2. A água é uma substância química composta de hidrogénio e oxigénio, sendo essencial para
todas as formas conhecidas de vida.
Apesar de associarmos a água à sua forma ou estado líquido, esta substância possui
também um estado sólido, o gelo, e um estado gasoso, designado vapor de água.
A água cobre 71% da superfície da Terra.
Pode ser encontrada principalmente nos oceanos, em aquíferos, na atmosfera como vapor,
nuvens e precipitação.
A água é essencial para os humanos e para as outras formas de vida. Funciona como
reguladora de temperatura, solvente de sólidos e como transportadora de nutrientes e
resíduos por entre os vários órgãos. Ora, nós bebemos água para ajudar na diluição e
funcionamento normal dos órgãos para, em seguida, ser eliminada pela urina e pela
evaporação nos poros, mantendo a temperatura corporal e eliminando resíduos solúveis,
como sais e impurezas. As lágrimas são outro exemplo de eliminação de água.
3. Os níveis de degradação ambiental começaram a causar alterações
significativas, comprometendo a qualidade dos vários subsistema
terrestres e a qualidade de vida humana. As alterações ocasionadas pelas
acções humanas no meio ambiente são designadas por impacte ambiental.
Caso não sejam adoptadas soluções que promovam o compromisso sério
no sentido de um modelo de desenvolvimento sustentável, isto é, um
desenvolvimento que vá ao encontro das necessidades das pessoas no
presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras
satisfazerem as suas necessidades, acontecerá uma inevitável degradação
acelerada dos ecossistemas.
4. Poluição - alteração indesejável nas características físicas,
químicas ou biológicas nos vários subsistemas terrestres por
acção humana, susceptível de prejudicar a saúde humana ou
a qualidade do ambiente.
Existe contaminação quando ocorre a introdução de microrganismos,
substâncias químicas e/ou resíduos no meio ambiente numa
concentração superior aos valores normais definidos para essa área e
cujos efeitos são suficientes para desequilibrar as características desse
meio. Os poluentes são resíduos gerados nas mais variadas
actividades antrópicas que causam um impacte ambiental negativo.
Algumas substâncias podem ser avaliadas de acordo com o seu grau
de toxicidade, isto é, com a capacidade que essas substâncias têm em
causar efeitos adversos a um determinado organismo que a elas tenha
estado exposto, seja por inalação, ingestão ou absorção cutânea.
5. Um dos factores importantes na determinação dos efeitos nocivos
que podem ser causados por uma dada substância é a dose.
Por vezes, em testes laboratoriais utiliza-se o conceito de dose letal
média que é capaz de eliminar 50% dos indivíduos de uma dada
população em estudo.
Caso haja uma reacção rápida resultante da exposição a uma
determinada substância tóxica, dizemos que ocorre um efeito
agudo, o qual pode variar desde uma simples tontura ou um prurido
até uma situação mais grave que leva a morte do individuo. Já um
efeito crónico traduz-se no desenvolvimento de certas
consequências que persistem ao longo do tempo devido à exposição
a uma dada substancia tóxica.
Bioacumulação - armazenamento de certos poluentes em tecidos ou
órgãos específicos dos seres das cadeias alimentares em
concentrações mais elevadas do que aquelas que seriam de esperar.
Pode causar a bioampliação que consiste na concentração crescente
de certos poluentes em tecidos ou órgãos específicos dos seres
vivos quando eles passam para indivíduos de níveis tróficos mais
elevados das cadeias alimentares.
6. O sinergismo resume-se a um tipo de acção que se manifesta
quando o efeito combinado de dois agentes é maior do que a
soma de cada agente isoladamente.
Por exemplo, indivíduos que estejam expostos aos efeitos dos asbestos
aumentam as probabilidades de contraírem cancro do pulmão cerca de 20 vezes.
No entanto, se esses mesmos indivíduos forem fumadores, aumenta para cerca
de 400 vezes o risco de desenvolver esta patologia.
7. •Agentes teratogénicos: interferem no desenvolvimento do
embrião e/ou do feto e são responsáveis pelo aparecimento de
anomalias congénitas, quer morfológicas, quer funcionais.
8. A água é poluída por um grande ramo de
produtos, podendo ser dividida pelas suas
características:
A Poluição pontual, onde o foco de poluição é A água é um dos bens naturais mais
facilmente identificável como emissora de utilizados sendo determinante para a
poluentes, como no caso de águas residuais, manutenção da vida, pelo que este
industriais, mistos ou de minas. recurso deve estar no meio ambiente
Como poluição difusa, onde não existe em quantidade e qualidade
propriamente um foco definido de poluição, sendo apropriadas. Apesar de existir em
a origem difusa, tal como acontece nas drenagens grande abundância, nem toda a água é
agrícolas, águas pluviais e escorrimento directamente utilizável pelo ser
de lixeiras. humano. Certas regiões do planeta,
actualmente, têm grandes carências de
água. A contaminação dos recursos
hídricos inviabiliza a sua utilização,
nomeadamente para o abastecimento
das populações humanas. Pode dizer-
se que existe poluição da água quando
se verifica a alteração das suas
características por acções que
inviabilizam a sua utilização.
9. Podemos designar
por eutrofização ou eutroficação ao
fenómeno causado pelo excesso
de nutrientes (composto químicos ricos
em fósforo ou nitrogénio) numa massa de
água, provocando um aumento excessivo
de algas. Estas, por sua vez, fomentam o
desenvolvimento dos consumidores
primários e eventualmente de outros
elementos da teia
alimentar nesse ecossistema.
Este aumento da biomassa pode levar a
uma diminuição do oxigénio dissolvido,
provocando a morte e
consequente decomposição de muitos
organismos, diminuindo a qualidade da
água e eventualmente a alteração
profunda do ecossistema.
10. A eutrofização das massas de água pode ter
uma origem natural ou cultural, estando esta
última intimamente ligada às actividades
humanas.
•Eutrofização natural – ocorre ao longo de
grandes períodos de tempo, como parte do
processo de sucessão ecológica que se verifica
durante a evolução dos ecossistemas.
•Eutrofização Cultural – resulta de actividades
humanas (origem antrópica) e verifica-se junto
a zonas urbanas ou agrícolas. Os nutrientes
que atingem o lago são principalmente nitratos
e fosfatos com origem na agricultura e na
pecuária, na erosão do solo e nos efluentes das
estações de tratamento.
Quando um lago apresenta alta concentração
de nutrientes e grande produtividade primária
classifica-se como lago eutrófico, ao passo que
massas de água com baixa concentração de
nutrientes e, consequentemente, com baixa
produtividade primária denominam-se lagos
oligotróficos.
11. Parâmetros da qualidade das águas
A OMS recomenda que na água
destinada ao consumo humano o
parâmetro referente á presença
de bactérias fecais seja igual a
zero.
A poluição da água pode ser
também avaliada pela
quantidade de matéria orgânica
biodegradável, ou seja, resíduos
que são passíveis de serem
decompostos pela actividade de
certos seres vivos.
Os vários parâmetros físicos (cor, turvação, temperatura, sólidos, sabor e
odor) são avaliados em escalas próprias; as variáveis químicas
(salinidade, dureza, alcalinidade, teor em ferro, teor em nitratos, teor em
matéria orgânica, ...) são habitualmente medidas em termos de
concentração(mg/L); os parâmetros biológicos são avaliados pela
indicação da densidade populacional de determinados organismos.
12. A quantidade de oxigénio dissolvido, expressa mg/L, consumida durante a
decomposição aeróbia (oxidação biológica) das substâncias
biodegradáveis presentes numa amostra de água, denomina-se carência
bioquímica de oxigénio ( CBO).
O consumo de oxigénio dissolvido durante a decomposição da matéria
orgânica ocorre num determinado período de tempo.
13. Tratamento das águas residuais
As águas residuais provenientes dos mais diversos usos, como o doméstico,
comercial, industrial, agrícola ou oriundas de outras situações são recolhidas
para o conjunto de sistemas de drenagem – rede de esgotos – que vão
constituir os efluentes urbanos.
O tratamento de efluentes é realizado em instalações construídas para este
efeito, denominadas estações de tratamento de águas residuais (ETAR).
Numa ETAR, as águas residuais são sujeitas a tratamentos específicos, de
acordo com as características iniciais do efluente a tratar, de modo que o
efluente final apresente uma qualidade compatível com as directivas
comunitárias, para posteriormente ser lançado num curso de água (meio
receptor).
14. O tratamento das águas ocorre em
quatro fases:
• Tratamento prelimiar: consiste
numa série de processos físicos (
crivagem, tamisagem, desarenação)
com vista à remoção dos sólidos com
maiores dimensões contidos no
volume de água que entra na
estação.
• Tratamento primário: a água é
conduzida para decantadores, onde
por redução da velocidade da
corrente são eliminados cerca de
50% a 60% dos materiais em
suspensão do efluente e são
decantados sob a forma de lamas
(lamas primárias). No tratamento
primário, as partículas que se
depositam são, na sua maioria, de
natureza orgânica, o que origina a
diminuição da CBO.
15.
16. Os produtos finais resultantes do metabolismo anaeróbio das
lamas produzidas numa ETAR são o dióxido de carbono (CO2)
e o metano (CH4), principais constituintes do biogás.
Os materiais sólidos estabilizados, por exemplo, através de
um processo de biometanização são designados por
biossólidos ou lamas tratadas.
Conclusão: O controlo do
tratamento dos efluentes
possibilita a manutenção dos
recursos hídricos dentro de
parâmetros compatíveis com o
desenvolvimento das sociedades e
a preservação do ambiente.