1. O processo do
lixo despoletado
em Benguela,
tem caráter
administrativo.
Mas, por portas
e travessas, visa
fundamentalmente
atingir o General
Armando da Cruz
Neto ex governador
da província de
Benguela.
General Armando da Cruz Neto,
o lixo e a Sonauto
ChelaPressChelaPressPROPRIEDADE: RECORD - SOCIEDADE DE EDITORES, SARLFUNDADOR: FRANCISCO RASGADO DIRECTOR EDITOR: FRANCISCO RASGADO
O JORNAL DA REGIÃO CENTRO E SUL DE ANGOLA
EDIÇÃO Nº 1519 - 26 DE maio 2014
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Pag. 8
Pag. 11
Quiseram tomar de assalto as
acácias rubras para fins inconfessos
Não nos deixemos, mais uma vez, enganar. Se a memória
não nos falha, a primeira e única vez que se transferiu a
Direcção das Acácias Rubras de Luanda para Benguela e à
frente estiveram a nossa querida Bebé Matos e Adérito Sa-
ramago Areias Pereira, durante 13 anos assistimos a uma
total inoperância.
Pág. 16
Págs. 4,5
Pela primeira vez, o Aparthotel Calmito, em Ben-
guela recebeu a gala alusiva aos 397 anos da cidade
de Benguela. A expectativa era muito grande, e não
saiu gorada.
Zacarias Camwenho foi
exonerado do cargo de
Director Provincial do Or-
denamento do Território,
Urbanismo, Habitação e
Ambiente. No dia 14 de
Abril toma conhecimen-
to de um mandato de
captura que, inadvertida-
mente, pesava sobre si,
emitido pelo o Magistra-
do do Ministério Público,
Dias Baptista da Silva.
Benguela e os benguelen-
ses no dia da cidade
Benguela já merece
procuradores competentes
O “QUIABO” E OS GARIMPOS DE TERRENOS
Amaro segunda afirmou em voz alta e para quem quisesse ouvir,
que era um dos únicos portadores da fotocópia do bilhete de
identidade de José Eduardo dos Santos, presidente da República
de Angola, para legalização de diversos terrenos do mesmo na
província de benguela.
Roupa cara não
escondepreparação
barata
Pág. 3
2. 3CHELAPRESS | 26 DE maio 2014CHELAPRESS | 26 DE maio 2014
Nota de
Abertura
I
ndiscutivelmente Isaac dos Anjos,
é um político e governante com
grande capacidade de trabalho e
autoridade. Parte do seu progra-
ma de mudança no governo de Ben-
guela já efectuou e com êxito. Agora
só resta esperar pela qualidade do
seu exercício que até a presente data
não se faz sentir. No entanto, importa
aqui salientar, que no dia 18 de Maio,
data da sua tomada de posse, faz um
ano de governação e certamente um
balanço será apresentado a popu-
lação de Benguela. Até lá, escusado
pressioná-lo ou questionar a sua con-
duta como homem de bem.
É preciso que as pessoas que têm
a sorte de viver em liberdade resistam
à opressão e aos actos de injustiça.
Quem reage ao actual estado da Ma-
gistratura do Ministério Público e Ju-
dicial na Província de Benguela, está
do lado certo da história. Do lado dos
discursos proferidos pelas mais altas
autoridades do país por ocasião da
abertura do ano Judicial 2014.
Agora, por ironia da política, quem
pode selar o destino do Magistrado
Francisco Fortunato é justamente
a Procuradoria Geral da República,
instituição a qual Francisco Fortuna-
to ousou desafiar e fazer troça. Há
duas semanas, o Jornal ChelaPress
teve acesso a uma informação saída
do Concelho Supremo do Ministério
Público, realizado na bonita cidade
de Benguela, que pode levar Francis-
co Fortunato a tribunal pelo crime de
abuso de poderpara fins pessoais. No
robusto processo, o Ministério Públi-
co afirma que há fortes indícios de
abuso de poder e “avacalhamento”
do Ministério.
O processo do procurador Fran-
cisco Fortunato pode ser o caminho
para desvendar as dúvidas que ainda
precisam ser dirimidas no inquérito
da Magistratura Judicial, mais con-
cretamente na Sala do Cível e do Ad-
ministrativo.
Além do caso Fortunato, a socie-
dade de Benguela também está de
olho em Dias Baptista da Silva, pro-
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as cartas poderão ser publicadas
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seguinte as cartas que chegarem à
redacção até à Sexta-feira de cada
semana.
curador junto da Policia Económica.
Acuado pelas denúncias que o cer-
cam, Dias Baptista da Silva recebeu,
em boa hora, da Procuradoria Geral
da República orientações expressas
para numa semana ouvir as pessoas
incluídas no seu despacho de captu-
ra sobre “o caso lixo de Benguela” e
encerrá-lo.
Seria, na visão dos benguelenses,
uma tentativa de não contaminar o
bom nome e passado do general Ar-
mando da Cruz Neto. A essa altura,
porém, são poucas as alternativas
positivas para Dias Batista da Silva,
procurador junto da Policia Económi-
ca de Benguela, que ousou desafiar
as disposições legais, a constituição
e a lei em que pode ter o seu desti-
no selado por ela. Está em curso um
processo na Procuradoria Geral da
República contra si, movido pelo ad-
vogado de Zacarias Camwenho por
2
prisão ilegal.
As hipóteses da Procuradoria Ge-
ral da República de investigar denún-
cias, irregularidades e falta de deco-
ro na procuradoria de Benguela não
deve naufragar por conta do corpo-
rativismo podre reinante.
O caso dos “feudos” na Procu-
radoria de Benguela envolveu pro-
curadores e juízes e pode ser usado
contra a continuidade de Domingos
Manuel Dias, no cargo sub-procura-
dor chefe.
Têm medo uns dos outros. Nada
abordam nem opinam nada sobre os
outros, mal ou bem.
A grande novidade será nos pró-
ximos tempos e deverá ser saudada
com fogos de artifício pelos lobitan-
gas, que hoje só pensam na exonera-
ção de Amaro Ricardo Segunda que
é um fanfarrão que está a detonar-se
publicamente.
a reunião de balanço acima re-
ferida, no dia 1 de Setembro de
2011, nas instalações provisórias
da Direcção Provincial do Orde-
namento do Território, Urbanis-
mo, Habitação e Ambiente, reali-
zou-se uma reunião para análise
do desempenho precário da em-
presa SONAUTO, tendo em conta
as várias informações desabona-
tórias emitidas pela Fiscalização
da Administração Municipal de
Benguela, em relação aos servi-
ços prestados pela mesma; onde
os participantes à reunião con-
cluíram, por unanimidade (ex-
cepto, claro, o representante da
SONAUTO), em propor a rescisão
do contrato, por incumprimento
confirmado, tendo na ocasião o
responsável da empresa reitera-
do a promessa de no prazo de
quinze (15) dias apresentar os
equipamentos referidos na reu-
nião de 22 de julho de 2011.
No dia 30 de Novembro de
2011, na sequência da decisão
tomada por Armando da Cruz
A
rmando da Cruz Neto,
é indiscutivelmenteum
dos heróis vivos de
Angola dos angolanos.
Não pode através da prisão de
Zacarias Camwenho. ser mais
uma vez ultrajado e humilha-
do pelo Dias Baptista da Silva,
procurador junto da Policia Eco-
nómica de Benguela, que não é
tido nem achado neste processo,
onde a responsabilidade única
é do governo, na pessoa do seu
gestor principal.
Trata-se de um processo que
já fez correr muita tinta, cuja es-
sência é a seguinte:
A empresa SONAUTO pres-
tou serviços de limpeza pública
no período de Fevereiro à De-
zembro de 2011, no âmbito do
contrato de Prestação de Servi-
ços de Limpeza Urbana na Zona
“F” do Município de Benguela,
tendo apresentado uma fatura-
ção total de Kz. 278.144.386,20
(Duzentos e Setenta e Oito Mi-
lhões, Cento e Quarenta e Qua-
tro Mil, Trezentos e Oitenta e
Seis Kwanzas e Vinte Cêntimos),
da qual foram pagos pelo Gabi-
nete de Estudo e Planejamento
do Governo Provincial apenas
Kz8.000.000,00 (Oito Milhões de
Kwanzas), em virtude da Admi-
nistração municipal de Benguela,
na qualidade de beneficiária, não
ter validado as respectivas factu-
ras por entender que as mesmas
não correspondiam aos serviços
realmente prestados.
No dia 22 de Julho de 2011,
na Administração Municipal de
Benguela, realizou uma reunião
de balanço dos serviços pres-
tados pelas operadoras no mu-
nicípio de Benguela, da qual se
constatou que o serviço prestado
pela empresa SONAUTO não era
satisfatório, tendo-se estabeleci-
do o período de quinze (15) dias,
contados a partir daquela data,
para que a empresa em referên-
cia apresentasse os meios e equi-
pamentos que dizia estarem no
Porto de Luanda, com destaque
para camiões compactadores, os
quais permitiriam melhorar o de-
sempenho da empresa.
Volvidos quarenta dias após
General Armando da Cruz
Neto, o lixo e a Sonauto
O processo do
lixo despoletado
em Benguela,
tem caráter
administrativo.
Mas, por portas
e travessas, visa
fundamentalmente
atingir o General
Armando da Cruz
Neto ex governador
da província de
Benguela.
Texto: Francisco Rasgado
Fotografia: Arquivo ChelaPress
tos e Quarenta e Um Milhões,
Cento e Dois Mil, Seiscentos e
Cinquenta e Nove Kwanzas e Dez
Cêntimos), sem incluir os juros
de mora assim desagregada.
a) Kz. 278.144.386,20,
relativa a 2011;
b) Kz.296.077.096,90,
relativa a 2012;
c) Kz. 266.881.176,00,
relativa a justa indemnização.
Realça-se ainda que, apesar
do contrato ter sido rescendido
com efeitos a partir de 12 de De-
zembro de 2011, a empresa SO-
NAUTO, de forma abusiva, conti-
nuou a recolher o lixo na zona F,
mesmo não estando autorizada
pela D.P.O.T.U.H.A, razão pela
qual reclamou o pagamento da
verba mencionada na alínea b).
Devido ao facto de nãoexis-
tir um registo efectuado da pe-
sagem relativa ao lixo recolhido
durante o ano de 2011, optou-se
por fazer um cálculo, por amos-
tragem, utilizando a balança da
lixeira controlada da Baía-Farta,
comparando o peso transporta-
do pelos meios e equipamentos
da SONAUTO utilizados naquele
período. Da análise efectuada,
após a instalação da balança da
lixeira controlada da Baía-Farta,
constatou-se que a capacidade
efectiva de recolha da empresa
SONAUTOera, em média, cerca
de 8,5 tons/dia, face aos meios e
equipamentos que possuía, pelo
que a facturação média men-
sal estimava-se em cerca de Kz.
2.933.200,00 (Dois Milhões, No-
vecentos e Trinta e Três Mil e Du-
zentos Kwanzas).
Consideradaqueadividarela-
tiva a 2011 é de Kz. 32.265.200,00
(Trinta e Dois Milhões, Duzentos
e Sessenta e Cinco Mil e Du-
zentos Kwanzas), acrescida dos
respectivos juros de mora, a se-
rem calculados de acordo com
as normas em vigor nos bancos
comerciais angolanos, o Governo
se propôs a ponderar.
Quanto à facturação relativa
a 2012, a opinião do Governo
era que a mesma não devia ser
considerada, em virtude de ter
sido efectuada por conta e ris-
co da operadora, pois o Gover-
no Provincial já havia rescindido
o Contrato, precedido de várias
advertências.
Todavia, não faz mais sentido
falar neste deferendo, uma vez
que por razões milagrosas o go-
vernador de Benguela, na pessoa
de Isaac dos Anjos comprome-
teu-se e está a pagar na totali-
dade a suposta divida que tem
com a SONAUTO, referente a
Limpeza pública das localidades
do litoral da Província (Benguela,
Lobito, Catumbela e Baía-Farta),
que a par da acção de reabilita-
ção de lancis, passeios e jardins
, devolveu às localidades acima
referidas as imagens de marca
que sempre as distinguiram ao
logo das suas existências.
Neto, Governador da Província
de Benguela, relativamente ao
dossiêr em apreço, a Direcção
Provincial do Ordenamento, Ha-
bitação e Ambiente, rescindiu o
contrato com a empresaSONAU-
TO, tendo dado conhecimento
deste facto à referida empresa e
ao Governador Provincial, à Hen-
rique Calenga Vice-Governador
Provincial p/Serviços Técnicos
e Infraestruturas, à Leopoldo
Muhongo,administrador munici-
pal de Benguela, ao director do
Gabinete de Estudo e Planea-
mento do Governo Provincial de
Benguela e à directora do Gabi-
nete Jurídico do Governo Provin-
cial de Benguela.
Como reacção a esta dispo-
sição, a empresa SONAUTO, no
dia 08 de Dezembro de 2011,
notificou a empresa AMBIÁFRI-
CA, dando conta que não proce-
deria à entrega da área sob sua
responsabilidade, conforme ins-
truções da Direcção da Provincial
do Ordenamento do Território,
Urbanismo, Habitação e Ambien-
te, por não terem sido observa-
das as formalidades legais.
Inconformada com a decisão,
a empresa SONAUTO interpôs
recurso gracioso hierárquico ao
Governador Provincial, o qual foi
indeferido.
Face ao indeferimento, esta
Direcção reiterou as instruções
dadas à empresa AMBIÁFRICA no
sentido da mesma efectuar o tra-
balho na referida zona, facto que
ocorreu durante cerca de seis-
meses (Dezembro/2011 – Maio/
2012), tendo várias vezes inter-
rompido a sua intervenção, em
virtude do vandalismo, de que
foram alvo por parte dos respon-
sáveis da empresa SONAUTO.
Durante o Ministério de Ar-
mando da Cruz Neto e depois
da sua saída, aempresa SONAU-
TO, reclamou uma dívida global
de Kz 841.102.659,10 (Oitocen-
3. 4 CHELAPRESS | 26 DE Maio 2014 5CHELAPRESS | 26 DE maio 2014
Destaque Destaque
Zacarias Camwenho Chicumbo Cassoma Henrique foi exonerado do cargo de
Director Provincial do Ordenamento do Território, Urbanismo, Habitação e
Ambiente, no dia 05 de Fevereiro de 2014 e passou as respectivas pastas ao seu
sucessor, Elmano Inácio, quase um mês depois.
S
ó mesmo no dia 14 de
Abril, um dia antes da
sua captura, tomou co-
nhecimento da existên-
cia dos três pedidos de compa-
rência que a Direcção Provincial
de Inspecção e Investigação das
Actividades Económicas endere-
çou ao Governo Provincial, solici-
tando a sua comparência naque-
la Direcção. Porém, importa aqui
salientar que o despacho de cap-
tura, emitido pelo Magistrado do
Ministério Público, Dias Baptista
da Silva, no dia 09 de Abril de
2004, incluia também os nomes
de Júlio Manuel Lópes Cordei-
ro, Manuel Valodia Sardinha da
Cunha e Luis Miguel Moreira
Neves.
Apenas Zacarias Camwenho
Chicumbo Cassoma Henrique,
selectivamente foi capturado.
Lastimavelmente, tais notifi-
cações nunca foram entregues ao
Zacarias Camwenho nem tam-
pouco lhe foi informado sobre
as mesmas. Acontece que nesta
mesma data, Zacarias Camwe-
nho tomou ainda conhecimen-
to de um suposto mandado de
captura emitido contra si, facto
que comunicou ao seu Mandata-
rio, tendo-lhe, este aconselhado
a dirigir-se a aludida Direcção,
para informar-se sobre o assunto,
bem como para colaborar com
os orgãos inerentes a justiça.
Por esta razão, quando Zacarias
Camwenho se preparava para
apresentar-se à referida Direc-
ção, no mesmo instante, surgi-
ram os policiais da D.P.I.A.E. que
o informaram da existência de
um mandado de captura emitido
contra si, com a ordenança de
detenção imediata e condução
à polícia económica. Do referido
mandado não constava o tipo de
crime a que Zacarias Camwe-
Óh mais
velho Dias
Baptista da
Silva o tempo
da D.I.S.A já
acabou. Hoje,
os tempos são
outros. Primeiro
investiga-se
para depois
prender-se, se
for o caso, e
não o contrario.
Nada justificou
a sua atitude
musculada e
fora da lei. O
mais velho deve
obediência a
constituição
e a lei.
Domingos Dias sub-Procurador
Geral provincial.
Óh mais velho Dias Baptis-
ta da Silva o tempo da D.I.S.A já
acabou. Hoje, os tempos são ou-
tros. Primeiro investiga-se para
depois prender-se, se for o caso,
e não o contrario.
Pela matéria em causa não
justificava a sua atitude muscu-
lada e fora da lei. O mais velho
deve obediência a constituição e
a lei.
No dia seguinte, 17 de Abril
de 2014, Zacarias Camwenho foi
liberto por intervenção do advo-
gado Sérgio Raimundo junto do
procurador geral da República.
Mais uma vez, ficou provado, a
semelhança do procurador Fran-
cisco Fortunato, que o exercício
de fome impera na Província de
Benguela.
As graves denúncias de que
os juízes e procuradores estão a
fazer exercícios de fome na Pro-
víncia de Benguela são provas
de que as sentenças judiciais e
mandados, são desajustadas,
prejudicando declaradamente
as vítimas sem defesa. Estas de-
núncias aumentam a descrença
dos cidadãos. Muitos deixam de
acreditar na magistratura, quer
judicial quer do Ministério Públi-
co, porque ao que tudo indica, a
situação que torna a população
mais vulnerável tende a piorar.
A Procuradoria Geral da Re-
pública na Província de Benguela
representada pelo Sub–Procu-
rador Geral Chefe Domingos
Manuel Dias, entidade humilde,
afável, de fácil relação, mas com
muita pouca autoridade, incapaz
de tomar uma atitude de princí-
pios a luz do Direito, favorecendo
e alimentando deliberadamente
o corporativismo podre e injus-
tificável, voltam aos holofotes
mais uma vez .
Bastou o excelentíssimo Pro-
curador Geral da República João
Maria Moreira de Sousa, que
visitou a Província de Benguela,
em trabalho, virar as costas, para
Dias Baptista da Silva procura-
dor do Ministério Público junto
da Policia Económica, um ho-
mem de triste memória, enquan-
to procurador na Baía Farta, para
vingar-se do amigo procurador
Francisco Fortunato, num au-
têntico desafio aos pressupostos
básicos dos direitos legítimos
dos cidadãos contidos, mais
uma vez, nos guias orientadores
emitidos por José Eduardo dos
Santos, Presidente da República
de Angola, por Cristiano André
Presidente do Tribunal Supremo,
por João Maria de Sousa, Pro-
curador Geral da República e por
último por Hermenegildo Ca-
chimbombo, Bastonário da Or-
dem dos Advogados de Angola
por ocasião da abertura do ano
judicial 2014.
João Maria de Sousa, veio a
Benguela tentar estancar a san-
gria de popularidade da Magis-
tratura do Ministério Público,
depois dos relatos de exercícios
de fome da mesmae cobrar pro-
vidências, acção, reacção, e mais
agressividade da Magistratura
contra a avalanche de processos
que estão a surgir no horizonte.
João Maria de Sousa sentiu
o cheiro a queimado. Teme que
o espectáculo e a ineficiência fla-
grante leve a sociedade de Ben-
guela a quebrar o cinema e os
seus filmes de mau gosto, assim
como desistir do protagonista do
SHOW.
tificado e denunciado que o pro-
curador Dias Baptista da Silva,
representante do Ministério Pú-
blico, ou seja, advogado de defe-
sa do Estado angolano que, para
além de ter usurpado as funções
do Tribunal de Contas, tratando-
se de um caso administrativo, fez
defesa clara e aberta da Sonau-
to, entidade privada que apesar
das graves infracções cometidas
está a ser paga pelo Governo de
Benguela a contra gosto.
A audiência foi interrompida
por ausência de postura e equilí-
brio do procurador Dias Baptista
da Silva, face a intervenção sá-
bia, conhecedora e esclarecedora
do advogado Sergio Raimundo.
Quase teríamos uma sessão de
pugilato em plena penitenciária.
Na certa a victória seria, mais
uma vez, de Sergio Raimundo,
pois o procurador Dias Baptista
da Silva se a minha visão não me
engana, já não se aguenta nas
canetas. Sessão interrompida,
com acta por assinar pelos pre-
sentes.
A acta do interrogatório que
não foi assinada, Dias Baptista
da Silva afirmou e ditou um tro-
ço que anexamos.
No final de tudo o procu-
rador Dias Baptista da Silva,
procurador junto da Policia Eco-
nómica de Benguela, formado
fora de época, completamente
chamuscado, responsabilizou o
Governo na pessoa de Dias Can-
gato, secretário geral do Gover-
no e o coronel Filipe, ex-chefe
do Gabinete do Governador Isa-
ac dos Anjos, assim como a Di-
recção da Policia Económica de
Benguela (confusão na instrução
do processo. Será?), pelo grande
desastre causado a si próprio e
humilhação da qual submeteu o
arquiteto Zacarias Camwenho.
Benguela já merece procuradores
competentes e com autoridade
nho estava ser indiciado, nem
tão pouco foi alguma vez citado.
Estamos perante uma clara vio-
lação à Constituição e à Lei. Toda-
via, como se não bastasse, Zaca-
rias Camwenho não foi ouvido
pelo representante do Ministerio
Público nem foi informado do
crime que lhe estava a ser indi-
ciado e os motivos reais da sua
detenção. Estamos novamente
em clara violação à Constituição
e à Lei. Surpreendentemente, o
procurador junto da referida Di-
recção, aproveitando-se de uma
desatenção do advogado, pediu
a este para ir reconhecer a procu-
ração, quando afinal não era ne-
cessário. E foi entre o ir e o vir do
advogado, que Dias Batista da
Silva, de forma apressada e in-
tencional, determinou que Zaca-
rias Camwenho fosse conduzido
ao estabelecimento prisional do
cavaco, sob alegado cometimen-
to de um crime de Falsificação e
Burla por Defraudação, sem no-
entanto, aplicar a disposição le-
gal para que o mesmo melhor
se situasse. Falsificação e Burla
de quê? se o mesmo nunca foi
citado! Zacarias Camwenho
nunca esteve detido,
portanto é arguido
primário.
ZacariasCamwe-
nho é pai de família,
funcionário publi-
co, já exerceu vários
cargos politicos e
administrativos com
realce para os car-
gos de Administra-
dor Municipal ad-
junto de Benguela,
Director Provincial
das Obras Publi-
cas e de Director Provincial do
Ordenamento do Território Ur-
banismo, Habitação e Ambien-
te, pois a sua detenção causou
vários danos à si e à sua família
por um lado e, por outro lado,a
sua detenção foi ilegal por ser
feita fora do flagrante e detido
fora das circunstâncias especiais
que a lei prevê, constituindo as-
sim clara violação do preceito
legal do artigos 63º, 64º e 67º,
todos da C.R.A, conjugados com
o disposto no 2º da Lei da prisão
Preventiva.
Depois de dois dias de prisão
na penitenciaria de Benguela,
Zacarias Camwenho foi subme-
tido a um interrogatório, onde
estiveram presentes, o procura-
dor da Policia Económica, Dias
Baptista da Silva, uma assistente
e os advogados do Zacarias Ca-
mwenho, Dr Sérgio Raimundo
e Dr José Faria. No decorrer da
audiência ficou claramente iden-
4. 6 CHELAPRESS | 26 DE Maio 2014 7CHELAPRESS | 26 DE maio 2014
Justiça Justiça
T
rês anos depois do des-
penhamento da aerona-
ve Embraer-120-Brasília,
da Força Aérea Nacional
(FAN) no aeroporto Albano Ma-
chado, no Huambo, provocando
26 mortes, o Tribunal Militar da
Região Centro marcou para 6 de
Maio de 2014 o julgamento dos
dois pilotos-aviadores acusados
de crimes de “insubordinação,
negligência no serviço e violação
das regras de voo e sua prepara-
ção”, que terão provocado o aci-
dente.
Uma fonte deste Tribunal
disse ao Chela Press, que serão
julgados o major José Lino Gon-
çalves de 43 anos de idade e o
capitão Francisco de Almeidade
30, que no dia 14 de Setembro de
2011 estiveram no comando de
um Embraer-120-Brasília, fazen-
Começa o julgamento de
pilotos da FAN no Huambo
A DAMER GRÁFICAS S.A., NO LOBITO
do o trajecto Luanda-Huambo-
Catumbela-Luanda, para recolher
a partir do Aeroporto Albano
Machado, no Huambo, duas de-
legações militares, sendo uma da
F.A.N. e outra do Estado-Maior
General das Forças Armadas
Angolanas(E.M.G./F.A.A.).
O despacho de pronúncia
assinado pelo Juiz-Presidente
do Tribunal Militar da Região
Centro,coronel Eurico Maria Pe-
reira, segundo a nossa fonte, à
revelia da ordem de missão, o
comandante da aeronave major
José Lino Gonçalves, permitiu que
o capitão Francisco Gomes de Al-
meida seguisse na aeronave na
qualidade de “piloto observador”
sem autorização dos seus supe-
riores hierárquicos.
Segundo ainda a nossa fonte,
citando o referido douto despa-
cho, o comandanteGonçalves fez
embarcar onze passageiros a par-
tir do Aeroporto de Luanda, entre
militares e civis com destino ao
Huambo, tendo a aeronave par-
tida às 8 horas, cuja viagem terá
colocado em risco as normas de
segurança de voo e dos passa-
geiros durante o trajecto, já que
levava passageiros que não cons-
tavam no manifesto do voo.
O despacho alega ainda que
o acusado (piloto)Lino Gonçal-
ves ao permitir que o seu colega
Francisco de Almeida seguisse na
aeronave na qualidade de “piloto
observador”, terá alterado a dis-
posição dos lugares da tripulação
escalada, tendo sido o técnico de
manutenção tenente Miguel Nin-
ginda acomodadonum dos luga-
res de passageiros.
Com base nesta atitude, o pi-
loto em causa é também acusado
de falta de responsabilidade, ao
permitir, outra vez, saindo já do
Huambo, em direcção à Catum-
bela, embarcar o mesmonúmero
de passageiros não constantes
do manifesto, repetindo a mesma
irregularidade que havia sido co-
metida no Aeroporto de Luanda.
Contra o piloto Lino Gonçal-
ves pendem ainda acusações de
ter agido à margem dos riscos,
“minimizando a importância das
vidas humanas,o nível de dele-
gações militares que transporta-
va, assim como o valor da aero-
nave”, ao permitir dar instrução
neste tipo de aparelho ao “piloto
observador”Francisco Gomes de
Almeida, quemesmo mostran-
do-se incapaz, assumiu o risco
de pilotar a aeronave durante a
descolagem,o que o fezsem su-
A província de Benguela conta desde o passado dia 12 de Maio com a presença de mais uma
empresa que vem intensificar a aposta dos empresários angolanos na região.
Trata-se da Damer Gráficas S.A., uma prestigiada empresa, 100% angolana, que inaugurou o seu
escritório na zona do 28, na cidade do Lobito, tendo organizado uma pequena, mas muito simpática,
festa de inauguração.
Falamos de um espaço moderno, agradável, capaz de proporcionar o melhor atendimento a todos
aqueles que até lá se desloquem.
A aposta na província de Benguela tem como objectivo oferecer aos seus clientes da região a
possibilidade de terem todos os produtos produzidos nas actuais instalações fabris em Luanda, mas
agora “à porta de casa”.
Dotada dos melhores equipamentos, a nível mundial na área das artes gráficas, a Damer pretende
com este investimento, encurtar a distância entre a capital e a província de Benguela, que era, até
agora, altamente deficitária na oferta deste tipo de produtos.
Produzindo todo o tipo de produtos impressos, a qualidade, a rapidez e o atendimento
personalizado, são as imagens de marca desta dinâmica empresa.
cesso, causando assim o desastre
fatal.
Nesta descolagem, Lino Gon-
çalves ter-se-á sentado à direita e
o seu colega de profissão, Gomes
à esquerda(Pilot-Flyang), ficando
o primeiro com a responsabilida-
de dos “manetes”, e o segundo
com a do controlo direccional e
de afragem(manche) de um avião
que nunca antes pilotara.
Durante a corrida para a des-
colagem, o piloto Francisco Go-
mes de Almeida evidenciava di-
ficuldades no manuseamento do
controlodireccional da aeronave
que estava sob sua responsabili-
dade, apesar desta situação, não
teve à ajuda de Lino Gonçalves-
que o tinha colocado em tal em-
baraço.
Face à insegurança, a aero-
nave depois de percorrer mais
de mil e duzentos metros a partir
da “cabeceira da faixa11”, saiu da
pista pelo lado esquerdo, emba-
tendo na rampa de uma vala de
drenagem, perdendo a asa es-
querda, e o trem de aterragem,
imobilizando-se de seguida.
Depois da queda, com o im-
pacto da asa esquerda sobre o
solo e a sua ruptura próxima da
raiz, ocorreu o derramamento de
combustível que foi lançado para
a fuselagem da aeronave que fez
deflagrar um terrível incêndio que
terminou em elevadas perdas hu-
manas, entre cidadãos nacionais e
estrangeiros.
Do impacto do acidente, que
resultou a morte de 26 passagei-
ros, havendo seis sobreviventes
dos 32 que seguiam a bordo, a
aeronave ficou destruída, depois
de ser consumida pelo fogo. Os
únicos sobreviventes socorridos
no local eram todos membros da
tripulação, mas, dois viriam mais
tarde a falecer no Hospital do Hu-
ambo, por não terem resistido às
queimaduras.
Kamulingue foi morto
ajoelhado e Cassule asfixiado
de cadáveres e numeração de
campas, Departamento de Medi-
cina Legal, DNIC, Protecção Civil
e Bombeiros que permitiram a
exumação de sete cadáveres en-
contrados no rio Dande, e exame
de ADN, nenhum dos corpos era
dos finados, já que um deles, de-
pois de morto, foi atirado ao rio.
Os caminhos do crime
Segundo fontes que acompa-
nham este dossier, o primeiro a
ser raptado foi Silva Alves Ka-
mulingue, na paragem de au-
tocarros localizada em frente ao
Colégio Elizângela Filomena, por
volta das 16 horas e 30 minutos
do dia 27 de Maio de 2013, e
colocaram-no numa viatura de
marca chevrolet spark em direc-
ção aos Ramiros, passando pela
via expressa Cacuaco-Benfica.
Posto nos Ramiros, precisa-
mente nas imediações da zona
piscatória do Buraco, Alves Ka-
mulingue foi amarrado os pés e
as mãos e foi fuzilado ajoelhado
naquele fatídico dia, deixando
para atrás a inconsolável viúva
e órfãos de tenra de idade. O
malogrado fazia parte do Movi-
mento Patriótico Unido. Depois
do fuzilamento, os seus algo-
zes dirigiram-se a uma bomba
de gasolina da Pumangol, onde
compraram uma garrafa de wisky
e consumira-na no local.
Cassule asfixiado
Atendo-se ainda às fontes, o
“modus operandu” para a cap-
tura de Isaías Cassule foi seme-
A procissão ainda
vai no adro no que
concerne às in-
vestigações sobre
a morte dos dois
activistas, embora
tudo aponta para
o caso ser julgado
dentro de pouco
tempo, segundo as
autoridades com-
petentes.
Texto: Ismael Nascimento
Fotografia: Arquivo ChelaPress
F
amiliares dos malogra-
dos Alves Kamulingue
e Isaías Cassule, per-
sistem junto das autori-
dades competentes do Estado
Angolano, para que lhes sejam
entregues os corpos dos seus
entes queridos, mortos supos-
tamente por membros da Polí-
cia Nacional (PN) e dos Serviços
de Informação e Segurança do
Estado(SINSE), em 2012, para a
realização de funerais condignos
à moda angolana.
A insistência surgiu há um
mês, quando a Procuradoria Ge-
ral da República(PGR) anunciou
que o Estado iria oferecer resi-
dências aos familiares dos malo-
grados jovens, no Zango (Viana),
arredores de Luanda, que per-
tenciam a um grupo juvenil de-
nominado Movimento Patriótico
Unido (MPU).
“Nem que nos ofereçam as
casas, não calaremos as nossas
vozes até que entreguem os cor-
pos dos nossos familiares”, disse
ao Chela Press um dos parentes
mais próximos de Cassule, com
voz trémula e embargada por lá-
grimas, que lhe corriam sobre o
rosto. A mesma fonte disse ainda
que depois da morte, o que se
pretende é que se faça justiça à
dimensão do crime.
Reconheceu o esforço que
tem vindo a ser empreendido
pela Procuradoria Geral da Repú-
blica no que tange à responsabi-
lidade civil e criminal dos supos-
tos autores, junto dos Tribunais
competentes, acalentando es-
peranças de que o caso poderá
ter um desfecho positivo, apesar
de “ nunca mais voltarmos a ver
os nossos familiares, mas ver-
mos julgados e condenados os
autores do crime, e que nos en-
treguem as ossadas dos nossos
familiares para os devidos fune-
rais”, disse com semblante carre-
gado de tristeza um dos primos
de Cassule.
Segundo apurou o Chela
Press, buscas efectuadas com
auxílio das autoridades policiais
do município do Dande (Ben-
go), da empresa Audonar Lda.,
responsável pelo sepultamento
lhante ao utilizado na captura de
IsaíasCassule. O seu rapto ocor-
reu defronte à Escola Angola e
Cuba, no município do Cazenga,
onde os seus algozes o aguarda-
vam. Ele terá recebido um telefo-
nena do seu raptor que lhe tinha
dito que tinha uma “pen drive”
para lhe entregar, onde continha
imagens da Polícia Nacional a
raptarem o seu amigo Alves Ka-
mulingue.
Por volta das 17 horas do
dia 30 de Maio, Isaías Cassu-
le, acompanhado pelo Alberto
António dos Santos, partiu do
Bar Gamboa, na 9ª Avenida do
Cazenga até ao local do rapto,
na ânsia de receber a “pen dri-
ve”. Posto no local e quando co-
meçavam a conversar, apareceu
uma outra terceira pessoa que o
raptou, introduziu-o numa viatu-
ra de marca Toyota Hilux de cor
preta com vidros fumados, en-
quanto que o seu acompanhante
escapava.
Depois do rapto, segundo a
fonte, a viatura dirigiu-se para o
Cacuaco e os raptores encapu-
çaram Isaías Cassule com dois
sacos, sendo um de plástico,
usado geralmente nas lavanda-
rias e um outro de serapilheira.
Antes de chegar a Caxito, não
resistiu e faleceu por asfixia, ten-
do defecado nas calças. A sua
morte terá acontecido, ainda nas
imediações de Cacuaco, junto ao
tanque da Empresa Provincial de
Água de Luanda(EPAL).
Depois dos seus raptores
constatarem que estava morto,
pois já não gritava, continua-
ram com a sua viagem até ao rio
Dande e junto ao bairro Sassa, o
seu corpo foi arremessado ao
rio. Consumada a acção, os seus
raptores regressaram a Luanda.
A origem das
manifestações
No ano de 2012, um grupo de
jovens organizava em Luanda
manifestações contra o Governo
de Angola, exigindo durante as
manifestações que o Presidente
da República, José Eduardo dos
Santos, abandonasse o poder.
Os manifestantes utilizavam car-
tazes, panfletos e camisolas que
demonstravam o seu desconten-
tamento contra a gestão gover-
nativa do poder instituído.
Em função do quadro das
manifestações, segundo a fonte,
a chefia de Serviço de Informação
e Segurança de Estado (SINSE) da
província de Luanda infiltrou um
dos seus membros para moni-
torar toda a movimentação dos
manifestantes e reportar para os
responsáveis máximos dos Servi-
ços Secretos da capital do país.
O referido membro ganhou
confiança e protagonismono
seio dos manifestantes e con-
seguiu obter os contactos tele-
fónicos de Alves Kamulingue e
Isaías Cassule, respectivamente.
Fazendo-se passar por membro
do aludido agrupamento juvenil,
era ele quem dava todas coorde-
nadas sobre as manifestações de
Luanda, segundo ainda a fonte
deste jornal.
Depois de se ultra-
passar o período
de prisão preven-
tiva, o Tribunal
Militar da Região
Centro(TMRC) mar-
cou para o próximo
dia 6 de Maio o jul-
gamento dos dois
pilotos da Força
Aérea Nacional
(F.A.N.), acusados
de terem originado
o despenhamento
do avião que pilo-
tavam.
Texto: Ismael Nascimento
Fotografia: Arquivo ChelaPress
”
“Nem que
nos ofereçam
as casas, não
calaremos as
nossas vozes até
que entreguem
os corpos
dos nossos
familiares.
5. 8 CHELAPRESS | 26 DE Maio 2014 9CHELAPRESS | 26 DE maio 2014
Quem é o verdadeiro dono
de todos estes terrenos
LobitoLobito
Roupa cara não esconde
preparação barata
O “QUIABO” E OS GARIMPOS DE TERRENOS
A
maro Ricardo Segun-
da, também conhecido
por “Quiabo” (escor-
regadiço), julgando-se
acima do bem e do mal, criou uma
espécie de Lobito dentro do Lobi-
to. Apropriando-se de terrenos,
vandalizando as reservas fundiá-
rias do Estado e aproveitamento
dos terrenos do C.F.B. (Caminhos
de Ferro de Benguela), sacrifican-
do os munícipes em seu benefi-
cio, cortejado por alguns mem-
bros do Governo Central e, claro,
ao longo do caminho, construiu
o seu pé-de-meia, o seu próprio
império. Jamais poderia imaginar
sua queda em perspectiva e um
fim tão melancólico.
A grande questão é: o que
acontecerá, quando tudo acon-
tecer? Será que, desta vez, Isaac
dos Anjos, governador da Pro-
víncia de Benguela, terá realmen-
te força e coragem política para
provocar um efeito pedagógico
em Benguela e em particular no
Lobito?
Antes de se tornar adminis-
trador municipal do Lobito, pe-
las mãos de Dumilde Rangel,ex
governador da Província de Ben-
guela, Amaro Segunda era cola-
borador da A.D.R.A., assessor do
gabinete do governador Dumilde
Rangel e nos tempos livres pro-
fessor universitário, altura em que
ganhou uma certa visibilidade.
Poderia terminar bem a sua tra-
jectória, mais preferiu espalhar-se
ao comprido, ao servir a ganân-
cia e o cinismo. O contrario não é
verdadeiro, justamente por causa
do seu caráter rural e bajulador
militante. Conheceu a glória, mas
ela agora cobra o seu preço.
Nada, no entanto, é tão sur-
preendente quanto a imprudên-
cia e infantilidade de Amaro Se-
gunda.
Amaro Segunda acusa Isaac
dos Anjos de demagogo e fala
barato. São apenas bafos de onça.
“A minha exoneração do cargo-
de administrador municipal do
Lobito não constitui preocupa-
ção de maior, pois já tenho as-
segurado, pelo Manuel Vicente,
vice-presidente da República
de Angola, o lugar de adminis-
trador executivo no Concelho
deAdministração da Refinaria
do Lobito. Com mais um boca-
do de jeito, Isaac dos Anjos ain-
da acaba por sair de Benguela
primeiro que eu Amaro Segun-
da da administração municipal
do Lobito”. Afirmou Segunda,
num encontro entre amigos. Que
grande lata!
Amaro Ricardo Segunda,
Administrador municipal do Lo-
bito, numa atitude puramente
infantil e de presunção, afirmou,
por várias vezes e em vários locais
públicos, em voz alta e para quem
quisesse ouvir, que era um dos
únicos portadores da fotocópia
do bilhete de identidade de José
Eduardo dos Santos, presiden-
te da República de Angola, para
legalização de diversos terrenos
do mesmo, na província de Ben-
guela.
Queiramos ou não. o nome
José Eduardo dos Santos, Pre-
sidente da República de Angola,
em todos os foros e latitudes,
deve ser tratado com deferência.
Como se percebe, este é o
começo de um longo trabalho de
purificação, do qual, obviamente,
Isaac dos Anjos, governador da
Província de Benguela terá que
prestar contas aos eleitores mui-
to em breve. Terá de começar
por Amaro Ricardo Segunda,
também apelidado pelo general
de “Quiabo”, administrador mu-
nicipal do Lobito que com o seu
programa de requalificação das
áreas da Acadêmica e da Cabaia
garimpou completamente, junta-
mente com os seus fiéis deposi-
tários, os terrenos dasrespectivas
áreas. Toda esta delapidação foi
feita com o beneplácito de Ju-
lião Francisco de Almeida, 1º
secretario do M.P.L.A., no Lobito,
que também recebeu um terreno,
junto do posto de transformação
da E.N.E. – Empresa Nacional de
Electricidade, de Amaro Segun-
da, na área considerada (interdi-
ta) Reserva Fundiária do Estado,
junto a escola Saidy Mingas, de
sustentação dos flamingos e de
estabilidade da própria cidade do
Lobito. Todavia, está a fomentar
auto-construção, perigar o ecos-
sistema, destruir a harmonia entre
o mar e os rios e por último a pro-
tecção das espécies.
Esta invasão já rendeu milha-
res de Dólares Norte Americanos
aos promotores, perfeitamente
identificados, sem que os cofres
do Estado e do município vissem
um tostão.
Isaac dos Anjos, governador
da Província de Benguela “Cadé a
giratória”?. O “Quiabo” e os seus
pontas-de-lança continuam a
desrespeitar as suas orientações,
assim como continuam a animar
os beneficiários para não cum-
prirem as suas orientações. Em
suma, as invasões prosseguem a
ritímo frenético. Isaac dos Anjos
“Cadé a giratória”?. A não ser que
tudo isto sejam palavras e que
Isaac dos Anjos se tenha rendido
à cultura de Amaro Segunda que
tanto diz abominar.
Manuel António Tchimbili,
vice-administrador do município
do Lobito, formado em Direito e
membro do Comitê Municipal do
Lobito, desapoiado pelo partido
da situação e sem funções espe-
cificas, assiste impotentemente a
delapidação e descaracterização
do Município pelo seu titular. Eles
são uns mandriões e não mudam.
Ribeiro Tadeu, membro de
uma família tradicional do Lobito
e ligado desde os primórdios ao
M.P.L.A., viu a sua função como
director da rádio Lobito amea-
çada por uma infundada intriga
criada por Amaro Segunda, jun-
to da Rádio Nacional de Angola.
Em causa estava um programa
denominado “terrenos e garim-
peiros” transmitido pela Rádio
Lobito, onde os terrenos, no Lo-
bito, estão a ser assaltados com
a chancela do administrador.
Amaro Segunda, incomodado
com o programa recorreu a velha
táctica da coruja: acusar Ribeiro
Tadeu de estar a agitar e incitar
a população do Lobito contra o
M.P.L.A. e Governo. Compulsados
os documentos, cassetes e bobi-
nes, a própria Direcçãoda Rádio
Nacional, concluiu que nada de
estranho e de grave foi constata-
do no programa. Quem não deve
não teme.
A nomeação de Amaro Se-
gunda foi das piores coisas que
podia ter acontecido a população
do Lobito. É triste perceber que
a incomensurável ganância do
“Quiabo” associada a sua von-
tade permanente de bajular, fez
com que a casa de passagem da
administração que estava desti-
nada, por abate, ao Joaquim de
Almeida, conhecido por “Nosso
Futuro”, fosse dada de bandeja a
um politico de Luanda, que em
nada tem haver com o Lobito.
O ódio e o cinismo do “Quiabo”
pelo Kinito de Almeida é infinito.
Até quando e porque?
Nas próximas edições anun-
ciaremos as engenharias e os
nomes de todos os fiéis depo-
sitários de Amaro Segunda,
desde o arquitecto Miguel até
ao João Paulo – free-lancer
passando por Joaquim N’galo
e tantos outros.
Amaro Segunda, administrador
municipal do Lobito.
6. 10 CHELAPRESS | 26 DE Maio 2014 11CHELAPRESS | 26 DE maio 2014
Em FocoEconomia
Perceber melhor a economia
monetária internacional
U
ma guerra monetária
levada a cabo por um
País através de des-
valorizações concor-
renciais da sua moeda contra
outras é um dos desfechos mais
destrutivos e receados no pano-
rama económico internacional.
Ela evoca o fantasma de Grande
Depressão, quando os Países in-
correm em desvalorizações para
«melhorar a custa do vizinho» e
em tarifas impostas que arrui-
naram o comércio mundial. Ela
também faz lembrar a década
de 1970, quando o preço do pe-
tróleo quadruplicou devido aos
esforços dos Estados Unidos da
América para enfraquecerem o
dólar quebrando a sua ligação
ao ouro. Por fim, ela recorda-nos
das crises da libra esterlina ingle-
sa de 1992, do peso mexicano
em 1994 e do rublo russo em
1998, entre outras convulsões.
Quer prolongadas ou agudas,
estas e outras crises monetárias
estão associadas à estagnação, à
inflação, à austeridade, ao pânico
financeiro e a outros desfechos
económicos prejudiciais. De uma
guerra monetária nunca sai nada
positivo.
Assim, foi chocante e pertur-
bador para as elites financeiras
mundiais ouvir o actual ministro
das finanças (ministro da fazen-
da) do Brasil Guido Mantega,
declarar abertamente em Setem-
bro de 2010 que tinha começado
uma nova Guerra Monetária. É
claro que os acontecimentos que
deram origem à declaração de
Mantega não eram novos para
estas elites, elas já os conheciam.
A tensão internacional em torno
das políticas da taxa de câmbio e,
por extensão, das taxas de juro e
políticas fiscais crescera, mesmo
antes da depressão que come-
çou no final de 2007. A China ti-
nha sido repetidamente acusada
pelos seus principais parceiros
comerciais de manipular a sua
moeda o iuane, para o seu valor
baixar artificialmente, e de, en-
quanto isso, acumular reservas
excessivas de divida do Tesouro
dos Estados Unidos da América.
O pânico de 2008, contudo, fez
nova luz sobre as contendas da
taxa de câmbio. Subitamente, em
vez de expandir, o bolo económi-
co começou a encolher e os Paí-
ses que antes estavam satisfeitos
com a sua parte do bolo em ex-
pansão começaram a disputar as
migalhas.
Apesar das evidentes pres-
sões financeiras globais que
acumularam até 2010, ainda era
considerado tabu nos círculos da
elite referir as guerras económi-
cas. Em vez disso, os peritos no
mercado monetário internacional
usavam expressões como «ree-
quilíbrio» e «ajustamento» para
referir o seu esforço em realinhar
as taxas de câmbio de modo a
alcançar aquilo que alguns con-
sideravam bons objectivos. Usar
eufemismos não diminuiu a ten-
são no sistema.
Há um paradoxo no centro de
todas as guerras monetárias. Em-
bora elas sejam disputadas inter-
nacionalmente, subjacente a elas
está um problema domestico. As
guerras monetárias começam
numa atmosfera de crescimento
económico interno insuficiente.
O País que segue este caminho
tipicamente dá por si com altas
taxas de desemprego, um cres-
cimento pequeno ou em que-
da, um sector financeiro fraco e
umas finanças públicas em dete-
rioração. Nestas circunstâncias, é
difícil gerar crescimento através
de meios puramente internos e a
promoção de exportações atra-
vés de uma divisa desvalorizada
torna-se o motor de crescimen-
to de último recurso. Para per-
ceber porquê, é útil recordar as
componentes do crescimento no
É difícil gerar
crescimento
através
de meios
puramente
internos e a
promoção de
exportações
através de
uma divisa
desvalorizada
torna-se o
motor de
crescimento
de último
recurso.
Textos: SANDRO SANTOS*
Fotografia: arquivo ChelaPress
produto interno bruto (PIB). Es-
tas componentes são o consumo
(C), o investimento (I), a despesa
estatal (D) e as exportações líqui-
das, que constituem nas expor-
tações (X) menos as importações
(M). Esta definição geral de cres-
cimento exprime-se na equação:
PIB= C + I + D + (X-M)
Por hoje fico por aqui, pro-
metendo refletir mais sobre o
assunto.
*Economista
Estamos em:
Benguela
Huambo
Bié
Huíla
Luanda
Uíge
Malanje
N’dalatando
AmbiAfrica - Benguela - Damba Maria, km 27 - Bairro Taka
SOLUÇÕES AMBIENTAIS
O
critério supremo da
verdade é prática.
Quem não trabalha
não tem direito a pa-
lavra. Falar é muito bonito, mas
no fazer é que são elas.
A Associação dos Naturais e
Amigos da Província de Bengue-
la – Acácias Rubras, um projecto
único em Angola (que vingou),
corre o risco de perder o seu
dinamismo, uma vez que de
acordo com o seu estatuto (que
deve ser respeitado) a sede é em
Luanda e o Secretariado Execu-
tivo em Benguela.
Os benguelenses de uma
maneira geral estão a fazer exer-
cícios de fome, não têm dispo-
nibilidade de tempo, emocional,
nem material para se preocu-
parem com os problemas dos
outros e muito menos dos ben-
guelenses.
Não nos deixemos, mais uma
vez, enganar. Se a memória não
nos falha, a primeira e única vez
que se transferiu a Direcção das
Acácias Rubras de Luanda para
Benguela e à frente estiveram
a nossa querida Bebé Matos e
Adérito Saramago Areias Pe-
reira, durante 13 anos assisti-
mos a uma total inoperância.
Rapidamente e num acto de
inteligência da Assembleia Geral,
na altura, a Direcção foi resgata-
da novamente para Luanda, por
ser esta província o centro onde
as decisões são tomadas. Este
último, Adérito Areias, renun-
ciou ao seu mandato, deixando
a Direcção das Acácias Rubras na
rua, e os arquivos desaparecidos
até à presente data. Felizmente
a comunidade de benguelenses
fora de Benguela já tem no seu
seio um número substancial de
membros, que há muito deixa-
ram de fazer exercícios de fome.
Têm muitos contactos, muitos
movimentos e muita disponibi-
lidade de tempo.
O Jornal ChelaPress vai en-
trar no ringue, mais forte, para
evitar danos futuros para os
benguelenses de Benguela.A Di-
recção das Acácias Rubras fora
de Benguela para Benguela tem
credibilidade. E a grande maio-
ria de benguelenses acredita
nela. O resto são tretas. Pura de-
magogia.
O presidente de Direcção
das Acácias Rubras – Associa-
ção dos Naturais e Amigos da
Província de Benguela, que mais
medidas cobrou aos três últimos
governadores de Benguela, no-
meadamente Dumilde Rangel,
Armandoda Cruz Neto e Isaac
dos Anjos, que mais tem recla-
mado do estado preocupante
sócio- económico dos bengue-
lenses, que sempre teve mais vi-
sibilidade e ganhou mais man-
chetes (ver Miss Angola 2014),
que mais mexeu com as obras
sociais e de caridade, muito
bom de conversa, e o que con-
tinua ser um dos únicos, senão
mesmo o único, com condições
Quiseram tomar de assalto as
acácias rubras para fins inconfessos
de revalidar ou ganhar as próxi-
mas eleições previstas para o dia
16 de Maio de 2014, no audi-
tório da Administração Munici-
pal de Benguela.Todos em Ben-
guela, Lobito, Baía-Farta, Cubal,
Ganda, Catumbela, Caimbambo,
Chongoroi, Balombo e Bocoio,
pois, devemos ser humildes e
reconhecer com verdade que foi
Luís de Oliveira Rasgado, mais
conhecido por “Dufa”, bengue-
lense de gema e que defende
a continuidade da Direcção das
Acácias Rubras dentro e fora de
Benguela, congregando todos à
volta desta Associação que só é
reconhecida e está viva graças
ao seu empenho.
Luís de Oliveira Rasgado,
que trabalhou sozinho ao longo
de todos estes anos, porque os
restantes membros da Direcção
e dos outros Órgãos Sociais,
sem motivos aparentes, abando-
naram-na pura e simplesmente,
sempre soube que entende de
povos e de associativismo.
Perguntem ao Governo de
Benguela que tem a Associação
dos Naturais e Amigos da Pro-
víncia de Benguelacomo o maior
parceiro de referência.
Perguntem ao Isaac dos An-
jos, Governador da Província de
Benguela pelas acções concre-
tas e visíveis das Acácias Rubras
liderada pelo Luís de Oliveira
Rasgado.
Perguntem ao Leopoldo
Muhongo, Administrador do
Município de Benguela, igual-
mente ao Amaro Ricardo Se-
gunda, Administrador do Muni-
cípio do Lobito, pelas acções e
doações efectuadas (permanen-
temente) pelas Acácias Rubras
ao logo do mandato de Luís de
Oliveira Rasgado.
Perguntem à população des-
favorecida da província de Ben-
guela pela figura de proa das
Acácias Rubras, Luís de Oliveira
Rasgado e as suas acções a fa-
vor da mesma.
Perguntemaosamigospatro-
cinadores,nomeadamente:Bento
Kangamba (maior), Cosal, Eliseu
Bumba, B.N.I., B.A.I., Endiama,
Cabeto Alonso, B.N.A., B.P.C. e
outros das acções das Acácias
Rubras e pelo dinamismo único
de Luís de Oliveira Rasgado.
Não pensem que falo pe-
las ligações familiares com Luís
Rasgado. É a verdade e o reco-
nhecimento do seu trabalho.
Luís Rasgado empenhou-
se nas parcerias chamando até
benguelenses que na altura da
fundação não quiseram fazer
parte como membros fundado-
res.
Luís Rasgado andou de por-
ta em porta a mobilizar os ben-
guelenses que viviam em Luanda
e muitos deles estão presentes
para exaltar e apoiar o seu esfor-
ço e o seu dinamismo.
Aceitemos, pois, as críticas
como democratas!
Aceitemoso trabalho de
quem trabalha com victórias.
Luís Rasgado far-se-á pre-
sente, no dia 16 de Junho de
2014, incorporado numa lista de
candidatos à nova direção das
Acácias Rubras, para contrapor
a lista que pretendeu, no dia 16
de Maio, tomar de assalto a Di-
recção das Acácias Rubras. Adé-
rito Areias, novamente na pole-
position blindado pelo radialista
e apresentador João Carlos de
Carvalho, uma figura sem crédi-
tos em Benguela.
Porquê novamente Adérito
Areias, um vice-presidente fu-
jão?
O comendador e cônsul de
Cabo-Verde em BenguelaJorge
Gabriel, uma das figuras mais
carismáticas, empreendedoras
e dinâmicasde Benguela, desco-
nhecedor dos estatutos das Acá-
cias Rubras, por desatenção, foi
envolvido nesta intentona que
visava branquear a imagem de
algumas figuras desgastadas que
circulam por Benguela e ganhar
ascensos com vista às autárqui-
cas que se aproximam,petróleo
e outros benefícios. Contudo,
apenas figuras que estão vol-
tadas para os seus “umbigos”
e nada fazem para o bem da
comunidade benguelense mais
desfavorecida.
No entanto, importa aqui sa-
lientar, que muitas das figuras de
respeito, contidas nesta lista, não
foram sequer contactadas para
nela figurarem. Por conseguinte,
consideram este acto e outros
mais, como utilização abusiva
dos seus nomes para fins não
confessados, o que é crime.
Utilizaram abusivamente os
nomes de várias figuras de res-
peito de Benguela.
A candidata de Benguela
para Benguela é a Srª Teresa
Cohen “Zeza”.
7. CHELAPRESS | 26 DE maio 2014
aqui mandoeu
Por: francisco rasgado
DE VOLTA O CASO DOS FANTASMAS DO GOVERNO
ana dos Reis em angola sem casa
ABUSO DE
PODER
vieira de
malas feitas
JOSÉ LUÍS a fazer exercício de fome
UMA VICTÓRIA
PARA BENGUELA
AS FALSIFICAÇÕES DO PROCURADOR FRANCISCO
FORTUNATO E DA JUÍZA CATARINA MICOLO
E
stá de volta o caso dos fun-
cionários fantasmas do Go-
verno de Benguela. Samuel
Zacarias Gomes “Samy”, uma
peça fundamental no processo dos
trabalhadores fantasmas do Go-
verno Provincial de Benguela, no
dia 24 de Abril de 2014, para não
embaraçar as diligências judiciais,
foi preso e conduzido à peniten-
ciária do cavaco, em Benguela.
Porém, muitos mais membros do
Governo, implicados, também
estarão brevemente enquadrados
na lista prisional. Samuel Zacarias
Gomes “Samy”, implicado sem
saber ao certo até que medida
já denunciou alguns comparsas,
adiantando sobretudo,que quer
ver também, Dias Cangato, secre-
tário geral do Governo, como seu
colega de beliche na penitenciaria
do cavaco.
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ONDE ESTÁ JUSTIÇA EM BENGUELA?
ONDE ESTÁ JUSTIÇA EM BENGUELA?
A
na Antunes do Reis,de
Regresso a Angola,
após uma operação
cirúrgica ao coração, está
na rua ou a dormir debaixo
da ponte do rio cavaco. A
sua residência na Baía do
Santo António, propriedade
da Capitania do Porto do
Lobito, entidade com quem
tem contrato, foi no dia 22
de Dezembro, assaltada
pelo procurador Francisco
Fortunato. O assaltante está
identificado e tudo esclare-
cido e tramitado em juízo.
Cabe agora a Procuradoria, a
semelhança do que aconteceu
com o carro de marca Toyota
Prado, matricula B.G.A- 67-61,
fazer a entrega da residência
assaltada e dos bens rouba-
F
rancisco Fortunato,
magistrado do Minis-
tério Público, foi es-
condido no Município do
Chongoroi. Aguardando,
no entanto, pelo o des-
fecho do processo crime,
resultante de um assalto
levado a cabo à residência,
de Ana Antunes dos Reis,
na Baía de Santo António,
que está a decorrer contra
si, cuja sentença está
marcada para o próximo
Conselho da Magistratura
da Procuradoria Geral da
República.
J
osé Augusto Vieira, de
malas feitas de chefe da
repartição da Adminis-
tração Municipal de Benguela
para o projecto dos 1000m2
por cidadão, de Isaac dos An-
jos, governador de Benguela.
Mais uma muamba
J
osé Luís (formado duvidosa-
mente na ex-União Sovi-
ética, cuja formação ele pró-
prio não sabe explicar), ex-sócio
instrumental, ou seja, como o
verdadeiro sócio não podia dar a
cara, adiantou o seu nome, para
participação na referida socie-
dade – Cetenco Lda.. Levantados
alguns problemas a volta do en-
volvimento do verdadeiro sócio,
este, por sua vez, declinou a sua
posição na sociedade. Em acto
continuo orientou José Luís para
fazer a vendada sua quota de
10% a Ana AntunesReis.Abertas
as hostilidades entre marido e
mulher Eliseu do Reis e Ana An-
tunes dos Reis,José Luís intentou
uma Providência Cautelar não
Especificada junto da Sala do
Cível e do Administrativo contra
a gerencia, que por escritura
pública pertence àAna Antunes
dos Reis. A Juíza Catarina Micolo
considerou-a procedente. Coisas
de loucos. Não se pode ter con-
fiança na justiça nas mãos das
juízas que animam Benguela!
V
ictor Assuilo, Juiz de Di-
reito, uma figura bastante
conhecida da sociedade
de Benguela pelas suas qualida-
des como magistrado judicial,
isenção e autoridade, é o novo
juiz presidente do tribunal
de Benguela, em substituição
do juiz Lucas Alberto, então
transferido para a Província do
Cunene.
P
ara estes dois magistra-
dos, em Benguela tudo
é falso e falsificado. As
instituições do Estado são
falsas, os contratos e os actos
do Governo são falsos, os No-
tários são falsos, as Socieda-
des Comerciais são falsas, as
Certidões das Escrituras Públi-
cas são falsas, a zona marítima
circunscrita na jurisdição da
Capitania do Porto do Lobito
é falsa.
O que falta mais ser falso
para estes dois magistrados?
Talvez Isaac dos Anjos o
governador da Província de
Benguela, no pensar deles.
Como não acreditam
nas instituições do Estado
nem conhecem a figura do
investigador forense, então
tudo é falso. Assim sendo, que
prendam as conservadoras e
as notarias, nomeadamente as
respeitadas senhoras Inês Mo-
reira dos Reis e Ana Maria Cruz.
E que tais detenções sejam
feitas pela aurora de Domingo,
enquanto a cidade dorme e,
em muito silencio, pois não
váainda o povo acordar e
aperceber-se que tal barbárie
se dê mais uma vez,sem ofício
do tribunal, mais sim,à luz do
novo modelo penal, introduzi-
do no dia 22 de Dezembro de
2013, pelo procurador Francis-
co Fortunato no léxico jurídico
de Benguela.
dos, nomeadamente: utensílios
pessoais e íntimos da proprie-
tária Ana Antunes dos Reis.O
que espera a Procuradoria se
o assaltante foi apanhado em
flagrante delito.
Catarina Micolo, juiza Francisco Fortunato, Procurador
8. 14 CHELAPRESS | 26 DE Maio 2014
Trânsito
H
á uns tempos esta
parte, a cidade de
Benguela, urbana por
excelência, mãe das
cidades, berço da intelectualida-
de, da imprensa visual, escrita e
falada,tem vindo a alterar-se pro-
fundamente a todos os níveis da
vida socio-económica e cultural
e, de forma também muito triste
no que toca ao trânsito devido à
“invasão” dos motoqueiros, vulgo
Kupapatas.
Reconhecemos que numa
fase do intrincado processo po-
lítico e económico angolano, os
“Kupapatas” desempenharam
um papel importante na trans-
portação urbana e suburbana
da população mais carenciada e,
tacitamente foi criada um regime
de excepção em que as autorida-
des fecharam os olhos ao incum-
primento da lei.
Angola a passos de cama-
leão começa a ser um Estado de
Direito. Portanto, a lei é para ser
cumprida e respeitada por todos
os cidadãos. A lei que regula o
trânsito rodoviário continua a ser
o Código de Estrada.
Para o Kupapata o mais im-
portante é ter uma mota e uma
licença “comprada” ou passada
pela Administração Municipal. Na
posse de uma motorizada sem
fazer qualquer tipo de prova de
condução ou de conhecimento
dos rudimentosbásicos do Códi-
go de Estrada, logo fica habilitado
a transportar gentes e bens.
O normal comportamento
dos Kupapatas caracteriza-se por:
- Não respeitar os sinais
de trânsito;
- Não respeitar o sentido
do trânsito;
- Não respeitar os semáforos;
- Não respeitar as prioridades;
Tentar fazer justiça por mãos
próprias em caso de acidente,
com razão ou sem razão; (Motiva-
dos como é óbvio, pelos hábitos
trazidos para os centros urbanos,
já que para eles o machado de
guerra não está enterrado).
Não respeitar as autoridades
policiais, por não as reconhece-
rem.
O resultado desta cumplici-
dade tácita é o caos no trânsito
e subsequentemente a elevada
mortalidade e, feridos nos hos-
pitais.
É altura de dizer BASTA a este
estado de coisas e que as auto-
ridades ponham ordem no “gali-
nheiro”, abandonem a política po-
pulista e demagoga e pratiquem
uma política responsável e de
cumprimento da legalidade.
A defesa dos interesses de Es-
tado, maior parte das vezes criam
“amargos” de boca, mas, são os-
sosdo ofício. Um exemplo típico,
foio que aconteceu com o Isaac
dos Anjos, na sua governação na
Huíla, onde aparentemente foi
“vencido” pela linha populista de-
fensora de interesses oligárquicos
e ocultos.
Como contribuição e solução
para esta promiscuidade adianta-
mos o seguinte:
Que seja proibida a actividade
dos Kupapatas com velocípedes
de cilindradainferiora 50 cm3, já
que o código da estrada proibia
e continua a proibir na sua trans-
portação, mais de uma pessoa;
quer dizer, não pode rebocar.
Além de mais, já existem trans-
portes públicos e privados em nú-
mero suficiente para dar resposta
às necessidades da população.
Que a actividade dos Kupa-
patas em regime de excepção se
circunscreva tão só à preferia.
Que a actividade econômica
dos transportes privados seja alvo
de pagamento de impostos sob a
forma de licença anual de activi-
dade.
Que seja revista a forma de
obtenção das licenças de condu-
ção envolvendo a polícia de trân-
Os kupapatas e a sua produção
PUB
sito, com fiscalização uma autó-
noma a criar.
Que seja obrigatório o cum-
primento do Código de Estrada.
Que a polícia exerça o seu pa-
pel de autoridade repressivatodas
as vezes que o momento justifi-
car.
Que a polícia passe à prática
o uso do “tapete dentado”,para
travar a fuga dos motociclistas
que desobedeçam ao sinal de
paragem do agente regulador
de trânsito, levando-os depois a
tribunal por crime de desobedi-
ência.
benguela
9. 16 CHELAPRESS | 26 DE Maio 2014 17CHELAPRESS | 26 DE maio 2014
MagistraturaBenguela
Os 397 anos de Benguela
S
e o ano passado não foi
nada fácil em termos de
trabalho e realizações,
este ano que já está
quase no meio advinha-se ainda
mais difícil. Apesar de ser uma
das cidades mais requintadas, o
benguelense não esconde sentir
algum receio do que ainda está
para vir. “Em altura de crise, de
mudança, de crescimento, uma
das primeiras coisas em que os
políticos e governantes deixam
de apostar é na prata da casa,
nas empresas locais. O que se
sente éque há muito pouco
trabalho para os benguelenses
de Benguela”.
Então vamos ter que nos su-
jeitar, porque senão, não traba-
lhamos. Com o futuro incerto,
de quem? De todos aqueles que
sempre viveram à custa do erá-
rio público, dos esquemas, das
adendas, das sobrefacturações
e das comissões ilegais. Quem
confessa? Os que estão a pensar
mesmo em mudar de Província,
sendo Luanda uma das opções
mais faladas! Não são certamen-
te o Zé Povinho nem os invisíveis
pequenos empresários.
Maio é Benguela, 397 anos
Pela primeira vez, o Aparthotel
Calmito, em Benguela recebeu
a gala alusiva aos 397 anos da
cidade de Benguela. A expecta-
tiva era muito grande, e não saiu
gorada. A gala encheu as medi-
das de todos os presentes, com a
apresentação de um DVD docu-
mental sobre Benguela, um feito
do realizador e produtor Ladislau
Fortunato, e um programa cultu-
ral bastante substantivo, que não
deixou ninguém indiferente.
A noite de gala, que contou
com várias personalidades de di-
versos quadrantes da sociedade
benguelense,foi surpreendida
pela introdução de novos pré-
mios, denominados Acácias de
Honra e Acácias de Mérito, insti-
tucionalizados pelo Conselho de
Concertação Social de Benguela
para homenagear figuras que, ao
longo do ano, se notabilizaram
em várias áreas da vida sócio-
cultural de Benguela.
No decorrer da gala foram
homenageados com Acácias de
Mérito os senhores Alberto da
Silva (Pepino), Bruna Vanessa
da Silva Freitas – campeã africa-
na de judô, Direcção do Sporting
Clube de Benguela, Matias Da-
másio (ausente) - vencedor do
Top dos Mais Queridos de 2013,
Epifáneo – antigo funcionário
da Administração Municipal de
Benguela, Horácio Pitagrós –
campeão africano de ginastica
e Pedro – director do cemitério
da Camunda, que receberam os
aplausos e o carinho de centenas
de convidados, entre eles alguns
dos filhos e familiares dos acredi-
tados com as Acácias.
Foi uma noite emocionante
e inesquecível que marca o que
já foi e, de certo modo, o que
virá de bom para o município de
Benguela.
“Tive e continuo a ter, na qua-
lidade de Administrador Munici-
pal de Benguela, até Deus querer,
capacidade de poder desenvol-
ver um papel importante neste
incomensurável e bonito peda-
ço da nossa Angola que é “B”
de Benguela com letra grande.
É um município que exige uma
grande energia e eu estou aqui
com essa energia. Isso dá-me
muita satisfação. Já são 6 anos
de alegrias,mas também de mui-
tos sacrifícios”,resumiu Leopoldo
Muhongo, administrador muni-
cipal de Benguela, no final das
entregas das Acácias de Mérito.
No entanto, a Leopordo
Muhongo, que não poupou elo-
gios a Isaac dos Anjos, Governa-
dor da Província de Benguela,
também coube a responsabili-
dade de fazer a apresentação e
anunciar a requalificação do rio
Halo e a reabertura para breve
do Vale do Cavaco.
Na sequência do discurso
proferido pelo administrador mu-
nicipal, Gil de Oliveira, agricultor
do Vale do Cavaco, foi convidado
a tecer algumas considerações
sobre o estado do Cavaco e o
seu futuro, assim como algumas
zungueiras falaram do dia-a-dia
e dos seus problemas.
Há pessoas que na vida, por
falta de coerência, não sabem
dizer “não” e o Governador de
Benguela, que também foi ho-
menageado com uma Acácia de
Honra, sabe bem e por coerência
dizer “não”. “Acho que o momen-
to ainda não é o mais certo para
merecer tais honras. Porém, fico
muito feliz por estar aqui com
todos vocês e por estarem a gos-
tar do resultado final”, confessou,
ainda visivelmente emocionado.
A gala prosseguiu noite a
dentro com uma bonita anima-
ção musical abrilhantada pelo
cantor Ezio do Dadão, que foi
depois sucedido pelo cantor Ro-
ger e por último pelo Dj. Her-
nany Pedro, que fechou a noite
com a chave da cidade.
BENGUELA E OS BENGUELENSES
NO DIA DA CIDADE
N
a Sala do Cível e do
Administrativo, sobre-
tudo, das comarcasde
Benguela e do Lobito,
rodam disputas de heranças gor-
das, litígios de sociedades comer-
ciais de relevo, divórcios de nu-
bentes endinheirados, em suma,
avultadas somas de dinheiro em
jogo.
Como ficam assim, os cida-
dãos que não têm dinheiro para
contratar advogados situacionis-
tas ou que sabem litigar?Por mais
razões que estes tenham, acabam
sempre por perder a questão. Eis
a questão.
ParafraseandooprofessorRaul
Araújo,ex-Bastonário da Ordem
dos Advogados e actualmente
Juiz conselheiro do Tribunal Cons-
titucional, o Jornal ChelaPress vai
continuarfazer o alerta sobre os
problemas da justiça no nosso
país.Pois, a exemplo dos os faróis
que guiam os navios, também
aqui os dados correntes da justiça
se mostram necessários. Ao nível
da justiça temos, de facto, muitos
problemas que precisam de ser
resolvidos. Não adianta a politica
da avestruz. Não falar não signi-
fica que os problemas estejam
resolvidos.
Noentanto,tambémentende-
mos que o diagnóstico está feito
e as soluções para os problemas
da justiça estão apontados.A so-
ciedade angolana sabe o que tem
quefazer, bem assim como o po-
der Executivo, o Legislativo, a Ma-
gistratura Judicial e do Ministério
Público, os Tribunais, as Faculda-
des, (porque no sistema de justi-
ça intervêm muitos operadores)
para que a justiça seja benéfica
e funcional. Adinâmica que vive-
mos, de reformas políticas, quer
Sentenças encomendadas. Será?
HOJE, A JUSTIÇA É PARA QUEM PAGA
no Executivo, quer no Legislativo,
como no sector económico e so-
cial, não se têm vindo a reflectir
no sistema de justiça. A atenção
que é dada ao sistema nacio-
nal de saúde e à educação, com
construção de escolas, postos de
saúde e hospitais, o forte investi-
mento na formação de médicos e
de enfermeiros. Infelizmente não
tem sido igual até a presente data
com a justiça.
O forte investimento nas in-
fraestruturasbásicas do país é
notório e, por conseguinteuma
pergunta se impõe: que investi-
mentos têm sido feitos na área da
justiça? Quantos tribunais foram
construídosaolongodestesanos?
Quantas conservatórias novas fo-
ram construídas? Quantos cartó-
rios notariais foram construídos?
Em Angola, com cerca de vinte
milhões de habitantes, quantos
tribunais foram construídos?
Temos, por exemplo, na pro-
víncia de Benguela mais de três
milhões de habitantes, mais que
muitas províncias de Angola jun-
tas. De acordo com os dados do
registo eleitoral de 2008, a pro-
víncia de Benguela ainda não tem
um tribunal por município. Não se
conclui a construção dos tribunais
por falta de verbas, a velha des-
culpa de sempre,entretanto, os
anos vãopassando. Para termos
uma justiça funcional e justa tem
que se assumir que a justiça é tão
importante quanto o resto e não
um elemento residual.
Por estas e por outras razõesé
que existem estudantes de direi-
to que depois de licenciados em
direito, acham que não têm jeito
nenhum... viramcomerciantes, ou
fazem-se de advogados, maus
advogados... algunschegam à
magistratura mas, felizmente, a
peneira estáficar cada vez mais
Há queixas a seguirem para a Sala do Cível e do Administrativo do Tribunal de Benguela e do Lobito onde os mais visadas são as
juízas Elsa Sinde, Catarina Micolo, Lisandra do Amaral Manuel eMarta Ngueve e, pedidos de pareceres e mais protestos. Mas já nem
tudo é pacífico na guerra que os cidadãos da província de Benguela declararam à Magistratura Judicial.
apertada do que
há alguns anos
atrás.Pois,durante
alguns anos a ma-
gistratura estava
em saldo (com
procuradores e
juízes populares
desprovidos de
muitas noções
básicas do Direi-
to), constatamos
muitas debilida-
des refletidas nas
sentenças que
são proferidas.
Porém, estes re-
flexos ainda hoje
são visíveis e alar-
mantes. O mer-
cado de trabalho
está a rejeitaros
maus Procurado-
res, os maus Juízes, e os maus Ad-
vogados. O Conselho Superior do
Ministério Público, assim como
o Conselho Superior do Tribunal
Supremo têm uma palavra a di-
zer e devem estudar estes casos
horripilantes. Estamos a falar de
questões objetivas. Todavia, como
correm os concursos de admissão
para magistrados judiciais do Mi-
nistério Público no INEJ. (Instituto
Nacional de Estudos Judiciários),
de ponto de vista estatístico, de
que universidades provêm os
aprovados? Há universidades que
ainda não conseguiram aprovar
um único estudante nesses tes-
tes de admissão do I.N.E.J.. Isso
é significativo no que respeita à
qualidade do ensino que se mi-
nistra e no reflexo no mercado do
trabalho.
É imperioso um trabalho de
análise bastante exaustiva da si-
tuação dos tribunais e da justiça
praticada em Angola, particular-
mente na sua segunda metrópo-
le, quer nos tribunais, quer fora
destes. E a conclusão a que se
chega é que há ainda muito para
ser feito. Não queremos apontar
culpados, se é o Executivo, se é
a Assembleia Nacional, se são os
juízes, se são os advogados...es-
tamos perante aquelas situações
em que se pode dizer que a culpa
morre sózinha.
Há de facto muito mais má
justiça do que boa justiça em An-
gola. A justiça é deficiente,com
muitas debilidades. Desde o
acesso à justiça, as dificuldades
que os cidadãos têm de acesso
aos tribunais.Hoje só vai aos tri-
bunais quem tem possiblidades
financeiras.
O jornal ChelaPressnão tem
dificuldades em dizer seja o que
for relacionado com a matéria em
causa,porque os dados estatísti-
cos são claros e assim o mostram.
Hoje, quem não tem dinheiro
muito dificilmente consegue ter
acesso ao tribunal, mesmo recor-
rendo ao patrocínio judiciário. E a
assistência judicial é gratuita.
De acordo com os dados que
o Jornal ChelaPress dispõe ao ní-
vel do Cível e do Administrativo,
os processos existentes no tribu-
nal só um por cento, repito, um
por cento, advém do recurso ao
patrocínio e assistência jurídica
gratuita. O resto,ou pagas ou vês
a tua razão serescamoteada.
Se há resultados ou não, já não
compete à sociedade fiscalizar.
Mas sim, ao Ministério Público.
Os poderes independentes e
a interdependência de funções.
A objectividade da lei e a sub-
jectividade da justiça: éis a ques-
tão.
RADAR
Senhores Juízes, procuradores e advogados
o que entendem vocês por Providência Cautelar
Não Especificada? Como o próprio nome diz,
trata-se de acautelar, suspendendo e nunca trans-
ferir uma gerência de uma empresa adquirida por
certidão pública para uma outra entidade, desta
feita, para um individuo que há muito deixou de
ser sócio instrumental, como ele próprio afirmou
em audiência promovida pela Juíza Catarina
Micolo e mais tarde pela Juíza Lisandra do Amaral
Manuel.
Só a acção principal pode sentenciar tal des-
pacho, a Providência Cautelar Não Especificada,
nãoa pode substituir e muito menos destruir uma
empresa e mandar para o desemprego dezenas
de trabalhadores. A Providência Cautelar Não
Especificada tem prazo e não é dado adquirido.
Não se pode ter confiança na justiça nas
mãos das juízas que animam Benguela.
Francisco Rasgado, director do Chelapress moveu um processo
crime nº 1168/DPIC/2014 por injúrias, contra Amaro Segunda,
administrador municipal do Lobito. Estão arrolados no processo
como testemunhas, Cacá Vasconcelos 2º secretário municipal do
MPLA, Filomena Pascoal, administradora municipal da Catumbela
e Maria João, administradora municipal da Baía Farta.
Onde está a justiça
em benguela?
Processo crime contra
Amaro Segunda
Catarina Micolo, juiza
10. 19CHELAPRESS | 26 DE maio 2014
Cidade
Benguela Construções – Construção Civil e Obras Públicas Lda
Contribuinte Fiscal Nº 5111029184
Zona Industrial II Calombotão – Benguela
Tel. 272 231 823 – Tlm. 925 400 800
PROJECTAMOS E CONSTRUIMOS O FUTURO
Os caixotes de lixo da bonita
cidade de benguela
N
as fotografias captadas pela equi-
pa de reportagem do Jornal Che-
la Press no perímetro urbano da
cidade das Acácias Rubras de Benguela é
possível ver enormes quantidades de cai-
xotes de lixo e agregados, quantidades
exorbitantes de lixo, valas abertas, esgo-
tos entupidos, águas residuais paradas
nas principais artérias, constituindo assim,
um autêntico e permanente perigo para
os moradores, transeuntes, cidadãos em
circulação e para a saúde pública das po-
pulações. Face às inúmeras reclamações e
apreciações feitas pelos munícipes sobre
os contrastes aberrantes entre a cidade
limpa, novas construções, espaços que
estão sendo requalificados e os caixotes
de lixo que em nada embelezam e digni-
ficam a segunda metrópole do país, que
se quer sempre e cada vez mais linda, a
administração de Benguela fez sair um co-
municado contundente que visa inverter o
quadro, dar destino salutar a todos estes
espaços quer públicos, quer privados em
benefício da sociedade.
De acordo com algumas informações
disponíveis o referido comunicado, dá
conta de que se trata de uma adaptação
de medidas cautelares para a melhoria
da imagem da cidade, apelando à ne-
cessidade de colaboração dos proprie-
tários com papel passado dos respecti-
vos caixotes de lixo a requalificarem os
seus espaços (derrubar para construir,
reconstruir, pintar, etc). Caso não tenham
capacidade para o efeito, negociar com
Administração ou uma outra entidade.
No entanto, sabe-se também que muitos
destes caixotes de lixo estão em disputas
na justiça, pelo que também se pede se-
riedade e celeridade à magistratura para
o objectivo comum.
Se queremos mudanças, os Munícipes,
Proprietários de imóveis, Procuradores,
Políticos, Dirigentes, Magistrados deve-
mos ser os principais mentores, cada um
no seu local, através de gestos pontuais de
urbanidade.
11. 21CHELAPRESS | 26 DE maio 2014
Psicologia
20 CHELAPRESS | 26 DE maio 2014
Publicidade
O NOVO FERRO VELHO
Uma casa de artistas
Concentre-se e imagine que está a almoçar ou a jantar num
restaurante e de repente, olhando para o lado, vê a cantora
Yola Semedo ou ainda o Hélvio Vidal; o Carlos Albano,
“Roberto Carlos angolano” ou quem sabe, o Matias Damásio.
Imaginou? Gostou? Então você já se imaginou no restaurante
o Novo Ferro Velho.
É isso mesmo, o Novo Ferro Velho, além da tradição, asseio,
qualidade, óptimo sabor das refeições e um atendimento
especial é a nova coqueluche de Benguela. É famoso por
ser frequentado por intelectuais, estudantes, jornalistas,
políticos, turistas, artistas de toda a Angola e Portugal, e,
como é mais do que óbvio, pela sociedade benguelense.
Daniel Ferreira, que dirige o restaurante juntamente com
a esposa Leila Pompilho, diz que já virou uma tradição, as
pessoas que visitam a cidade das Acácias Rubras, almoçarem
ou jantarem no Novo Ferro Velho. Principalmente os
empresários da construção e imobiliária, completou Daniel.
Com um ambiente agradável e muito familiar, o Novo Ferro
Velho, consegue passar uma sensação de casa de amigos,
onde todos se sentem à vontade.
Outro destaque é a decoração. Motores de barcos velhos,
lemes, barris de vinho, boias, roldanas, dezenas de garrafas
de licor beirão vazias, máquinas de escrever antigas, fotos
e guardanapos autografados por pessoas famosas que
já passaram pelo restaurante, estão expostas em murais.
Dedicatórias de artistas, jogadores de futebol e políticos
somam-se às fotos históricas da cidade de Benguela.
Tudo isso dá um ar ainda mais tradicional à casa.
No entanto, a grande estrela do restaurante o Novo Ferro
Velho é outra: naco de vitela com molho de pimenta verde
acompanhado com arroz e batatas fritas.
“A diferença é que ele é feito com alma”, brinca Daniel.
Mas, a estrela não é solitária. O restaurante o Novo Ferro
Velho também oferece leitão a bairrada, pizzas, as melhores
da cidade, vitela a mirandesa, arroz de mariscos, arroz
tamborim, cozido a portuguesa e polvo a lagareiro (aos
domingos), sopas diversas (legumes e feijão), saladas
variadas, com óptimos acompanhamentos.
Certos ferros velhos não devem ser quebrados. Por isso,
segundo Daniel, o chefe do restaurante Novo Ferro Velho,
“as ideias ou os conceitos que funcionam não devem ser
mudadas”.
Conserva a tradição de atender bem e satisfazer os seus
clientes.
Serviço
Empresa: Restaurante o Novo Ferro Velho
Endereço: Marginal da Praia Morena
Telefone: 925 650 666
Funcionamento: 2ª feira à 2ª feira: das 10 horas às 24 horas
Quarta-feira: noite da francesinha
Quinta-feira: jantar dançante
Sábado: jantar com música ao vivo
Aceitamos também cartões
VISA e Mastercard
A necessidade do psicólogo de
educação no sistema educativo
O
Estado Angolano, a
partir da Assembleia
Nacional, aprovou a
Lei de Base do Siste-
ma Educativo (Lei 13/01 de 31
de Dezembro de 2001), cuja apli-
cabilidade se apoia num plano a
longo prazo (2001- 2015).Esta Lei
define o Sistema Educativo como
“o conjunto de estruturas e mo-
dalidades, através das quais se
realiza a educação, tendentes à
formação harmoniosa e integral
do indivíduo, com vista à cons-
trução de uma sociedade livre,
democrática, de paz e progresso
social”. A referida lei estabelece
um conjunto de princípios sobre
os quais se organiza o Sistema
Educativo, que garantem, entre
outras coisas:a sua integridade, a
sua laicidade, a sua democratici-
dade, a sua gratuitidade e a obri-
gatoriedade do seu ensino pri-
mário. A integridade pressupõe
que existe uma correspondência
entre os objectivos de formação
e os de desenvolvimento do país
que se materializam através da
unidade de objectivos, conte-
údos e métodos, garantindo a
articulação horizontal e vertical
permanente dos subsistemas,
níveis e modalidades de ensino;
a laicidade pressupõe a inde-
pendência do sistema de qual-
quer religião ou credo religioso;
a democraticidade da educação
considera que todos os cidadãos
angolanos, independentemente
da sua raça, local de nascimento,
religião e classe a que perten-
çam, têm direitos iguais no aces-
so e na frequência dos diferentes
níveis de ensino e a participação
na resolução dos seus problemas;
com a gratuitidade, o Estado
isenta todos os alunos do ensino
primário, regulares ou adultos,
do pagamento de qualquer taxa
pela inscrição, assistência ou ma-
terial escolar, sendo que todos os
indivíduos são obrigados a fre-
quentar o ensino primário. Nes-
se sentido, o currículo evidencia
um projecto educativo global,
agrupando as diversas facetas da
cultura, que impliquem o desen-
volvimento pessoal e social, das
necessidades básicas dos indi-
víduos e uma oportunidade de
realização de aprendizagem, so-
bretudo ao nível do saber-fazer e
saber-ser.
Em rigor, os princípios esta-
belecidos para o Sistema Educa-
tivo Angolano ainda estão longe
de ser concretizados devidamen-
te. Verifica-se uma grande de-
sarticulação entre os objectivos
e os métodos de formação que
se reflectem nos baixos índices
de promoção e de sucesso es-
Texto: Alice Ferreira Rasgado*
Fotografia: Pinfh lynhas
colar. Não obstante o esforço
evidenciado pelo governo, em
termos de construção de escolas,
verifica-se claramente a escas-
sez da oferta pública, facto que
tem permitido que a imperfei-
ção do mercado dite regras que
contrariem o princípio da gra-
tuitidade do ensino, com sérias
consequências para o princípio
da obrigatoriedade do ensino
primário. Concomitantemente, a
igualdade de direitos ao acesso
e a frequência dos diferentes ní-
veis de ensino ainda é fortemen-
te condicionada pela fraca co-
bertura da rede escolar. A plena
assunção de uma oferta pública
suficiente e de qualidade em ma-
téria de educação para a maioria
dos angolanos, daria, com certe-
za, mais substância ao princípio
da democraticidade.
Por outro lado, se é bem ver-
dade que a qualidade do profes-
sor é uma das exigências na pro-
moção da qualidade do ensino,
a formação do corpo docente
angolano constitui sem dúvidas,
um constante desafio para o Mi-
nistério da Educação. Durante a
preparação dos professores para
o ensino primário e para o 1º e
2º Ciclos do Ensino Secundário,
são reconhecidas limitações e
inadequações no que respeita às
competências do professor para
a sua actuação. O mesmo pode
dizer-se dos cursos de Licencia-
tura em Pedagogia, nos Institu-
tos Superiores de Ciências de
Educação (ISCED). Esta limitação
relacionada com a aprendizagem
dos conteúdos ao longo da sua
formação, agrava-seainda, pelo
facto de que também é precária
a incorporação dos processos
de produção do conhecimento.
Marcada por uma forte tendên-
cia para a exposição e reprodu-
ção de informações por parte
dos professores, esta prática
deficitária, dificulta o processo
de construção do futuro pro-
fissional. Acreditamos que um
bom ensino é uma mistura enge-
nhosa de elementos “artísticos”
e “científicos”. Highet (1950; cit
por Lopes Silva, 2010) afirma
que o ensino não pode ser feito
através da utilização de fórmulas,
mas através da flexibilidade do
professor. Entenda-se por flexibi-
lidade, a capacidade de usar to-
das as técnicas e conhecimentos
à disposição do indivíduo para
elaborar bons planos de aulas.
Saber quando encorajar ou fazer
críticas e quando dar ajuda direc-
ta ou indirecta, quando ser exi-
gente ou menos exigente, quan-
do apresentar uma lição formal
e quando deixar os alunos des-
cobrir coisas por si próprios. O
outro aspecto da flexibilidade é a
capacidade de improvisação, ou
seja, quando uma aula não des-
perta interesse, o professor flexí-
vel pensa imediatamente numa
alternativa que motive os alunos.
Se tivermos em conta que o en-
sino nem sempre acontece em
condições ideais e os professores
têm frequentemente que traba-
lhar com meios inadequados,
materiais insuficientes, interrup-
ções não planificadas e outras
dificuldades, a flexibilidade pode
também ser entendida como a
disposição e a habilidade para
ultrapassar as dificuldades que
surgem. Deste modo, melhorar a
qualidade dos professores é sem
dúvida um aspecto crucial e, cor-
roborando com Filipe Zau (2010,
p. 473), “não há ensino de qua-
lidade, nem reforma educativa,
nem inovação pedagógica, sem
adequada formação de profes-
sores”.
Porém, se a aprendizagem
é considerada como factor de-
pendente do desenvolvimento
cognitivo facilitado ou acelerado
pela experiência, então os nossos
alunos têm de sair desta grande
letargia mental em que se en-
contram. Ousadamente denomi-
narei esta letargia de,Síndrome
de Inactividade Mental. Piaget,
o grande psicólogo suíço, após
várias investigações sobre o de-
senvolvimento intelectual, referiu
que, a inteligência depende da
acção; é a acção do aluno sobre
o meio que produz desenvolvi-
mento cognitivo. Piaget em 1970,
já reclamava por uma escola ac-
tiva em que o papel dos adul-
tos, mais do que de professores,
deveria ser o de mediadores do
processo de desenvolvimento in-
terno próprio de cada aluno.
Tendo também em conta
a definição, os objectivos e os
princípios gerais explicitados
na Lei de Bases nº13/01 de 31
de Dezembro de 2001, bastan-
te pertinentes, e os embaraços
identificados no processo de
ensino/aprendizagem, conside-
ramos que é urgente introduzir
mudanças significativas no en-
sino. As expectativas relativas
à elaboração de uma teoria de
fundamento científico, que per-
mita melhorar o ensino e intervir
sobre os problemas que se apre-
sentam na escolarização genera-
lizada, são depositadas também
na Psicologia, coma a Psicologia
da Educação refere (Salvador et
al., 1999). Atentemos para algu-
mas definições clássicas da Psi-
cologia da Educação:
“A finalidade da Psicologia da
Educação é oferecer o conhe-
cimento da natureza humana
aos estudiosos da teoria da
educação.”
E. L. Thorndike (1903: 11)
“A finalidade da Psicologia
da Educação é colocar os
professores a par do estudo
científico do desenvolvimento
mental.”
C. H. Judd (1903: 1)
“A finalidade da Psicologia
da Educação é fornecer os
fundamentos psicológicos dos
(…) factores educativos na
civilização e nas escolas.”
W. T. Harris (1898)
“A Psicologia da Educação (…)
proporciona um guia nos mé-
todos para ajudar os estudan-
tes a aprenderem.”
J. Welton (1911: 6-7)
“A Psicologia da Educação é a
aplicação dos métodos e dos
factos conhecidos da Psicolo-
gia às questões que surgem
em Pedagogia.”
K. Gordon (1917:1)
“O campo da Psicologia da
Educação separa-se em gran-
des divisões que podemos
denominar: I-O equipamento
inato dos seres humanos; II-A
Psicologia da Aprendizagem.”
D. Starch (1919:3)
O trabalho do psicólogo da
educação, possui um carácter
holístico e dinâmico, abrangen-
do vários agentes sociais: família,
escola e comunidade num am-
biente de relações e influências
complexas. Ao trabalhar com as
famílias sensibilizá-las-á para a
sua tarefa de primeiro agente so-
cial e educacional do ser huma-
no e responsável, principalmen-
te pela forma como o sujeito se
relaciona com o mundo. Com a
comunidade tratará de elaborar
programas de alerta, de preven-
ção (palestras variadas) para evi-
tar comportamentos desviantes.
Caros e simpáticos leitores,
compreendem agora o papel
tão importante da Psicologia da
Educação para os problemas da
Educação? Aplicando os conhe-
cimentos, métodos e princípios
da Psicologia ao estudo dos
fenómenos educativos, esta ci-
ência contribuirá grandemente
para a melhoria do nosso Siste-
ma Educativo.
Na tentativa de informarmos
sempre para melhor, esperamos
ter contribuído para que o Psi-
cólogo da Educação seja uma
realidade nas nossas escolas nos
próximos tempos. E não nos es-
queçamos que o maior Psicólo-
go ainda é Jesus Cristo que nos
deixa o seguinte conselho atra-
vés do Rei Salomão: “O temor do
Senhor é o princípio da sabedo-
ria, e o conhecimento do santo a
prudência.” Provérbios 9:10.
Um bem-haja a todos os
nossos estimados e assíduos lei-
tores.
12. 23CHELAPRESS | 26 DE maio 2014
ChelaJAZZ
tou com a produção de Tommy
LiPuma. Destaque para “How In-
sensitive”, ou Insensatez, de Tom
Jobim e Vinícius de Moraes, com
letra em inglês de Norman Gim-
bel. No último maio/2007, Krall
apresentou-senuma campanha
da Lexus (Indústria automobilísti-
ca japonesa). Também ela cantou
a música “Dream a Little Dream
of Me” com acompanhamento no
piano do lendário pianista Hank
Jones. Ainda em 2007 Diana Krall
lançou o The Very Best Of Diana
Krall (2007), uma edição de luxo,
que vem com CD e DVD numa
mesma embalagem, e reúne os
maiores sucessos.
DIANA KRALLVIATURAS MOTORIZADAS COMPUTADORES MOBILIÁRIO DIVERSO ESCOLA DE CONDUÇÃO
COMERCIAL
MOBILIÁRIO
DIVERSO
ESCOLA DE CONDUÇÃO CAPONTE
VIATURAS,
MOTORIZADAS,
COMPUTADORES
COMÉRCIO GERAL, IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO,
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
Sede: Bairro Setenta 6ª rua, Zona A
Filiais: Bairro Setenta 1ª rua, Bairro Benfica rua 4, Rua Serpa Pinto e Avenida Dr. António Agostinho Neto
Tlm: 923 532 297 / 917 231 648 - Email: traling.it@hotmail.com
D
iana Jean Krallde ori-
gem Nanaimo, nasceu
na Colúmbia Britânica,
em 16 de Novembro de
1964, de uma família musical. Ela
é uma popular cantora e pianista
canadiana de Jazz. Diana Krall co-
meçou a tocar piano aos quatro
anos, e durante a sua juventude a
família mudou-se para Vancouver.
No colegial, ela começou a tocar
num pequeno grupo de jazz. Aos
quinze anos, ela passou a apresen-
tar-se regularmente em diversos
restaurantes de Nanaimo.
A sua técnica chamou a aten-
ção do baixista Ray Brown, que a
apresentou a diversos professores
e produtores. Aos 17 anos, Krall
ganhou uma bolsa para estudar
no Berklee College Of Music em
Boston, Massachusetts. Passado
algum tempo ela mudou-se para
Los Angeles, Califórnia, passando
a estudar com Jimmy Rowles, com
quem ela começaria a cantar. Em
1990, Krall foi para Nova York, gra-
vando alguns álbuns e finalmente
alcançando sucesso internacional.
Ela e o músico britânicoElvis Cos-
tello casaram-se em dezembro de
2003. Diana engravidou de Elvis
em 2006 e os gêmeos Dexter Hen-
ry Lorcan e Frank Harlan James
nasceram em 6 de dezembro de
2006, em Nova Iorque capital.
Carreira profissional
Em 1993, Krall lançou seu primeiro
álbum Stepping Out juntamente
com John Clayton e Jeff Hamilton.
Este álbum acabou chamando a
atenção de Tommy Li Puma, que
produziu seu segundo álbum Only
Trust Your Heart (1995). Seu tercei-
ro álbum All For You – Dedication
to Nat King Cole Trio (1996) foi
indicado para o Grammy e per-
maneceu na lista da Bilboard (re-
vista norte-americana dedicada à
música) durante 70 semanas. Em
seguida foi lançado Love Scenes
(1997) que se tornou rapidamen-
te um sucesso de vendas com seu
trio Krall, Russel Malone (violão) e
Christian McBride (baixo).
Em agosto de 2000, Diana jun-
tou-se a Tony Bennett para uma
tour. Com arranjos orquestrais de
Johnny Mandel, Diana lançou ou-
tro álbum intitulado When I Look
In Your Eyes (1999). Este recebeu
mais nomeações ao Grammy e
venceu na categoria de Melhor
Músico de Jazz do Ano. A sua ban-
da continuou com essa mistura
de arranjos no álbum The Look Of
Love (2001), desta vez criados por
Claus Ogerman. Esta gravação al-
cançou o CD de Platina e entrou
para o Top 10 da Bilboard 200. The
Look Of Love, considerado o Nú-
mero 1 na lista canadiana além de
ser quatro vezes Platina.
Em setembro de 2001, Diana
realizou uma tournée pelo mundo
e o seu concerto no Paris Olympia
foi gravado e lançado como a sua
primeira gravação ao vivo Diana
Krall – Live in Paris, que chegou ao
topo da lista de Jazz da Bilboard.
Neste, ela teve como convidado o
percussionista brasileiro Paulinho
da Costa. Nessa mesma época
ela esteve no Top 5 do Canadá,
ganhou o Juno Award (prêmio ca-
nadiano) e ganhou o seu segundo
Grammy, desta vez como Melhor
Gravação de Jazz (Best Vocal Jazz
Record) and a Juno Award. Este ál-
bum incluiu dois famosos covers:
Just The Way You Are – Billy Joe’l e
A Case Of You – Joni Mitchell.
Mais tarde, com seu casamen-
POPULAR CANTORA de jazz
E PIANISTA CANADIANA
Ano Música Novela
2001
“Dancing in the Dark“ As Filhas da Mãe
“Let’s Face the Music and Dance” Laços de Família
2003
“I’ve Got You Under My Skin” Mulheres Apaixonadas
“Just the Way You Are” Celebridade
2004 “Temptation” Começar de Novo
2005 “The Look of Love” América
2006 “Why Should I Care?” Páginas da Vida
2007 “The Look of Love” Duas Caras
2009 “Too Marvelous for Words” Viver a Vida
2010 “Cry Me a River” Ti Ti Ti
Músicas em Novelas da Rede Globo
Discografia
1993 - Stepping Out (#12 da
Billboard Jazz Abuns)
1994 - Only Trust Your Heart
(#8 da Billboard Jazz
Abuns)
1996 - All for You: A Dedication
to the Nat King Cole
Trio (#3 da Billboard Jazz
Abuns)
1997 - Love Scenes (#1 da
Billboard Jazz Abuns)
1999 - When I Look in Your
Eyes (#1 da Billboard
Jazz Abuns)
2001 - The Look of Love (#1 da
Billboard Jazz Abuns)
2002 - Live in Paris (#2 da
Billboard Jazz Abuns)
2004 - The Girl in the Other
Room (#1 da Billboard
Jazz Abuns)
2005 - Christmas Songs (#1 da
Billboard Jazz Abuns)
2006 - From This Moment On
(#1 da Billboard Jazz
Abuns)
2007 - The Very Best of Diana
Krall (#1 da Billboard
Jazz Abuns)
2009 - Quiet Nights (#1 da
Billboard Jazz Abuns)
2012 - Glad Rag Doll
DVD
2002 - Live in Paris - (Eagle
Records)
2004 - Live at the Montreal Jazz
Festival - (Verve
Records)
2008 - Live in Rio - (Verve
Records)
Estrela de Diana Krall
na Calçada da fama
do Canadá.
to com o músico Elvis Costello,
ela lançou-se como compositora,
o que resultou no álbum The Girl
In The Other Room (2004). Seu
álbum rapidamente alcançou o
Top 5 do Reino Unido e esteve na
lista dos 40 melhores na Austrália.
Ela também fez uma participação
no álbum Genius Loves Company
(2004) do aclamado músico Ray
Charles com a música You Don’t
Know Me.
Em 2006, Krall lançou seu ál-
bum From This Moment On (2006)
onde interpreta nomes famosos
do jazz, como Irving Berlin, Cole
Porter, Richard Rodgers, Lorenz
Hart, entre outros. O trabalho con-