O documento apresenta diretrizes para a estruturação e formatação de artigos científicos em publicações periódicas impressas. Detalha os elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais que compõem um artigo, como título, autores, resumo, introdução, desenvolvimento, conclusão, referências e apêndices. Fornece também recomendações sobre citações, uso de verbos e expressões para melhor clareza na redação.
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
Artigo construção
1. APRESENTAÇÃO DE ARTIGOS EM
PUBLICAÇÃO PERIÓDICA CIENTÍFICA
IMPRESSA
Vera Lúcia de Oliveira Gomes
NBR 6022:2003
2. Artigo científico é a “parte de
uma publicação com autoria
declarada, que apresenta e discute
idéias, métodos, técnicas, processos
e resultados nas diversas áreas do
conhecimento”.
3. Opinião dos consultores acerca dos
artigos encaminhados para apreciação .
OBJETIVOS:
- Só aparecem no resumo;
- Só aparecem no corpo do trabalho;
- Definidos de forma vaga e desarticulada;
- Utilização incorreta do tempo verbal;
- Não se relacionam com os resultados;
- Extrapolam os resultados;
- Deficiente relação entre os conteúdos
analisados e os objetivos.
4. REDAÇÃO :
- Confusa e redundante;
- Erros de ortografia;
- Erros quanto a concordância nominal e
verbal;
- Vocabulário empobrecido;
- Falta de clareza na expressão das idéias
(MARZIALE; MENDES, 2002 e MANCIA;
RAMOS, 2002).
5. “Não é fácil escrever. É duro como
quebrar rochas...”
Clarice Lispector
6. O artigo pode ser:
- Original - “parte de uma publicação que
apresenta temas ou abordagens originais”.
Compreende: pesquisas, relatos de
experiência e reflexões.
- Revisão - “parte de uma publicação que
resume, analisa e discute informações já
publicadas”. Faz uma apreciação crítica da
literatura sobre temas específicos. Analisa
o ESTADO DA ARTE.
7. ESTRUTURA DE UM ARTIGO:
a) Elementos pré-textuais,
b) Elementos textuais,
c) Elementos pós-textuais.
8. ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS: auxiliam na
identificação e utilização do texto.
1. TÍTULO: subtítulo (se houver): devem ser separado
por dois pontos (:) ou diferenciados
tipograficamente. Usar o menor número possível de
palavras.
2. AUTORES(AS): nome justificado à direita em espaço
simples. Em nota de rodapé um breve currículo que
@s qualifique na área do conhecimento, seguido do
endereço postal e eletrônico.
3. RESUMO: na língua do texto.
4. DESCRITORES: na língua do texto.
9. A construção do feminino e do masculino no processo de cuidar crianças em pré-
escolas
GOMES, Vera Lúcia de Oliveira1
GOMES, Giovana Calcagno2
RESUMO: Objetivou-se investigar como se constrói o feminino e o masculino no processo
de cuidar crianças em uma pré-escola do Rio Grande/RS. Adotou-se a hermenêutica
dialética e a concepção de habitus de Bourdieu como referenciais metodológico e teórico-
filosófico, respectivamente. Utilizou-se, para coleta de dados, a observação registrada em
diário de campo e entrevista semi-estruturada com as cuidadoras, pois são elas que mais
interagem com as crianças. Respeitaram-se os princípios éticos constantes da Resolução
196/96. Pela análise de conteúdo, aprendeu-se que as cuidadoras são solícitas,
atenciosas e carinhosas com todas as crianças. No entanto, cuidam, de forma natural e
culturalmente diferenciada, meninos e meninas. Aqueles permitem brincadeiras mais
arriscadas, inovadoras, espetaculares, enquanto que as meninas devem seguir a norma
do jogo. Nos primeiros anos, as crianças já têm interiorizado um padrão de
comportamento típico de cada sexo tendo dificuldade, pela própria pressão do grupo, em
transgredi-lo.
Palavras-chave: Cuidado da criança. Identidade de gênero. Educação infantil.
______________________________
1 Enfermeira, Dra. em Enfermagem, Professora Titular do Departamento de Enfermagem da FURG. Líder do
Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Enfermagem, Gênero e Sociedade - GEPEGS. Apoio CNPq.
2 Enfermeira, Dra. em Enfermagem, Professora Assistente do Departamento de Enfermagem da FURG.
Integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Enfermagem NEPES.
10. ELEMENTOS TEXTUAIS:
1. INTRODUÇÃO: “Parte inicial do artigo,
onde devem constar a delimitação do
assunto tratado, os objetivos da pesquisa e
outros elementos necessários para situar o
tema”.
Delimitar o assunto.
Explicitar o objeto e objetivo.
Justificativas para a escolha do tema.
Há trabalhos em que na introdução consta
a revisão de literatura.
11. 2. DESENVOLVIMENTO: “Parte principal do
artigo, que contém a exposição ordenada e
pormenorizada do assunto tratado. Divide-
se em seções e subseções que variam em
função da abordagem do tema e do
método”. É o local para inclusão de
gráficos, tabelas e quadros.
12. Metodologia + Resultados e Discussões.
Rev. Literatura + Metodologia + Resultados
e Discussões
Referencial Teórico + Metodologia +
Resultados e Discussões
Revisão de Literatura + Referencial
Teórico + Metodologia + Resultados e
Discussões
Há diferentes possibilidades estruturação:
13. 3. CONCLUSÃO: “Parte final do artigo, na qual se
apresentam as conclusões correspondentes aos
objetivos e hipóteses”.
Relatar se os objetivos foram atingidos e se a
questão de pesquisa foi respondida (não
desconsiderar a pesquisa em caso negativo);
Publicar os resultados mesmo que negativos,
estes contribuírão para a construção do
conhecimento sobre o tema;
Formular novas questões com base nos
resultados , pode ser uma grande contribuição.
“Nada disto terá importância se @ investigador(a) não
responder, positiva ou negativamente o seu
problema, se não se propuser a testar a solução
apresentada” (LEOPARDI, 2001, p.308).
Na conclusão é necessário:
14. ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS: complementam
o trabalho.
Título, resumo e descritores em língua estrangeira
(inglês e espanhol).
Referências: “conjunto padronizado de elementos
descritivos, retirados de um documento, que
permite sua identificação individual”.
Apêndices: “texto ou documento elaborado pelo
autor(a), a fim de complementar sua
argumentação, sem prejuízo da unidade nuclear
do trabalho”.
Anexos: “texto ou documento NÃO elaborado pelo
autor(a), que serve fundamentação, comprovação e
ilustração.
15. CITAÇÕES EM DOCUMENTOS – NBR 10520:2002
CITAÇÃO: “menção de uma informação extraída de
outra fonte” (1)
. Dessa forma pode-mos dizer que
citação é quando trazemos para o nosso
texto palavras ou idéias que pertencem a
outro autor. Por não ser de nossa autoria,
todas as citações devem trazer a identifi-
cação de seu autor. As citações podem ser
colocadas no decorrer do próprio texto ou
em notas de rodapé.(FURASTÉ, 2005,
p. 58, grifo do autor).
As citações devem ser indicadas no texto pelo
sistema de chamada numérico ou pelo de autor/data.
16. Há duas formas de citação, a indireta ou
paráfrase e a direta ou textual.
1. INDIRETA: “texto baseado na obra do
autor consultado”. Citação, na qual
expressamos a idéia d@ autor(a) original,
com nossas palavras.
Assim, ficou evidente uma forte
tendência ao emprego, pelas pesquisadoras
de enfermagem, da abordagem qualitativa.
Constatação semelhante foi obtida por Neves
e Vargem (2001) ao analisarem as teses
produzidas nos cursos de doutorado em
nosso país.
17. As autoras referem que atualmente o
conhecimento de Enfermagem está mais
fundamentado nas ciências sociais e do
comportamento humano, conseqüentemente, mais
distanciado da área biomédica, cujo interesse
continua quase que exclusivamente direcionado
aos estudos quantitativos, exceto os que
desenvolvem trabalhos de medicina social
(TURATO, 2003).
Várias obras de um mesmo autor(a).
(TURATO, 2001, 2002b, 2003).
18. 2. DIRETA: “transcrição textual de parte da
obra do autor consultado”. Copia-se as
palavras d@ autor(a) exatamente como
foram escritas. As citações diretas podem
ser breves e longas.
BREVES: extensão até três linha – devem
ser escritas no corpo do texto e entre aspas
duplas.
“toda discussão metodológica guarda em si
uma proposta, até porque é impossível não
ter posição. Se insistíssemos em não ter
posicionamento, isso seria o pior deles”
(DEMO, 1989, p. 13).
19. LONGAS: extensão maior do que três linhas –
devem ser escritas com recuo de quatro
centímetros da margem esquerda, espaço simples
e letra um número menor do que o restante do
texto. SEM ASPAS.
A complexidade de cada empreitada e, sobretudo, as
construções epistemológicas autônomas
desautorizam grande parte das pesquisas, que se
auto-intitulam como ‘quanti-quali’, a continuar
apresentando-se ao meio acadêmico por meio deste
presumido modelo misto. Na realidade, muitos dos
trabalhos assim denominados [....] são apenas de
construção quantitativa, já que encaixar simples
citações literais de falas de sujeitos, que responderam
a questionários previamente padronizados, não
configura [...] simultaneidade com pesquisa
qualitativa (TURATO, 2005, p.6-7 grifo nosso).
Caso uma citação direta contenha aspas, transcrevê-la
com aspas simples.
20. Atenção:
O sobrenome do autor é escrito com a
inicial maiúscula, o restante em
minúsculas seguido do ano de publicação
entre parênteses, quando incluído na frase.
Ex: Soares (2004, p.41) argumenta que ......
Todo em maiúsculas, quando entre
parêntese, mais usado em final de frases
ou de parágrafos. ...........(SOARES, 1999,
p.72). Ponto final após o parêntese.
Supressões: [...]
Interpolações, acréscimos ou comentários: [ ]
Ênfase ou destaque: negrito ou itálico.
21. Não foi usada sentença completa:
encerrar a citação com reticências...
Uso de fonte secundária: indicá-la por
meio do apud que significa segundo,
conforme, de acordo.
Ex: (OLIVEIRA apud CALCAGNO, 2003, p.16).
A consulta foi efetuada na obra de
Calcagno a qual deverá constar nas
referências.
22. DICAS QUENTES:
Utilizar o verbo sempre na mesma pessoa;
Evitar parágrafos de uma só frase exceto se
a idéia ficou realmente completa;
Evitar afirmações extremas como: temos
plena convicção, aumentando nossa
certeza, sem dúvida alguma, não pode,
sempre, nunca, não há estudos sobre;
Cuidado com o sujeito. Não se pode dar
vida a seres inanimados. Ex:
O hospital precisa rever suas rotinas.
O gráfico demonstra a relação....
23. A indicação de espaço ou tempo precisa
de um ponto de referência. Ex:
Evite: Prefira:
Pelotas é uma cidade próxima a
nossa
Pelotas fica a aproximadamente
70 Km de Rio Grande.
Recentemente.... Na última década.
Evitar o uso de gírias. Ex:
Evite:Evite: Prefira:Prefira:
““Tipo assim”Tipo assim” ComoComo
Aí, néAí, né AssimAssim
24. ATRAVÉS:
Evite:Evite: Prefira:Prefira:
Conseguiu a vaga através de suaConseguiu a vaga através de sua
madrinhamadrinha
Conseguiu a vaga por intermédioConseguiu a vaga por intermédio
de sua madrinhade sua madrinha
ONDE:
significa de “um lado a outro”.
Ex: Viu através da vidraça.
Andou através do campo.
só pode ser usado para designar lugar,
dá a idéia de estático. Prefira: em que,
no qual.
Ex: O lugar onde nasci. (correto)
Cabe a nós, educadoras, investirmos num
processo de capacitação onde seja possível....
(incorreto)
25. A NÍVEL DE: Não existe
AO NÍVEL DE: significa altura. Esta cidade
fica ao nível do mar?
Fiz um curso EM nível de mestrado.
Et al significa e colaboradores.
Quando após o nome d@ autor(a) usa-se
et al, o verbo vai para o plural.
Soares et al (2003) argumentam que.....
26. “Sofremos demasiado pelo pouco que
nos falta e alegramo-nos pouco
pelo muito que temos...”
(W. Shakespeare)
Produção gráfica de: Wilson Gomes