3. Contexto Histórico:
Fim da Idade Média
Teocentrismo ⇨ Antropocentrismo
Dualidade: Fé e Razão
Feudalismo Absolutismo (Poder Real)⇨
Mecenato
Consolidação do Estado Nacional Português
Transição da Id. Média para o Renascimento
4. Na literatura
Produção escrita:
Teatro – é a manifestação literária onde ficam mais claras as
características do período;
Poesia Palaciana– a poesia deixa de ser acompanhada por música e
passa a ser declamada dentro do palácio;
Historiografia – crônicas (Fernão Lopes), na época, eram os registros
da vida de personagens e acontecimentos históricos
AUTORES PORTUGUESES
Sá de Miranda introduziu as formas de verso italianas;
Gil Vicente o teatro com a cultura popular, relatando a mudança dos
tempos
Luís de Camões escreveu os feitos dos portugueses no poema épico Os
Lusíadas.
5. Características ideológicas da
produção literária do Humanismo
Abandono da subordinação absoluta à Igreja
Católica;
Resgate dos valores clássicos greco-romanos;
Procura na Ciência uma explicação para fenômenos
até então atribuídos a Deus;
Afirmação da capacidade do indivíduo em controlar
seu próprio destino.
ANTROPOCENTRISMO
6. GIL VICENTE
Principais obras:
Auto da Barca do Inferno;
Auto da Lusitânia;
Auto da Índia;
A farsa de Inês Pereira;
O velho da horta.
7. Humanismo
Humanismo: manifestações literárias
Poesia palaciana – compilada em 1516, por Garcia de
Resende – está registrada no Cancioneiro Geral;
Prosa historiográfica (Crônicas), de Fernão Lopes;
Teatro medieval e popular de Gil Vicente.
8. Poesia palaciana
– compilada em 1516, por Garcia de Resende – está registrada no Cancioneiro
Geral;
Vários autores: Garcia de Resende, João Ruiz de Castelo Branco, Nuno Pereira,
Fernão Pereira, Conde Vimioso, Aires Teles, Diogo Brandão, Gil Vicente, Sá de
Miranda.
Separação entre poesia e música;
Versos redondilhos (medida velha); 5 ou 7 sílabas métricas
Presença de um mote (tema, motivo) a ser desenvolvido na glosa (Obs.: cada
estrofe da glosa corresponde a uma volta e deve retomar um ou mais versos
do mote);
Gosto pelo Paradoxo e pela Antítese;
Lirismo amoroso: amor cortês, súplica mortal, coita;
A mulher é carnal, adquire graças físicas e sensoriais, contrariando a maioria
dos trovadores medievais.
“Cousas de folgar e gentilezas”: composições frívolas, poesias de circunstâncias
e exercícios de virtuosismo poético;
Poemas satíricos (às vezes pornográficos).
9. Gil Vicente
Teatro: gênero dramático
Expressa sua fé mas não esquece a razão:
Em nome da religiosidade,faz a crítica moral dos costumes e a
sátira aos pecadores.
Farsas: são peças cômicas de um só ato, com enredo curto e
poucas personagens, extraídas do cotidiano
Autos: peças teatrais de assunto religioso ou profano; sério ou
cômico. Os autos tinham a finalidade de divertir, de moralizar ou
de difundir a fé cristã.
Medievalismo e Classicismo; ambivalência
Figuras cristãs e pagãs;
Anjos, demônios e homens, mulheres reais;
Linguagem culta da elite e linguagem dos camponeses e de
pessoas desbocadas das ruas;
Crítica ao capitalismo comercial crescente
10. Gil Vicente
Personagens:
A) Tipos: são generalizações ou estereótipos, que
representam uma classe social ou uma categoria
profissional;elas não levam ao palco problemas pessoais,
mas questões comuns à coletividade.
B) Personagens Alegóricas: são personificações
de idéias ou intuições. No Auto da Lusitânia temos Todo-o-
mundo e Ninguém
As personagens não se sobressaem como indivíduos:
São tipos que ilustram a sociedade da época com suas
aspirações, seus vícios e seus dramas;
Quase sempre, são designados pela ocupação que
exercem ou por algum outro traço social;
Reis, fidalgos, parvos, beberrões e alcoviteiras, judeus,
ciganos, mouros, comerciantes, artesãos;
A cada tipo de
personagem, uma
característica única:
Fidalgo : orgulhoso
Padre : sodomita
Camponês : parvo
Judeu : agiota
15. Renascimento (Séc. XVI a XVIII)
Renascimento, Renascença ou Renascentismo são termos
usados para identificar o período da História da Europa que
decorre de aproximadamente entre fins do século XIII e
meados do século XVII.
Em oposição à cultura feudal, o Renascimento foi um
movimento cultural que expressou a mentalidade
burguesa.
Em Portugal a influência do Renascimento estende-se de
meados do século XV a finais do século XVI.
16. “Os efeitos de um bom governo”, de Ambrogio Lorenzetti (1290-1348) =
nessa obra o pintor retrata o reflorescimento da vida urbana e do comércio,
provocando maior interação entre pessoas de diferentes segmentos sociais.
18. O surgimento da burguesia
Muitos camponeses, atraídos pelas promessas de
prosperidade, transferiram-se para os burgos, onde
começaram a trabalhar como pequenos mercadores.
Surgia, assim, a burguesia, constituída por todos
aqueles que, sem nobreza de sangue, acumulavam
capital por meio de atividades mercantis.
O burguês passa a investir em cultura, algo que até
então só era feito pela Igreja e pelos grandes
soberanos.
19. contextualização
A descoberta de novos
mundos e o contacto
com outras civilizações
levaram a uma
miscigenação cultural
que se refletiria,
essencialmente, na
arte.
20. O ideal de
universalidade:
Os renascentistas
acreditavam que
uma pessoa poderia
vir a aprender e
saber tudo o que se
conhece.
21. Volta aos valores da Antiguidade Clássica
A busca por uma formação levou à redescoberta de textos e
autores da Antigüidade Clássica, considerada uma fonte de saber
a respeito do ser humano.
As universidades criaram programas especiais denominados
humanidades, nos quais os alunos liam textos greco-latinos para
estudar poética, retórica, ética e política.
Os professores desses cursos eram conhecidos como
humanistas.
25. A ARTE DE MICHELANGELO
MOISÉS
DAVI
PIETÁ
A CRIAÇÃO DE ADÃO
26. DIFERENÇA ENTRE O PENSAMENTO
MEDIEVAL E O RENASCENTISTA
PENSAMENTO MEDIEVALPENSAMENTO MEDIEVAL PENSAMENTO RENASCENTISTAPENSAMENTO RENASCENTISTA
TeocentrismoTeocentrismo AntropocentrismoAntropocentrismo
Verdade = BíbliaVerdade = Bíblia Verdade = experimentação, observaçãoVerdade = experimentação, observação
Vida material sem importânciaVida material sem importância Vida terrena e material também é importanteVida terrena e material também é importante
ConformismoConformismo Crença no progressoCrença no progresso
Natureza = fonte do pecadoNatureza = fonte do pecado Natureza = beleza, onde o homem se insereNatureza = beleza, onde o homem se insere
AscetismoAscetismo HedonismoHedonismo
DogmatismoDogmatismo Fé diferente da razãoFé diferente da razão
27. Antropocentrismo:
O homem como centro
do universo.
O homem passou a
considerar-se não mais
como imagem de Deus,
mas como um ser ligado
à sua natureza material,
física e terrena.
28. Um fator fundamental na
divulgação das ideias
humanistas foi a
descoberta da imprensa,
por Gutemberg
(Alemanha –1452), mas
que chegou a Portugal
somente em 1494.
30. Início em Portugal: 1527 quando Sá de Miranda regressa da
Itália com o dolce stil nuovo - e inicia a divulgação, em
Portugal, das modalidades poéticas clássicas. Esse conjunto
de procedimentos artísticos, em território luso, denominou-
se medida nova.
A medida nova,:
utilização de versos decassílabos, que substituíram as
redondilhas (medida velha),
adoção de várias formas fixas, assimiladas dos modelos
gregos, latinos e dos modelos italianos, mais recentes.
31. Contudo, apesar da aceitação das novas formas literárias introduzidas pelo
Classicismo, notadamente as poéticas, mais identificadas com a inclinação
portuguesa para o lirismo que a prosa romanesca, o espírito medieval não
foi completamente abandonado.
Por isso, o Quinhentismo luso constituiu uma época bifronte, pela
coexistência e, não raro, pela interinfluência das duas formas de cultura:
- a medieval, popular, tradicional, materializada na medida velha,
- a clássica, erudita, renascentista, que se expressava por meio da medida
nova.
Esse bifrontismo é lugar-comum entre os autores portugueses da época
renascentista, cujas aparentes contradições só podem ser explicadas quando
se tem em vista a ambivalência cultural da época.
No caso português, acresce não ter havido um Renascentismo típico, pois,
dada a prevalência do catolicismo e do poder eclesiástico, o racionalismo e a
ideologia burguesa não vingaram de modo tão expressivo, como ocorreu em
outros países.
32. Características
1. Equilíbrio e harmonia - de forma e fundo. Clareza, mentalidade aberta, intensidade vital,
ímpeto progressista, euforia, ânsia de glória e perenidade, apreço pelo humano, sentido do nu
artístico. Racionalismo, primado da razão que governa as emoções e os sentimentos.
Sobriedade, simetria, simplicidade.
2. Culto da Antigüidade Greco-Latina - Retomada das regras e modelos clássicos e da disciplina
gramatical, poética e retórica dos antigos. presença da mitologia, dos deuses pagãos usados
como figuras literárias e claras alegorias.
3. Universalismo - Apego aos valores transcendentais (o Belo, o Bem, a Verdade, a Perfeição).
Ajustado a sistemas racionais, simplificação por lucidez técnica, simetria.
4. Imitação - Autores gregos e latinos são tomados como modelos ideais de verdade, beleza e
perferição. A obediência às formas e gênereos da Antigüidade prevalece sobre o impulso
pessoal e sobre a busca da originalidade.
5. Ideal ético-estético - Seguindo os gregos, a idéia de Beleza estava sempre associada à de
Bem, como um ideal de perfeição simultaneamente estético e ético. O Belo é o Bem e vice-
versa.
6. Verossimilhança - Os clássicos entendiam que o belo é racional, o verdadeiro, e o verdadeiro
é o natural. Daí a valorização da natureza e sua imitação artística.
7. Fusionismo - A fusão do racionalismo e paganismo com a tradição judaico-cristã levou
CÁMÕES a harmonizar divindades da mitologia pagã com personagens bíblicas do Antigo e
Novo Testamento.