O documento discute as regras fundamentais da hermenêutica bíblica, que é a arte e a ciência da interpretação correta da Bíblia. Apresenta sete regras principais como interpretar a Bíblia levando em conta o contexto, os autores, os gêneros literários e a intenção original. Também discute a necessidade de analisar o contexto histórico-cultural e as figuras de linguagem para uma compreensão adequada.
3. 1. O que é interpretar?
2. O que é hermenêutica.
• A necessidade da hermenêutica.
• A falta que a boa hermenêutica bíblica faz.
3. Os pressupostos da hermenêutica bíblia.
• Deus, a Bíblia, o homem e o propósito.
4. As lacunas preenchidas pela hermenêutica.
• Temporal, geográfica, cultural, linguística
e teológica.
5. Erros comuns ao se interpretar a Bíblia.
Revisão da aula anterior
4. Temas para estudo e aprofundamento:
• Alegorese.
• Escola de Alexandria e Escola de Antioquia.
• Crítica da fonte e crítica da forma.
• Método histórico-crítico.
• Liberalismo teológico.
• Método histórico-textual.
Estudo complementar
5. A Bíblia e seus intérpretes
Augustus Nicodemus
Editora Cultura Cristã
Recomendação de leitura
10. 1. A Escritura interpreta a si mesma.
Chamada de “regra de ouro”.
A Bíblia não entra em contradição.
Deve harmonizar com o todo.
2. Há um só sentido em cada texto.
É aquele pretendido pelo autor original.
Não há um sentido oculto ou alegórico.
O que o autor queria dizer?
Como seus leitores originais entenderam?
A hermenêutica se fundamenta na intenção do autor
e não do intérprete.
Regras fundamentais da hermenêutica
11. 3. Tome as palavras no sentido usual e comum.
Não significa sentido “literal”, mas o sentido dado
pela frase e pelo contexto.
“Quem é dominado pela carne não pode agradar a
Deus.” Rm 8:8
“A carne e o couro, porém, queimou fora do
acampamento”. Lv 9:11
Deve levar em consideração o gênero linguístico e
a figura de linguagem.
Regras fundamentais da hermenêutica
12. 4. Tome as palavras de acordo com o sentido da frase.
O contexto imediato determina se a palavra tem sentido
literal ou metafórico.
“Porque agora a nossa salvação está mais próxima do que
quando cremos.” Rm 13:11
“Mas os outros disseram: “Deixem-no. Vejamos se Elias
vem salvá-lo”.” Mt 27:49
“Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, deu graças,
partiu-o, e o deu aos seus discípulos, dizendo: “Tomem e
comam; isto é o meu corpo”.” Mt 26:26
Regras fundamentais da hermenêutica
13. 5. Tome as palavras de acordo com o contexto.
O contexto é formado pelos versículos anteriores e
posteriores (imediato e extendido).
“Porque, como, pela desobediência de um só
homem, muitos se tornaram pecadores, assim
também, por meio da obediência de um só, muitos
se tornarão justos.” Rm 5:19
“Porque a rebelião é como o pecado da feitiçaria, e
a obstinação é como a idolatria e o culto a ídolos do
lar.” 1 Sm 15:23a
Regras fundamentais da hermenêutica
14. 6. Leve em contra o propósito da passagem ou livro.
A razão da escrita da passagem ou do livro inteiro
ajudam a esclarecer pontos obscuros.
“Vocês podem reconhecer o Espírito de Deus deste
modo: todo espírito que confessa que Jesus Cristo
veio em carne procede de Deus”. 1 Jo 4:2.
O livro de 1 João foi escrito para combater falsos
ensinos, dentre eles o gnosticismo.
O gnosticismo afirmava que a matéria é má e por
isso Jesus não poderia ter um corpo físico. Assim
negavam a humanidade de Jesus.
Regras fundamentais da hermenêutica
15. 7. É necessário consultar as passagens paralelas.
Preferência:
• No contexto.
• Mesmo livro.
• Mesmo autor mas em livro diferente.
• Autor diferente num mesmo contexto.
• Autores diferentes em contextos diferentes.
Os paralelos podem ser:
• Palavras.
• Ideias.
• Ensinos gerais.
Regras fundamentais da hermenêutica
16. 7. É necessário consultar as passagens paralelas.
Paralelo de palavras.
“Por isso digo: vivam pelo Espírito, e de modo
nenhum satisfarão os desejos da carne.” Gl 5:16
“Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade
sexual, impureza e libertinagem.” Gl 5:19
Clarificamos o sentido da palavra dentro do mesmo
contexto.
Regras fundamentais da hermenêutica
17. 7. É necessário consultar as passagens paralelas.
Paralelo de palavras.
“Pois os que em Cristo foram batizados, de Cristo se
revestiram.” Gl 3:27
“Comportemo-nos com decência, como quem age à luz do
dia, não em orgias e bebedeiras, não em imoralidade
sexual e depravação, não em desavença e inveja. Pelo
contrário, revistam-se do Senhor Jesus Cristo, e não
fiquem premeditando como satisfazer os desejos da
carne.” Rm 13:13, 14
Paralelo no mesmo autor, mas em outro livro.
Regras fundamentais da hermenêutica
18. 7. É necessário consultar as passagens paralelas.
Paralelo de ideias.
Às vezes é preciso compreender a passagem não
pela palavra, mas pela ideia transmitida.
Atente para este exemplo:
• “Portanto, que todos nos considerem como
servos de Cristo e encarregados dos mistérios de
Deus.” 1 Co 4:1
• “Eis que eu lhes digo um mistério: nem todos
dormiremos, mas todos seremos transformados.”
1 Co 15:51
Regras fundamentais da hermenêutica
19. 7. É necessário consultar as passagens paralelas.
Paralelo de ideias.
Nos textos de 1 Co 4:1 e 15:51 temos a palavra
“mistério” utilizada pelo mesmo autor, num mesmo
livro, mas com sentidos diferentes.
1 Co 4:1 com 1 Co 2:1: “Eu mesmo, irmãos,
quando estive entre vocês, não fui com discurso
eloquente nem com muita sabedoria para lhes
proclamar o mistério de Deus.”
“Mistério” seria o ensino de Deus através de Paulo.
Regras fundamentais da hermenêutica
20. 7. É necessário consultar as passagens paralelas.
Paralelo de ideias.
“...não tendo a minha própria justiça que procede
da lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo, a
justiça que procede de Deus e se baseia na fé.” Fp
3:9
É preciso consultar textos em Romanos e Gálatas.
“A promessa de que seria herdeiro do mundo não
veio a Abraão ou à sua descendência por meio da
lei, e sim por meio da justiça da fé.” Rm 4:13
Regras fundamentais da hermenêutica
21. 7. É necessário consultar as passagens paralelas.
Paralelo de ensinos gerais.
Para compreender certas passagens é preciso levar
em consideração todo o ensino bíblico.
“De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que
tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-
lo?” Tg 2:14
“E, se é pela graça, já não é mais pelas obras; se
fosse, a graça já não seria graça”. Rm 11:6
A consulta ao ensino geral sobre “justificação pela
fé” resolve a aparente contradição.
Regras fundamentais da hermenêutica
22. 8. O implícito deve ser explicado pelo explícito.
Cuidado ao interpretar o que foi dito e o que não foi
dito: as inferências ao texto.
Inferências são deduções feitas com base nas
informações explícitas.
Um exemplo é a inferência de não orar pelos
pecados que conduzem à morte em 1 Jo 5:16.
A pergunta é: O texto faz esta afirmação?
A informação explícita tem primazia para a
interpretação.
Regras fundamentais da hermenêutica
23. 8. O implícito deve ser explicado pelo explícito.
Erros de inferência podem gerar especulações.
Especulações são explicações sem fundamento
adequado e podem gerar a alegorização.
• A pessoa de Satanás. (Is 14:12)
• Quem é a besta do Apocalipse? (Ap 13:18)
• Qual a marca da besta? (Ap 13:16)
Especulação podem servir como uma “resposta
provisória” e jamais deve fundamentar uma
doutrina.
Sem amparo, a especulação deve ser descartada.
Regras fundamentais da hermenêutica
24. Regras fundamentais da HERMENÊUTICA.
palavra
frase
contexto
livro
paralelos
Escritura
Regras fundamentais da hermenêutica
28. “Toda casa precisa ser legitimada, pois quando
legitimamos, bloqueamos a ação do anjo do mal. Deus
disse que só há uma forma de ser bloqueada a ação do
anjo da morte e da maldição, de tirar o pranto e a dor:
ungir a casa (Êx 12:12, 13).(...) Os Atos Proféticos limpam
os céus da nossa geografia e esta é a unção territorial:
uma autorização. Nós dizemos aos anjos que eles estão
autorizados a cuidar da nossa casa e isso é uma ação
profética de autoridade que abre portas inimagináveis.
Muitos viverão o inimaginável de Deus, com portas
abertas, porque toda nossa família viverá o novo do
Eterno.”
Extraído de: http://www.mir12.com.br/br/2018/estudos/12/598-uncao-territorial-parte-1
29. A hermenêutica geral ocupa-se com a
interpretação de qualquer texto bíblico.
É divida em 3 análises:
1. Análise histórico-cultural e contextual.
2. Análise léxico-sintática.
3. Análise teológica.
Devem concluir o processo hermenêutico:
• Análise literária (em hermenêutica especial).
• Análise comparativa.
• Aplicação.
A hermenêutica geral
30. Antes de tudo:
Escolha a versão ou versões a serem utilizadas.
• Escolha equivalentes formais e dinâmicas.
• Faça comparações.
Delimite o texto a ser estudado (perícope).
• Pode ser uma palavra, uma expressão, uma frase,
um versículo, um parágrafo, um capítulo ou um
livro completo.
• Defina a questão de gênero textual principal, bem
como as figuras de linguagem empregadas.
A hermenêutica geral
31. As diferenças de tradução em 1 Sm 25:22.
• NVI: “eu deixe vivo um só do sexo masculino de
todos os que pertencem a Nabal.”
• ACF: “se eu deixar até amanhã de tudo o que tem,
até mesmo um menino.”
• BV: “se até amanhã, ao amanhecer, ficar vivo ainda
que seja um só dos seus homens.”
• TEB: “se, de agora até amanhã cedo, de tudo que
lhe pertence, eu deixar com vida algo que urina
contra o muro.”
A hermenêutica geral
32. Um exemplo de limitação de texto.
• Então disse Jesus: "Deixem vir a mim as
crianças e não as impeçam; pois o Reino dos
céus pertence aos que são semelhantes a elas.
Mt 19:14
• O que quero estudar?
A ideia central do versículo?
A palavra “Reino”?
A expressão “Reino dos céus”?
As crianças e o Reino?
A hermenêutica geral
34. 1. Análise histórico-cultural e contextual.
Analisar o contexto geral no qual a passagem se
encontra.
Levantamento de todas as implicações históricas e
culturais envolvidas no todo e na parte.
1. Qual o ambiente histórico-cultural geral?
Político, econômico e social.
Costumes e cultura.
Situação espiritual.
Práticas religiosas.
Antecedentes históricos.
A hermenêutica geral
35. 1. Análise histórico-cultural e contextual.
2. Qual o ambiente histórico-cultural específico?
Quem escreveu? O autor.
Quando escreveu? Data e circunstância.
Para quem escreveu? Quem eram os
destinatários e qual a situação.
Qual a finalidade ao escrever? Problemas,
elogios, desafios, recomendações.
A hermenêutica geral
36. 1. Análise histórico-cultural e contextual.
3. Qual o contexto imediato da passagem?
Como a passagem se encaixa no todo?
Como ela contribui para o desenvolvimento?
Qual a perspectiva do autor?
A verdade é descritiva ou prescritiva?
O que é central no ensino e o que é periférico?
Quais eram os destinatários?
A hermenêutica geral
37. 1. Análise histórico-cultural e contextual.
Dificuldades a serem vencidas.
• Quem escreve nem sempre é quem fala.
Jo 3:16 é João escrevendo ou Jesus falando?
Os profetas falam por Deus (Is 7:7).
• Podem narrar a experiência sem tê-la vivido.
Moisés escrevendo sobre o dilúvio.
• Podem narrar a experiência enquanto a vivem ou
posteriormente.
• Há o autor que escreve sobre si (2 Co 1:9).
• Há o autor que escreve sobre outro (At 19:11).
A hermenêutica geral
38. 1. Análise histórico-cultural e contextual.
Exemplos de influências históricas e culturais.
• Fp 3:20 e a pátria celestial.
• Rt 4:1 e a importância da porta da cidade.
• 2 Rs 2:9 e a porção dobrada do Espírito.
• 2 Co 2:14 e a condução em triunfo.
• Rm 16:16 e o beijo santo.
• Ap 3:16 e a água morna.
• Mc 15:25 e a questão da contagem do tempo.
• Mt 10:28 e a questão do inferno.
A hermenêutica geral
39. 2. Análise léxico-sintática.
Busca:
• Conhecer o significado da palavra isolada
(lexicologia).
• Identificar a que classe gramatical ela pertence
(morfologia): Substantivo, adjetivo, artigo,
pronome, numeral, verbo, advérbio, conjunção e
preposição.
• A função e a relação entre as palavras e as
orações (sintaxe).
A hermenêutica geral
40. 2. Análise léxico-sintática.
O objetivo é descobrir o sentido da palavra.
Descobrir a forma literária geral (prosa, poesia
ou literatura apocalíptica).
Analisar o sentido da palavra no contexto.
Perceber as divisões naturais do texto e da
argumentação do autor.
Ressaltar as conexões entre as divisões e
argumentos.
Analisar as palavras sintaticamente.
A hermenêutica geral
41. 2. Análise léxico-sintática.
Dois sentidos da palavra.
Denotativo
Literal
Conotativo
Figurado
POLISSEMIA
“Então o sacerdote ungido
trará do sangue do novilho à
tenda da revelação.”
Lv 4:16
“E todo o povo respondeu: O
seu sangue caia sobre nós e
sobre nossos filhos.”
Mt 27:25
A hermenêutica geral
42. 2. Análise léxico-sintática.
Palavras com polissemia.
• Carne em Rm 8:8; Lv 8:32; Jo 6:56; Gl 5:16.
• Espírito em Rm 8:16; Mc 3:30; Pv 18:14.
• Dormir em 1 Co 15:18; 1 Co 11:30; 1 Rs 19:5.
• Alimento em Pv 4:17; Sl 145:15; Tg 2:15.
• Morte em Tg 2:26; Ef 2:1; Mt 8:22; Mt 28:4.
• Cálice em Lc 22:20; Sl 116:13; Jo 18:11.
• Cães em Fp 3:2; Sl 22:16; 2 Rs 9:36.
• Serpente em Pv 23:32; Mt 23:33; Nm 21:6.
A hermenêutica geral
43. 2. Análise léxico-sintática.
O uso dos conectivos.
• Conjunções; preposições; locuções conjuntivas;
locuções preposicionais; advérbios e locuções
adverbiais.
São fundamentais na construção do texto.
• Mantém o texto coeso.
• São essenciais na argumentação.
• Provocam efeitos na frase.
A hermenêutica geral
44. 2. Análise léxico-sintática.
Os conectivos podem indicar relação de
causalidade, condicionalidade, temporalidade,
finalidade, alternância, conformidade,
complementação, delimitação, adição, oposição,
explicação, conclusão, comparação e proporção.
É preciso analisar o conectivo dentro da frase e do
contexto.
Veja alguns exemplos.
A hermenêutica geral
45. 2. Análise léxico-sintática.
Causalidade: “Pois está escrito: "Sejam santos, porque
eu sou santo". 1 Pe 1:16
Condicionalidade: “Eu sou o pão vivo que desceu do
céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre.”
Jo 6:51
Explicação: “Eu sou mais prudente do que os velhos,
porque guardo os teus preceitos.” Sl 119:100
A hermenêutica geral
46. 2. Análise léxico-sintática.
Sugestão de passos para essa análise:
1. Estabeleça o parágrafo/perícope.
Onde começa e onde termina o
pensamento/argumentação.
Avalie o uso de um esboço do livro.
Este parágrafo será o seu contexto imediato.
2. Estabeleça a perspectiva do autor.
Narra? Descreve? Prescreve? Reflete?
Ele participa dos eventos narrados?
A hermenêutica geral
47. 2. Análise léxico-sintática.
Sugestão de passos para essa análise:
3. Qual o sentido das palavras.
Literal ou figurado?
É um tipo de figura de linguagem?
É preciso utilizar paralelos?
4. Determine a ideia central.
Repetição de palavras e ideias.
Conexão com o todo (texto ou livro).
Pode ser um desenvolvimento do pensamento
anterior.
A hermenêutica geral
48. 2. Análise léxico-sintática.
Sugestão de passos para essa análise:
5. Analise os conectivos se houver.
A relação entre as frases.
O desenvolvimento do tema.
Como o texto atual contribui para o todo.
6. Busque apoio de material especializado.
Manuais, comentários e dicionários podem ser
aliados do processo de interpretação.
7. Faça anotações sobre o que foi levantado.
A hermenêutica geral
49. 2. Análise léxico-sintática.
O uso das figuras de linguagem:
É um recurso utilizado pelo autor para usar uma
palavra, expressão e frases com um sentido
diferente do literal.
Eis o cordeiro de Deus (Jo 1:29).
O Senhor é a minha rocha (Sl 18:2).
Como vaca rebelde se rebelou Israel (Os 4:16).
O Senhor é o meu pastor (Sl 23:1).
Sou como oliveira verdejante (Sl 52:8).
Eu sou o pão da vida (Jo 6:48).
A hermenêutica geral
50. 2. Análise léxico-sintática.
Algumas figuras de linguagem utilizadas na Bíblia.
Símile: é uma comparação direta usando os
termos como, assim como, tal qual e tal como.
É preciso identificar o ponto de igualdade.
“Eis que vos envio como cordeiros para o meio
dos lobos.” (Lc 10:3)
“Toda carne é como a erva.” (1 Pe 1:24)
“Assim como a corça suspira pelas correntes
das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha
alma.” (Salmos 42:1)
A hermenêutica geral
51. 2. Análise léxico-sintática.
Algumas figuras de linguagem utilizadas na Bíblia.
Metáfora: é uma comparação implícita.
Os verbos ser e estar são empregados.
“Toda carne é erva.” (Is 40:6)
“Vós sois o sal da terra.” (Mt 5:13)
“Eu sou o pão da vida.” (Jo 6:48)
“Vós sois a luz do mundo.” (Mt 5:14)
A hermenêutica geral
52. 2. Análise léxico-sintática.
Algumas figuras de linguagem utilizadas na Bíblia.
Parábola: é uma símile ampliada, pois há uma
comparação expressa entre os elementos.
Baseia-se em eventos comuns.
Em Is 5:1-7 há uma parábola.
Natã, em seu confronto com Davi, contou-lhe
uma parábola (2 Sm 12:1-7).
Jesus fez uso das parábolas para ensinar.
É preciso ter cuidado para não interpretar
detalhes incidentais no texto.
A hermenêutica geral
53. 2. Análise léxico-sintática.
Algumas figuras de linguagem utilizadas na Bíblia.
Alegoria: é uma metáfora ampliada. Há vários
pontos de relação entre o que é comparado.
A armadura do cristão (Ef 6) é uma alegoria.
Cristo, a videira verdadeira (Jo 15:1-17).
O Sl 80:8-16 é uma alegoria.
A hermenêutica geral
54. 2. Análise léxico-sintática.
Algumas figuras de linguagem utilizadas na Bíblia.
Personificação: atribuição de características ou
ações humanas a objetos inanimados.
“O deserto e a terra seca se alegrarão; o ermo
exultará e florescerá como o narciso.” Is 35:1
“Os montes e as colinas romperão em cânticos
diante de vocês, e todas as árvores do campo
baterão palmas.” Is 55:12
A hermenêutica geral
55. 2. Análise léxico-sintática.
Algumas figuras de linguagem utilizadas na Bíblia.
Antropomorfismo: atribuir características
físicas humanas a Deus.
Os dedos de Deus (Sl 8:3).
Os ouvidos de Deus (Sl 31:2).
Os olhos de Deus (2 Cr 16:8).
As mãos de Deus (Sl 17:14).
A hermenêutica geral
56. 2. Análise léxico-sintática.
Algumas figuras de linguagem utilizadas na Bíblia.
Antropopatismo: atribuir emoções humanas a
Deus.
Arrependimento de Deus (1 Sm 15:11).
A ira de Deus (Rm 1:18).
O ciúme de Deus (Êx 34:14).
A lembrança de Deus (Gn 9:16).
A hermenêutica geral
57. 2. Análise léxico-sintática.
Algumas figuras de linguagem utilizadas na Bíblia.
Eufemismo: uso de certas palavras para suavizar
o discurso.
O caso do eufemismo para morte:
Adormecer (At 7:60).
Deixar o corpo (2 Co 5:8).
Partir (Fp 1:23).
Deixar o tabernáculo (2 Pe 1:14).
Expirar (Lc 23:46).
A hermenêutica geral
58. 2. Análise léxico-sintática.
Algumas figuras de linguagem utilizadas na Bíblia.
Outras figuras de linguagem: lítotes, ironia,
hipérbole, hipocatástase, metonímia, sinédoque,
merisma, hendíade, apóstrofe, elipse, zeugma,
reticência, pergunta retórica, pleonasmo,
oxímoro, paradoxo, paronomásia e onomatopéia.
Dois livros para aprofundamento:
Introdução à hermenêutica reformada, Paulo Anglada, Ed. Knox.
A interpretação bíblica, Roy B. Zuck, Ed. Vida Nova.
A hermenêutica geral
59. 3. Análise teológica.
Preocupa-se com a relação entre o texto e toda a
Escritura.
Leva em consideração:
• A revelação progressiva.
• Os vários sistemas de explicação da Revelação.
• A “regra de ouro” da hermenêutica.
É preciso analisar texto específico perante toda a
doutrina.
O relacionamento entre as várias doutrinas.
A hermenêutica geral
60. 3. Análise teológica.
Modelos para a interpretação de Apocalipse.
Preterista: os eventos já aconteceram.
Futurista: aplica-se totalmente ao futuro.
Historicista: está se cumprindo.
Influência na teologia.
Pós-milenismo: Cristo vem após o milênio.
Amilenismo: Já estamos no milênio.
Pré-milenismo dispensacionalista: 2 vindas de
Cristo, sendo uma secreta.
Pré-milenismo histórico: 1 vinda após o milênio.
A hermenêutica geral
61. 3. Análise teológica.
2 sistemas teológicos:
Dispensacionalismo:
Deus se relaciona com a humanidade através
de vários estágios de revelação, que delimitam
diferentes dispensações, ou arranjos de
administração.
Dispensação é um “teste” da humanidade para
ser fiel à revelação particular dada naquele
tempo.
A hermenêutica geral
62. 3. Análise teológica.
2 sistemas teológicos:
Dispensacionalismo:
Dispensações: inocência (antes da queda),
consciência (Adão a Noé), promessa (Abraão
a Moisés), Lei (Moisés a Cristo), graça
(Pentecoste ao arrebatamento), e o milênio.
Sustenta uma interpretação literal.
Diferença entre Israel e Igreja.
A hermenêutica geral
63. 3. Análise teológica.
2 sistemas teológicos:
Teologia do Pacto ou aliancismo:
Crê que Deus estruturou seu relacionamento
com a humanidade por pactos.
Divide a história em 2 pactos: das obras e da
graça.
O pacto das obras foi instituído no jardim do
Éden para um Adão inocente.
Após o pecado é instituído o pacto da graça.
A hermenêutica geral
64. 3. Análise teológica.
2 sistemas teológicos:
Teologia do Pacto ou aliancismo:
Todas as demais alianças são administrações
do pacto da graça.
Israel e a Igreja são o mesmo povo.
A hermenêutica geral
65. 3. Análise teológica.
Como proceder a análise doutrinária:
1. Aponte as implicações teológicas da passagem.
2. Analise as palavras com cunho teológico.
Justificação
Adoção
Espírito
3. Avalie o conhecimento teológico dos ouvintes
originais e como eles entenderam o texto.
A hermenêutica geral
66. 3. Análise teológica.
Indicação de bibliografia:
Teologia sistemática, Millard Erickson, Ed. Vida Nova
Teologia sistemática, Wayne Grudem, Ed. Vida nova
Teologia sistemática, Louis Berkhof, Ed. Cultura Cristã
Teologia do Novo Testamento, George Eldon Ladd, Ed. Hagnos
Teologia bíblica do Novo Testamento, G. K. Beale, Ed. Vida Nova
Teologia do Antigo Testamento, Bruce K. Waltke, Ed. Vida Nova
Teologia do Antigo Testamento, Eugene H. Merrill, Ed. Shedd
A hermenêutica geral