção marxista da ideologia

prática um conjunto de regras e normas.
A

concepção

positivista

da

Ideologia(como

conjunto

de

conhecimentos teóricos)possui três consequências principais:

A ideologia alemã

Define ateoriade tal modo que a reduz à mera organização

EmA Ideologia alemã, Marx caracteriza a Ideologia e tem como

sistemática e hierárquica de ideias;

objetivo um pensamento alemão posterior aHegel.

Estabelece uma relação autoritária entre teoria(que manda porque

Marx não separa as condições sociais e históricas da produção das

possui as ideias)e a prática(que obedece porque é ignorante); e

ideias em que são produzidas. Ele distingue o tipo de Ideologia

Concebe a prática como um simples instrumento que aplica

produzido pelos pensadores franceses (Ideologia política e

automaticamente regras, normas e princípios vindos da teoria.

jurídica), ingleses (econômica) e alemães (filosófica).

Essa concepção da prática leva à suposição de uma harmonia

Se falarmos em Ideologia geral e Ideologia geral burguesa, as

entre teoria e ação.

formas

dessa

Ideologia

encontram-se

determinadas

pelas

condições sociais em que se encontram os diferentes pensadores
A ideologia de Durkheim

burgueses.

Reencontramos o termoideológicono livroAs regras do método

Marx dirige duas críticas principais aos ideólogos alemães:

sociológico, deDurkheim.
Eles tiveram a pretensão de acabar com o sistema hegeliano,

Não pensa a história como uma sucessão de causas e efeitos, mas

criticando apenas um aspecto da filosofia de Hegel em vez de fazê-

um processo dotado de uma força que produz os acontecimentos.

lo como um todo; e

Essa força é acontradição; e

Eles tomaram um aspecto da realidade humana e passaram a

Pensa a história como processo contraditório unificado em si

deduzir todo o real a partir desse aspecto idealizado.

mesmo e por si mesmo, plenamente racional e compreensivo.
Combate a história do Espírito, que começa manifestando-se na

História dos homens

produção de obras culturais;

Para Marx, se quisermos compreender a Ideologia alemã, é

Pensa a história como reflexão. Reflexão no sentido natural em

preciso sair da Alemanha e fazer umas considerações gerais sobre

que o raio luminoso retorna na direção da sua fonte luminosa, ou

o fenômeno da Ideologia.A Ideologia é uma concepção distorcida

seja, volta à sua origem. Nesse sentido, o Espírito “sai para fora de

da história dos homens.

si”, criando a Cultura e “volta para dentro de si”, reconhecendo sua

Marx concebe a história como um conhecimento dialético e

obra;

materialista da realidade social.

Procura dar conta do fenômeno da alienação. Alienação no sentido

Dentre as várias fontes dessa concepção, encontra-se a filosofia

de que o Sujeito não se reconhecer como produtor das obras e

hegeliana, que Marx criticava, mas conservava em aspectos

como sujeito da história;

essenciais por ele. Eis alguns aspectos da obra hegeliana:

Diferencia o modo como uma realidade aparece e o modo como é

É um tratado filosófico para compreender a origem e o sentido da

produzida

realidade como Cultura(relações sociais);

Esses vários aspectos do pensamento hegeliano constituem

Define a Cultura pelos movimentos de exteriorização(manifestado

adialética, ou seja, a história é o movimento de posição, negação e

nas obras que produz)e de interiorização(compreende as obras

conservação das ideias, e essas ideias são a unidade do Espírito

como parte de si)do Espírito;

(Cultura).

Revoluciona o conceito de história por três motivos:
Não pensa a história como sucessão contínua de fatos no tempo,
mas como um movimento dotado de força interna;

Da dialética hegeliana à materialista
Da concepção hegeliana, Marx conserva o conceito de dialética

Os homens se distinguem dos animais porque produzem as

como movimento interno de produção da realidade cujo motor é a

condições de sua própria existência material e espiritual. A divisão

contradição. Porém, demonstra que a contradição não é a do

social do trabalho não é uma simples divisão de tarefas, mas a

espírito, mas a de homens em condições históricas e sociais reais

manifestação de algo fundamental na existência histórica.

chamadasluta de classes.

A divisão social do trabalho origina e é originada pela desigualdade

A história é: a história do mundo real e como os homens reais

social ou pela forma da propriedade. As ideias nascem da atividade

produzem suas condições reais de existência.

material.

Marx também conserva a afirmação de que a realidade é história e

A forma inicial da consciência é a alienação, e, por causa disso, a

por isso é reflexiva. Mas aí surge um problema: como colocar

Ideologia será possível: as ideias serão tomadas como anteriores

reflexão na matéria? É que a matéria que Marx fala não é aquela

àpráxis, como um poder espiritual autônomo que comanda a ação

física ou química e sim amatéria social(relações de produção), cujo

material dos homens.

sujeito não é mais o Espírito e sim as classes sociais em luta, e

A divisão social do trabalho torna-se completa quando o trabalho

cuja dialética é o trabalho material propriamente dito.

material e o espiritual separam-se. Nasce agora a Ideologia

Conserva também o conceito de alienação, porém modificado da

propriamente dita, ou seja, o sistema ordenado de ideias e das

concepção hegeliana: a alienação é dos homens reais em

normas e regras como algo separado e independente das

condições reais.

condições materiais.

As relações sociais de trabalho aparecem como relação material

Logo, Marx e Engels consideram três aspectos que são

entre sujeito humano e como relação social entre coisas.

condiçõessine qua nonpara que haja história: força de produção,
relações sociais e consciência. Tais condições entram em

Divisão social do trabalho, nascimento das ideologias e o estado

contradição como resultado da divisão social do trabalho material e

Marx e Engels determinam o surgimento das Ideologias no instante

intelectual.

em que a divisão social do trabalhosepara o trabalho material de

Foi instalada para a própria consciência imediata dos homens a

trabalho intelectual.

percepção da desigualdade social: uns pensam, outros trabalham;
uns consomem e outros produzem e não podem consumir os

de ultrapassar essas divisões e as contradições depende de

produtos de seu trabalho.

pressupostos práticos e não teóricos. São eles:

Outra contradição surge entre os interesses de um indivíduo e os

Surgimento da massa da humanidade como massa inteiramente

interesses coletivos. Pois onde houver propriedade privada, não

destituída de propriedade; e

pode haver interesses sociais comuns.

É preciso que o modo de produção capitalista tenha se tornado um

O Estado toma forma autônoma a partir do interesse coletivo

processo histórico mundial para que uma revolução plena possa

contido na relação de contradição com o interesse particular. Mas

efetuar-se.

como quem rege os pensamentos de uma sociedade é a classe

Sem as condições materiais da revolução, é inútil aideiade

dominante, o Estado é a forma pela qual os interesses da parte

revolução. Mas sem a compreensão intelectual dessas condições

mais forte e poderosa da sociedade ganham a aparência de

materiais, a revolução permanece como um horizonte desejado,

interesse de toda sociedade.

sem encontrar práticas que a efetive.

O Estado é uma comunidade ilusória; é a expressão política da
sociedade civil enquanto dividida em classes; é a vitória de uma

Sociedade civil, alienação, práxis social, teoria e prática

parte da sociedade sobre outras. O Estado realiza sua função

A história não é o desenvolvimento das ideias, mas o das focas

apaziguadora

produtivas, a luta de classes.

e

reguladora

da

sociedade

através

de

um

mecanismo impessoal que são as leis ou o Direito Civil.

A sociedade civil é o palco onde se desenvolve a história. É o

Está aberto o caminho para a Ideologia política que explicará a

sistema de relações sociais que se organizam na produção

sociedade através das formas dos regimes políticos(aristocracia,

econômica, nas instituições sociais e políticas, e que são

monarquia, democracia, tirania, anarquia) e que explicará a história

representadas por um conjunto sistemático de ideias jurídicas,

pelas transformações do Estado(passagem de um regime político

religiosas, políticas etc. É o lugar onde a família, igrejas, escolas

para outro).

etc. e o conjunto das relações sociais são pensadas por meio das

A divisão social é uma situação que não será superada por meio

ideias. A sociedade civil não éA Sociedade, ou seja, uma espécie

de teorias, mas pelas relações sociais de produção e suas

de grande indivíduo coletivo feito de partes ou órgãos funcionais

representações pensadas. Assim, a transformação histórica capaz

que ora estão em harmonia ora em crise, e sim uma das grandes
ideias da Ideologia burguesa para ocultar o fato de que a

Diferentemente do que pensavam os positivistas, a relação entre

sociedade civil é a produção e reprodução da divisão em classes e

teoria e prática é uma relação simultânea e recíproca, por meio da

é também luta de classes.

qual a teoria nega a prática como um fato dado, para revelá-la com

Práxis social significa:

práxis social (atividade socialmente produzida e produtora da

Que as classes sociais não estão feitas e acabadas pela

existência social).

sociedade, mas estão se fazendo umas às outras por sua ação, e

A prática, por sua vez, nega a teoria como um saber separado e

esta ação produz o movimento da sociedade civil; e

autônomo que comandaria de fora a ação dos homens. E negando

Que o conjunto das práticas sociais faz dos indivíduos membros de

a teoria, a prática faz com que a teoria se descubra como

uma classe social. O sujeito da história são as classes sociais.

conhecimento das condições reais de prática existente, de sua

Marx e Engels mostram que as relações dos indivíduos com sua

alienação e transformação.

classe são relações alienadas. Que a Ideologia não é processo
subjetivo consciente, mas um fenômeno objetivo e subjetivo

A ciência da história e a ideologia

involuntário produzido pelas condições da existência social dos

Marx e Engels afirmam que conhecem um único tipo de saber: a

indivíduos.

ciência da história.

A Ideologia burguesa, através da sociologia, transforma em ideia

Toda concepção histórica, até o momento, ou tem emitido

científica essa coisa chamada classe social, estudando-a como um

completamente a base real da história ou a tem considerado algo

fato e não como resultado da ação do homem. É aí que se dá a

secundário, sem qualquer conexão com o curso da história, os

alienação

historiadores apontam apenas a finalidade dos fatos, nem os

do

trabalhador:

não

se

reconhece

como

ser

transformador e sim como um ser vinculado à uma classe. A

analisam e nem os explicam.

Ideologia burguesa produzirá ideias que confirmem essa alienação.

Na medida em que as forças reais(que explicam o processo de

E mais: a alienação é o processo social como um todo que não é

surgimento de um acontecimento) permanecem ocultas, o

produzido por um erro da consciência que se desvia da verdade,

historiador-ideólogo inventa causas e finalidades que acabam

mas é o resultado da própria ação do social dos homens. Não é a

convertendo a história numa entidade autônoma que usa os

crítica, mas a revolução a força motriz da história.
homens como meros instrumentos. Estamos diante daideiada

A classe dominadora só poderá manter seus privilégios se dominar

história.

politicamente e se dispuser de instrumentos para essa dominação.

Dessa forma, não só os acontecimentos históricos são explicados

Esses instrumentos são o Estado e a Ideologia.

de modo invertido (o fim explica o começo), mas tal explicação

Por sua vez, o grande instrumento do Estado é o Direito, auxiliado

ainda permite que a classe dominante justifique suas ações.

pela Ideologia. Vejamos: o papel do Direito é fazer com que a

A história é também o processo de dominação de uma parte da

dominação não seja tida como uma violência, mas como legal e

sociedade sobre todas as outras.

ser, por isso, aceita. A lei é direito do dominante e o dever é dever

A Ideologia é um dos meios usados pelos dominantes para exercer

do dominado. Porém, se o Estado e o Direito fossem vistos como

a dominação, fazendo com que esta não seja percebida como tal

realmente são, ou seja, como instrumentos para o exercício

pelos dominados.

consentido da violência, ambos não seriam respeitados, e os

Os seguintes aspectos tornam a Ideologia quase que incombatível:

dominados se revoltariam. A função da Ideologia consiste em

A separação entre trabalhadores e pensadores;

impedir essa revolta. Assim, a Ideologia substitui a realidade do

O fenômeno da alienação. Enquanto não houver um conhecimento

Estado pela ideia do Estado.

da história real; enquanto a teoria não mostrar o significado da

A maneira pela qual a classe dominante representa a si mesma se

prática imediata dos homens, a Ideologia se manterá; e

tornará a maneira como todos os membros dessa sociedade

A dominação de uma classe sobre as outras.

pensarão. Logo, a Ideologia é o processo pelo qual as ideias das

Logo, a Ideologia é resultado da luta de classes e tem por função

classes dominantes tornam-se ideias dominantes de todas as

esconder a existência dessa luta. E que o poder ou a eficácia da

classes sociais(de modo que a classe que domina no plano

Ideologia aumenta quanto maior for sua capacidade para ocultar a

material, domina também no plano espiritual).

origem da divisão social em classes e a luta de classes.

Para que as ideias de classe dominante cheguem às outras
classes, ela as distribui através da educação, religião, costume,

Ideologia como instrumento da dominação

meios de comunicação etc. As ideias de Ideologia são, portanto,
universais abstratas.
Os ideólogos são alguns membros das classes dominante e média

A divisão da sociedade em classes realiza-se como luta de

(aliada da primeira) que estão encarregados de transformar as

classes, como o conjunto de procedimentos usados pela classe

ideias da classe dominante em representações coletivas ou

dominante

universais.

procedimentos dos dominadas para diminuir ou destruir essa

O processo histórico real, para Marx e Engels, é o de que cada

dominação;

nova classe em ascensão e desenvolvimento precisa formular seus

A Ideologia esconde que nasceu da luta de classes para servir a

interesses de modo sistemático e precisa fazer com que tais

uma classe na dominação;

interesses apareçam como interesses de toda a sociedade.

A Ideologia deve transformar as ideias particulares da classe

para

manter

a

dominação,

e

com

todos

os

dominante em ideias universais, válidas igualmente para toda a
Principais determinações que constituem o fenômeno da ideologia

sociedade;

As principais determinações que constituem o fenômeno da

Por ser uma abstração, a Ideologia constrói uma rede imaginária

Ideologia são:

de ideias e de valores que possuem base real (a divisão social),

A Ideologia é resultado da divisão social do trabalho e, em

mas de tal modo que essa base seja reconstruída de modo

particular, da separação entre trabalho material/manual e trabalho

invertido e imaginário;

espiritual/intelectual;

A Ideologia é uma ilusão, necessária à dominação de classe

Essa separação estabelece a aparente autonomia do trabalho

(abstração e inversão);

intelectual face ao trabalho material;

A Ideologia permanece sempre no plano imediato do aparecer

Essa autonomia aparece como autonomia dos produtores desse

social;

trabalho, isto é, dos pensadores;

A Ideologia não é um reflexo do real na cabeça dos homens, mas o

Essa autonomia dos produtores aparece como autonomia dos

modo ilusório pelo qual representam o aparecer social como se tal

produtos desse trabalho, ou seja, das ideias;

aparecer fosse a realidade social;

Essas ideias são as ideias da classe dominante de uma época;

A Ideologia é produzida em três momentos fundamentais:

A Ideologia é um instrumento de dominação de classe;

Ela inicia-se, produzindo uma universalidade com base real para
legitimar a luta da nova classe pelo poder;
Ela prossegue, e populariza-se, torna-se um conjunto de ideias e

levar a cabo a crítica do próprio trabalho no modo de produção

de valores concatenados e coerentes; e

capitalista, em vez de desejarem virar força de trabalho.

Ela mantém-se mesmo após a vitória da classe emergente que se
torna classe dominante.

A ideologia da competência

Hegemonia e crise de Hegemoniaa

Organização, ideologia da competência e competência privatizada

Hegemonia, no sentido do texto, é o fenômeno de conservação da
validade das ideias e valores dos dominantes, mesmo quando se

EmA gênese da Ideologia na sociedade moderna, o filósofo

percebe a dominação e mesmo quando se luta contra a classe

francêsClaude Lefortobserva que houve mudança no modo de

dominante, mantendo sua Ideologia.

operação da Ideologia, desde meados do século XX.

Uma classe é hegemônica sobretudo porque suas ideias e valores

Sobretudo, a partir dos anos 1930 do século XX, houve uma

são dominantes, e mantidos pelos dominados até mesmo quando

mudança no processo social do trabalho: o trabalho industrial

lutam contra essa dominação (não há alienação);

passou

A crise de hegemonia só ocorre quando, além da crise econômica

comofordismoque consistia em a empresa controlar desde a

e política que afeta os dirigentes, há uma crise das ideias e dos

produção da matéria-prima até a distribuição comercial dos

valores dominantes, fazendo com que toda a sociedade, na

produtos. Com o fordismo, é introduzida uma nova prática das

qualidade de não-dirigente, recuse a totalidade da forma da

relações sociais, conhecida como aOrganização.

dominação existente.

As principais características da Organização eram:

Um exemplo disso são os movimentos feministas que reivindicam a

Afirmar que “organizar” é administrar, e queadministraré introduzir

igualdade de direito frente ao mercado de trabalho: defender a

racionalidade nas relações sociais;

igualdade no mercado detrabalho não é criticar a exploração

Ela será tanto mais eficaz quanto mais todos os seus membros se

capitalista do trabalho, mas é mantê-la, fazendo com que as

identificarem com ela e com os objetivos dela, fazendo de suas

mulheres tenham igual direito de serem explorados e de realizarem

vidas um serviço a ela que é retribuído com a subida na hierarquia

trabalhos alienados. Seria preciso que as mulheres pudessem

de poder; e

a

ser organizado

segundo

um

padrão

conhecido
Afirmar que uma Organização é uma administração científica

Se agora reunirmos a Organização, a “gerência científica”, a

racional que possui lógica própria e funciona por si mesma,

presença da ciência e da tecnologia no processo produtivo e no

independentemente da vontade e da decisão de seus membros.

trabalho intelectual, perceberemos que a divisão social das classes

No caso do trabalho industrial, a Organização introduz duas

está entre os que possuem poder porque possuem saber e os que

novidades: a primeira é a linha de montagem, é mais racional e

não possuem poder porque não possuem saber.

mais eficaz que cada trabalhador tenha uma função muito

Em vez de falarmos em Ideologia invisível, preferimos falar

especializada; a segunda, “gerência científica”, consiste em a

emIdeologia da competência, que oculta a divisão social das

Organização dividir e separar os que possuem tal conhecimento –

classes ao afirmar que a divisão social se realiza entre os

os gerentes e administradores. Com isso, a divisão social do

competentes e os incompetentes.

trabalho faz-se pela separação entre os que têm competência para

A Ideologia da competência realiza a dominação pelo prestígio e

dirigir e os incompetentes, que só sabem executar.

poder conferidos ao conhecimento científico e tecnológico. A

Examinando a maneira como o modelo da Organização se difunde

Organização é competente; os indivíduos e as classes sociais,

e se espalha por todas as instituições sociais e por todas as

incompetentes.

relações sociais, Lefort fala na Ideologia contemporânea como

Competência privatizadaé aquele discurso que ensina a cada um

a Ideologia invisível. Ou seja, enquanto que na Ideologia burguesa

de nós como nos relacionarmos com o mundo e com as pessoas.

tradicional, as ideias eram produzidas e emitidas por determinados

Isso explica, talvez, a proliferação dos livros de auto-ajuda, os

agentes sociais, agora parece não haver agentes produzindo as

programas de conselhos pelo rádio e pela televisão.

ideias, porque elas parecem emanar diretamente do funcionamento

A Ideologia da competência nos ensina, no cotidiano, na

da Organização e das chamadas “leis do mercado”.

organização escolar, na organização empresarial, etc. que só a

Hoje em dia, porém, não se trata mais de usar técnicas vindas da

competência no trabalho assegura felicidade e realização.

aplicação

das

ciências,

e

sim

de

usar

e

desenvolvertecnologias(fabricação de instrumentos de precisão
que interferem no próprio conteúdo das ciências).

Conclusão
A história nos é contada de “grandes homens”, “grandes feitos”,
“grandes progressos”, mas a Ideologia nunca nos diz o que são
esses “grandes”. Em quê sentido? Por quê? Em relação a quê?
Talvez, a Ideologia nos tenha trazido mais questionamentos do que
respostas.
No entanto, o saberhistórico nos dirá que esses “grandes” são os
“grandes e poderosos”, os dominantes, cuja “grandeza” depende
sempre da exploração e dominação dos “pequenos”.
Graças a esse tipo de história (que não analisa e não explica os
fatos), a Ideologia pode manter sua hegemonia mesmo sobre os
vencidos, pois estes interiorizam a suposição de que não são
sujeitos da história, mas apenas seus pacientes (alienados).
Somente uma prática política nascida dos explorados e dominados
e dirigida por eles próprios pode desmanchar a Ideologia.
É duma importância a crítica da Ideologia que consiste em
preencher as lacunas e os silêncios do pensamento e discurso
ideológicos, obrigando-os a dizer tudo que não está dito, pois
dessa maneira a lógica da Ideologia se desfaz e se desmancha,
ficando apenas os fatos “realmente reais”.

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O que é ideologia

  • 1. Sobre a obra analisada CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia? São Paulo: Brasiliense, 2008. ______________________________________________________ Descritivamente, o texto “O que é Ideologia”, além de ser de fácil compreensão, se utiliza duma linguagem pouco rebuscada, o que Daiana Paula de Ávila facilita Universidade do Contestado – UnC-Concórdia Sistemas de Informação – 8ª Fase - 2013 o discernimento do mesmo após uma primeira leitura.Estruturalmente, ele está divido em cinco grandes tópicos: Começando nossa conversa: onde a autora aponta os erros mais corriqueiros que nos deparamos ao diferenciar Ideologia de um ideário qualquer; Esta síntese visa entender e explicar a gênese e a transformação da Ideologia como, dentre outros, uma maneira encontrada pelas classes dominantes (nos níveis intelectual e material) de perpetuar seu poder, através de explorações que abrangem várias camadas da sociedade. E, ao mesmo tempo em que se perpetua essa dominação, as classes poderosas fazem com que ela não seja percebida por aqueles que são dominados, gerando, assim, a alienação dos menos favorecidos. Estudar o processo da formação ideológica nos vários períodos contidos no texto de Marilena é entender o quão longe o ser humano pode chegar naquilo que diz respeito à busca pelo poder. Partindo de alguns exemplos: parte essencial do texto em que são apontados exemplos e citações onde a Ideologia figurou ao longo dos tempos; Histórico do termo: aponta os processos que a Ideologia e suas várias concepções passaram, desde as primeiras citações e compreensões até períodos mais recentes; A concepção marxista de ideologia: analisa o que Marx(e, muitas vezes,Engels), através de seus livros, entendiam por Ideologia, tendo como base a luta de classes; e A ideologia da competência: demonstra que a Ideologia da competência(como ficou conhecido o processo em que a competência é o catalisador da divisão social do trabalho – logo, uma grande Ideologia)ganhou força a partir do momento em que os sindicatos passaram a seorganizarmelhor, dentre outros.
  • 2. Sobre a autora Partindo de alguns exemplos Marilena de Sousa Chauí é filósofa, professora de Filosofia Política Movimento para entender a realidade e História da Filosofia Moderna da Faculdade de Filosofia, Letras e Uma das principais preocupações do pensamento ocidental nasce Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). com aFilosofia, na Grécia antiga, em seu questionamento: por que as coisas se “movem”? Análise da obra Por movimento, os gregos entendiam: Toda mudança qualitativa de um corpo qualquer; Começando nossa conversa Toda mudança quantitativa de um corpo qualquer; Toda mudança de lugar ou locomoção de um corpo qualquer; A autora, de pronto, alerta sobre as expressões “Partido Político Toda geração e corrupção dos corpos. ideológico”, “é preciso ter uma Ideologia”, “falsidade ideológica” e Logo, movimento, para um grego da antiguidade, é toda e qualquer outras alteração de uma realidade, seja ela qual for. expressões desse tipo que dão, erroneamente, à palavraIdeologiao significado deconjunto sistemático e interligado de ideias, ou seja, uma concepção vaga à sua realidade. O que, A teoria da causalidade consequentemente, faz com que seja confundido comideário, ou Aristóteles, discípulo dePlatão(e, este por sua vez, discípulo seja, um ideário qualquer.A proposta do texto é justamente mostrar deSócrates)afirmou que só há conhecimento da realidade quando que a Ideologia é um ideário histórico, social e político que oculta a há conhecimento da causa. realidade, e que esse ocultamente é uma forma de assegurar e Para tornar possível o conhecimento, elaborou a teoria da manter a exploração econômica, a desigualdade social e a causalidade outeoria das quatro causas: dominação política. Causa material: aquilo de que algo é feito; Causa formal: aquilo que algo é, sua essência; Causa motriz(ou eficiente): agente que dá forma à matéria; e
  • 3. Causa final: aquilo que dá sentido à sua existência. uma concepçãometafísicaque explica os fenômenos naturais e Para entender melhor a teoria aristotélica, vamos aoexemplo da humanos. mesa de madeira: Objeto: mesa de madeira; causa material: madeira; causa formal: Relação entre teoria da causalidade e os mundos antigo (grego) e propriedades e aspectos que fazem desse pedaço de madeira ser medieval uma mesa e não outra coisa; causa motriz: carpinteiro; e causa Tendo em vista que a sociedade é escravista e a medieval é final: servir de base/apoio para objetos (ou pessoas) etc. feudalista, a causa da teoria aristotélica que corresponde o cidadão Aspecto fundamental da teoria: as quatro causas não possuem o ou o senhor é a causa final, ou seja, o motivo pelo qual alguma mesmo valor; são hierarquizadas, indo da mais inferior à mais coisa é feita é justamente aquele a quem essa coisa se destina. superior. Logo, para entender a realidade é preciso conhecer, por Por isso, na teologia cristã, Deus é considerado a causa final do ordem, as causas motriz, material, formal e final. universo. Agora, tendo como referência não um objeto, mas as ações Já a causa correspondente ao escravo ou servo é a causa motriz, humanas, a teoria da causalidade se distingue entre dois tipos de ou seja, o trabalho pelo qual certa matéria receberá certa forma atividades: para servir ao uso ou desejo do senhor. Atividade mecânica (poiésis): atividade caracterizada por uma rotina mecânica(o que, para Marx, engendraria a alienação), onde Teoria o agente, a finalidade e a ação são diferentes e independentes; e Logo, temos uma teoria geral para explicar a realidade e suas Atividade ética e política (práxis): atividade inerente aos homens transformações: transposição involuntária de relações sociais muito livres, racionalistas e reflexivos de suas ações. Onde o agente, a determinadas para o plano das ideias. Isso quer dizer que ao finalidade e ação são idênticos, dependentes apenas da força elaborar uma teoria, o teórico não pensa estar realizando essa interior do agente. Logo, a práxis é superior àpoiésis. transposição, A teoria da causalidadeconsolida-se no Ocidente graças às filosofia independentes de suas vivências histórica e social. e teologia medievais. À primeira vista, a teoria da causalidade é e sim estar produzindo ideias verdadeiras,
  • 4. Nisso, pode-se conceituar teoria como aquilo que revela – por meio A Física moderna considera que a Natureza age de forma de ideias – uma determinada realidade social e histórica, e o mecânica, ou seja, como um sistema de relação de causa e efeito. teórico – pensador – pode ou não estar consciente disso. Logo, não há causas finais na Natureza, e sim causa motriz. Por outro lado, a metafísica, além da causa motriz, preserva-se também a causa final, pois se refere a toda ação voluntária e livre, Produzindo uma ideologia ou seja, refere-se à ação de Deus e à dos homens. Logo, a Quando o pensador sabe que suas ideias estão enraizadas na Natureza distingue-se de Deus e dos homens, enquanto espíritos, história, espera que elas ajudem a compreender a realidade de porque a primeira se baseia em leis necessárias e impessoais, e a onde foram engendradas. Todavia, quando não percebe a raiz segunda constitui o reino da finalidade e da liberdade. histórica de suas ideias e imagina que elas serão verdadeiras para Nisso, a física da Natureza consiste naquilo que é “necessário”, ou todos os tempos e lugares, corre o risco de estar apenas seja, naquilo que é como é, e não pode ser diferente disso; e a produzindo uma Ideologia. metafísica consiste naquilo que é “livre”, ou seja, é como é por Uma das características fundamentais da Ideologia é tomar as escolha, pois poderia ser diferente se a escolha fosse outra. ideias como independentes da realidade histórica e social, quando O pensamento moderno foi um grande progresso teórico, pois na verdade é essa realidade que torna compreensíveis as ideias e ajudou no desenvolvimento da Física como ciência, uma vez que a capacidade ou não para explicar a realidade. eliminou as causas finais e as explicações antropomórficas(atribui a Deus uma forma humana) do plano da Natureza. Teoria da causalidade e o pensamento moderno Com os trabalhos sobreFísica, elaborados Outro grande impacto da Física moderna foi explicar o corpo porGalileu humano como um corpo natural, ou seja, movido apenas pela ação Galilei,Francis Bacon,Descartese outros, nos séculos XVI e XVII, o da causalidade, como uma máquina que opera sem a intervenção pensamento moderno reduziu as quatro causas para apenas duas: da vontade e da liberdade. amotrize afinal. Dando, assim, à palavra “causa” o sentido que hoje lhe é empregado, ou seja, ação que produz um efeito determinado. Logo, a causa produz o efeito e não simplesmente responde a ele. O homem, o trabalho e a modernidade
  • 5. Nesse limiar entre a física e a metafísica, e tendo a teoria como homemburguês. Ou do homem que valorizado pelaética grande catalisador, surge o homem como um ser mais peculiar. protestante: ele vale por seu esforço perante Deus. Nessa Peculiar tanto por seu corpo(que é uma máquina natural)que concepção, surge ohomem moderno, que trabalha, poupa e investe obedece à causa motriz, quanto por sua vontade(ou espírito, onde sua poupança em mais trabalho. a vontade habita)que é uma liberdade que age visando fins No entanto, a nova sociedade é constituída por outro homem livre; escolhidos livremente. outro moderno trabalhador livre: oproletário. Ele é um trabalhador Se do lado da natureza não há mais hierarquia de seres e de livre que não é nem meio de produção(como era na Antiguidade)e causas, do lado humano a hierarquia reaparece porque a causa também não possui seus próprios meios de produção(como na final é superior ou mais valiosa que a motriz: o espírito vale mais Idade Média). que o corpo(uma vez que seu corpo serve a fins escolhidos por sua Logo, o homem livre moderno é dividido em dois tipos de homem: vontade). o burguês e o trabalhador. O homem livre é, portanto, um ser universal que se caracteriza Tendo em vista que o capital só se acumula e se reproduz se pela união de um corpo mecânico e de uma vontade finalista. houver exploração do trabalho, e que também é preciso distinguir Mas, então, qual seria a manifestação por excelência desse duas fases do trabalho: homem livre? Qual seria a atividade na qual sua vontade subordina Trabalho visto pelo burguês: como expressão de sua vontade livre seu corpo para obter um certo fim? A resposta está naquela e dotada de fins próprios; e atividade em que os antigos e medievos desprezavam: otrabalho. Trabalho realizado pelo trabalhador: como relação da máquina com No mundo moderno, o trabalho aparece como uma das expressões as máquinas sem vida. privilegiadas do homem como ser natural e espiritual. Tal passagem destatusdo trabalho se deve ao surgimento de uma Todos os exemplos dados são exemplos de ideários quaisquer e nova sociedade, em que desponta a imagem do homem que não ideologia valoriza a si mesmo por ter adquirido poder econômico e que Vê-se nesses exemplos como ideias que parecem resultar do puro começa a adquirir poder político e prestígio social graças à sua esforço intelectual e sem qualquer enraizamento das condições capacidade histórica e social, são expressões dessas condições reais, ou seja, de trabalhar e poupar. Surge também o
  • 6. tais ideias tentam explicar a realidade sem perceber que são elas É tratar a história como o modo em que homens determinados em que precisam ser explicadas pela realidade social e histórica. condições determinadas criam os meios e as formas de sua existência social, reproduzem ou transformam essa existência que O real, o empirismo e o idealismo e a história é econômica, política e cultural. Logo, a história é apráxis; o real. Orealnão é constituído por coisas. O que nossa experiência direta Um exemplo de Ideologia é dado pela autora: numa sociedade da realidade nos leva a imaginar do real é que ele é feito de coisas dividida em classes, na qual uma das classes explora e domina a ou entes reais(formas de nossas relações com a natureza, outra, as explicações ou ideias(pelas quais precisam explicar e mediadas por nossas relações sociais; são seres culturais compreender sua própria vida individual, social, suas relações dependentes de nossa sociedade). Porém, ao contrário disso, sociais)serão produzidas e difundidas pela classe dominante para afirmar que o real é constituído por ideias também é errado porque legitimar e assegurar seu poder econômico, social e político. Por se fizermos isso, estaríamos na Ideologia em estado puro. esse motivo, essas ideias tenderão a esconder dos homens o Têm-se também duas formas de analisar a realidade: através modo real como suas relações sócias foram produzidas e a origem doempirismoe doidealismo. das formas sociais de exploração econômica e de dominação O empirismo considera a realidade um dado coletado dos sentidos. política. Esse ocultamente da realidade social se chamaIdeologia. Enquanto o idealismo a considera um dado da consciência. No entanto, uma Ideologia não possui um poder absoluto que não O real não é um dado sensível e nem intelectual, e sim um possa ser quebrado e destruído. Quando uma classe social processo que depende do modo como os homens se relacionam compreende sua própria realidade, pode organizar-se para quebrar entre si e com a natureza, ou seja, das relações sociais. uma Pois é justamente das relações sociais que precisamos partir para transformar a sociedade. Ideologia(através compreender porque os homens agem e pensam de maneiras determinadas. Trata-se também de compreender a própria origem Histórico do termo das relações sociais e de suas diferenças temporais, de encará-las como processos históricos. Origem do termo ideologia de uma revolução, reforma etc.)e
  • 7. O termo Ideologia surge na França em 1801 no livro “Elementos de Ideologia, essa tenebrosa metafísica(…). Com isso, Bonaparte Ideologia”, deDestutt De Tracy. Ele, juntamente com outros invertia a imagem dos ideólogos. pensadores, pretendia elaborar uma ciência da origem das ideias, O curioso é que a acusação de Bonaparte é infundada com relação tratando-as como fenômenos naturais que exprimem a relação do aos ideólogos franceses, mas não o seria se se dirigisse aos corpo humano com o meio ambiente. ideólogos alemães, tão criticados por Marx(para ele, o ideólogo é Esse grupo era antiteológico, antimetafísico e antimonárquico. aquele que inverte as relações entre as ideias e o real). Eram críticos à toda explicação sobre uma origem invisível e Assim, a Ideologia passou de uma ciência natural da aquisição das espiritual das ideias humanas. Eram materialistas, ou seja, ideias calcadas sobre o próprio real para designar – daí em diante admitiam apenas causas naturais físicas para as ideias e as ações – um sistema de ideias condenadas a desconhecer sua relação humanas. concreta com a realidade. Contra a educação religiosa e metafísica, De Tracy propõe o ensino das ciências físicas e químicas para “formar um bom A ideologia para o positivismo espírito”, ou seja, uma inteligência capaz de observar, decompor e O termo Ideologia voltou a ser empregado com seu sentido recompor os fatos sem se perder em várias especulações próximo ao do grupo francês pelo filósofoAuguste Comteem seu abstratas ou teológicas. Ele via a monarquia como maquinação livroCurso de filosofia positiva. entre poder político e religioso, uma vez que o rei recebia o poder A Ideologia possui, agora, dois significados: (i) tentava estudar a diretamente de Deus, e por isso, podia exigir obediência total dos formação das ideias pelas relações sociais; e (ii) passa a significar súditos. também o conceito de ideias de uma época, tanto como “opinião No livro “Influências do moral sobre o físico”, o médico Cabanis geral” quanto elaboração teórica dos pensadores dessa época. procura determinar fisiologicamente a influência do cérebro sobre o resto do organismo. Comte elabora uma explicação da transformação do espírito O sentido pejorativo dos termos Ideologia e ideólogos veio de uma humano, onde a humanidade passa por três fases sucessivas: fase declaração deNapoleão Bonaparteque, num discurso ao Conselho teológica(os homens explicam a realidade através de ações de Estado em 1812, declarou:(…) devem ser atribuídos à divinas), fase metafísica(os homens explicam a realidade por meio
  • 8. de princípios abstratos)e fase positivista ou científica(etapa final do Como se sabe, o filósofo francês quer criar a sociologia como progresso humano na qual os homens explicam a realidade ciência, na qual os fatos sociais estudados são desprovidos de através de leis gerais e necessárias). interpretações subjetivas. Separando-se, assim, os sujeito e objeto Assim, cada fase do espírito humano leva-o a criar um conjunto de do conhecimento. ideias para explicar a totalidade dos fenômenos naturais e Aqui, o ideológico é uma sobra de ideias antigas, pré-científicas. humanos. Durkheim No pensamento positivista, o conhecimento teórico tem como subjetivos. considera essas ideias preconceitos inteiramente finalidade a previsão científica dos acontecimentos para oferecer à Concepção marxista da ideologia prática um conjunto de regras e normas. A concepção positivista da Ideologia(como conjunto de conhecimentos teóricos)possui três consequências principais: A ideologia alemã Define ateoriade tal modo que a reduz à mera organização EmA Ideologia alemã, Marx caracteriza a Ideologia e tem como sistemática e hierárquica de ideias; objetivo um pensamento alemão posterior aHegel. Estabelece uma relação autoritária entre teoria(que manda porque Marx não separa as condições sociais e históricas da produção das possui as ideias)e a prática(que obedece porque é ignorante); e ideias em que são produzidas. Ele distingue o tipo de Ideologia Concebe a prática como um simples instrumento que aplica produzido pelos pensadores franceses (Ideologia política e automaticamente regras, normas e princípios vindos da teoria. jurídica), ingleses (econômica) e alemães (filosófica). Essa concepção da prática leva à suposição de uma harmonia Se falarmos em Ideologia geral e Ideologia geral burguesa, as entre teoria e ação. formas dessa Ideologia encontram-se determinadas pelas condições sociais em que se encontram os diferentes pensadores A ideologia de Durkheim burgueses. Reencontramos o termoideológicono livroAs regras do método Marx dirige duas críticas principais aos ideólogos alemães: sociológico, deDurkheim.
  • 9. Eles tiveram a pretensão de acabar com o sistema hegeliano, Não pensa a história como uma sucessão de causas e efeitos, mas criticando apenas um aspecto da filosofia de Hegel em vez de fazê- um processo dotado de uma força que produz os acontecimentos. lo como um todo; e Essa força é acontradição; e Eles tomaram um aspecto da realidade humana e passaram a Pensa a história como processo contraditório unificado em si deduzir todo o real a partir desse aspecto idealizado. mesmo e por si mesmo, plenamente racional e compreensivo. Combate a história do Espírito, que começa manifestando-se na História dos homens produção de obras culturais; Para Marx, se quisermos compreender a Ideologia alemã, é Pensa a história como reflexão. Reflexão no sentido natural em preciso sair da Alemanha e fazer umas considerações gerais sobre que o raio luminoso retorna na direção da sua fonte luminosa, ou o fenômeno da Ideologia.A Ideologia é uma concepção distorcida seja, volta à sua origem. Nesse sentido, o Espírito “sai para fora de da história dos homens. si”, criando a Cultura e “volta para dentro de si”, reconhecendo sua Marx concebe a história como um conhecimento dialético e obra; materialista da realidade social. Procura dar conta do fenômeno da alienação. Alienação no sentido Dentre as várias fontes dessa concepção, encontra-se a filosofia de que o Sujeito não se reconhecer como produtor das obras e hegeliana, que Marx criticava, mas conservava em aspectos como sujeito da história; essenciais por ele. Eis alguns aspectos da obra hegeliana: Diferencia o modo como uma realidade aparece e o modo como é É um tratado filosófico para compreender a origem e o sentido da produzida realidade como Cultura(relações sociais); Esses vários aspectos do pensamento hegeliano constituem Define a Cultura pelos movimentos de exteriorização(manifestado adialética, ou seja, a história é o movimento de posição, negação e nas obras que produz)e de interiorização(compreende as obras conservação das ideias, e essas ideias são a unidade do Espírito como parte de si)do Espírito; (Cultura). Revoluciona o conceito de história por três motivos: Não pensa a história como sucessão contínua de fatos no tempo, mas como um movimento dotado de força interna; Da dialética hegeliana à materialista
  • 10. Da concepção hegeliana, Marx conserva o conceito de dialética Os homens se distinguem dos animais porque produzem as como movimento interno de produção da realidade cujo motor é a condições de sua própria existência material e espiritual. A divisão contradição. Porém, demonstra que a contradição não é a do social do trabalho não é uma simples divisão de tarefas, mas a espírito, mas a de homens em condições históricas e sociais reais manifestação de algo fundamental na existência histórica. chamadasluta de classes. A divisão social do trabalho origina e é originada pela desigualdade A história é: a história do mundo real e como os homens reais social ou pela forma da propriedade. As ideias nascem da atividade produzem suas condições reais de existência. material. Marx também conserva a afirmação de que a realidade é história e A forma inicial da consciência é a alienação, e, por causa disso, a por isso é reflexiva. Mas aí surge um problema: como colocar Ideologia será possível: as ideias serão tomadas como anteriores reflexão na matéria? É que a matéria que Marx fala não é aquela àpráxis, como um poder espiritual autônomo que comanda a ação física ou química e sim amatéria social(relações de produção), cujo material dos homens. sujeito não é mais o Espírito e sim as classes sociais em luta, e A divisão social do trabalho torna-se completa quando o trabalho cuja dialética é o trabalho material propriamente dito. material e o espiritual separam-se. Nasce agora a Ideologia Conserva também o conceito de alienação, porém modificado da propriamente dita, ou seja, o sistema ordenado de ideias e das concepção hegeliana: a alienação é dos homens reais em normas e regras como algo separado e independente das condições reais. condições materiais. As relações sociais de trabalho aparecem como relação material Logo, Marx e Engels consideram três aspectos que são entre sujeito humano e como relação social entre coisas. condiçõessine qua nonpara que haja história: força de produção, relações sociais e consciência. Tais condições entram em Divisão social do trabalho, nascimento das ideologias e o estado contradição como resultado da divisão social do trabalho material e Marx e Engels determinam o surgimento das Ideologias no instante intelectual. em que a divisão social do trabalhosepara o trabalho material de Foi instalada para a própria consciência imediata dos homens a trabalho intelectual. percepção da desigualdade social: uns pensam, outros trabalham;
  • 11. uns consomem e outros produzem e não podem consumir os de ultrapassar essas divisões e as contradições depende de produtos de seu trabalho. pressupostos práticos e não teóricos. São eles: Outra contradição surge entre os interesses de um indivíduo e os Surgimento da massa da humanidade como massa inteiramente interesses coletivos. Pois onde houver propriedade privada, não destituída de propriedade; e pode haver interesses sociais comuns. É preciso que o modo de produção capitalista tenha se tornado um O Estado toma forma autônoma a partir do interesse coletivo processo histórico mundial para que uma revolução plena possa contido na relação de contradição com o interesse particular. Mas efetuar-se. como quem rege os pensamentos de uma sociedade é a classe Sem as condições materiais da revolução, é inútil aideiade dominante, o Estado é a forma pela qual os interesses da parte revolução. Mas sem a compreensão intelectual dessas condições mais forte e poderosa da sociedade ganham a aparência de materiais, a revolução permanece como um horizonte desejado, interesse de toda sociedade. sem encontrar práticas que a efetive. O Estado é uma comunidade ilusória; é a expressão política da sociedade civil enquanto dividida em classes; é a vitória de uma Sociedade civil, alienação, práxis social, teoria e prática parte da sociedade sobre outras. O Estado realiza sua função A história não é o desenvolvimento das ideias, mas o das focas apaziguadora produtivas, a luta de classes. e reguladora da sociedade através de um mecanismo impessoal que são as leis ou o Direito Civil. A sociedade civil é o palco onde se desenvolve a história. É o Está aberto o caminho para a Ideologia política que explicará a sistema de relações sociais que se organizam na produção sociedade através das formas dos regimes políticos(aristocracia, econômica, nas instituições sociais e políticas, e que são monarquia, democracia, tirania, anarquia) e que explicará a história representadas por um conjunto sistemático de ideias jurídicas, pelas transformações do Estado(passagem de um regime político religiosas, políticas etc. É o lugar onde a família, igrejas, escolas para outro). etc. e o conjunto das relações sociais são pensadas por meio das A divisão social é uma situação que não será superada por meio ideias. A sociedade civil não éA Sociedade, ou seja, uma espécie de teorias, mas pelas relações sociais de produção e suas de grande indivíduo coletivo feito de partes ou órgãos funcionais representações pensadas. Assim, a transformação histórica capaz que ora estão em harmonia ora em crise, e sim uma das grandes
  • 12. ideias da Ideologia burguesa para ocultar o fato de que a Diferentemente do que pensavam os positivistas, a relação entre sociedade civil é a produção e reprodução da divisão em classes e teoria e prática é uma relação simultânea e recíproca, por meio da é também luta de classes. qual a teoria nega a prática como um fato dado, para revelá-la com Práxis social significa: práxis social (atividade socialmente produzida e produtora da Que as classes sociais não estão feitas e acabadas pela existência social). sociedade, mas estão se fazendo umas às outras por sua ação, e A prática, por sua vez, nega a teoria como um saber separado e esta ação produz o movimento da sociedade civil; e autônomo que comandaria de fora a ação dos homens. E negando Que o conjunto das práticas sociais faz dos indivíduos membros de a teoria, a prática faz com que a teoria se descubra como uma classe social. O sujeito da história são as classes sociais. conhecimento das condições reais de prática existente, de sua Marx e Engels mostram que as relações dos indivíduos com sua alienação e transformação. classe são relações alienadas. Que a Ideologia não é processo subjetivo consciente, mas um fenômeno objetivo e subjetivo A ciência da história e a ideologia involuntário produzido pelas condições da existência social dos Marx e Engels afirmam que conhecem um único tipo de saber: a indivíduos. ciência da história. A Ideologia burguesa, através da sociologia, transforma em ideia Toda concepção histórica, até o momento, ou tem emitido científica essa coisa chamada classe social, estudando-a como um completamente a base real da história ou a tem considerado algo fato e não como resultado da ação do homem. É aí que se dá a secundário, sem qualquer conexão com o curso da história, os alienação historiadores apontam apenas a finalidade dos fatos, nem os do trabalhador: não se reconhece como ser transformador e sim como um ser vinculado à uma classe. A analisam e nem os explicam. Ideologia burguesa produzirá ideias que confirmem essa alienação. Na medida em que as forças reais(que explicam o processo de E mais: a alienação é o processo social como um todo que não é surgimento de um acontecimento) permanecem ocultas, o produzido por um erro da consciência que se desvia da verdade, historiador-ideólogo inventa causas e finalidades que acabam mas é o resultado da própria ação do social dos homens. Não é a convertendo a história numa entidade autônoma que usa os crítica, mas a revolução a força motriz da história.
  • 13. homens como meros instrumentos. Estamos diante daideiada A classe dominadora só poderá manter seus privilégios se dominar história. politicamente e se dispuser de instrumentos para essa dominação. Dessa forma, não só os acontecimentos históricos são explicados Esses instrumentos são o Estado e a Ideologia. de modo invertido (o fim explica o começo), mas tal explicação Por sua vez, o grande instrumento do Estado é o Direito, auxiliado ainda permite que a classe dominante justifique suas ações. pela Ideologia. Vejamos: o papel do Direito é fazer com que a A história é também o processo de dominação de uma parte da dominação não seja tida como uma violência, mas como legal e sociedade sobre todas as outras. ser, por isso, aceita. A lei é direito do dominante e o dever é dever A Ideologia é um dos meios usados pelos dominantes para exercer do dominado. Porém, se o Estado e o Direito fossem vistos como a dominação, fazendo com que esta não seja percebida como tal realmente são, ou seja, como instrumentos para o exercício pelos dominados. consentido da violência, ambos não seriam respeitados, e os Os seguintes aspectos tornam a Ideologia quase que incombatível: dominados se revoltariam. A função da Ideologia consiste em A separação entre trabalhadores e pensadores; impedir essa revolta. Assim, a Ideologia substitui a realidade do O fenômeno da alienação. Enquanto não houver um conhecimento Estado pela ideia do Estado. da história real; enquanto a teoria não mostrar o significado da A maneira pela qual a classe dominante representa a si mesma se prática imediata dos homens, a Ideologia se manterá; e tornará a maneira como todos os membros dessa sociedade A dominação de uma classe sobre as outras. pensarão. Logo, a Ideologia é o processo pelo qual as ideias das Logo, a Ideologia é resultado da luta de classes e tem por função classes dominantes tornam-se ideias dominantes de todas as esconder a existência dessa luta. E que o poder ou a eficácia da classes sociais(de modo que a classe que domina no plano Ideologia aumenta quanto maior for sua capacidade para ocultar a material, domina também no plano espiritual). origem da divisão social em classes e a luta de classes. Para que as ideias de classe dominante cheguem às outras classes, ela as distribui através da educação, religião, costume, Ideologia como instrumento da dominação meios de comunicação etc. As ideias de Ideologia são, portanto, universais abstratas.
  • 14. Os ideólogos são alguns membros das classes dominante e média A divisão da sociedade em classes realiza-se como luta de (aliada da primeira) que estão encarregados de transformar as classes, como o conjunto de procedimentos usados pela classe ideias da classe dominante em representações coletivas ou dominante universais. procedimentos dos dominadas para diminuir ou destruir essa O processo histórico real, para Marx e Engels, é o de que cada dominação; nova classe em ascensão e desenvolvimento precisa formular seus A Ideologia esconde que nasceu da luta de classes para servir a interesses de modo sistemático e precisa fazer com que tais uma classe na dominação; interesses apareçam como interesses de toda a sociedade. A Ideologia deve transformar as ideias particulares da classe para manter a dominação, e com todos os dominante em ideias universais, válidas igualmente para toda a Principais determinações que constituem o fenômeno da ideologia sociedade; As principais determinações que constituem o fenômeno da Por ser uma abstração, a Ideologia constrói uma rede imaginária Ideologia são: de ideias e de valores que possuem base real (a divisão social), A Ideologia é resultado da divisão social do trabalho e, em mas de tal modo que essa base seja reconstruída de modo particular, da separação entre trabalho material/manual e trabalho invertido e imaginário; espiritual/intelectual; A Ideologia é uma ilusão, necessária à dominação de classe Essa separação estabelece a aparente autonomia do trabalho (abstração e inversão); intelectual face ao trabalho material; A Ideologia permanece sempre no plano imediato do aparecer Essa autonomia aparece como autonomia dos produtores desse social; trabalho, isto é, dos pensadores; A Ideologia não é um reflexo do real na cabeça dos homens, mas o Essa autonomia dos produtores aparece como autonomia dos modo ilusório pelo qual representam o aparecer social como se tal produtos desse trabalho, ou seja, das ideias; aparecer fosse a realidade social; Essas ideias são as ideias da classe dominante de uma época; A Ideologia é produzida em três momentos fundamentais: A Ideologia é um instrumento de dominação de classe; Ela inicia-se, produzindo uma universalidade com base real para legitimar a luta da nova classe pelo poder;
  • 15. Ela prossegue, e populariza-se, torna-se um conjunto de ideias e levar a cabo a crítica do próprio trabalho no modo de produção de valores concatenados e coerentes; e capitalista, em vez de desejarem virar força de trabalho. Ela mantém-se mesmo após a vitória da classe emergente que se torna classe dominante. A ideologia da competência Hegemonia e crise de Hegemoniaa Organização, ideologia da competência e competência privatizada Hegemonia, no sentido do texto, é o fenômeno de conservação da validade das ideias e valores dos dominantes, mesmo quando se EmA gênese da Ideologia na sociedade moderna, o filósofo percebe a dominação e mesmo quando se luta contra a classe francêsClaude Lefortobserva que houve mudança no modo de dominante, mantendo sua Ideologia. operação da Ideologia, desde meados do século XX. Uma classe é hegemônica sobretudo porque suas ideias e valores Sobretudo, a partir dos anos 1930 do século XX, houve uma são dominantes, e mantidos pelos dominados até mesmo quando mudança no processo social do trabalho: o trabalho industrial lutam contra essa dominação (não há alienação); passou A crise de hegemonia só ocorre quando, além da crise econômica comofordismoque consistia em a empresa controlar desde a e política que afeta os dirigentes, há uma crise das ideias e dos produção da matéria-prima até a distribuição comercial dos valores dominantes, fazendo com que toda a sociedade, na produtos. Com o fordismo, é introduzida uma nova prática das qualidade de não-dirigente, recuse a totalidade da forma da relações sociais, conhecida como aOrganização. dominação existente. As principais características da Organização eram: Um exemplo disso são os movimentos feministas que reivindicam a Afirmar que “organizar” é administrar, e queadministraré introduzir igualdade de direito frente ao mercado de trabalho: defender a racionalidade nas relações sociais; igualdade no mercado detrabalho não é criticar a exploração Ela será tanto mais eficaz quanto mais todos os seus membros se capitalista do trabalho, mas é mantê-la, fazendo com que as identificarem com ela e com os objetivos dela, fazendo de suas mulheres tenham igual direito de serem explorados e de realizarem vidas um serviço a ela que é retribuído com a subida na hierarquia trabalhos alienados. Seria preciso que as mulheres pudessem de poder; e a ser organizado segundo um padrão conhecido
  • 16. Afirmar que uma Organização é uma administração científica Se agora reunirmos a Organização, a “gerência científica”, a racional que possui lógica própria e funciona por si mesma, presença da ciência e da tecnologia no processo produtivo e no independentemente da vontade e da decisão de seus membros. trabalho intelectual, perceberemos que a divisão social das classes No caso do trabalho industrial, a Organização introduz duas está entre os que possuem poder porque possuem saber e os que novidades: a primeira é a linha de montagem, é mais racional e não possuem poder porque não possuem saber. mais eficaz que cada trabalhador tenha uma função muito Em vez de falarmos em Ideologia invisível, preferimos falar especializada; a segunda, “gerência científica”, consiste em a emIdeologia da competência, que oculta a divisão social das Organização dividir e separar os que possuem tal conhecimento – classes ao afirmar que a divisão social se realiza entre os os gerentes e administradores. Com isso, a divisão social do competentes e os incompetentes. trabalho faz-se pela separação entre os que têm competência para A Ideologia da competência realiza a dominação pelo prestígio e dirigir e os incompetentes, que só sabem executar. poder conferidos ao conhecimento científico e tecnológico. A Examinando a maneira como o modelo da Organização se difunde Organização é competente; os indivíduos e as classes sociais, e se espalha por todas as instituições sociais e por todas as incompetentes. relações sociais, Lefort fala na Ideologia contemporânea como Competência privatizadaé aquele discurso que ensina a cada um a Ideologia invisível. Ou seja, enquanto que na Ideologia burguesa de nós como nos relacionarmos com o mundo e com as pessoas. tradicional, as ideias eram produzidas e emitidas por determinados Isso explica, talvez, a proliferação dos livros de auto-ajuda, os agentes sociais, agora parece não haver agentes produzindo as programas de conselhos pelo rádio e pela televisão. ideias, porque elas parecem emanar diretamente do funcionamento A Ideologia da competência nos ensina, no cotidiano, na da Organização e das chamadas “leis do mercado”. organização escolar, na organização empresarial, etc. que só a Hoje em dia, porém, não se trata mais de usar técnicas vindas da competência no trabalho assegura felicidade e realização. aplicação das ciências, e sim de usar e desenvolvertecnologias(fabricação de instrumentos de precisão que interferem no próprio conteúdo das ciências). Conclusão
  • 17. A história nos é contada de “grandes homens”, “grandes feitos”, “grandes progressos”, mas a Ideologia nunca nos diz o que são esses “grandes”. Em quê sentido? Por quê? Em relação a quê? Talvez, a Ideologia nos tenha trazido mais questionamentos do que respostas. No entanto, o saberhistórico nos dirá que esses “grandes” são os “grandes e poderosos”, os dominantes, cuja “grandeza” depende sempre da exploração e dominação dos “pequenos”. Graças a esse tipo de história (que não analisa e não explica os fatos), a Ideologia pode manter sua hegemonia mesmo sobre os vencidos, pois estes interiorizam a suposição de que não são sujeitos da história, mas apenas seus pacientes (alienados). Somente uma prática política nascida dos explorados e dominados e dirigida por eles próprios pode desmanchar a Ideologia. É duma importância a crítica da Ideologia que consiste em preencher as lacunas e os silêncios do pensamento e discurso ideológicos, obrigando-os a dizer tudo que não está dito, pois dessa maneira a lógica da Ideologia se desfaz e se desmancha, ficando apenas os fatos “realmente reais”.