O documento resume notícias locais de Salvador, incluindo elogios e críticas ao prefeito, debates sobre transporte público e turismo, e uma coluna de opinião sobre jornalismo eleitoral.
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
Tempo Presente de 06-01-2014
1. A2
Editor
Jary Cardoso
SALVADOR SEGUNDA-FEIRA 6/1/2014
OPINIÃO
Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE.
Participe desta página: e-mail: opiniao@grupoatarde.com.br
Cartas: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900
opiniao@grupoatarde.com.br
TEMPO PRESENTE
Jornalismo é
contraponto
ESPAÇO DO LEITOR
Elogio e cobrança ao prefeito
Este "prefeitinho" – Dilma deve arrepender-se
amargamente da ironia – tem sido um gigante
à frente da cidade do Salvador. Para a nossa
cidade, ele é o próprio, o salvador. Quando lhe
faço críticas, é para que atente para as demandas que, por urgentes, merecem prioridade. Banheiros públicos é uma delas, e me
veio à lembrança pelo bom atendimento da
população nesta espetacular festa de Réveillon. Mas a festa acabou, prefeito, e voltamos
a ver o povão aglomerado em filas de ônibus,
antes de embarcar para chegar ao destino
muito tempo depois. Ninguém aguenta, daí a
rua virar sanitário, sem higiene ou discrição.
Na Pituba, onde resido, há dois locais de espera
que merecem banheiros de imediato: na praça
N.S. da Luz e na Av. ACM, na altura do Júlio
César. RICARDO MELLO SANTOS, SALVADOR, BA,
Donaldson Gomes
Jornalista
dogomes@grupoatarde.com.br
Qual é mesmo a diferença?
Após cumprir todas as exigências legais,
acompanhadas de perto pelo Ministério Público do Estado (MPE), a prefeitura de Salvador
pretende lançar ainda este mês o edital de
concessão do transporte público municipal.
Isso com uma “pontinha” de inveja em relação ao governo do estado.
Enquanto o município precisou cumprir
prazo de consulta pública, teve que realizar
audiência pública e, agora, cumpre o prazo
exigido entre a audiência e o lançamento do
edital – tudo com o MPE marcando em cima
–, o estado parece conseguir as coisas com
mais facilidade.
Nos últimos dias do ano passado, o governador disse que pretendia lançar agora no
início do ano a licitação do sistema de Veículos
Leves sobre Trilhos (VLT) do Subúrbio, e não
se soube de nenhuma consulta ou audiência
pública relacionada ao projeto.
O sistema de VLT vai substituir o trem do
Subúrbio, com a ampliação da malha férrea da
Calçada até o Comércio.
Nada contra o projeto, ótimo para a cidade,
mas a turma da prefeitura quer saber qual é
o segredo da agilidade.
Recursos reservados para o Porto Sul
Na última sexta-feira o governador Jaques
Wagner publicou um decreto autorizando a
Caixa Econômica Federal a reservar R$ 42,5
milhões do Tesouro Estadual como garantia à
Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP) de que o porto Sul vai sair do
papel.
Os recursos, correspondentes a 2% do investimento de aproximadamente R$ 2,1 bilhões previsto no complexo logístico, são uma
garantia de que a Bahia vai cumprir as obrigações relacionadas ao Porto Sul.
A reserva, que atende à legislação portuária
brasileira, exige o comprometimento da Bahia com o projeto.
Se houver algum problema, vai pesar para
os cofres públicos...
SELEÇÃO DE ACIONISTAS – Hoje, às 9h30, o
governador Jaques Wagner vai aproveitar a
presença na Governadoria do ministro dos
Portos, Antonio Henrique Silveira, para lançar
o edital de seleção de acionistas da empresa
– uma sociedade de propósitos específicos
(SPE) – que será responsável pela construção,
operação e exploração do terminal de uso
misto do porto Sul. O outro terminal pertence
à Bahia Mineração (Bamin). O ministro vem
para assinar com o governo a autorização para
a construção dos dois terminais.
Desenbahia faz as malas
Tudo pronto para a mudança de endereço da
Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia), que vai trocar o prédio na avenida
Tancredo Neves por um novinho em folha na
rua Ivone Silveira, no Doron.
A Homeoffice Móveis Ltda. foi a empresa
vencedora na licitação para aquisição e montagem de mobília no novo prédio, pelo valor
de R$ 41,5 mil.
Com a mudança, prevista extraoficialmente para o próximo mês, a Desenbahia encerra
uma novela de anos em relação ao atual prédio
em que está instalada.
O edifício é antigo, de manutenção cara e a
agência de fomento sofre restrições do Banco
Central para alugar a área excedente.
A área na avenida Tancredo Neves, que
chegou a ser sondada pelo mercado imobiliário, será comprada pelo estado, dono da
Desenbahia, que cogita transferir para lá parte da estrutura da Secretaria de Segurança
Pública.
Coelba agiu rápido
Os empresários do turismo na Bahia falaram
“cobras e lagartos” dos serviços de água e luz
no litoral norte, um dos principais polos da
atividade no estado.
– Os problemas recorrentes da Embasa e da
Coelba no litoral norte comprometem o turismo em um dos principais pontos turísticos
de nosso estado, que é a praia do Forte, considerada a “joia da coroa” do turismo baiano
– reclama o presidente do Conselho Baiano de
Turismo, Silvio Pessoa, em carta ao novo secretário do Turismo, João Carlos Oliveira.
Silvio Pessoa se queixa também do “jogo de
empurra” das duas empresas, que “deveriam
se estruturar para atender a contento moradores e turistas, pois durante a alta estação
são diversos os black outs nessas localidades,
faltando energia elétrica quase que semanalmente, e a cada três dias há falta de água”.
Acionada, a Coelba agiu rapidamente: recebe hoje, às 14h30, na sede da empresa, o
secretário para conversar a respeito dos apagões de até 15 horas verificados na virada do
ano.
Resta saber se e quando é que a Embasa vai
imitar a Coelba e abrir as portas para, pelo
menos, explicar ao empresariado o que está
acontecendo.
PRAMAR681@HOTMAIL.COM
Pés no chão
Carlos Alberto Di Franco
Diretor do Master em Jornalismo, professor
de Ética e doutor em Comunicação pela
Universidade de Navarra
difranco@iics.org.br
E
ntramos em ano eleitoral. Campanhas milionárias, promessas surrealistas e imagens produzidas fazem parte do marketing dos políticos.
Assiste-se, frequentemente, a um show
de efeitos especiais capazes de seduzir o
grande público, mas, no fundo, vazio de
conteúdo e carente de seriedade.
O marketing, ferramenta importante
para a transmissão da verdade, pode ser
transformado em instrumento de mistificação. Os programas eleitorais, mais
uma vez, venderão uma bela embalagem,
mas, de fato, tentarão fugir da discussão
das ideias.
Nós, jornalistas, somos (ou deveríamos
ser) o reverso a essa tendência. Jornalismo é contraponto.
Cabe-nos a missão de
rasgar a embalagem
e desnudar os candidatos.
O nosso papel é
ouvir as pessoas, conhecer suas queixas,
identificar suas carências e cobrar soluções dos candidatos. Não se pode permitir que as assessorias de comunicação
dos políticos definam o que deve ou
não ser coberto.
O centro do debate
tem de ser o cidadão,
as políticas públicas,
não mais o político,
tampouco a própria imprensa. O jornalismo de aspas, pobre e simplificador,
repercute o Brasil oficial, mas oculta a
verdadeira dimensão do país real. Precisamos fugir do espetáculo e fazer a
opção pela informação. Só assim, com
equilíbrio e didatismo, conseguiremos
separar a notícia do lixo declaratório.
Outros desvios éticos podem comprometer a qualidade da cobertura eleitoral.
Sobressai, entre eles, o perigoso jornalismo de dossiê. Os riscos de instrumentalização da imprensa são evidentes. Os
protagonistas do teatro político não medirão esforços para fazer com que a mídia, à sua revelia, destile veneno nos seus
adversários. Por isso, é preciso revalorizar, e muito, as clássicas perguntas que
devem ser feitas a qualquer repórter que
cumpre uma pauta investigativa: checou? Tem provas? A quem interessa essa
informação? Trata-se de eficiente terapia
no combate ao vírus da leviandade.
O esforço de isenção, no entanto, não
se confunde com a omissão. O leitor espera uma imprensa combativa, disposta
a exercer o seu intransferível dever de
denúncia. A sociedade quer um quadro
claro, talvez um bom infográfico, que lhe
permita formar um perfil dos candidatos: seus antecedentes, sua evolução patrimonial, seu desempenho em cargos
atuais e anteriores, etc. Impõe-se, também, um bom levantamento das promessas de campanha. É preciso mostrar os
eventuais descompassos entre o discurso
e a realidade. Trata-se, no fundo, de levar
adiante um bom jornalismo de serviço.
Os políticos, pródigos em soluções de
palanque, não costumam perder o sono
com o rotineiro descumprimento da palavra empenhada. Afinal, para muitos deles, infelizmente, a política é a arte do
engodo. Além disso, contam com a amnésia coletiva. O jornalismo de qualidade
deve assumir o papel de memória da
cidadania. Precisamos falar do futuro,
dos projetos e dos planos de governo.
Mas precisamos também falar do passado, das incoerências e das ambiguidades.
Personalidades públicas,
inúmeras,
têm procurado usar
a mídia. Afirmam e
depois, cinicamente,
desmentem o que
afirmaram. Nós não
podemos ficar reféns
desse jogo. Os meios
de
comunicação
existem para incomodar. Um jornalismo cor-de-rosa é socialmente irrelevante. A imprensa, sem
precipitação e injustos prejulgamentos,
tem o dever de desempenhar importante
papel na recuperação da ética na vida
pública. Nosso compromisso não é com
as celebridades, mas com a verdade, com
a informação bem apurada e com os leitores. E nada mais.
O Brasil está passando por uma profunda mudança cultural. A corrupção, infelizmente, sempre existirá. Mas uma
coisa é a miséria do homem; outra, totalmente diferente, é a indústria da corrupção que está aí. Esta, sem dúvida, deve
e pode ser combatida com os instrumentos de uma sociedade civilizada. Transparência nos negócios públicos, ética e
competência são as principais demandas
da sociedade. Memória e voto consciente
compõem a melhor receita para satisfazê-las.
Os programas
eleitorais venderão
bela embalagem,
tentarão fugir da
discussão das ideias.
Cabe aos jornalistas
a missão de rasgar
a embalagem
e desnudar
os candidatos.
DESTAQUES DO PORTAL A TARDE
C. A. DI FRANCO ESCREVE NA SEGUNDA-FEIRA,
QUINZENALMENTE
Reprodução / Instagram
Famosos aproveitam o
calor para se refrescar na praia
atarde.com.br/chamegente
Cláudia Leitte poderá
cantar tema da Copa de 2014
atarde.com.br/cultura/musica
Solange Gomes enfrenta o calor carioca
Teremos importantes mudanças em 2014. Os
prognósticos são díspares e conflitantes. Uns
informam que o ano produtivo – aqui na Bahia
– só começará em novembro do corrente ano.
Alegam em seu desfavor, o Carnaval, São João,
Copa, fortes chuvas, eleições e obras de mobilidade urbana. É cediço que o comércio e a
prestação de serviços que não estejam envolvidos com as atividades acima declinadas,
por certo, sofreram prejuízos. Outros afirmam que o turismo, ao revés, elevará a Bahia
em grandes saltos de crescimento. Sabe-se que
é preciso o equilíbrio nas visões otimistas e
pessimistas. A esperança é essencial aos seres
humanos. Entretanto, não aceite ilusões políticas e muito cuidado com as falsas promessas. Tenhamos os “pés no chão” em nossas
decisões e desconfie das facilidades. ROMMEL
ROBATTO, RMMRTT@YAHOO.COM.BR
Crítica a Eduardo Campos
Decepcionante, para dizer o mínimo, a postura do neto do saudoso e combativo líder
político nordestino Miguel Arraes, o presidenciável Eduardo Campos, governador de
Pernambuco. Num ímpeto fisiológico explícito e totalmente descabido, escancara as portas da sua gestão para o adesismo oportunista
do tucanato pernambucano, em razão da saída do PTB local, numa demonstração inequívoca de que aderiu de vez àquela famigerada máxima: "os fins justificam os meios",
ou seja, o vale-tudo. Mais uma prova da insana
orgia partidária vigente no país, que mina
cada vez mais o ideário programático e a
prática político-partidária, solapando gradativamente nossa jovem democracia. De novo
e diferente mesmo, ele (Campos) não tem é
nada, é tão somente "mais do mesmo"...
(A TARDE, 03.01.2014, Editoria Política, Pág
.B3). KELMO OLIVEIRA BERNARDES SANTOS, FEI-
RA DE SANTANA (BA), KELMOB@IG.COM.BR
Prêmio dadivoso
Num país de tantos abismos sociais e de tantas
desigualdades, considero um acinte um único
apostador amealhar uma fortuna de quase R$
226 milhões. Por tal razão, ficamos felizes em
saber que um grupo de funcionários de um
hospital público da pequena e acolhedora Teofilândia, cidade do sertão baiano, conseguiu
realizar o sonho de tantos brasileiros. E mais
felizes ficaríamos se o grupo felizardo, composto de 22 pessoas, pelas noticias que nos
foram passadas, fosse generoso com os colegas que, por alguma razão ou impedimento,
não puderam participar do bolão sortudo.
Bastaria apenas, se cada um dos felizardos
tivesse esse despreendimento, que cada um
dos sortudos destinasse uma pífia parcela
para aqueles que não participaram. Posso garantir que as compensações seriam bem
maiores. MOACYR RODRIGUES NOGUEIRA,
MOACA14@HOTMAIL.COM
Inversão de valores
Chamada de capa de certo jornal: “Queridinho
dos papas, papa Francisco libera quase R$ 1
milhão (300 mil euros) para filhos de presidiários na Bahia.” Legal! E os filhos das vítimas dos presidiários? E as famílias dos pais
mortos pelos presidiários que não são comtempladas com nenhum auxilio, tal como as
daquelas que recebem a tal Bolsa Bandido
(auxílio-reclusão)? Ó Deus! Só Vós para conceder piedade aos homens de bem! RONALDO
ALVES,
SALVADOR
VES54@HOTMAIL.COM
(BA),
O chefe do mensalão
RONALDOAL-
Agiu como herói o ministro Joaquim Barbosa
no julgamento do maior escândalo da República nos últimos tempos. De acordo com
a lei, a justiça foi feita num prisma de coragem
e grandeza, entretanto não foi levantada nenhuma suspeita contra o suposto “chefe do
mensalão”, porque em nenhum momento, foi
citado o seu nome no episódio. Não se sabe por
que todos os condenados se fecharam em
copas num silêncio de ouro, salvando o
ex-presidente da República das garras da lei.
É notável essa lealdade, pois apenas Marcos
Valério quebrou o silêncio, afirmando com
certeza que Lula era o chefe do mensalão. Não
existe dúvida, tendo em vista a condenação
dos seus companheiros mais próximos e do
próprio chefe da Casa Civil. Lula escapou pela
admiração dos seus comandados envolvidos
no escândalo e continua investigado, sem nenhuma prova, em razão de um silêncio inexplicável. HUGO ROCHA, SALVADOR (BA), HUGOROCHA13@OI.COM.BR