SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 14
Baixar para ler offline
PARTOGRAMA
CONCEITOS FISIOLÓGICOS IMPORTANTES
Do ponto de vista funcional o fenômeno do parto pode ser dividido em três períodos : preparatório,
dilatatório e pélvico (Friedman, 1978). Nos tratados clássicos de obstetrícia, os fenômenos maternos do
parto compreendem a dilatação do colo e a formação completa do segmento inferior, cuja evolução clínica
é dividida em 4 períodos : Dilatação, Expulsão, Dequitação e 4° período de Greenberg, a correlação entre
os trabalhos clássicos e a proposta de Friedman :
LITERATURA CLÁSSICA FRIEDMAN
DILATAÇÃO __________________________________________ PREPARATÓRIO
DILATATÓRIO
EXPULSIVO __________________________________________ PÉLVICO
DEQUITAÇÃO __________________________________________ DEQUITAÇÃO
4° PERÍODO __________________________________________ 4° PERÍODO
A diferença fundamental é que no entender Friedman a dilatação do colo compreende os períodos
preparatório e dilatatório, e denomina o período expulsivo de período pélvico.
As divisões funcionais são importantes no trabalho de parto, pois estão relacionados com fatores
específicos que influenciam a evolução e os tipos de anormalidades que podem aparecer.
1. PERÍODO PREPARATÓRIO (Figura 1) . Períodos funbcionais do parto ( Friedman , 1978)
período preparatório
per.
dilata
ção
per
pél
vivoDILATAÇÃO
DESCIDA
Compreende o início das contrações regulares (fase latente) até o fim da fase de aceleração da
dilatação. Aqui a contratilidade miometrial vai adquirindo Orientação - Polarização - Coordenação. Pouco
se observa em termos de dilatação do colo ou descida da apresentação.
Funções : amolecimento, apagamento e início da dilatação do colo uterino.
Duração : 16 - 20 h - NULÍPARA
12 - 16 h - MULTÍPARA
Disfunção : Fase latente prolongada
2. PERÍODO DILATATÓRIO (Figura 1)
Inicia no momento em que se modifica a velocidade de dilatação, o colo está totalmente apagado e
a dilatação é de 3 cm, com contratilidade efetiva. Aqui ocorre a maior parte da dilatação e a descida da
apresentação começa pouco antes do término da dilatação e prossegue até que a apresentação force o
períneo (período pélvico).
FUNÇÃO : Dilatação ativa do colo
Velocidade Dilatação : 0,8-1,5 cm/h
(média = 1 cm/h)
DURAÇÃO : 4,9 ± 3,4 h - Nulípara
2,2 ± 1,5 h - Multípara
DISFUNÇÃO : Fase ativa prolongada
Parada secundária da dilatação
3. PERÍODO PÉLVICO (Figura 1)
Compreende a fase de desaceleração com a descida fetal e o delivramento. A característica
desse período é a exploração, pela apresentação fetal, do trajeto pélvico (embora parte dessa possa ocorrer
no período dilatatório).
Usualmente, a descida da apresentação se inicia no trabalho de parto ativo (durante a fase
ativa do T.P.), atinge seu máximo na fase de desaceleração e ocorre progressivamente até a distensão do
períneo.
FUNÇÃO : Exploração do trajeto pélvico
Descida - Delivramento
DURAÇÃO : 1 - 2 horas
DISFUNÇÃO : Período pélvico prolongado
Parada secundária da descida
Coube a Friedman (1978) determinar que a dilatação cervical evolui conforme uma curva
sigmóide, e uma curva hiperbólica representa a descida da apresentação (Figura 1).
DILATAÇÃO CERVICAL
A análise da curva sigmóide da dilatação do colo é complexa. Friedman dividiu-a em 2
fases bem definidas : Latente e Ativa (Figura 2).
10
dilatação 8
cervical
(cms) 6
4
2
fase latente fase ativa
2 4 6 8 10 12 14
tempo ( horas )
1 - fase de aceleração 2 - fase de inclinação máxima 3 - fase de desaceleração 4 - período expulsivo
figura 2 - Curva de dilatação cervical ( período de dilatação ) - fase latente e fase ativa
FASE LATENTE : Estende-se desde o início das contrações uterinas regulares até o início da fase ativa.
A curva tende a ser quase horizontal, com pouca variação da dilatação. Aqui ocorre a orientação,
coordenação e polarização das contrações. Prepara o colo para a fase ativa de dilatação. Como vimos dura
16 a 20 horas na primípara é 12 a 16 horas na multípara.
FASE ATIVA : Inicia no ponto em que a curva começa a se tornar inclinada e termina com a dilatação
completa. Philpott (1972), para fins prático, definiu seu início no momento em que o colo está apagado, a
dilatação é de 3 cm e a contratilidade uterina é regular. Pode ser subdividida em b1 (aceleração), B2
(inclinação máxima) e b3 (desaceleração). A fase de aceleração é curta e variada, mas importante no
resultado do parto. A fase de inclinação máxima é a eficiência da “máquina” uterina. A fase de
desaceleração reflete a relação feto pélvica; a descida da apresentação inicia-se nesta fase é continua no
período pélvico. A velocidade de dilatação é de 0,8 a 1,5 cm/hora, e a linearidade da fase inclinação
máxima permite estabelecer padrão efetivo da contratilidade uterina.
1 2 3 4
DESCIDA DA APRESENTAÇÃO
A curva da descida da apresentação em parto normal é hiperbólica, quando se
correlacionam evolução da descida e tempo. A curva hiperbólica também pode ser dividida em duas fases
: Latente e Ativa.
Fase Latente : Estende-se desde o início do trabalho de parto até o ponto em que a descida torna-se ativa.
Fase Ativa : É concomitante com a fase de inclinação máxima da dilatação. A fase de desaceleração
corresponde a fase perineal e reflete a relação feto-pélvica.
PARTOGRAMA DE PHILLPOTT
Representação gráfica do trabalho de parto, é excelente mostrador da evolução da dilatação
do colo e da descida da apresentação, associando dois elementos fundamentais para a adequada
assistência ao parto : simplicidade e utilidade (Figura 3).
INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO DO PARTOGRAMA
1. B.C.F. : Auscultar com sonar-doppler a cada 30 minutos e anotar na hora correspondente. No período
expulsivo o registro será contínuo.
2. DESACELERAÇÕES : Anotar se presentes ou não; quando presentes aferir o tipo : precoces,
variáveis ou tardias.
3. MECÔNIO : Anotar se presentes ou não; espessura, coloração, início em relação ao trabalho de parto.
4. VARIEDADE DE POSIÇÃO : Fazer o diagnóstico correto e anotá-la a cada toque.
5. LÍQUIDO AMNIÓTICO : Aspecto, coloração, quantidade.
6. CONDIÇÕES DA BOLSA : Rota íntegra, plana, protusa, tensa, etc.
7. CONDIÇÒES MATERNAS: Pulso-temperatura - P.A. e outras alterações importantes
8. No Partograma cada divisória corresponde a uma hora na abcissa e a um centímetro de
dilatação cervical e de descida da apresentação na ordenada.
Figura 3 - Trabalho de parto normal
9
8
7
6
5
4
3
2
1
PARTOGRAMA
- A.M
- 3
dilatação - 2
- 1
cervical 0
+ 1
- + 2
+ 3
VULVA
DESPR.
início do trabalho
DIA
HORA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
180
160
F . C. F. 140
bat/min
120
100
80
CONTRAÇÕES
1 - 19%
20 - 39%
> 40%
BOLSA
L.A.
OCITOCINA
PH/ pO2/ pCO2
MEDICAMENTOS
E
FLUIDOS
EXAMINADOR
9. EVOLUÇÃO DO TRABALHO DE PARTO :
a) Linha de alerta : É traçada no campo correspondente a evolução do Trabalho de Parto, indo da
dilatação de 1 centímetro até a hora 9.
b) Linha de ação : Situa-se paralelamente à linha 4 horas a direita.
c) Inicia-se o registro gráfico quando a parturiente estiver no início da fase ativa com dilatação de 3 cm,
colo completamente apagado e contrações fortes - 2 a 3 em 10’. esta anotação inicial será
considerada
a hora zero (0) e será feita diretamente sobre a linha de alerta.
d) A descida do pólo cefálico será avaliado pelos planos de De Lee e registrada sob forma de um
círculo com representação da variedade de posição.
e) A dilatação em centímetros será representada por um triângulo, que será marcado no início,sempre
na linha de alerta. As anotações posteriores serão na linha correspondentes a dilatação e a hora em que é
feito o toque.
f) Realizam-se toques vaginais subsequentes a cada uma ou duas horas, respeitando em cada da
anotação o tempo expresso no gráfico. Cada toque avaliará a dilatação cervical, altura da representação,
variedade de posição, a bolsa das águas e a cor do L.A.
g) O registro das contrações uterinas, dos BCF, infusão de líquidos, de drogas analgo-sedativas, de
ocitocina, e analgesia serão devidamente anotadas em campos apropriados.
h) A dinâmica uterina será avaliada a cada uma hora e deverá ser registrada pelo preenchimento
dos simbolos correspondentes ás contrações em 10 minutos, utilizando a seguinte convenção:
1 - 19s: metrossístole fraca
20 - 39 s: metrossítole média
40 s: metrossístole forte
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
1. Os toques vaginais para verificação da dilatação, devem ser feitos com intervalo de uma a duas horas
na dependência da dilatação e da progressão do Trabalho de Parto. Quanto menores as dilatações, maior
deverá ser o intervalo dos toques. Esse intervalo deve ser aumentado também quando houver amniorrexe
ou ou amniotomia.
2. A paciente nào deve ser admitida em fase latente do Trabalho de Parto, no entanto, se isso ocorrer, as
anotações das avaliações fetais, maternas e da evolução do Trabalho de Parto deverão ser feitas em folha
separada do partograma, até que o T.P. atinja a fase ativa.
3. A amniotomia deve ser postergada até 7-8 cm de dilatação e quando o polo cefálico já tenha
ultrapassado o plano zero De Lee, a não ser nos casos em que há alterações dos BCF e torna-se necessário
a verificação da presença ou não de mecônio no líquido amniótico.
4. A posição da paciente durante o Trabalho de Parto deve ser a mais confortável possível e aquela que a
paciente preferir (decúbito lateral, deambulando, sentada). Desaconselhável a posição supina.
5. A analgesia traz vantagens e desvantagens. A paciente deve conhecê-la e junto com o obstétra dicidir
se fará uso dela ou não. Dentre as vantagens temos:
a) Eliminação de dor
b) Correção da atividade uterina anormal, principalmente nos partos induzidos e estimulados.
Dentre as desvantagens temos:
a) Maior incidência de extração instrumental
b) Desaceleração dos BCF após a instalação do anestésico, o que leva a ansiedade do obstétra menos
experiente determinando maior incidência de cesareana.
c) Inibição da vontade de fazer força no período expulsivo (puxos)
d) Maior incidência de posições occipito posteriores persistentes devido a não rotação por
relaxamento do assoalho pélvico.
e) Redução do tônus muscular da parede abdominal
f) Hipotensão materna
g) Retardo na fase latente, quando realizada muito precocemente
6. O reconhecimento da desproporção céfalo-pélvica (DCP) no período expulsivo é feito quando está
presente:
a) Aumento da moldagem do polo cefálico
b) Ausência de descida do polo cefálico
c) Presença de sinais de sofrimento fetal
d) Não ocorrência do parto após 45-60’ de período expulsivo
INTERPRETAÇÃO DO PARTOGRAMA
a) A curva de dilatação no Trabalho de Parto Normal deverá permanecer a esquerda da linha de alerta ou
sobre a mesma.
b) Nos casos em que a curva de dilatação ultrapassa em duas horas a linha de alerta e/ou quando a
velocidade de dilatação for inferior a 1 cm/hora, estamos diante de um retardamento da fase ativa do
Trabalho de Parto e está indicado o uso monotorizado da ocitocina em doses fisiológicas : 5 UI em 500 ml
de SG 5% e gotejar inicialmente 8 a 10 gotas/min (4 a 5m UI). Aumentar, se necessário, 4 gotas a cada 15
minutos até atingir 3 contrações em 10’ de 40-50” de duração. O máximo de miliunidades/min. permitido
é de 16 mui/m (32 gotas/min). Em gestação de termo, para se ter uma estimulação fisiológica.
c) Se a dilatação atingir a linha de ação, é mandatório uma revisão cuidadosa das condições de
proporcionalidade entre o polo cefálico e a pelve, no sentido de diagnosticar uma DCP uma vez afastada a
DCP, deve-se instalar o gotejamento de ocitocina. Diante de DCP, está indicada a interupção do T.P. por
cesareana. A cesarea também estará indicada toda vez que houver a presença de sinais de sofrimento fetal,
insucesso na dilatação progressiva do colo e aumento da moldagem cefálica sem descida da cabeça.
d) Em todos os casos de indução, ou progresso na dilatação deve ficar superior a 1 cm/hora e deverá
ocorrer descida satisfatória da cabeça fetal, para se definir como uma resposta a estimulação ocitócica.
Isso geralmente acontecerá dentro de duas horas após o início do gotejamento de ocitocina nas pacientes
que evoluirão para parto vaginal.
e) Nos casos em que a curva de dilatação ultrapassar a linha de alerta em menos de 2 horas, não devemos
utilizar ocitócicos e aguardar a evolução espontânea do Trabalho de Parto.
DIAGNÓSTICO DAS DISTÓCIAS
O Trabalho de Parto distócico não é diagnóstico, mas sim sinal de anormalidade cuja causa deve
ser procurada antes de instituir o tratamento adequado. A identificação das distócias é feita pela
observação da curva de dilatação cervical e da descida da apresentação expressas no Partograma. (Figura
4). Essa identificação é simplificada pelo uso de linhas de alerta e ação estabelecendo as 3 zonas de
evolução da cérvico-dilatação : À esquerda da linha de alerta, entre a linha de alerta e de ação e a direita
da linha de ação (Figura 5)
espaço
FIGURA 5
PERÍODOS DE PARTO DISTÓCIAS DIAGNOSTICADAS
1°°°°) PREPARATÓRIO_______________________FASE LATENTE PROLONGADA
(Figura 6)
2°°°°) DILATATÓRIO _______________________ FASE ATIVA PROLONGADA
(Figura 7)
PARADA SECUNDÁRIA DA DILATAÇÃO
(Figura 8)
PARTO PRECIPITADO
(Figura 9)
3°°°°) PÉLVICO _______________________ PERÍODO PÉLVICO PROLONGADO
(Figura 10)
PARADA SECUNDÁRIA DA DESCIDA
(Figura 11)
QUANDO A CÉRVICO DILATAÇÃO NÃO EVOLUI, impõe-se o reconhecimento da fase do
Trabalho de Parto :
a) Na fase latente : determina-se a duração do trabalho :
Se inferior a 14 horas na multípara ou a 20 horas na nulípara trata-se de fase latente normal. Se
ultrapassar esses valores, o diagnóstico é fase latente prolongada, indicando distócia do período
preparatório do parto (Figura 6)
b) Na fase ativa : Se a cérvico-dilatação não progredir, devemos avaliar a Zona de Phillpott, se
observada na zona 1, há possível parada, aguardando-se mais uma hora de evolução para firmar o
diagnóstico. Se na na dois ou três, indica parada secundária da dilatação ou da descida (Figura 8 e 11)
QUANDO A CÉRVICO-DILATAÇÃO EVOLUI, avaliamos a zona de Phillpott :
-Se na zona 1, trata-se de fase ativa normal. Se a dilatação for muito rápida, o diagnóstico é parto
precipitado ou taquitócico (Figura 9)
-Se nas zonas 2 ou 3, a fase ativa ou o período pélvico são prolongados (Figuras 7 e 10)
ESPAÇO
FIGURA 7
ESPAÇO
FIGURA 10
Estas explicações são representadas pelo esquema abaixo :
ACOMPANHAMENTO DO TRABALHO DE PARTO
Além de identificar a distócia é necessário conhecer sua etiologia para instituir tratamento adequado,
conforme esquema abaixo :
1°°°°)Contração
Fase Prolongada →→→→ Falta Motor →→→→ 2°°°°)Sedação ↓↓↓↓
3°°°°)Anestesia
4°°°°)Desproporção
Parada Secundária →→→→ Bloqueio 1°°°°)Desproporção
Canal →→→→ 2°°°°)Contração
Parto 3°°°°)Sedação ↓↓↓↓
4°°°°)Anestesia
↑↑↑↑ ↑↑↑↑
Sofrimento
Fetal
As causas são semelhantes invertendo-se a ordem de importância das mesmas: Na Fase
Prolongada da Dilatação ou da descida, falta motor, causada por contração uterina deficiente, por sedação,
ou por anes-
tesia excessiva; a desproporção céfalo-pélvica é causa menos relevante.
Na parada secundária da dilatação ou da descida , há bloqueio no canal do parto, causado,
primariamente, por desproporção céfalo pélvica relativa ou absoluta, a deficiência de contração será
secundária. Desproporção céfalo pélvica absoluta, traduz tamanho do polo cefálico maior que a bacia,
entendendo-se por desproporção relativa quando existe apresentação defletida ou variedades de posição
transversa ou posteriores. Lembraríamos que na parada secundária há associação frequente com
sofrimento fetal agravando o prognóstico peri-natal.
Esses aspectos evidenciam a importância do PARTOGRAMA, pois num momento definido
avaliamos a evolução do parto como um todo: A dilatação cervical, a descida da apresentação, a posição
fetal , a variedade de posição, a Zona de Phillpott, a frequência cardiáca fetal, as contrações uterina, a
infusão de líquido e a anastesia.O exame completo de todas essas variáveis permite conhecer a evolução
do parto e dos fatores etiológicos responsáveis pela evolução normal ou anormal do mesmo.
Identificada a distócia e conhecida a etiologia de cada alteração, a orientação terapêutica será
lógica:
- Na Fase Prolongada da dilatação ou da descida há necessidade de melhorar o padrão contrátil uterino.
- Na Parada Secundária da dilatação ou da descida deve-se pesquisar a vitalidade fetal e a relação céfalo
pélvica. Vigente sofrimento fetal , as condições obstétricas do parto orientação para via alta ou baixa. A
ocorrência de desproporção cefalo pélvica absoluta indica via alta. Se for relativa acompanhar a evolução
do parto, recomendando deambulação da parturiente, que facilita a acomodação fetal, a flexão da cabeça e
a rotação do polo cefálico, romper a bolsa ou instalar peridural são outras medidas a serem tomadas, e , se
forem ineficientes, indica-se cesárea.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aula 13 saúde da mulher - diagnóstico gestacional
Aula 13   saúde da mulher - diagnóstico gestacionalAula 13   saúde da mulher - diagnóstico gestacional
Aula 13 saúde da mulher - diagnóstico gestacional
hervora araujo
 

Mais procurados (20)

Boas Práticas ao Nascimento: Recomendações para o Clampeamento do Cordão Umbi...
Boas Práticas ao Nascimento: Recomendações para o Clampeamento do Cordão Umbi...Boas Práticas ao Nascimento: Recomendações para o Clampeamento do Cordão Umbi...
Boas Práticas ao Nascimento: Recomendações para o Clampeamento do Cordão Umbi...
 
Aleitamento Materno
Aleitamento MaternoAleitamento Materno
Aleitamento Materno
 
Fimose
FimoseFimose
Fimose
 
Pre Natal
Pre NatalPre Natal
Pre Natal
 
Semiologia: Anamnese em Pediatria
Semiologia: Anamnese em PediatriaSemiologia: Anamnese em Pediatria
Semiologia: Anamnese em Pediatria
 
PREMATURIDADE - prevenção através da ações de assistência e gestão
PREMATURIDADE -  prevenção através da ações de assistência e gestãoPREMATURIDADE -  prevenção através da ações de assistência e gestão
PREMATURIDADE - prevenção através da ações de assistência e gestão
 
Amenorréias: o que está por trás da ausência de menstruação?
Amenorréias: o que está por trás da ausência de menstruação?Amenorréias: o que está por trás da ausência de menstruação?
Amenorréias: o que está por trás da ausência de menstruação?
 
Desenvolvimento Motor no Primeiro Ano de Vida
Desenvolvimento Motor no Primeiro Ano de VidaDesenvolvimento Motor no Primeiro Ano de Vida
Desenvolvimento Motor no Primeiro Ano de Vida
 
Exame Físico RN Rodrigo Mont'Alverne
Exame Físico RN  Rodrigo Mont'AlverneExame Físico RN  Rodrigo Mont'Alverne
Exame Físico RN Rodrigo Mont'Alverne
 
Alterações físicas da gravidez
Alterações físicas da gravidezAlterações físicas da gravidez
Alterações físicas da gravidez
 
Mecanismo do-parto
Mecanismo do-partoMecanismo do-parto
Mecanismo do-parto
 
Mecanismo do parto
Mecanismo do partoMecanismo do parto
Mecanismo do parto
 
Abortamento
AbortamentoAbortamento
Abortamento
 
Criptorquídia
CriptorquídiaCriptorquídia
Criptorquídia
 
Placenta Previa
Placenta PreviaPlacenta Previa
Placenta Previa
 
AMAMENTAÇÃO
AMAMENTAÇÃOAMAMENTAÇÃO
AMAMENTAÇÃO
 
Hemorragia pós-parto
Hemorragia pós-partoHemorragia pós-parto
Hemorragia pós-parto
 
Aula 13 saúde da mulher - diagnóstico gestacional
Aula 13   saúde da mulher - diagnóstico gestacionalAula 13   saúde da mulher - diagnóstico gestacional
Aula 13 saúde da mulher - diagnóstico gestacional
 
Indução do Trabalho de Parto e Indicações de Cesárea
Indução do Trabalho de Parto e Indicações de CesáreaIndução do Trabalho de Parto e Indicações de Cesárea
Indução do Trabalho de Parto e Indicações de Cesárea
 
Uso Seguro de Medicamentos em Neonatologia
Uso Seguro de Medicamentos em NeonatologiaUso Seguro de Medicamentos em Neonatologia
Uso Seguro de Medicamentos em Neonatologia
 

Semelhante a 5 partograma

Aula Períodos Clínicos.pdf
Aula Períodos Clínicos.pdfAula Períodos Clínicos.pdf
Aula Períodos Clínicos.pdf
Gladys126266
 
Aula Períodos Clínicos.pdf
Aula Períodos Clínicos.pdfAula Períodos Clínicos.pdf
Aula Períodos Clínicos.pdf
Gladys126266
 
Fisiologia da gestação preparatório 2016
Fisiologia da gestação preparatório 2016Fisiologia da gestação preparatório 2016
Fisiologia da gestação preparatório 2016
angelalessadeandrade
 
Pré parto
Pré parto Pré parto
Pré parto
tvf
 
asistencia de enfermagem aos periodos do parto.ppt
asistencia de enfermagem aos periodos do parto.pptasistencia de enfermagem aos periodos do parto.ppt
asistencia de enfermagem aos periodos do parto.ppt
DokiNorkis
 

Semelhante a 5 partograma (20)

partograma e períodos clinicos.pptx
partograma e períodos clinicos.pptxpartograma e períodos clinicos.pptx
partograma e períodos clinicos.pptx
 
Asistencia clinica ao parto vaginal
Asistencia clinica ao parto  vaginalAsistencia clinica ao parto  vaginal
Asistencia clinica ao parto vaginal
 
AULA 9 ENFERMAGEM EM OBSTETRÍCIA E PRÉ NATAL.pptx
AULA 9 ENFERMAGEM EM OBSTETRÍCIA E PRÉ NATAL.pptxAULA 9 ENFERMAGEM EM OBSTETRÍCIA E PRÉ NATAL.pptx
AULA 9 ENFERMAGEM EM OBSTETRÍCIA E PRÉ NATAL.pptx
 
Posições da Mulher durante o Trabalho de Parto e Parto: benefícios da livre m...
Posições da Mulher durante o Trabalho de Parto e Parto: benefícios da livre m...Posições da Mulher durante o Trabalho de Parto e Parto: benefícios da livre m...
Posições da Mulher durante o Trabalho de Parto e Parto: benefícios da livre m...
 
enf 7- aula 3.pptx saude da mulher assitencia
enf 7- aula 3.pptx saude da mulher assitenciaenf 7- aula 3.pptx saude da mulher assitencia
enf 7- aula 3.pptx saude da mulher assitencia
 
Aula Períodos Clínicos.pdf
Aula Períodos Clínicos.pdfAula Períodos Clínicos.pdf
Aula Períodos Clínicos.pdf
 
Aula Períodos Clínicos.pdf
Aula Períodos Clínicos.pdfAula Períodos Clínicos.pdf
Aula Períodos Clínicos.pdf
 
Fisiologia da gestação preparatório 2014 pronta para 2014
Fisiologia da gestação preparatório 2014 pronta para 2014Fisiologia da gestação preparatório 2014 pronta para 2014
Fisiologia da gestação preparatório 2014 pronta para 2014
 
Cap 19 emerg_obstetricas
Cap 19 emerg_obstetricasCap 19 emerg_obstetricas
Cap 19 emerg_obstetricas
 
Fisiologia da gestação preparatório 2016
Fisiologia da gestação preparatório 2016Fisiologia da gestação preparatório 2016
Fisiologia da gestação preparatório 2016
 
Pré parto
Pré parto Pré parto
Pré parto
 
AULA 01 - Assistência de enfermagem.pptx
AULA 01 - Assistência de enfermagem.pptxAULA 01 - Assistência de enfermagem.pptx
AULA 01 - Assistência de enfermagem.pptx
 
asistencia de enfermagem aos periodos do parto.ppt
asistencia de enfermagem aos periodos do parto.pptasistencia de enfermagem aos periodos do parto.ppt
asistencia de enfermagem aos periodos do parto.ppt
 
Estatica fetal enfermagem curso PDF. Curso enfermagem
Estatica fetal enfermagem curso PDF. Curso enfermagemEstatica fetal enfermagem curso PDF. Curso enfermagem
Estatica fetal enfermagem curso PDF. Curso enfermagem
 
Toque Vaginal
Toque VaginalToque Vaginal
Toque Vaginal
 
Partograma
PartogramaPartograma
Partograma
 
Parto
PartoParto
Parto
 
merg_obstetricas.pdf
merg_obstetricas.pdfmerg_obstetricas.pdf
merg_obstetricas.pdf
 
_19_emerg_obstetricas.pdf
_19_emerg_obstetricas.pdf_19_emerg_obstetricas.pdf
_19_emerg_obstetricas.pdf
 
Fisioterapia no Pré, pós parto e puerpério.pdf
Fisioterapia no Pré, pós parto e puerpério.pdfFisioterapia no Pré, pós parto e puerpério.pdf
Fisioterapia no Pré, pós parto e puerpério.pdf
 

Último

ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
azulassessoria9
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
azulassessoria9
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
PatriciaCaetano18
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
Autonoma
 
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
rfmbrandao
 

Último (20)

3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
 
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 2)
 
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
 
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
 
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
Tema de redação - As dificuldades para barrar o casamento infantil no Brasil ...
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União EuropeiaApresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
Apresentação | Símbolos e Valores da União Europeia
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
 
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
Novena de Pentecostes com textos de São João Eudes
Novena de Pentecostes com textos de São João EudesNovena de Pentecostes com textos de São João Eudes
Novena de Pentecostes com textos de São João Eudes
 
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretaçãoLENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
 

5 partograma

  • 1. PARTOGRAMA CONCEITOS FISIOLÓGICOS IMPORTANTES Do ponto de vista funcional o fenômeno do parto pode ser dividido em três períodos : preparatório, dilatatório e pélvico (Friedman, 1978). Nos tratados clássicos de obstetrícia, os fenômenos maternos do parto compreendem a dilatação do colo e a formação completa do segmento inferior, cuja evolução clínica é dividida em 4 períodos : Dilatação, Expulsão, Dequitação e 4° período de Greenberg, a correlação entre os trabalhos clássicos e a proposta de Friedman : LITERATURA CLÁSSICA FRIEDMAN DILATAÇÃO __________________________________________ PREPARATÓRIO DILATATÓRIO EXPULSIVO __________________________________________ PÉLVICO DEQUITAÇÃO __________________________________________ DEQUITAÇÃO 4° PERÍODO __________________________________________ 4° PERÍODO A diferença fundamental é que no entender Friedman a dilatação do colo compreende os períodos preparatório e dilatatório, e denomina o período expulsivo de período pélvico. As divisões funcionais são importantes no trabalho de parto, pois estão relacionados com fatores específicos que influenciam a evolução e os tipos de anormalidades que podem aparecer. 1. PERÍODO PREPARATÓRIO (Figura 1) . Períodos funbcionais do parto ( Friedman , 1978) período preparatório per. dilata ção per pél vivoDILATAÇÃO DESCIDA
  • 2. Compreende o início das contrações regulares (fase latente) até o fim da fase de aceleração da dilatação. Aqui a contratilidade miometrial vai adquirindo Orientação - Polarização - Coordenação. Pouco se observa em termos de dilatação do colo ou descida da apresentação. Funções : amolecimento, apagamento e início da dilatação do colo uterino. Duração : 16 - 20 h - NULÍPARA 12 - 16 h - MULTÍPARA Disfunção : Fase latente prolongada 2. PERÍODO DILATATÓRIO (Figura 1) Inicia no momento em que se modifica a velocidade de dilatação, o colo está totalmente apagado e a dilatação é de 3 cm, com contratilidade efetiva. Aqui ocorre a maior parte da dilatação e a descida da apresentação começa pouco antes do término da dilatação e prossegue até que a apresentação force o períneo (período pélvico). FUNÇÃO : Dilatação ativa do colo Velocidade Dilatação : 0,8-1,5 cm/h (média = 1 cm/h) DURAÇÃO : 4,9 ± 3,4 h - Nulípara 2,2 ± 1,5 h - Multípara DISFUNÇÃO : Fase ativa prolongada Parada secundária da dilatação 3. PERÍODO PÉLVICO (Figura 1) Compreende a fase de desaceleração com a descida fetal e o delivramento. A característica desse período é a exploração, pela apresentação fetal, do trajeto pélvico (embora parte dessa possa ocorrer no período dilatatório). Usualmente, a descida da apresentação se inicia no trabalho de parto ativo (durante a fase ativa do T.P.), atinge seu máximo na fase de desaceleração e ocorre progressivamente até a distensão do períneo. FUNÇÃO : Exploração do trajeto pélvico Descida - Delivramento DURAÇÃO : 1 - 2 horas DISFUNÇÃO : Período pélvico prolongado Parada secundária da descida
  • 3. Coube a Friedman (1978) determinar que a dilatação cervical evolui conforme uma curva sigmóide, e uma curva hiperbólica representa a descida da apresentação (Figura 1). DILATAÇÃO CERVICAL A análise da curva sigmóide da dilatação do colo é complexa. Friedman dividiu-a em 2 fases bem definidas : Latente e Ativa (Figura 2). 10 dilatação 8 cervical (cms) 6 4 2 fase latente fase ativa 2 4 6 8 10 12 14 tempo ( horas ) 1 - fase de aceleração 2 - fase de inclinação máxima 3 - fase de desaceleração 4 - período expulsivo figura 2 - Curva de dilatação cervical ( período de dilatação ) - fase latente e fase ativa FASE LATENTE : Estende-se desde o início das contrações uterinas regulares até o início da fase ativa. A curva tende a ser quase horizontal, com pouca variação da dilatação. Aqui ocorre a orientação, coordenação e polarização das contrações. Prepara o colo para a fase ativa de dilatação. Como vimos dura 16 a 20 horas na primípara é 12 a 16 horas na multípara. FASE ATIVA : Inicia no ponto em que a curva começa a se tornar inclinada e termina com a dilatação completa. Philpott (1972), para fins prático, definiu seu início no momento em que o colo está apagado, a dilatação é de 3 cm e a contratilidade uterina é regular. Pode ser subdividida em b1 (aceleração), B2 (inclinação máxima) e b3 (desaceleração). A fase de aceleração é curta e variada, mas importante no resultado do parto. A fase de inclinação máxima é a eficiência da “máquina” uterina. A fase de desaceleração reflete a relação feto pélvica; a descida da apresentação inicia-se nesta fase é continua no período pélvico. A velocidade de dilatação é de 0,8 a 1,5 cm/hora, e a linearidade da fase inclinação máxima permite estabelecer padrão efetivo da contratilidade uterina. 1 2 3 4
  • 4. DESCIDA DA APRESENTAÇÃO A curva da descida da apresentação em parto normal é hiperbólica, quando se correlacionam evolução da descida e tempo. A curva hiperbólica também pode ser dividida em duas fases : Latente e Ativa. Fase Latente : Estende-se desde o início do trabalho de parto até o ponto em que a descida torna-se ativa. Fase Ativa : É concomitante com a fase de inclinação máxima da dilatação. A fase de desaceleração corresponde a fase perineal e reflete a relação feto-pélvica. PARTOGRAMA DE PHILLPOTT Representação gráfica do trabalho de parto, é excelente mostrador da evolução da dilatação do colo e da descida da apresentação, associando dois elementos fundamentais para a adequada assistência ao parto : simplicidade e utilidade (Figura 3). INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO DO PARTOGRAMA 1. B.C.F. : Auscultar com sonar-doppler a cada 30 minutos e anotar na hora correspondente. No período expulsivo o registro será contínuo. 2. DESACELERAÇÕES : Anotar se presentes ou não; quando presentes aferir o tipo : precoces, variáveis ou tardias. 3. MECÔNIO : Anotar se presentes ou não; espessura, coloração, início em relação ao trabalho de parto. 4. VARIEDADE DE POSIÇÃO : Fazer o diagnóstico correto e anotá-la a cada toque. 5. LÍQUIDO AMNIÓTICO : Aspecto, coloração, quantidade. 6. CONDIÇÕES DA BOLSA : Rota íntegra, plana, protusa, tensa, etc. 7. CONDIÇÒES MATERNAS: Pulso-temperatura - P.A. e outras alterações importantes 8. No Partograma cada divisória corresponde a uma hora na abcissa e a um centímetro de dilatação cervical e de descida da apresentação na ordenada. Figura 3 - Trabalho de parto normal
  • 5. 9 8 7 6 5 4 3 2 1 PARTOGRAMA - A.M - 3 dilatação - 2 - 1 cervical 0 + 1 - + 2 + 3 VULVA DESPR. início do trabalho DIA HORA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 180 160 F . C. F. 140 bat/min 120 100 80 CONTRAÇÕES 1 - 19% 20 - 39% > 40% BOLSA L.A. OCITOCINA PH/ pO2/ pCO2 MEDICAMENTOS E FLUIDOS EXAMINADOR
  • 6. 9. EVOLUÇÃO DO TRABALHO DE PARTO : a) Linha de alerta : É traçada no campo correspondente a evolução do Trabalho de Parto, indo da dilatação de 1 centímetro até a hora 9. b) Linha de ação : Situa-se paralelamente à linha 4 horas a direita. c) Inicia-se o registro gráfico quando a parturiente estiver no início da fase ativa com dilatação de 3 cm, colo completamente apagado e contrações fortes - 2 a 3 em 10’. esta anotação inicial será considerada a hora zero (0) e será feita diretamente sobre a linha de alerta. d) A descida do pólo cefálico será avaliado pelos planos de De Lee e registrada sob forma de um círculo com representação da variedade de posição. e) A dilatação em centímetros será representada por um triângulo, que será marcado no início,sempre na linha de alerta. As anotações posteriores serão na linha correspondentes a dilatação e a hora em que é feito o toque. f) Realizam-se toques vaginais subsequentes a cada uma ou duas horas, respeitando em cada da anotação o tempo expresso no gráfico. Cada toque avaliará a dilatação cervical, altura da representação, variedade de posição, a bolsa das águas e a cor do L.A. g) O registro das contrações uterinas, dos BCF, infusão de líquidos, de drogas analgo-sedativas, de ocitocina, e analgesia serão devidamente anotadas em campos apropriados. h) A dinâmica uterina será avaliada a cada uma hora e deverá ser registrada pelo preenchimento dos simbolos correspondentes ás contrações em 10 minutos, utilizando a seguinte convenção: 1 - 19s: metrossístole fraca 20 - 39 s: metrossítole média 40 s: metrossístole forte OBSERVAÇÕES IMPORTANTES 1. Os toques vaginais para verificação da dilatação, devem ser feitos com intervalo de uma a duas horas na dependência da dilatação e da progressão do Trabalho de Parto. Quanto menores as dilatações, maior deverá ser o intervalo dos toques. Esse intervalo deve ser aumentado também quando houver amniorrexe ou ou amniotomia.
  • 7. 2. A paciente nào deve ser admitida em fase latente do Trabalho de Parto, no entanto, se isso ocorrer, as anotações das avaliações fetais, maternas e da evolução do Trabalho de Parto deverão ser feitas em folha separada do partograma, até que o T.P. atinja a fase ativa. 3. A amniotomia deve ser postergada até 7-8 cm de dilatação e quando o polo cefálico já tenha ultrapassado o plano zero De Lee, a não ser nos casos em que há alterações dos BCF e torna-se necessário a verificação da presença ou não de mecônio no líquido amniótico. 4. A posição da paciente durante o Trabalho de Parto deve ser a mais confortável possível e aquela que a paciente preferir (decúbito lateral, deambulando, sentada). Desaconselhável a posição supina. 5. A analgesia traz vantagens e desvantagens. A paciente deve conhecê-la e junto com o obstétra dicidir se fará uso dela ou não. Dentre as vantagens temos: a) Eliminação de dor b) Correção da atividade uterina anormal, principalmente nos partos induzidos e estimulados. Dentre as desvantagens temos: a) Maior incidência de extração instrumental b) Desaceleração dos BCF após a instalação do anestésico, o que leva a ansiedade do obstétra menos experiente determinando maior incidência de cesareana. c) Inibição da vontade de fazer força no período expulsivo (puxos) d) Maior incidência de posições occipito posteriores persistentes devido a não rotação por relaxamento do assoalho pélvico. e) Redução do tônus muscular da parede abdominal f) Hipotensão materna g) Retardo na fase latente, quando realizada muito precocemente 6. O reconhecimento da desproporção céfalo-pélvica (DCP) no período expulsivo é feito quando está presente: a) Aumento da moldagem do polo cefálico b) Ausência de descida do polo cefálico c) Presença de sinais de sofrimento fetal d) Não ocorrência do parto após 45-60’ de período expulsivo INTERPRETAÇÃO DO PARTOGRAMA a) A curva de dilatação no Trabalho de Parto Normal deverá permanecer a esquerda da linha de alerta ou sobre a mesma. b) Nos casos em que a curva de dilatação ultrapassa em duas horas a linha de alerta e/ou quando a velocidade de dilatação for inferior a 1 cm/hora, estamos diante de um retardamento da fase ativa do Trabalho de Parto e está indicado o uso monotorizado da ocitocina em doses fisiológicas : 5 UI em 500 ml
  • 8. de SG 5% e gotejar inicialmente 8 a 10 gotas/min (4 a 5m UI). Aumentar, se necessário, 4 gotas a cada 15 minutos até atingir 3 contrações em 10’ de 40-50” de duração. O máximo de miliunidades/min. permitido é de 16 mui/m (32 gotas/min). Em gestação de termo, para se ter uma estimulação fisiológica. c) Se a dilatação atingir a linha de ação, é mandatório uma revisão cuidadosa das condições de proporcionalidade entre o polo cefálico e a pelve, no sentido de diagnosticar uma DCP uma vez afastada a DCP, deve-se instalar o gotejamento de ocitocina. Diante de DCP, está indicada a interupção do T.P. por cesareana. A cesarea também estará indicada toda vez que houver a presença de sinais de sofrimento fetal, insucesso na dilatação progressiva do colo e aumento da moldagem cefálica sem descida da cabeça. d) Em todos os casos de indução, ou progresso na dilatação deve ficar superior a 1 cm/hora e deverá ocorrer descida satisfatória da cabeça fetal, para se definir como uma resposta a estimulação ocitócica. Isso geralmente acontecerá dentro de duas horas após o início do gotejamento de ocitocina nas pacientes que evoluirão para parto vaginal. e) Nos casos em que a curva de dilatação ultrapassar a linha de alerta em menos de 2 horas, não devemos utilizar ocitócicos e aguardar a evolução espontânea do Trabalho de Parto. DIAGNÓSTICO DAS DISTÓCIAS O Trabalho de Parto distócico não é diagnóstico, mas sim sinal de anormalidade cuja causa deve ser procurada antes de instituir o tratamento adequado. A identificação das distócias é feita pela observação da curva de dilatação cervical e da descida da apresentação expressas no Partograma. (Figura 4). Essa identificação é simplificada pelo uso de linhas de alerta e ação estabelecendo as 3 zonas de evolução da cérvico-dilatação : À esquerda da linha de alerta, entre a linha de alerta e de ação e a direita da linha de ação (Figura 5) espaço FIGURA 5
  • 9. PERÍODOS DE PARTO DISTÓCIAS DIAGNOSTICADAS 1°°°°) PREPARATÓRIO_______________________FASE LATENTE PROLONGADA (Figura 6) 2°°°°) DILATATÓRIO _______________________ FASE ATIVA PROLONGADA (Figura 7) PARADA SECUNDÁRIA DA DILATAÇÃO (Figura 8) PARTO PRECIPITADO (Figura 9) 3°°°°) PÉLVICO _______________________ PERÍODO PÉLVICO PROLONGADO (Figura 10) PARADA SECUNDÁRIA DA DESCIDA (Figura 11) QUANDO A CÉRVICO DILATAÇÃO NÃO EVOLUI, impõe-se o reconhecimento da fase do Trabalho de Parto : a) Na fase latente : determina-se a duração do trabalho : Se inferior a 14 horas na multípara ou a 20 horas na nulípara trata-se de fase latente normal. Se ultrapassar esses valores, o diagnóstico é fase latente prolongada, indicando distócia do período preparatório do parto (Figura 6) b) Na fase ativa : Se a cérvico-dilatação não progredir, devemos avaliar a Zona de Phillpott, se observada na zona 1, há possível parada, aguardando-se mais uma hora de evolução para firmar o diagnóstico. Se na na dois ou três, indica parada secundária da dilatação ou da descida (Figura 8 e 11) QUANDO A CÉRVICO-DILATAÇÃO EVOLUI, avaliamos a zona de Phillpott : -Se na zona 1, trata-se de fase ativa normal. Se a dilatação for muito rápida, o diagnóstico é parto precipitado ou taquitócico (Figura 9)
  • 10. -Se nas zonas 2 ou 3, a fase ativa ou o período pélvico são prolongados (Figuras 7 e 10) ESPAÇO
  • 12. Estas explicações são representadas pelo esquema abaixo : ACOMPANHAMENTO DO TRABALHO DE PARTO
  • 13. Além de identificar a distócia é necessário conhecer sua etiologia para instituir tratamento adequado, conforme esquema abaixo : 1°°°°)Contração Fase Prolongada →→→→ Falta Motor →→→→ 2°°°°)Sedação ↓↓↓↓ 3°°°°)Anestesia
  • 14. 4°°°°)Desproporção Parada Secundária →→→→ Bloqueio 1°°°°)Desproporção Canal →→→→ 2°°°°)Contração Parto 3°°°°)Sedação ↓↓↓↓ 4°°°°)Anestesia ↑↑↑↑ ↑↑↑↑ Sofrimento Fetal As causas são semelhantes invertendo-se a ordem de importância das mesmas: Na Fase Prolongada da Dilatação ou da descida, falta motor, causada por contração uterina deficiente, por sedação, ou por anes- tesia excessiva; a desproporção céfalo-pélvica é causa menos relevante. Na parada secundária da dilatação ou da descida , há bloqueio no canal do parto, causado, primariamente, por desproporção céfalo pélvica relativa ou absoluta, a deficiência de contração será secundária. Desproporção céfalo pélvica absoluta, traduz tamanho do polo cefálico maior que a bacia, entendendo-se por desproporção relativa quando existe apresentação defletida ou variedades de posição transversa ou posteriores. Lembraríamos que na parada secundária há associação frequente com sofrimento fetal agravando o prognóstico peri-natal. Esses aspectos evidenciam a importância do PARTOGRAMA, pois num momento definido avaliamos a evolução do parto como um todo: A dilatação cervical, a descida da apresentação, a posição fetal , a variedade de posição, a Zona de Phillpott, a frequência cardiáca fetal, as contrações uterina, a infusão de líquido e a anastesia.O exame completo de todas essas variáveis permite conhecer a evolução do parto e dos fatores etiológicos responsáveis pela evolução normal ou anormal do mesmo. Identificada a distócia e conhecida a etiologia de cada alteração, a orientação terapêutica será lógica: - Na Fase Prolongada da dilatação ou da descida há necessidade de melhorar o padrão contrátil uterino. - Na Parada Secundária da dilatação ou da descida deve-se pesquisar a vitalidade fetal e a relação céfalo pélvica. Vigente sofrimento fetal , as condições obstétricas do parto orientação para via alta ou baixa. A ocorrência de desproporção cefalo pélvica absoluta indica via alta. Se for relativa acompanhar a evolução do parto, recomendando deambulação da parturiente, que facilita a acomodação fetal, a flexão da cabeça e a rotação do polo cefálico, romper a bolsa ou instalar peridural são outras medidas a serem tomadas, e , se forem ineficientes, indica-se cesárea.