Este documento fornece uma introdução à interpretação bíblica, discutindo regras gerais de hermenêutica, análise histórico-cultural, léxico-sintática e teológica. Inclui exemplos de figuras de linguagem na Bíblia e aborda sistemas teológicos como dispensacionalismo e aliancismo. O objetivo é orientar a correta compreensão e aplicação dos textos bíblicos.
3. Regras gerais da hermenêutica:
1. A Escritura interpreta a si mesma.
2. Há um só sentido em cada texto.
3. Tome as palavras no sentido usual e comum.
4. Tome as palavras de acordo com o sentido da frase.
5. Tome as palavras de acordo com o contexto.
6. Leve em conta o propósito da passagem ou livro.
7. É necessário consultar as passagens paralelas.
8. O implícito deve ser explicado pelo explícito.
Hermenêutica geral:
1. Análise histórico-cultural e contextual.
2. Análise léxico-sintática.
Revisão da aula anterior
4. 2. Análise léxico-sintática.
O uso das figuras de linguagem:
É um recurso utilizado pelo autor para usar uma
palavra, expressão e frases com um sentido
diferente do literal.
Eis o cordeiro de Deus (Jo 1:29).
O Senhor é a minha rocha (Sl 18:2).
Como vaca rebelde se rebelou Israel (Os 4:16).
O Senhor é o meu pastor (Sl 23:1).
Sou como oliveira verdejante (Sl 52:8).
Eu sou o pão da vida (Jo 6:48).
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5. 2. Análise léxico-sintática.
Algumas figuras de linguagem utilizadas na Bíblia.
Símile: é uma comparação direta usando os
termos como, assim como, tal qual e tal como.
É preciso identificar o ponto de igualdade.
“Eis que vos envio como cordeiros para o meio
dos lobos.” (Lc 10:3)
“Toda carne é como a erva.” (1 Pe 1:24)
“Assim como a corça suspira pelas correntes
das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha
alma.” (Salmos 42:1)
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6. 2. Análise léxico-sintática.
Algumas figuras de linguagem utilizadas na Bíblia.
Metáfora: é uma comparação implícita.
Os verbos ser e estar são empregados.
“Toda carne é erva.” (Is 40:6)
“Vós sois o sal da terra.” (Mt 5:13)
“Eu sou o pão da vida.” (Jo 6:48)
“Vós sois a luz do mundo.” (Mt 5:14)
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7. 2. Análise léxico-sintática.
Algumas figuras de linguagem utilizadas na Bíblia.
Parábola: é uma símile ampliada, pois há uma
comparação expressa entre os elementos.
Baseia-se em eventos comuns.
Em Is 5:1-7 há uma parábola.
Natã, em seu confronto com Davi, contou-lhe
uma parábola (2 Sm 12:1-7).
Jesus fez uso das parábolas para ensinar.
É preciso ter cuidado para não interpretar
detalhes incidentais no texto.
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8. 2. Análise léxico-sintática.
Algumas figuras de linguagem utilizadas na Bíblia.
Alegoria: é uma metáfora ampliada. Há vários
pontos de relação entre o que é comparado.
A armadura do cristão (Ef 6).
Cristo, a videira verdadeira (Jo 15:1-17).
O Sl 80:8-16.
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9. 2. Análise léxico-sintática.
Algumas figuras de linguagem utilizadas na Bíblia.
Personificação: atribuição de características ou
ações humanas a objetos inanimados.
“O deserto e a terra seca se alegrarão; o ermo
exultará e florescerá como o narciso.” Is 35:1
“Os montes e as colinas romperão em cânticos
diante de vocês, e todas as árvores do campo
baterão palmas.” Is 55:12
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10. 2. Análise léxico-sintática.
Algumas figuras de linguagem utilizadas na Bíblia.
Antropomorfismo: atribuir características
físicas humanas a Deus.
Os dedos de Deus (Sl 8:3).
Os ouvidos de Deus (Sl 31:2).
Os olhos de Deus (2 Cr 16:8).
As mãos de Deus (Sl 17:14).
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11. 2. Análise léxico-sintática.
Algumas figuras de linguagem utilizadas na Bíblia.
Antropopatismo: atribuir emoções humanas a
Deus.
Arrependimento de Deus (1 Sm 15:11).
A ira de Deus (Rm 1:18).
O ciúme de Deus (Êx 34:14).
A lembrança de Deus (Gn 9:16).
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12. 2. Análise léxico-sintática.
Algumas figuras de linguagem utilizadas na Bíblia.
Eufemismo: uso de certas palavras para suavizar
o discurso.
O caso do eufemismo para morte:
Adormecer (At 7:60).
Deixar o corpo (2 Co 5:8).
Partir (Fp 1:23).
Deixar o tabernáculo (2 Pe 1:14).
Expirar (Lc 23:46).
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13. 2. Análise léxico-sintática.
Algumas figuras de linguagem utilizadas na Bíblia.
Outras figuras de linguagem: lítotes, ironia,
hipérbole, hipocatástase, metonímia, sinédoque,
merisma, hendíade, apóstrofe, elipse, zeugma,
reticência, pergunta retórica, pleonasmo,
oxímoro, paradoxo, paronomásia e onomatopéia.
Dois livros para aprofundamento:
Introdução à hermenêutica reformada, Paulo Anglada, Ed. Knox.
A interpretação bíblica, Roy B. Zuck, Ed. Vida Nova.
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14. 3. Análise teológica.
Preocupa-se com a relação entre o texto e toda a
Escritura.
Leva em consideração:
• A revelação progressiva.
• Os vários sistemas de explicação da Revelação.
• A “regra de ouro” da hermenêutica.
É preciso analisar texto específico perante toda a
doutrina.
O relacionamento entre as várias doutrinas.
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15. 3. Análise teológica.
Modelos para a interpretação de Apocalipse.
Preterista: os eventos já aconteceram.
Futurista: aplica-se totalmente ao futuro.
Historicista: está se cumprindo.
Influência na teologia.
Pós-milenismo: Cristo vem após o milênio.
Amilenismo: Já estamos no milênio.
Pré-milenismo dispensacionalista: 2 vindas de
Cristo, sendo uma secreta.
Pré-milenismo histórico: 1 vinda após o milênio.
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16. 3. Análise teológica.
2 sistemas teológicos:
Dispensacionalismo:
Deus se relaciona com a humanidade através
de vários estágios de revelação, que delimitam
diferentes dispensações, ou arranjos de
administração.
Dispensação é um “teste” da humanidade para
ser fiel à revelação particular dada naquele
tempo.
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17. 3. Análise teológica.
2 sistemas teológicos:
Dispensacionalismo:
Dispensações: inocência (antes da queda),
consciência (Adão a Noé), promessa (Abraão
a Moisés), Lei (Moisés a Cristo), graça
(Pentecoste ao arrebatamento), e o milênio.
Sustenta uma interpretação literal.
Diferença entre Israel e Igreja.
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18. 3. Análise teológica.
2 sistemas teológicos:
Teologia do Pacto ou aliancismo:
Crê que Deus estruturou seu relacionamento
com a humanidade por pactos.
Divide a história em 2 pactos: das obras e da
graça.
O pacto das obras foi instituído no jardim do
Éden para um Adão inocente.
Após o pecado é instituído o pacto da graça.
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19. 3. Análise teológica.
2 sistemas teológicos:
Teologia do Pacto ou aliancismo:
Todas as demais alianças são administrações
do pacto da graça.
Israel e a Igreja são o mesmo povo.
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20. 3. Análise teológica.
Como proceder a análise doutrinária:
1. Aponte as implicações teológicas da passagem.
2. Analise as palavras com cunho teológico.
Justificação
Adoção
Espírito
3. Avalie o conhecimento teológico dos ouvintes
originais e como eles entenderam o texto.
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21. 3. Análise teológica.
Indicação de bibliografia:
Teologia sistemática, Millard Erickson, Ed. Vida Nova
Teologia sistemática, Wayne Grudem, Ed. Vida nova
Teologia sistemática, Louis Berkhof, Ed. Cultura Cristã
Teologia do Novo Testamento, George Eldon Ladd, Ed. Hagnos
Teologia bíblica do Novo Testamento, G. K. Beale, Ed. Vida Nova
Teologia do Antigo Testamento, Bruce K. Waltke, Ed. Vida Nova
Teologia do Antigo Testamento, Eugene H. Merrill, Ed. Shedd
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