SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 33
MÁRIO DE ANDRADE
OSWALD DE ANDRADE
MANUEL BANDEIRA
Prof.Thiago Silva
*Características gerais de 1922 (1ª Geração Moderna)
•Definições de posições bem determinadas e próprias;
• Rompimento com as estruturas do passado;
• Caráter anárquico e destruidor;
• Nacionalismo;
• Pesquisa por meio da volta às origens;
• Tentativa de criar uma língua brasileira; a língua falada nas
ruas, pelo povo;
• Repensar a história da literatura no Brasil por intermédio da
paródia e do humor;
• Valorização do índio-autêntico brasileiro;
Manifesto Pau-Brasil: escrito por Oswald de Andrade, publicado no
jornal “Correio da Manhã”, em 18 de março de 1924, apresentou uma
proposta de literatura vinculada à realidade brasileira e às
características culturais do povo brasileiro, com a intenção de causar
um sentimento nacionalista, uma retomada de consciência nacional.
Antropofagia: publicado entre os meses de maio de 1928 e fevereiro
de 1929, sob direção de Antônio de Alcântara Machado, surgiu como
nova etapa do nacionalismo “Pau-Brasil” e resposta ao “Verde-
Amarelismo”. Sua origem se dá a partir de uma tela feita por Tarsila do
Amaral, em janeiro de 1928, batizada de Abaporu ( aba= homem e
poru = que come). Assinado por Oswald de Andrade, tinha, como diz
Antônio Cândido, “uma atitude brasileira de devoração ritual dos
valores europeus, a fim de superar a civilização patriarcal e capitalista,
com suas normas rígidas no plano social e os seus recalques
impostos, no plano psicológico”
Verde-Amarelismo: este movimento surgiu como resposta ao
“nacionalismo afrancesado” do Pau-Brasil, em 1926, apresentado,
principalmente, por Oswald de Andrade, liderado por Plínio Salgado. O
principal objetivo era o de propor um nacionalismo puro, primitivo, sem
qualquer tipo de influência.
Anta: parte do movimento Verde-Amarelismo, representa a proposta
do nacionalismo primitivo elegendo como símbolo nacional a “anta”,
além de vangloriar a língua indígena “tupi”.
Mário Raul de Moraes Andrade (São Paulo, 9 de outubro de 1893
— São Paulo, 25 de fevereiro de 1945) foi um poeta, escritor, crítico
literário, musicólogo, folclorista, ensaísta brasileiro.
Mário de Andrade é um dos nomes mais importantes do
Modernismo Brasileiro. Ao lado de Oswald de Andrade e Manuel
Bandeira compôs a célebre tríade modernista, que revolucionou o
jeito de fazer poesia no Brasil.
A fase heroica, como também é conhecida a primeira geração
modernista, propôs uma renovação das artes, o abandono da
tradição clássica e apresentação uma grande preocupação em criar
uma literatura identificada com a cultura brasileira.
Mário foi grande defensor da cultura popular, propôs a ruptura
com os padrões literários vigentes inovando, entre outros aspectos,
a linguagem do poema.
Aproximou-se então da literatura, e publicou seu primeiro livro sob
o pseudônimo de Mário Sobral. Seu primeiro livro Há uma gota de
sangue em cada poema, publicado no ano de 1917, sofreu forte
influência do Parnasianismo, escola literária que viria a ser alvo de
duras críticas do escritor.
Além de músico e escritor, Mário foi também grande pesquisador
da cultura popular brasileira, realizando diversas expedições pelo
interior do país para observar e documentar os hábitos de seu povo.
Dessa pesquisa etnográfica surgiram as diretrizes do movimento
modernista, que eclodiu com a realização da emblemática Semana
de Arte Moderna no ano de 1922. No mesmo ano publicou um de
seus mais importantes livros, Pauliceia Desvairada, livro de
poemas considerado a base do modernismo brasileiro.
Em 1927 publicou Amar, verbo intransitivo, obra que causaria
espanto entre as tradicionais famílias paulistanas, uma vez que
tocava em um assunto controverso: a obra trata da história de uma
aristocrática família paulistana que contrata os serviços de uma
governanta alemã para iniciar o filho na vida sexual e amorosa,
uma prática corriqueira entre as famílias abastadas daquela época.
Em 1928, à convite do amigo Oswald de Andrade, passa a integrar
o corpo de escritores da Revista de Antropofagia, e ainda nesse
ano surge sua obra máxima: Macunaíma.
Ao longo de sua vida colaborou com diversas publicações, entre
elas, A Gazeta, A Cigarra, O Echo, Papel e Tinta, Klaxon, Diário
Nacional, Folha de São Paulo e Diário de São Paulo. Também
exerceu os cargos de diretor do Instituto de Artes da Universidade
Estadual do Rio de Janeiro e de professor de História da Música
no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Faleceu no
dia 25 de fevereiro de 1945, vítima de um ataque cardíaco, aos 51
anos.
Suas obras estão agrupadas em dezenove volumes com o título de
Obras Completas. As principais são:
Poesia
Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917), Paulicéia
Desvairada (1922), Losango Cáqui (1926), Clã do Jabuti (1927),
Remate de Males (1930), Poesias (1941), Lira Paulistana (1946), O
Carro da Miséria (1946), Poesias Completas (1955).
Romance
Amar, Verbo Intransitivo (1927), Macunaíma (1928).
Ensaios
A Escrava que não é Isaura (1925),
*CURIOSIDADE:
A Fundação Casa de Rui Barbosa abriu nesta quinta-feira
(18/06/2015) à consulta a carta escrita por Mário de Andrade em 7
de abril de 1928 ao amigo Manuel Bandeira, em que faz
referências diretas à sua homossexualidade.
Na carta, Mário de Andrade fala sobre as pressões que sofria por
causa de sua fama de homossexual, e não desmente os boatos a esse
respeito. Em um dos trechos, afirma: “si agora toca nesse assunto em
que me porto com absoluta e elegante discrição social, tão absoluta
que sou incapaz de convidar um companheiro daqui a sair sozinho
comigo na rua (veja como eu tenho a minha vida mais regulada que
máquina de pressão) e si saio com alguém é porque esse alguém me
convida, si toco no assunto é porque se poderia tirar dele um
argumento pra explicar minhas amizades platônicas, só minhas.”
Até hoje, esta carta é a confissão mais clara sobre a
homossexualidade do autor paulista, feita de próprio punho. Embora
o assunto já fosse de conhecimento público, a pressão da família em
negar o fato, e a postura da Casa de Rui Barbosa em relutar a abrir
esta carta, produziram grande alarde em torno do documento.
Moça Linda Bem Tratada
Moça linda bem tratada,
Três séculos de família,
Burra como uma porta:
Um amor.
Grã-fino do despudor,
Esporte, ignorância e sexo,
Burro como uma porta:
Um coió.
Mulher gordaça, filó,
De ouro por todos os poros
Burra como uma porta:
Paciência…
Plutocrata sem consciência,
Nada porta, terremoto
Que a porta de pobre arromba:
Uma bomba.
(Mário de Andrade)
*Principais Características da obra de Mário de Andrade
• Liberdade formal;
• Combate à sintaxe tradicional;
• Nacionalismo;
• Procura da linguagem brasileira;
• Tema principal: a cidade de São Paulo;
• Expressões ítalo-paulistanas;
• Linguagem coloquial;
• Pesquisa folclórica;
Macunaíma
Essa obra é construída a partir de um conjunto de lendas a que se misturam
superstições, provérbios, anedotas e elementos fantásticos.
Macunaíma tenta reaver o amuleto prodigioso (a muiraquitã), que ganhara de sua
mulher, Ci, Mãe do mato, único amor sincero de sua vida, e que por desgosto pela
morte do filho pequeno subiu aos céus e transformou-se na estrela Beta do
Centauro. Macunaíma havia perdido esse amuleto, que acabou ficando em poder do
gigante Piaimã, em São Paulo. Depois de várias façanhas, recupera o amuleto, mas
perde-o novamente e fica todo machucado. Desiludido, resolve abandonar este
mundo e subir aos céus, onde é transformado em constelação.
*Em 11 de janeiro de 1890 nasce em São Paulo José Oswald
de Sousa Andrade, filho único de José Oswald Nogueira de
Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade.
*Em 1917, conhece Mário de Andrade. Defende a pintora Anita
Malfatti das críticas violentas feitas por Monteiro Lobato ("A
exposição de Anita Malfatti", no “Jornal do Comércio”, São
Paulo, 11/01/1918). Participa do primeiro grupo modernista
com Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Ribeiro Couto e
Di Cavalcanti. De 1917 a 1922 escreve regularmente no “Jornal
do Comércio”.
*Em 1922, participa da Semana de Arte Moderna no Teatro
Municipal de São Paulo. Faz conferência, em 18 de setembro,
comemorativa ao centenário da Bandeira Nacional. É um dos
participantes do grupo da revista “Klaxon”, onde colabora.
Integra o grupo dos cinco com Mário de Andrade, Anita
Malfatti, Tarsila do Amaral e Menotti del Picchia.
*Em 1924, no dia 18 de março publica no “Correio da Manhã”
“Manifesto da Poesia Pau Brasil”. Toma parte na excursão ao
carnaval do Rio de Janeiro e à Minas com outros intelectuais
brasileiros e do poeta Blaise Cendrars, chamada de “Caravana
Modernista”.
*Casa-se com Tarsila do Amaral, em cerimônia paraninfada pelo
Presidente Washington Luis.
*Em 1928, lê o “Manifesto Antropófago” para amigos na casa de
Mário de Andrade. Publica o “Manifesto Antropófago” na
“Revista de Antropofagia”, que ajuda a fundar, com os amigos
Raul Bopp e Antônio de Alcântara Machado. Viaja à Bahia.
*No dia 1º de abril de 1930 casa-se com Patrícia Galvão (Pagu)
numa cerimônia pouco convencional.
*No ano 1934, deixa Pagú e une-se à pianista Pilar
Ferrer. Falece em São Paulo, em 22 de outubro de 1954, na
sua residência.
OBRAS:
*Humor: Revista “O Pirralho” — crônicas em português
macarrônico sob o pseudônimo de Annibale Scipione (1912 — 1917)
*Poesia:Pau-Brasil (1925)
*Romance: Memórias sentimentais de João Miramar (1924)
*Manifestos:
Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924)
Manifesto Antropófago (1928)
Manifesto Ordem e Progresso (1931)
Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
*Principais Características da obra de Oswald de Andrade
Percebemos que o autor, envolto pelo instinto crítico, se atém ao
sentimento ufanista extremamente cultuado pelos artistas do
Romantismo, em especial por Gonçalves Dias, em A canção do
exílio. Mediante tal constatação, surge-nos uma dúvida: o porquê
da crítica, se o Modernismo também foi um movimento voltado
para as raízes, para uma construção de uma identidade
verdadeiramente nacional. Resta-nos inferir que ambas as
concepções, mesmo sendo semelhantes, se divergiram em um
aspecto: o nacionalismo moderno não possui o estandarte do
nacionalismo romântico - ufanista por excelência.
Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho é um dos maiores nomes
da poesia moderna brasileira. Natural do Recife (PE), transferiu-se
aos 10 anos com a família para o Rio de Janeiro, onde cursou o
secundário no Externato do Ginásio Nacional, hoje Colégio Pedro
II, bacharelando-se em Letras. Interrompeu os estudos de
Engenharia na Escola Politécnica de São Paulo em 1904 devido à
tuberculose.
Apesar de viver até aos 82 anos, a quebra de sua rotina de vida pela
manifestação da doença, até então fatal, marcou o início de sua
produção literária. Em 1917, influenciado pela poesia simbolista e
pós-simbolista da Europa, onde passou por estações de cura,
publicou seu primeiro livro: A Cinza das Horas. Seu segundo livro
de poemas, Carnaval (1919), diferentemente do primeiro que sugere
uma busca da simplicidade, caracteriza-se pela liberdade de
composição rítmica e afirma o autor como pioneiro do
modernismo.
O famoso poema Os Sapos, sátira ao parnasianismo, que veio a ser
declamado, três anos depois, durante a Semana de Arte Moderna
de 1922. Bandeira não participou diretamente da Semana, mas
mantinha amizade com os modernistas e colaborou nas
revistas Klaxon, Antropofagia, Lanterna Verde, Terra Roxae A
Revista.
Os Sapos
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
(...)
Suas obras:
POESIA: Poesias, reunindo A cinza das horas (1917), Carnaval, O ritmo
dissoluto (1924), Libertinagem (1930), Estrela da manhã (1936), Poesias
escolhidas (1937), Poesias completas, reunindo as obras anteriores e mais Lira
dos cinquenta anos (1940), Poesias completas, 4a edição, acrescida de Belo
belo (1948), Poesias completas, 6a edição, acrescida de Opus 10 (1954),
Poemas traduzidos (1945), Mafuá do malungo, versos de circunstância (1948),
Obras poéticas (1956), 50 Poemas escolhidos pelo autor (1955), Alumbramentos
(1960), Estrela da tarde (1960).
PROSA: Crônicas da província do Brasil (1936), Guia de Ouro Preto (1938),
Noções de história das literaturas (1940), Autoria das Cartas chilenas, separata
da Revista do Brasil (1940), Apresentação da poesia brasileira (1946), Literatura
hispano-americana (1949), Gonçalves Dias, biografia (1952), Itinerário de
Pasárgada (1954), De poetas e de poesia (1954), A flauta de papel (1957),
Prosa, reunindo obras anteriores e mais Ensaios literários, Crítica de Artes e
Epistolário (1958), Andorinha, andorinha, crônicas (1966), Os reis vagabundos e
mais 50 crônicas (1966), Colóquio unilateralmente sentimental, crônica (1968).
ANTOLOGIAS: Antologia dos poetas brasileiros da fase romântica (1937),
Antologia dos poetas brasileiros da fase parnasiana (1938), Antologia dos
poetas brasileiros bissextos contemporâneos (1946). Organizou os Sonetos
completos e Poemas escolhidos de Antero de Quental, as Obras poéticas de
Gonçalves Dias (1944), as Rimas de José Albano (1948) e, de Mário de
Andrade, Cartas a Manuel Bandeira (1958).
Vou-me Embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
(...)
Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três… trinta e três… trinta e três…
— Respire.
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o
pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Andorinha
Andorinha lá fora está dizendo:
— “Passei o dia à toa, à toa!”
Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste!
Passei a vida à toa, à toa…
Os Sapos
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
— “Meu pai foi à guerra!”
— “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”.
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: — “Meu cancioneiro
É bem martelado.
(...)
Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor.
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja
fora de si mesmo
De resto não é lirismo
(...)
Cartas de Meu Avô
A tarde cai, por demais
Erma, úmida e silente…
A chuva, em gotas glaciais,
Chora monotonamente.
E enquanto anoitece, vou
Lendo, sossegado e só,
As cartas que meu avô
Escrevia a minha avó.
Enternecido sorrio
Do fervor desses carinhos:
É que os conheci velhinhos,
Quando o fogo era já frio.
(...)
O Último Poema
Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos
intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais
límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
Consoada
Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
— Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
O Anel de Vidro
Aquele pequenino anel que tu me deste,
— Ai de mim — era vidro e logo se quebrou
Assim também o eterno amor que prometeste,
— Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.
Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, —
Aquele pequenino anel que tu me deste,
— Ai de mim — era vidro e logo se quebrou
Porquinho-da-Índia
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele prá sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas…
— O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.
*Principais Características da obra de Manuel Bandeira.
• Influências simbolistas com ligações parnasianas;
• Fez poemas autobiográficos;
• Tom melancólico e lírico;
• É muito triste em seus textos;
• Temas relacionados a doenças e mortes (tuberculose);
• Folclore negro;
• Às vezes irônico;
• Rebeldia e sátira como no poema “sapos”;
• Temas populares;
• Saudade da infância;
• Desejo de libertação;
Mário de Andrade e a literatura modernista brasileira

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

O índio na literatura brasileira
O índio na literatura brasileiraO índio na literatura brasileira
O índio na literatura brasileira
 
Terceira geração modernista
Terceira geração modernista Terceira geração modernista
Terceira geração modernista
 
Ppt realismo (1)
Ppt realismo (1)Ppt realismo (1)
Ppt realismo (1)
 
Naturalismo
NaturalismoNaturalismo
Naturalismo
 
Charge, Cartum, Caricatura
Charge, Cartum, CaricaturaCharge, Cartum, Caricatura
Charge, Cartum, Caricatura
 
Modernismo
Modernismo Modernismo
Modernismo
 
Modernismo 2 fase (geração de 30)
Modernismo 2 fase (geração de 30)Modernismo 2 fase (geração de 30)
Modernismo 2 fase (geração de 30)
 
Modernismo em Portugal
Modernismo em PortugalModernismo em Portugal
Modernismo em Portugal
 
Realismo e naturalismo
Realismo e naturalismoRealismo e naturalismo
Realismo e naturalismo
 
Tipologia textual
Tipologia textualTipologia textual
Tipologia textual
 
O pré modernismo
O pré modernismoO pré modernismo
O pré modernismo
 
Pré modernismo-slides
Pré modernismo-slidesPré modernismo-slides
Pré modernismo-slides
 
O gênero textual entrevista
O gênero textual   entrevistaO gênero textual   entrevista
O gênero textual entrevista
 
Parnasianismo'
Parnasianismo'Parnasianismo'
Parnasianismo'
 
Regência Nominal
Regência NominalRegência Nominal
Regência Nominal
 
A redação aula 1
A redação   aula 1A redação   aula 1
A redação aula 1
 
Variação linguística
Variação linguísticaVariação linguística
Variação linguística
 
Parnasianismo brasileiro
Parnasianismo brasileiroParnasianismo brasileiro
Parnasianismo brasileiro
 
Pronomes
PronomesPronomes
Pronomes
 
3ª geração do romantismo no brasil
3ª geração do romantismo no brasil3ª geração do romantismo no brasil
3ª geração do romantismo no brasil
 

Destaque

ASAE Great Ideas Presentation M Price - Feb 2009
ASAE Great Ideas Presentation  M Price - Feb 2009ASAE Great Ideas Presentation  M Price - Feb 2009
ASAE Great Ideas Presentation M Price - Feb 2009matthewjprice
 
Elpeixmoll 120222070343-phpapp02.mini
Elpeixmoll 120222070343-phpapp02.miniElpeixmoll 120222070343-phpapp02.mini
Elpeixmoll 120222070343-phpapp02.minitercercpsalbufera
 
Doble calzada bogotá villavicencio
Doble calzada bogotá villavicencioDoble calzada bogotá villavicencio
Doble calzada bogotá villavicenciojesusrodriguezc
 
Comunicación no verbal
Comunicación no verbalComunicación no verbal
Comunicación no verbalnataliaayora
 
2ª semana
2ª semana2ª semana
2ª semanablog2012
 
The Story of Sam the Sales Manager
The Story of Sam the Sales ManagerThe Story of Sam the Sales Manager
The Story of Sam the Sales Manageri-snapshot
 
Outsourcing your SharePoint Hosting: The Cloud's Fine Print Magnified
Outsourcing your SharePoint Hosting: The Cloud's Fine Print MagnifiedOutsourcing your SharePoint Hosting: The Cloud's Fine Print Magnified
Outsourcing your SharePoint Hosting: The Cloud's Fine Print MagnifiedSherWeb
 
Israel surge capacity feb 2010 (3)
Israel surge capacity feb 2010 (3)Israel surge capacity feb 2010 (3)
Israel surge capacity feb 2010 (3)hpinny
 
Ppt -endzone_funcity
Ppt  -endzone_funcityPpt  -endzone_funcity
Ppt -endzone_funcityDyna Smith
 
Annuity and Life Insurance Product Update - Q3 2015
Annuity and Life Insurance Product Update - Q3 2015Annuity and Life Insurance Product Update - Q3 2015
Annuity and Life Insurance Product Update - Q3 2015Corporate Insight
 
20111022 Stand Minipups (2)
20111022 Stand Minipups (2)20111022 Stand Minipups (2)
20111022 Stand Minipups (2)bartschulz
 
София Ефимова. Cказки
София Ефимова. CказкиСофия Ефимова. Cказки
София Ефимова. Cказкиklepa.ru
 

Destaque (19)

Semana de Arte Moderna
Semana de Arte Moderna Semana de Arte Moderna
Semana de Arte Moderna
 
Software libre
Software libreSoftware libre
Software libre
 
ASAE Great Ideas Presentation M Price - Feb 2009
ASAE Great Ideas Presentation  M Price - Feb 2009ASAE Great Ideas Presentation  M Price - Feb 2009
ASAE Great Ideas Presentation M Price - Feb 2009
 
Overview (what meo does)
Overview (what meo does)Overview (what meo does)
Overview (what meo does)
 
Ikt
IktIkt
Ikt
 
Twitter for Business 101
Twitter for Business 101Twitter for Business 101
Twitter for Business 101
 
Elpeixmoll 120222070343-phpapp02.mini
Elpeixmoll 120222070343-phpapp02.miniElpeixmoll 120222070343-phpapp02.mini
Elpeixmoll 120222070343-phpapp02.mini
 
Doble calzada bogotá villavicencio
Doble calzada bogotá villavicencioDoble calzada bogotá villavicencio
Doble calzada bogotá villavicencio
 
Sheu Laplace
Sheu LaplaceSheu Laplace
Sheu Laplace
 
Comunicación no verbal
Comunicación no verbalComunicación no verbal
Comunicación no verbal
 
2ª semana
2ª semana2ª semana
2ª semana
 
The Story of Sam the Sales Manager
The Story of Sam the Sales ManagerThe Story of Sam the Sales Manager
The Story of Sam the Sales Manager
 
Outsourcing your SharePoint Hosting: The Cloud's Fine Print Magnified
Outsourcing your SharePoint Hosting: The Cloud's Fine Print MagnifiedOutsourcing your SharePoint Hosting: The Cloud's Fine Print Magnified
Outsourcing your SharePoint Hosting: The Cloud's Fine Print Magnified
 
Israel surge capacity feb 2010 (3)
Israel surge capacity feb 2010 (3)Israel surge capacity feb 2010 (3)
Israel surge capacity feb 2010 (3)
 
Ppt -endzone_funcity
Ppt  -endzone_funcityPpt  -endzone_funcity
Ppt -endzone_funcity
 
Annuity and Life Insurance Product Update - Q3 2015
Annuity and Life Insurance Product Update - Q3 2015Annuity and Life Insurance Product Update - Q3 2015
Annuity and Life Insurance Product Update - Q3 2015
 
20111022 Stand Minipups (2)
20111022 Stand Minipups (2)20111022 Stand Minipups (2)
20111022 Stand Minipups (2)
 
Agent
AgentAgent
Agent
 
София Ефимова. Cказки
София Ефимова. CказкиСофия Ефимова. Cказки
София Ефимова. Cказки
 

Semelhante a Mário de Andrade e a literatura modernista brasileira

Primeira Geração Modernista
Primeira Geração ModernistaPrimeira Geração Modernista
Primeira Geração ModernistaThiago Rodrigues
 
Trabalho de portugues
Trabalho de portuguesTrabalho de portugues
Trabalho de portuguesvhartmannl7
 
Trabalho de Portugues
Trabalho de PortuguesTrabalho de Portugues
Trabalho de Portuguesvhartmannl7
 
1a fase modernismo.ppt
1a fase modernismo.ppt1a fase modernismo.ppt
1a fase modernismo.pptPATRICIA VIANA
 
Modernismo.
Modernismo.Modernismo.
Modernismo.Bruna
 
Pablo Neruda - Coletanea
Pablo Neruda - ColetaneaPablo Neruda - Coletanea
Pablo Neruda - ColetaneaZanah
 
literatura pré modernismo ao modernismo 3 fases
 literatura pré modernismo ao modernismo 3 fases  literatura pré modernismo ao modernismo 3 fases
literatura pré modernismo ao modernismo 3 fases Brenda Venturi
 
2ª tarefa do facegrupo de língua portuguesa.
2ª tarefa do facegrupo de língua portuguesa.2ª tarefa do facegrupo de língua portuguesa.
2ª tarefa do facegrupo de língua portuguesa.Lucas Pascoaloto
 
Segunda fase do modernismo . trabalho de portugues
Segunda fase do modernismo . trabalho de portuguesSegunda fase do modernismo . trabalho de portugues
Segunda fase do modernismo . trabalho de portuguesAlenice01
 
Slides sobre o romantismo poesia
Slides sobre o romantismo poesiaSlides sobre o romantismo poesia
Slides sobre o romantismo poesiaAntonio Marcos
 
Lista de Exercícios Primeira Geração Modernista
Lista de Exercícios Primeira Geração ModernistaLista de Exercícios Primeira Geração Modernista
Lista de Exercícios Primeira Geração ModernistaPaula Meyer Piagentini
 
Manuel Bandeira Vida e obras
Manuel Bandeira Vida e obras Manuel Bandeira Vida e obras
Manuel Bandeira Vida e obras Sirleide Silva
 
10 livros da literatura brasileira
10 livros da literatura brasileira10 livros da literatura brasileira
10 livros da literatura brasileiraVlogdoabe
 

Semelhante a Mário de Andrade e a literatura modernista brasileira (20)

O modernismo no brasil
O modernismo no brasilO modernismo no brasil
O modernismo no brasil
 
Primeira Geração Modernista
Primeira Geração ModernistaPrimeira Geração Modernista
Primeira Geração Modernista
 
Trabalho de portugues
Trabalho de portuguesTrabalho de portugues
Trabalho de portugues
 
Oswalddeandrade
OswalddeandradeOswalddeandrade
Oswalddeandrade
 
Trabalho de Portugues
Trabalho de PortuguesTrabalho de Portugues
Trabalho de Portugues
 
1a fase modernismo.ppt
1a fase modernismo.ppt1a fase modernismo.ppt
1a fase modernismo.ppt
 
Modernismo.
Modernismo.Modernismo.
Modernismo.
 
Pablo Neruda - Coletanea
Pablo Neruda - ColetaneaPablo Neruda - Coletanea
Pablo Neruda - Coletanea
 
literatura pré modernismo ao modernismo 3 fases
 literatura pré modernismo ao modernismo 3 fases  literatura pré modernismo ao modernismo 3 fases
literatura pré modernismo ao modernismo 3 fases
 
2ª tarefa do facegrupo de língua portuguesa.
2ª tarefa do facegrupo de língua portuguesa.2ª tarefa do facegrupo de língua portuguesa.
2ª tarefa do facegrupo de língua portuguesa.
 
Nascida em divinópolis
Nascida em divinópolisNascida em divinópolis
Nascida em divinópolis
 
PROJETO: SARAU LITERÁRIO
PROJETO: SARAU LITERÁRIOPROJETO: SARAU LITERÁRIO
PROJETO: SARAU LITERÁRIO
 
Oswald de Andrade
Oswald de AndradeOswald de Andrade
Oswald de Andrade
 
Modernismo segunda fase
Modernismo segunda faseModernismo segunda fase
Modernismo segunda fase
 
Segunda fase do modernismo . trabalho de portugues
Segunda fase do modernismo . trabalho de portuguesSegunda fase do modernismo . trabalho de portugues
Segunda fase do modernismo . trabalho de portugues
 
Slides sobre o romantismo poesia
Slides sobre o romantismo poesiaSlides sobre o romantismo poesia
Slides sobre o romantismo poesia
 
Lista de Exercícios Primeira Geração Modernista
Lista de Exercícios Primeira Geração ModernistaLista de Exercícios Primeira Geração Modernista
Lista de Exercícios Primeira Geração Modernista
 
Tarsila do amaral
Tarsila do amaralTarsila do amaral
Tarsila do amaral
 
Manuel Bandeira Vida e obras
Manuel Bandeira Vida e obras Manuel Bandeira Vida e obras
Manuel Bandeira Vida e obras
 
10 livros da literatura brasileira
10 livros da literatura brasileira10 livros da literatura brasileira
10 livros da literatura brasileira
 

Último

trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxLaurindo6
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila RibeiroMarcele Ravasio
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdfCD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdfManuais Formação
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasraveccavp
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 

Último (20)

trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdfCD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 

Mário de Andrade e a literatura modernista brasileira

  • 1. MÁRIO DE ANDRADE OSWALD DE ANDRADE MANUEL BANDEIRA Prof.Thiago Silva
  • 2. *Características gerais de 1922 (1ª Geração Moderna) •Definições de posições bem determinadas e próprias; • Rompimento com as estruturas do passado; • Caráter anárquico e destruidor; • Nacionalismo; • Pesquisa por meio da volta às origens; • Tentativa de criar uma língua brasileira; a língua falada nas ruas, pelo povo; • Repensar a história da literatura no Brasil por intermédio da paródia e do humor; • Valorização do índio-autêntico brasileiro;
  • 3. Manifesto Pau-Brasil: escrito por Oswald de Andrade, publicado no jornal “Correio da Manhã”, em 18 de março de 1924, apresentou uma proposta de literatura vinculada à realidade brasileira e às características culturais do povo brasileiro, com a intenção de causar um sentimento nacionalista, uma retomada de consciência nacional. Antropofagia: publicado entre os meses de maio de 1928 e fevereiro de 1929, sob direção de Antônio de Alcântara Machado, surgiu como nova etapa do nacionalismo “Pau-Brasil” e resposta ao “Verde- Amarelismo”. Sua origem se dá a partir de uma tela feita por Tarsila do Amaral, em janeiro de 1928, batizada de Abaporu ( aba= homem e poru = que come). Assinado por Oswald de Andrade, tinha, como diz Antônio Cândido, “uma atitude brasileira de devoração ritual dos valores europeus, a fim de superar a civilização patriarcal e capitalista, com suas normas rígidas no plano social e os seus recalques impostos, no plano psicológico” Verde-Amarelismo: este movimento surgiu como resposta ao “nacionalismo afrancesado” do Pau-Brasil, em 1926, apresentado, principalmente, por Oswald de Andrade, liderado por Plínio Salgado. O principal objetivo era o de propor um nacionalismo puro, primitivo, sem qualquer tipo de influência. Anta: parte do movimento Verde-Amarelismo, representa a proposta do nacionalismo primitivo elegendo como símbolo nacional a “anta”, além de vangloriar a língua indígena “tupi”.
  • 4. Mário Raul de Moraes Andrade (São Paulo, 9 de outubro de 1893 — São Paulo, 25 de fevereiro de 1945) foi um poeta, escritor, crítico literário, musicólogo, folclorista, ensaísta brasileiro. Mário de Andrade é um dos nomes mais importantes do Modernismo Brasileiro. Ao lado de Oswald de Andrade e Manuel Bandeira compôs a célebre tríade modernista, que revolucionou o jeito de fazer poesia no Brasil. A fase heroica, como também é conhecida a primeira geração modernista, propôs uma renovação das artes, o abandono da tradição clássica e apresentação uma grande preocupação em criar uma literatura identificada com a cultura brasileira. Mário foi grande defensor da cultura popular, propôs a ruptura com os padrões literários vigentes inovando, entre outros aspectos, a linguagem do poema.
  • 5. Aproximou-se então da literatura, e publicou seu primeiro livro sob o pseudônimo de Mário Sobral. Seu primeiro livro Há uma gota de sangue em cada poema, publicado no ano de 1917, sofreu forte influência do Parnasianismo, escola literária que viria a ser alvo de duras críticas do escritor. Além de músico e escritor, Mário foi também grande pesquisador da cultura popular brasileira, realizando diversas expedições pelo interior do país para observar e documentar os hábitos de seu povo. Dessa pesquisa etnográfica surgiram as diretrizes do movimento modernista, que eclodiu com a realização da emblemática Semana de Arte Moderna no ano de 1922. No mesmo ano publicou um de seus mais importantes livros, Pauliceia Desvairada, livro de poemas considerado a base do modernismo brasileiro.
  • 6. Em 1927 publicou Amar, verbo intransitivo, obra que causaria espanto entre as tradicionais famílias paulistanas, uma vez que tocava em um assunto controverso: a obra trata da história de uma aristocrática família paulistana que contrata os serviços de uma governanta alemã para iniciar o filho na vida sexual e amorosa, uma prática corriqueira entre as famílias abastadas daquela época. Em 1928, à convite do amigo Oswald de Andrade, passa a integrar o corpo de escritores da Revista de Antropofagia, e ainda nesse ano surge sua obra máxima: Macunaíma. Ao longo de sua vida colaborou com diversas publicações, entre elas, A Gazeta, A Cigarra, O Echo, Papel e Tinta, Klaxon, Diário Nacional, Folha de São Paulo e Diário de São Paulo. Também exerceu os cargos de diretor do Instituto de Artes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e de professor de História da Música no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Faleceu no dia 25 de fevereiro de 1945, vítima de um ataque cardíaco, aos 51 anos.
  • 7. Suas obras estão agrupadas em dezenove volumes com o título de Obras Completas. As principais são: Poesia Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917), Paulicéia Desvairada (1922), Losango Cáqui (1926), Clã do Jabuti (1927), Remate de Males (1930), Poesias (1941), Lira Paulistana (1946), O Carro da Miséria (1946), Poesias Completas (1955). Romance Amar, Verbo Intransitivo (1927), Macunaíma (1928). Ensaios A Escrava que não é Isaura (1925),
  • 8. *CURIOSIDADE: A Fundação Casa de Rui Barbosa abriu nesta quinta-feira (18/06/2015) à consulta a carta escrita por Mário de Andrade em 7 de abril de 1928 ao amigo Manuel Bandeira, em que faz referências diretas à sua homossexualidade. Na carta, Mário de Andrade fala sobre as pressões que sofria por causa de sua fama de homossexual, e não desmente os boatos a esse respeito. Em um dos trechos, afirma: “si agora toca nesse assunto em que me porto com absoluta e elegante discrição social, tão absoluta que sou incapaz de convidar um companheiro daqui a sair sozinho comigo na rua (veja como eu tenho a minha vida mais regulada que máquina de pressão) e si saio com alguém é porque esse alguém me convida, si toco no assunto é porque se poderia tirar dele um argumento pra explicar minhas amizades platônicas, só minhas.” Até hoje, esta carta é a confissão mais clara sobre a homossexualidade do autor paulista, feita de próprio punho. Embora o assunto já fosse de conhecimento público, a pressão da família em negar o fato, e a postura da Casa de Rui Barbosa em relutar a abrir esta carta, produziram grande alarde em torno do documento.
  • 9. Moça Linda Bem Tratada Moça linda bem tratada, Três séculos de família, Burra como uma porta: Um amor. Grã-fino do despudor, Esporte, ignorância e sexo, Burro como uma porta: Um coió. Mulher gordaça, filó, De ouro por todos os poros Burra como uma porta: Paciência… Plutocrata sem consciência, Nada porta, terremoto Que a porta de pobre arromba: Uma bomba. (Mário de Andrade)
  • 10.
  • 11. *Principais Características da obra de Mário de Andrade • Liberdade formal; • Combate à sintaxe tradicional; • Nacionalismo; • Procura da linguagem brasileira; • Tema principal: a cidade de São Paulo; • Expressões ítalo-paulistanas; • Linguagem coloquial; • Pesquisa folclórica; Macunaíma Essa obra é construída a partir de um conjunto de lendas a que se misturam superstições, provérbios, anedotas e elementos fantásticos. Macunaíma tenta reaver o amuleto prodigioso (a muiraquitã), que ganhara de sua mulher, Ci, Mãe do mato, único amor sincero de sua vida, e que por desgosto pela morte do filho pequeno subiu aos céus e transformou-se na estrela Beta do Centauro. Macunaíma havia perdido esse amuleto, que acabou ficando em poder do gigante Piaimã, em São Paulo. Depois de várias façanhas, recupera o amuleto, mas perde-o novamente e fica todo machucado. Desiludido, resolve abandonar este mundo e subir aos céus, onde é transformado em constelação.
  • 12. *Em 11 de janeiro de 1890 nasce em São Paulo José Oswald de Sousa Andrade, filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade. *Em 1917, conhece Mário de Andrade. Defende a pintora Anita Malfatti das críticas violentas feitas por Monteiro Lobato ("A exposição de Anita Malfatti", no “Jornal do Comércio”, São Paulo, 11/01/1918). Participa do primeiro grupo modernista com Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Ribeiro Couto e Di Cavalcanti. De 1917 a 1922 escreve regularmente no “Jornal do Comércio”. *Em 1922, participa da Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo. Faz conferência, em 18 de setembro, comemorativa ao centenário da Bandeira Nacional. É um dos participantes do grupo da revista “Klaxon”, onde colabora. Integra o grupo dos cinco com Mário de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Menotti del Picchia.
  • 13. *Em 1924, no dia 18 de março publica no “Correio da Manhã” “Manifesto da Poesia Pau Brasil”. Toma parte na excursão ao carnaval do Rio de Janeiro e à Minas com outros intelectuais brasileiros e do poeta Blaise Cendrars, chamada de “Caravana Modernista”. *Casa-se com Tarsila do Amaral, em cerimônia paraninfada pelo Presidente Washington Luis. *Em 1928, lê o “Manifesto Antropófago” para amigos na casa de Mário de Andrade. Publica o “Manifesto Antropófago” na “Revista de Antropofagia”, que ajuda a fundar, com os amigos Raul Bopp e Antônio de Alcântara Machado. Viaja à Bahia. *No dia 1º de abril de 1930 casa-se com Patrícia Galvão (Pagu) numa cerimônia pouco convencional. *No ano 1934, deixa Pagú e une-se à pianista Pilar Ferrer. Falece em São Paulo, em 22 de outubro de 1954, na sua residência.
  • 14. OBRAS: *Humor: Revista “O Pirralho” — crônicas em português macarrônico sob o pseudônimo de Annibale Scipione (1912 — 1917) *Poesia:Pau-Brasil (1925) *Romance: Memórias sentimentais de João Miramar (1924) *Manifestos: Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924) Manifesto Antropófago (1928) Manifesto Ordem e Progresso (1931)
  • 15. Erro de português Quando o português chegou Debaixo de uma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português. Pronominais Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro
  • 16.
  • 17. *Principais Características da obra de Oswald de Andrade Percebemos que o autor, envolto pelo instinto crítico, se atém ao sentimento ufanista extremamente cultuado pelos artistas do Romantismo, em especial por Gonçalves Dias, em A canção do exílio. Mediante tal constatação, surge-nos uma dúvida: o porquê da crítica, se o Modernismo também foi um movimento voltado para as raízes, para uma construção de uma identidade verdadeiramente nacional. Resta-nos inferir que ambas as concepções, mesmo sendo semelhantes, se divergiram em um aspecto: o nacionalismo moderno não possui o estandarte do nacionalismo romântico - ufanista por excelência.
  • 18. Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho é um dos maiores nomes da poesia moderna brasileira. Natural do Recife (PE), transferiu-se aos 10 anos com a família para o Rio de Janeiro, onde cursou o secundário no Externato do Ginásio Nacional, hoje Colégio Pedro II, bacharelando-se em Letras. Interrompeu os estudos de Engenharia na Escola Politécnica de São Paulo em 1904 devido à tuberculose. Apesar de viver até aos 82 anos, a quebra de sua rotina de vida pela manifestação da doença, até então fatal, marcou o início de sua produção literária. Em 1917, influenciado pela poesia simbolista e pós-simbolista da Europa, onde passou por estações de cura, publicou seu primeiro livro: A Cinza das Horas. Seu segundo livro de poemas, Carnaval (1919), diferentemente do primeiro que sugere uma busca da simplicidade, caracteriza-se pela liberdade de composição rítmica e afirma o autor como pioneiro do modernismo.
  • 19. O famoso poema Os Sapos, sátira ao parnasianismo, que veio a ser declamado, três anos depois, durante a Semana de Arte Moderna de 1922. Bandeira não participou diretamente da Semana, mas mantinha amizade com os modernistas e colaborou nas revistas Klaxon, Antropofagia, Lanterna Verde, Terra Roxae A Revista. Os Sapos Enfunando os papos, Saem da penumbra, Aos pulos, os sapos. A luz os deslumbra. Em ronco que aterra, Berra o sapo-boi: - "Meu pai foi à guerra!" - "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!". O sapo-tanoeiro, Parnasiano aguado, Diz: - "Meu cancioneiro É bem martelado. (...)
  • 20. Suas obras: POESIA: Poesias, reunindo A cinza das horas (1917), Carnaval, O ritmo dissoluto (1924), Libertinagem (1930), Estrela da manhã (1936), Poesias escolhidas (1937), Poesias completas, reunindo as obras anteriores e mais Lira dos cinquenta anos (1940), Poesias completas, 4a edição, acrescida de Belo belo (1948), Poesias completas, 6a edição, acrescida de Opus 10 (1954), Poemas traduzidos (1945), Mafuá do malungo, versos de circunstância (1948), Obras poéticas (1956), 50 Poemas escolhidos pelo autor (1955), Alumbramentos (1960), Estrela da tarde (1960). PROSA: Crônicas da província do Brasil (1936), Guia de Ouro Preto (1938), Noções de história das literaturas (1940), Autoria das Cartas chilenas, separata da Revista do Brasil (1940), Apresentação da poesia brasileira (1946), Literatura hispano-americana (1949), Gonçalves Dias, biografia (1952), Itinerário de Pasárgada (1954), De poetas e de poesia (1954), A flauta de papel (1957), Prosa, reunindo obras anteriores e mais Ensaios literários, Crítica de Artes e Epistolário (1958), Andorinha, andorinha, crônicas (1966), Os reis vagabundos e mais 50 crônicas (1966), Colóquio unilateralmente sentimental, crônica (1968). ANTOLOGIAS: Antologia dos poetas brasileiros da fase romântica (1937), Antologia dos poetas brasileiros da fase parnasiana (1938), Antologia dos poetas brasileiros bissextos contemporâneos (1946). Organizou os Sonetos completos e Poemas escolhidos de Antero de Quental, as Obras poéticas de Gonçalves Dias (1944), as Rimas de José Albano (1948) e, de Mário de Andrade, Cartas a Manuel Bandeira (1958).
  • 21. Vou-me Embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconsequente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive (...)
  • 22. Pneumotórax Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos. A vida inteira que podia ter sido e que não foi. Tosse, tosse, tosse. Mandou chamar o médico: — Diga trinta e três. — Trinta e três… trinta e três… trinta e três… — Respire. — O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado. — Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax? — Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
  • 23. Andorinha Andorinha lá fora está dizendo: — “Passei o dia à toa, à toa!” Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste! Passei a vida à toa, à toa…
  • 24. Os Sapos Enfunando os papos, Saem da penumbra, Aos pulos, os sapos. A luz os deslumbra. Em ronco que aterra, Berra o sapo-boi: — “Meu pai foi à guerra!” — “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”. O sapo-tanoeiro, Parnasiano aguado, Diz: — “Meu cancioneiro É bem martelado. (...)
  • 25. Poética Estou farto do lirismo comedido Do lirismo bem comportado Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor. Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo. Abaixo os puristas Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis Estou farto do lirismo namorador Político Raquítico Sifilítico De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo De resto não é lirismo (...)
  • 26. Cartas de Meu Avô A tarde cai, por demais Erma, úmida e silente… A chuva, em gotas glaciais, Chora monotonamente. E enquanto anoitece, vou Lendo, sossegado e só, As cartas que meu avô Escrevia a minha avó. Enternecido sorrio Do fervor desses carinhos: É que os conheci velhinhos, Quando o fogo era já frio. (...)
  • 27. O Último Poema Assim eu quereria meu último poema Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
  • 28. Consoada Quando a Indesejada das gentes chegar (Não sei se dura ou caroável), talvez eu tenha medo. Talvez sorria, ou diga: — Alô, iniludível! O meu dia foi bom, pode a noite descer. (A noite com os seus sortilégios.) Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, A mesa posta, Com cada coisa em seu lugar.
  • 29. O Anel de Vidro Aquele pequenino anel que tu me deste, — Ai de mim — era vidro e logo se quebrou Assim também o eterno amor que prometeste, — Eterno! era bem pouco e cedo se acabou. Frágil penhor que foi do amor que me tiveste, Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, — Aquele pequenino anel que tu me deste, — Ai de mim — era vidro e logo se quebrou
  • 30. Porquinho-da-Índia Quando eu tinha seis anos Ganhei um porquinho-da-índia. Que dor de coração me dava Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão! Levava ele prá sala Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos Ele não gostava: Queria era estar debaixo do fogão. Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas… — O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.
  • 31.
  • 32. *Principais Características da obra de Manuel Bandeira. • Influências simbolistas com ligações parnasianas; • Fez poemas autobiográficos; • Tom melancólico e lírico; • É muito triste em seus textos; • Temas relacionados a doenças e mortes (tuberculose); • Folclore negro; • Às vezes irônico; • Rebeldia e sátira como no poema “sapos”; • Temas populares; • Saudade da infância; • Desejo de libertação;