O documento discute técnicas de leitura e escrita acadêmica. Ele define leitura, discute os tipos de leitura e como deve ser feita a leitura de modo a evitar vieses. Também aborda a análise textual e temática de um texto, além de fornecer diretrizes para a delimitação da unidade de leitura.
3. Objectivos da Aula:
Discutir técnicas de leitura e escrita
academica de modo a:
- evitar vieses de leitura que favorecem
distorções/incompreensao de textos;
- oferecer ocasiões para treino metódico
das habilidades básicas de leitura
proveitosa e uma escrita acadêmica:
4. Definição da Leitura
Ler significa conhecer, interpretar,
decifrar;
- Ler é descobrir o plano do texto e como
as idéias são estruturadas (tipo de
relações existentes entre as idéias
expostas). Por meio da leitura pode-se
obter informações básicas ou
específicas.
5. Natureza da Leitura
Três Espécies de Leitura :
-De entretenimento ou Distração: Visa
proporcionar lazer, sem maiores preocupacões
com o aspecto do saber EX: obras literarias;
-De Cultura geral ou informativa; Tomar
conhecimento, de modo geral do que ocorre no
mundo, mas sem grande profundidade. EX:
jornais, noticias
6. - De Aproveitamento ou Formativa: A
finalidade é aprender algo de novo ou aprofundar
conhecimentos anteriores: livros, revistas
especializadas
Na leitura formativa o leitor deve recuperar/
reconstruir a posição do autor na sua efectiva
complexidade
7. Como se deve Ler?
DELIMITAÇÃO DA UNIDADE DE LEITURA
A primeira medida a ser tomada pelo leitor é o
estabelecimento de uma unidade de leitura. Unidade
é um sector do texto que forma uma totalidade de
sentido. Assim, pode-se considerar um capítulo, uma
seção, ou qualquer outra subdivisão.
(...) apenas terminada a análise de uma unidade é
que se passará à seguinte.
8. Como se deve Ler?
Título – estabelece o assunto e, as vezes, a intenção
do autor;
Data da publicação – para certificar-se da atualização
da obra, a não ser que seja uma obra considerada
clássica;
Palavras-chave (key words) – informam os principais
temas que estão sendo tratados no artigo;
Resumo (abstract) – problema de pesquisa, objetivo
do artigo, hipótese, método de pesquisa, principais
conclusões;
Referências – obras consultadas (importância).
9. Como se deve Ler?
A ANÁLISE TEXTUAL
(...) leitura atenta mas ainda corrida (...). A finalidade
da primeira leitura é uma tomada de contacto (...)
buscando-se uma visão panorâmica, uma visão de
conjunto do raciocínio do autor.
(...) levantamento de todos aqueles elementos
básicos para a devida compreensão do texto: autor
do texto, vocabulário, referências a fatos históricos,
a outros autores e especialmente a outras doutrinas
10. Como se deve Ler?
A ANÁLISE TEMÁTICA
(...) ouvir o autor, apreender, sem intervir nele, o
conteúdo da mensagem. (...) fazer ao texto uma
série de perguntas cujas respostas fornecem o
conteúdo da mensagem
Deve se evitar:
- Ler de modo fragmentado, destacando apenas o que
já é familiar
- Ler imediamente tomando posiçao valorativa, o que
favorece distorções
12. 1. DEFINIÇÕES
1.1 Resenha Resumo
É um texto que se limita a resumir o
conteúdo de um livro, de um capítulo,
de um filme, de uma peça de teatro ou
de um espetáculo, sem qualquer crítica
ou julgamento de valor. Trata-se de um
texto informativo, pois o objetivo
principal é informar o leitor.
13. 1. DEFINIÇÕES
1.1 Resenha Resumo
É um texto que se limita a resumir o
conteúdo de um livro, de um capítulo,
de um filme, de uma peça de teatro ou
de um espetáculo, sem qualquer crítica
ou julgamento de valor. Trata-se de um
texto informativo, pois o objectivo
principal é informar o leitor
14. 1.2 Resenha Crítica
É um texto que, além de resumir o objecto, faz uma
avaliação sobre ele, uma crítica, apontando os aspectos
positivos e negativos. Trata-se, portanto, de um texto de
informação e de opinião, também denominado de recensão
crítica.
16. 1.2 Artigo científico
O artigo científico é O artigo é a
apresentação sintética, em forma de
relatório escrito, dos resultados de
investigações ou estudos realizados
a respeito de uma questão.
17. O artigo é constituído de elementos
:
pré-textuais;
textuais;
pós-textuais.
Estrutura do Artigo
18. Título e subtítulo (se houver)
Nome(s) do(s) autor(es)
Resumo na língua do texto
Palavras-chave na língua do texto
Elementos Pré-Textuais
21. Linguagem
Objetividade: a linguagem objetiva deve afastar as
expressões: “eu penso”, “eu acho”, “parece-me” que dão
margem a interpretações simplórias e sem valor científico;
Estilo científico: a linguagem científica é informativa, de
ordem racional, firmada em dados concretos, onde pode-se
apresentar argumentos de ordem subjetiva, porém dentro de
um ponto de vista científico
22. O nome de cada autor deve ser acompanhado de
breve currículo que o qualifique na área de
conhecimento do artigo.
Caso haja mais de um autor, os mesmos deverão vir
em ordem alfabética, ou se houver titulações
diferentes deverão seguir a ordem da maior para a
menor titulação
Nome do autor ou autores
23. Resumo
Elemento obrigatório, com uma
quantidade predeterminada de palavras,
onde se expõe o objetivo do artigo, a
metodologia utilizada para solucionar o
problema e os resultados alcançados.
24. Palavras-chave na língua do texto
Elemento obrigatório, devem figurar logo
abaixo do resumo, antecipadas da
expressão “palavras-chave:”,
separadas entre si por ponto e finalizadas
também por ponto.
25. A introdução é a parte inicial do artigo
onde devem constar a delimitação do
assunto tratado, os objetivos da pesquisa
e outros elementos necessários para
situar o tema do artigo.
Introdução
26. O desenvolvimento é a parte principal do artigo
que contém a exposição ordenada e
pormenorizada do assunto tratado:
revisão de literatura;
materiais e métodos;
resultados;
discussão.
Desenvolvimento
27. Conclusão
É a parte final do artigo no qual se
apresentam as conclusões
correspondentes às hipóteses
do autor.
28. “Conjunto padronizado de elementos descritivos,
retirados de um documento, que permite sua
identificação individual.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE NORMAS TÉCNICAS, 2002).
Elemento obrigatório, elaborado de acordo com as
recomendações da NBR 6023.
Referências
29. Referências Bibliográficas
Trata-se de expor, dentro das normas da ABNT, os livros e
documentos consultados.
Exemplos:
• Livro
AUTOR. Título. Edição. Local: Editora, data.
DEMO, Pedro. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo:
Atlas, 2000.
Documentos de até 3 autores e de vários anos devem ser separadas
por ponto e vírgula, em ordem alfabética e os anos separados por
vírgula.
COSTA, S.; CRUZ, T.; SILVA,C. O universo. 3. ed. Rio de Janeiro:
Vênus, 2000, 2001, 2002.
30. Acima de 3 autores, apresenta o primeiro nome seguido da expressão
“et al”.
MATURANA, G.; et al. O conhecimento. São Paulo: Cultrix, 2003.
Se além da repetição do autor tiver o mesmo título, também deve ser
substituído por um traço sublinear.
______.______. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.
31. No caso de repetição do mesmo autor usa-se um traço sublinear de
seis espaços, seguido de ponto.
______. O saber fazer. São Paulo: Matrix, 2003.
• Teses, dissertações e monografias
AUTOR. Título. Tese, dissertação, monografia. Número de páginas.
Cidade. Instituição de ensino, ano.
RAMOS, Paulo. Avaliando a avaliação do professor. Dissertação
(Mestrado em Educação: Ensino Superior). 120p. Cidade de Maputo.
ESJ, 2000.
• Relatório
NOME DA INSTITUIÇÃO. Título do relatório. Local da publicação,
ano.
CONGRESSO NACIONAL. Relatório da comissão de orçamento.
Cidade de Maputo, 2002.
32. DIFERENTES FORMAS DE CITAÇÃO NO TEXTO
DIFERENTES FORMAS DE CITAÇÃO NO TEXTO
- Citação Directa: fala literal do autor, transcrita directamente
do texto lido; (mais de três linhas: margem esquerdo: 0.4 cm)
-Citãção indirecta: é recurso que indica influência dos autores
lidos nas ideias apresentadas pelo pesquisador
-Citação da Citação: uso de uma referência citada na obra que
pesquisador está usar
33. DIFERENTES FORMAS DE CITAÇÃO NO TEXTO
Citação Directa
Atividades são ações dos alunos, orientadas pelos procedimentos, no
sentido de (re)construírem o caminho (o método da aprendizagem) do
conhecimento.
As atividades, portanto, consistem em trabalho com o conhecimento, em
situações de reconstrução e aplicação desse conhecimento. Atividades,
então, referem-se a ações: essas ações correspondem aos objetivos a
serem alcançados. (RANGEL, 2006, p.13)
Nesse sentido a professora Mary Rangel expõe:
“A façanha de eliminar a cola em sala de aula não me torna um herói, dá apenas sentido
a uma educação em valores. É isso mesmo.” (MARTINS, 2007, p.2)
Os pensamentos de Freire (1999, p.15), vêm de encontro às intenções implícitas nos
profissionais dispostos a inserir o portfólio educacional atuando com os alunos
intensamente, quando faz a seguinte referência:
Ensinar exige rigorosidade metódica, pesquisa, respeito aos saberes dos
educandos, criticidade, estética e ética, corporeificação das palavras pelo
exemplo, risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de
discriminação, crítica sobre a prática, reconhecimento da assunção da
identidade cultural. (FREIRE, 1999, p.15)
34. Quando a citação utiliza a idéia central do(s)
autor(es) (cont.)
Hernández e Ventura (1998) contribuem lembrando que na organização dos
conhecimentos, são os docentes que apontam e decidem o que os alunos irão
trabalhar nas aulas, mas nos projetos que vão ressurgindo esta prática não se
exclui, mas será complementada com as iniciativas e colaboração dos alunos.
Considerada complexa essa atividade profissional de educador, pois exige
preparo, compromisso e responsabilidade social, ação política, ainda estar
tecnicamente instrumentalizado. Ocorrerá a ajuda ao aluno onde ele constituir-
se-á como sujeito pluridimensional. (BARBOSA, 2007)
O recurso do apud - quando utilizar
Barton e Collins (1986) apud Carvalho e Porto (2005, p. 23) “busca integrar
teoria e prática sobre o ensino, a aprendizagem, os estudantes e o ambiente
institucional, ou seja, sobre o currículo e a educação como um todo”.
36. Entrevistas individuais ou grupos focais e suas transcriçoes;
Correio electrónico;
Observação participante
Vídeos e Fotografias
Filmes
Livros, revistas, jornais fisicos e electrónicos, etc
Dados Qualitativos
“Não incluem contagens e medidas, mas sim qualquer
forma de comunicação humana, seja ela escrita,
visual o auditiva; por comportamento, simbolismo ou
artefactos culturais” (Gibbs,2009,p.17)
37.
38. Transcrição: Conceito
Tipo de Transcrição
Quem deve transcrever áudios/Entrevistas
Normas e cuidados na transcrição de audios:
Entrevistas
Textualização de Entrevistas individuais e Grupais
39.
40. conceito
a transcrição seria uma reprodução de um documento (a
gravação) num segundo exemplar (material escrito) que
exiba total conformidade e identidade com o primeiro.
- Niveis de Transcrição
- Só a essência: transcreve o que pesquisador julga
essencial; Corte de informaçoes em função dos
objectivos da pesquisa
- Literal: onde todas as verbalizaçoes são transcritas de
forma integral: capta até detalhes da forma como os
entrevistados expressam as suas ideias
Textualização de Entrevistas individuais e Grupais
41.
42. - Só a essência:
- P1- /…/ Foi uma empresa substituída pela MP que estava lá na cidade, então o
processo foi o seguinte, precisaram e tinha que se procurar quais são as pessoas
que podiam estar a trabalhar como agentes na comunidade, /…/a mim (eu) com
os outros colegas fomos apurados e estava afecto na área de 25 de Setembro
- Literal:
- P2: Ah, então, Torres de escova, seguindo está Eduardo Piter, está o “coiso”
quem está mais, mais próximo é o Txuvane, Eduardo Txuvane, tem o Horácio
Senete, tem Américo.
Textualização de Entrevistas individuais e Grupais
43.
44. Quem deve transcrever as entrevistas?
É aconselhável que seja o Próprio pesquisador
•Porque lhe permite uma pré-analise dos dados
•No acto de escutar e escrever tem a possibilidade de
captar o falado e não falado;
•Evita mutilação de informações( cortes de partes
interressantes)
Textualização de Entrevistas individuais e Grupais
45.
46. Quem deve transcrever as entrevistas? (CONT.)
Digitador Contratado:
•Que tenha algum conhecimento do tema e do
contexto da entrevista
•Certifique –se que ele conhece o nivel transcrição
necessária
Textualização de Entrevistas individuais e Grupais
47.
48. Normas e criterios para transcrição
Marcuschi (1986) há mais de 20 anos compilou um
conjunto de normas, critérios e dicas para
Transcrição de audios:
•evitar as maiúsculas em início do turno;
•Indicar os falantes com siglas ou letras do nome ou
alfabecto;
•Para o mesmo autor, palavras pronunciadas de modo
diferente do padrão teria algumas grafias
consensuais, tais como: né, pra, comé, tava,
Textualização de Entrevistas individuais e Grupais
49.
50. Categorias Sinais Descrição das Categorias Exemplos
Incompreensão de palavras () Usam se parêntese para
indicar a falas
incompreensíveis
No bairro () implementou-se
o programa de culturas de
rendimento
Hipótese do que se ouviu (hipótese)
Usa se parêntese com
indicação de uma hipotese do
que se ouviu
(Cateme) temos maior a
concentração de agregados
familiares com gado suíno
Citaçoes literais de documentos, durante
a gravação
“entre aspas” Usa-se aspas para indicar
citações de documentos,
durante a gravação e
citações dentro da entrevista
Os programas de
responsabilidade social da
Gric são elaborados a partir
do “Pograma de Gestão
ambiental”
Pausas e silêncios …
Para pausas pequenas
sugere-se que coloque se
três pontos.
A gerência está estruturada
em três … aliás, primeiro
devo dizer que, esta
gerência..
Indicação de
transição parcial ou
de eliminação
/.../
Reticências entre
duas barras indicam
um corte na produção
de alguém.
Eu penso que /…/ o
jornalismo é uma ciência
comteporania
Comentários do
Analista/ Digitador
(( ))
Usa-se essa marcação
no local da ocorrência
ou imediatamente
antes do segmento a
que se refere.
((ri)), ((baixa o tom de voz)),
((tossindo)), ((fala
nervosamente)), ((apresenta-
se para falar)),
((gesticula pedindo a
palavra))
51.
52. Cuidados Metodologicos:
•elaborar um diário de campo com anotações das ocorrências físicas
e sociais antes e, se possível, durante a entrevista
•Iniciar a transcrição logo após a entrevista
•Revisitar a transcrição e os audios (para garantir a concordância)
Textualização de Entrevistas individuais e Grupais
Nomes:
A convenção é colocar o nome da pessoa entrevistada, em
maiúsculas, no inicio de cada fala (destaca o entrevistado e facilita a
busca electrónica)
EX: MARIA: eu penso que relações públicas
53.
54. Textualização de Entrevistas individuais e Grupais
Anonimização
•. Garantir a confidencialidade dos participantes
•Aconselha-se que se crie uma lista de todos participantes e com os
codigos atribuidos
55.
56. Frase Transcrita O que o entrevistado
realmente disse
E1: eu trabalho nesta
comunidade, mais não conheço
todos llideres…
eu trabalho nesta comunidade,
mas não conheço todos lideres…
E2: nos tempos livres está família
vai a machamba
E: nos tempos livres esta família
vai a machamba
E3: A certas actividades que são
feitas pelas mulheres na
comunidade
Há certas actividades que são
feitas pelas mulheres na
comunidade
Exemplos de Erros de Transcrição