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Escola B. 2,3/S Mestre Martins Correia André Madeira & Aléxis Dúnio
André Madeira & Aléxis Dúnio ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],Imagem ilustrativa do casal Baltasar e Blimunda
André Madeira & Aléxis Dúnio O Memorial do Convento é um romance histórico, social e de espaço que articula o plano da história com o plano do fantástico e da ficção. A obra passa-se no Reinado de D. João V, séc. XVIII, época de luxo e grandeza.  A obra está dividida em 25 capítulos, apesar de estes não estarem numerados ou titulados. Esta nossa apresentação vai incidir apenas no último capítulo da obra.
Durante nove anos, Blimunda andou pelos caminhos sempre à procura de Baltazar. Perguntou por ele em todo o lado. Julgavam-na doida, mas ouvindo-lhe as demais sensatas palavras e acções, ficavam indecisos se aquilo que dizia era ou não falta de juízo completo. Passou a ser chamada de A Voadora, sentava-se, às portas, ouvindo as queixas das mulheres que lamentavam, depois, que os seus homens não tivessem também desaparecido, para que elas pudessem, ao menos, devotar-lhes um amor tão grande como o de Blimunda a Baltazar. E os homens quando ela partia, ficavam tristes inexplicavelmente tristes. André Madeira & Aléxis Dúnio
Voltava aos lugares por onde passara, sempre perguntando. Seis vezes passara por Lisboa, esta, a que vinha agora, era a sétima. Sem comer, há vinte e quatro horas o tempo era chegado para ela. No Rossio, finalmente encontrou Baltazar. Havia lá um auto-de-fé. Eram onze os condenados à fogueira; entre eles, estava António José da Silva, o Judeu, comediógrafo autor das Guerras de Alecrim e Manjerona e Baltasar. Blimunda olhou-o recolhendo a sua vontade, pois considerava que  Baltasar lhe pertencia. André Madeira & Aléxis Dúnio
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],André Madeira & Aléxis Dúnio
André Madeira & Aléxis Dúnio Blimunda Sete-Luas  –  capacidades de vidente, vê entranhas e vontades, ajuda na construção da passarola, partilha a sua vida com Baltasar, o seu poder permite curar ou criar. Saramago consegue dotá-la de forças latentes e extraordinárias, que permitem ao povo a sobrevivência, mesmo quando as forças da repressão atingem requintes de sadismo. Baltasar Sete-Sóis  –  maneta, chega a Lisboa como pedinte, conhece Blimunda, ajuda na construção da passarola, morre num auto-de-fé.
Simbologia ,[object Object],André Madeira & Aléxis Dúnio
Citações relevantes  ,[object Object],[object Object],[object Object],André Madeira & Aléxis Dúnio

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Último capítulo do Memorial

  • 1. Escola B. 2,3/S Mestre Martins Correia André Madeira & Aléxis Dúnio
  • 2.
  • 3. André Madeira & Aléxis Dúnio O Memorial do Convento é um romance histórico, social e de espaço que articula o plano da história com o plano do fantástico e da ficção. A obra passa-se no Reinado de D. João V, séc. XVIII, época de luxo e grandeza. A obra está dividida em 25 capítulos, apesar de estes não estarem numerados ou titulados. Esta nossa apresentação vai incidir apenas no último capítulo da obra.
  • 4. Durante nove anos, Blimunda andou pelos caminhos sempre à procura de Baltazar. Perguntou por ele em todo o lado. Julgavam-na doida, mas ouvindo-lhe as demais sensatas palavras e acções, ficavam indecisos se aquilo que dizia era ou não falta de juízo completo. Passou a ser chamada de A Voadora, sentava-se, às portas, ouvindo as queixas das mulheres que lamentavam, depois, que os seus homens não tivessem também desaparecido, para que elas pudessem, ao menos, devotar-lhes um amor tão grande como o de Blimunda a Baltazar. E os homens quando ela partia, ficavam tristes inexplicavelmente tristes. André Madeira & Aléxis Dúnio
  • 5. Voltava aos lugares por onde passara, sempre perguntando. Seis vezes passara por Lisboa, esta, a que vinha agora, era a sétima. Sem comer, há vinte e quatro horas o tempo era chegado para ela. No Rossio, finalmente encontrou Baltazar. Havia lá um auto-de-fé. Eram onze os condenados à fogueira; entre eles, estava António José da Silva, o Judeu, comediógrafo autor das Guerras de Alecrim e Manjerona e Baltasar. Blimunda olhou-o recolhendo a sua vontade, pois considerava que Baltasar lhe pertencia. André Madeira & Aléxis Dúnio
  • 6.
  • 7. André Madeira & Aléxis Dúnio Blimunda Sete-Luas – capacidades de vidente, vê entranhas e vontades, ajuda na construção da passarola, partilha a sua vida com Baltasar, o seu poder permite curar ou criar. Saramago consegue dotá-la de forças latentes e extraordinárias, que permitem ao povo a sobrevivência, mesmo quando as forças da repressão atingem requintes de sadismo. Baltasar Sete-Sóis – maneta, chega a Lisboa como pedinte, conhece Blimunda, ajuda na construção da passarola, morre num auto-de-fé.
  • 8.
  • 9.