2. *Características gerais de 1922 (1ª Geração Moderna)
•Definições de posições bem determinadas e próprias;
• Rompimento com as estruturas do passado;
• Caráter anárquico e destruidor;
• Nacionalismo;
• Pesquisa por meio da volta às origens;
• Tentativa de criar uma língua brasileira; a língua falada nas
ruas, pelo povo;
• Repensar a história da literatura no Brasil por intermédio da
paródia e do humor;
• Valorização do índio-autêntico brasileiro;
3. Manifesto Pau-Brasil: escrito por Oswald de Andrade, publicado no
jornal “Correio da Manhã”, em 18 de março de 1924, apresentou uma
proposta de literatura vinculada à realidade brasileira e às
características culturais do povo brasileiro, com a intenção de causar
um sentimento nacionalista, uma retomada de consciência nacional.
Antropofagia: publicado entre os meses de maio de 1928 e fevereiro
de 1929, sob direção de Antônio de Alcântara Machado, surgiu como
nova etapa do nacionalismo “Pau-Brasil” e resposta ao “Verde-
Amarelismo”. Sua origem se dá a partir de uma tela feita por Tarsila do
Amaral, em janeiro de 1928, batizada de Abaporu ( aba= homem e
poru = que come). Assinado por Oswald de Andrade, tinha, como diz
Antônio Cândido, “uma atitude brasileira de devoração ritual dos
valores europeus, a fim de superar a civilização patriarcal e capitalista,
com suas normas rígidas no plano social e os seus recalques
impostos, no plano psicológico”
Verde-Amarelismo: este movimento surgiu como resposta ao
“nacionalismo afrancesado” do Pau-Brasil, em 1926, apresentado,
principalmente, por Oswald de Andrade, liderado por Plínio Salgado. O
principal objetivo era o de propor um nacionalismo puro, primitivo, sem
qualquer tipo de influência.
Anta: parte do movimento Verde-Amarelismo, representa a proposta
do nacionalismo primitivo elegendo como símbolo nacional a “anta”,
além de vangloriar a língua indígena “tupi”.
4. Mário Raul de Moraes Andrade (São Paulo, 9 de outubro de 1893
— São Paulo, 25 de fevereiro de 1945) foi um poeta, escritor, crítico
literário, musicólogo, folclorista, ensaísta brasileiro.
Mário de Andrade é um dos nomes mais importantes do
Modernismo Brasileiro. Ao lado de Oswald de Andrade e Manuel
Bandeira compôs a célebre tríade modernista, que revolucionou o
jeito de fazer poesia no Brasil.
A fase heroica, como também é conhecida a primeira geração
modernista, propôs uma renovação das artes, o abandono da
tradição clássica e apresentação uma grande preocupação em criar
uma literatura identificada com a cultura brasileira.
Mário foi grande defensor da cultura popular, propôs a ruptura
com os padrões literários vigentes inovando, entre outros aspectos,
a linguagem do poema.
5. Aproximou-se então da literatura, e publicou seu primeiro livro sob
o pseudônimo de Mário Sobral. Seu primeiro livro Há uma gota de
sangue em cada poema, publicado no ano de 1917, sofreu forte
influência do Parnasianismo, escola literária que viria a ser alvo de
duras críticas do escritor.
Além de músico e escritor, Mário foi também grande pesquisador
da cultura popular brasileira, realizando diversas expedições pelo
interior do país para observar e documentar os hábitos de seu povo.
Dessa pesquisa etnográfica surgiram as diretrizes do movimento
modernista, que eclodiu com a realização da emblemática Semana
de Arte Moderna no ano de 1922. No mesmo ano publicou um de
seus mais importantes livros, Pauliceia Desvairada, livro de
poemas considerado a base do modernismo brasileiro.
6. Em 1927 publicou Amar, verbo intransitivo, obra que causaria
espanto entre as tradicionais famílias paulistanas, uma vez que
tocava em um assunto controverso: a obra trata da história de uma
aristocrática família paulistana que contrata os serviços de uma
governanta alemã para iniciar o filho na vida sexual e amorosa,
uma prática corriqueira entre as famílias abastadas daquela época.
Em 1928, à convite do amigo Oswald de Andrade, passa a integrar
o corpo de escritores da Revista de Antropofagia, e ainda nesse
ano surge sua obra máxima: Macunaíma.
Ao longo de sua vida colaborou com diversas publicações, entre
elas, A Gazeta, A Cigarra, O Echo, Papel e Tinta, Klaxon, Diário
Nacional, Folha de São Paulo e Diário de São Paulo. Também
exerceu os cargos de diretor do Instituto de Artes da Universidade
Estadual do Rio de Janeiro e de professor de História da Música
no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Faleceu no
dia 25 de fevereiro de 1945, vítima de um ataque cardíaco, aos 51
anos.
7. Suas obras estão agrupadas em dezenove volumes com o título de
Obras Completas. As principais são:
Poesia
Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917), Paulicéia
Desvairada (1922), Losango Cáqui (1926), Clã do Jabuti (1927),
Remate de Males (1930), Poesias (1941), Lira Paulistana (1946), O
Carro da Miséria (1946), Poesias Completas (1955).
Romance
Amar, Verbo Intransitivo (1927), Macunaíma (1928).
Ensaios
A Escrava que não é Isaura (1925),
8. *CURIOSIDADE:
A Fundação Casa de Rui Barbosa abriu nesta quinta-feira
(18/06/2015) à consulta a carta escrita por Mário de Andrade em 7
de abril de 1928 ao amigo Manuel Bandeira, em que faz
referências diretas à sua homossexualidade.
Na carta, Mário de Andrade fala sobre as pressões que sofria por
causa de sua fama de homossexual, e não desmente os boatos a esse
respeito. Em um dos trechos, afirma: “si agora toca nesse assunto em
que me porto com absoluta e elegante discrição social, tão absoluta
que sou incapaz de convidar um companheiro daqui a sair sozinho
comigo na rua (veja como eu tenho a minha vida mais regulada que
máquina de pressão) e si saio com alguém é porque esse alguém me
convida, si toco no assunto é porque se poderia tirar dele um
argumento pra explicar minhas amizades platônicas, só minhas.”
Até hoje, esta carta é a confissão mais clara sobre a
homossexualidade do autor paulista, feita de próprio punho. Embora
o assunto já fosse de conhecimento público, a pressão da família em
negar o fato, e a postura da Casa de Rui Barbosa em relutar a abrir
esta carta, produziram grande alarde em torno do documento.
9. Moça Linda Bem Tratada
Moça linda bem tratada,
Três séculos de família,
Burra como uma porta:
Um amor.
Grã-fino do despudor,
Esporte, ignorância e sexo,
Burro como uma porta:
Um coió.
Mulher gordaça, filó,
De ouro por todos os poros
Burra como uma porta:
Paciência…
Plutocrata sem consciência,
Nada porta, terremoto
Que a porta de pobre arromba:
Uma bomba.
(Mário de Andrade)
10.
11. *Principais Características da obra de Mário de Andrade
• Liberdade formal;
• Combate à sintaxe tradicional;
• Nacionalismo;
• Procura da linguagem brasileira;
• Tema principal: a cidade de São Paulo;
• Expressões ítalo-paulistanas;
• Linguagem coloquial;
• Pesquisa folclórica;
Macunaíma
Essa obra é construída a partir de um conjunto de lendas a que se misturam
superstições, provérbios, anedotas e elementos fantásticos.
Macunaíma tenta reaver o amuleto prodigioso (a muiraquitã), que ganhara de sua
mulher, Ci, Mãe do mato, único amor sincero de sua vida, e que por desgosto pela
morte do filho pequeno subiu aos céus e transformou-se na estrela Beta do
Centauro. Macunaíma havia perdido esse amuleto, que acabou ficando em poder do
gigante Piaimã, em São Paulo. Depois de várias façanhas, recupera o amuleto, mas
perde-o novamente e fica todo machucado. Desiludido, resolve abandonar este
mundo e subir aos céus, onde é transformado em constelação.
12. *Em 11 de janeiro de 1890 nasce em São Paulo José Oswald
de Sousa Andrade, filho único de José Oswald Nogueira de
Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade.
*Em 1917, conhece Mário de Andrade. Defende a pintora Anita
Malfatti das críticas violentas feitas por Monteiro Lobato ("A
exposição de Anita Malfatti", no “Jornal do Comércio”, São
Paulo, 11/01/1918). Participa do primeiro grupo modernista
com Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Ribeiro Couto e
Di Cavalcanti. De 1917 a 1922 escreve regularmente no “Jornal
do Comércio”.
*Em 1922, participa da Semana de Arte Moderna no Teatro
Municipal de São Paulo. Faz conferência, em 18 de setembro,
comemorativa ao centenário da Bandeira Nacional. É um dos
participantes do grupo da revista “Klaxon”, onde colabora.
Integra o grupo dos cinco com Mário de Andrade, Anita
Malfatti, Tarsila do Amaral e Menotti del Picchia.
13. *Em 1924, no dia 18 de março publica no “Correio da Manhã”
“Manifesto da Poesia Pau Brasil”. Toma parte na excursão ao
carnaval do Rio de Janeiro e à Minas com outros intelectuais
brasileiros e do poeta Blaise Cendrars, chamada de “Caravana
Modernista”.
*Casa-se com Tarsila do Amaral, em cerimônia paraninfada pelo
Presidente Washington Luis.
*Em 1928, lê o “Manifesto Antropófago” para amigos na casa de
Mário de Andrade. Publica o “Manifesto Antropófago” na
“Revista de Antropofagia”, que ajuda a fundar, com os amigos
Raul Bopp e Antônio de Alcântara Machado. Viaja à Bahia.
*No dia 1º de abril de 1930 casa-se com Patrícia Galvão (Pagu)
numa cerimônia pouco convencional.
*No ano 1934, deixa Pagú e une-se à pianista Pilar
Ferrer. Falece em São Paulo, em 22 de outubro de 1954, na
sua residência.
14. OBRAS:
*Humor: Revista “O Pirralho” — crônicas em português
macarrônico sob o pseudônimo de Annibale Scipione (1912 — 1917)
*Poesia:Pau-Brasil (1925)
*Romance: Memórias sentimentais de João Miramar (1924)
*Manifestos:
Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924)
Manifesto Antropófago (1928)
Manifesto Ordem e Progresso (1931)
15. Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
16.
17. *Principais Características da obra de Oswald de Andrade
Percebemos que o autor, envolto pelo instinto crítico, se atém ao
sentimento ufanista extremamente cultuado pelos artistas do
Romantismo, em especial por Gonçalves Dias, em A canção do
exílio. Mediante tal constatação, surge-nos uma dúvida: o porquê
da crítica, se o Modernismo também foi um movimento voltado
para as raízes, para uma construção de uma identidade
verdadeiramente nacional. Resta-nos inferir que ambas as
concepções, mesmo sendo semelhantes, se divergiram em um
aspecto: o nacionalismo moderno não possui o estandarte do
nacionalismo romântico - ufanista por excelência.
18. Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho é um dos maiores nomes
da poesia moderna brasileira. Natural do Recife (PE), transferiu-se
aos 10 anos com a família para o Rio de Janeiro, onde cursou o
secundário no Externato do Ginásio Nacional, hoje Colégio Pedro
II, bacharelando-se em Letras. Interrompeu os estudos de
Engenharia na Escola Politécnica de São Paulo em 1904 devido à
tuberculose.
Apesar de viver até aos 82 anos, a quebra de sua rotina de vida pela
manifestação da doença, até então fatal, marcou o início de sua
produção literária. Em 1917, influenciado pela poesia simbolista e
pós-simbolista da Europa, onde passou por estações de cura,
publicou seu primeiro livro: A Cinza das Horas. Seu segundo livro
de poemas, Carnaval (1919), diferentemente do primeiro que sugere
uma busca da simplicidade, caracteriza-se pela liberdade de
composição rítmica e afirma o autor como pioneiro do
modernismo.
19. O famoso poema Os Sapos, sátira ao parnasianismo, que veio a ser
declamado, três anos depois, durante a Semana de Arte Moderna
de 1922. Bandeira não participou diretamente da Semana, mas
mantinha amizade com os modernistas e colaborou nas
revistas Klaxon, Antropofagia, Lanterna Verde, Terra Roxae A
Revista.
Os Sapos
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
(...)
20. Suas obras:
POESIA: Poesias, reunindo A cinza das horas (1917), Carnaval, O ritmo
dissoluto (1924), Libertinagem (1930), Estrela da manhã (1936), Poesias
escolhidas (1937), Poesias completas, reunindo as obras anteriores e mais Lira
dos cinquenta anos (1940), Poesias completas, 4a edição, acrescida de Belo
belo (1948), Poesias completas, 6a edição, acrescida de Opus 10 (1954),
Poemas traduzidos (1945), Mafuá do malungo, versos de circunstância (1948),
Obras poéticas (1956), 50 Poemas escolhidos pelo autor (1955), Alumbramentos
(1960), Estrela da tarde (1960).
PROSA: Crônicas da província do Brasil (1936), Guia de Ouro Preto (1938),
Noções de história das literaturas (1940), Autoria das Cartas chilenas, separata
da Revista do Brasil (1940), Apresentação da poesia brasileira (1946), Literatura
hispano-americana (1949), Gonçalves Dias, biografia (1952), Itinerário de
Pasárgada (1954), De poetas e de poesia (1954), A flauta de papel (1957),
Prosa, reunindo obras anteriores e mais Ensaios literários, Crítica de Artes e
Epistolário (1958), Andorinha, andorinha, crônicas (1966), Os reis vagabundos e
mais 50 crônicas (1966), Colóquio unilateralmente sentimental, crônica (1968).
ANTOLOGIAS: Antologia dos poetas brasileiros da fase romântica (1937),
Antologia dos poetas brasileiros da fase parnasiana (1938), Antologia dos
poetas brasileiros bissextos contemporâneos (1946). Organizou os Sonetos
completos e Poemas escolhidos de Antero de Quental, as Obras poéticas de
Gonçalves Dias (1944), as Rimas de José Albano (1948) e, de Mário de
Andrade, Cartas a Manuel Bandeira (1958).
21. Vou-me Embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
(...)
22. Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três… trinta e três… trinta e três…
— Respire.
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o
pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
23. Andorinha
Andorinha lá fora está dizendo:
— “Passei o dia à toa, à toa!”
Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste!
Passei a vida à toa, à toa…
24. Os Sapos
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
— “Meu pai foi à guerra!”
— “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”.
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: — “Meu cancioneiro
É bem martelado.
(...)
25. Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor.
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja
fora de si mesmo
De resto não é lirismo
(...)
26. Cartas de Meu Avô
A tarde cai, por demais
Erma, úmida e silente…
A chuva, em gotas glaciais,
Chora monotonamente.
E enquanto anoitece, vou
Lendo, sossegado e só,
As cartas que meu avô
Escrevia a minha avó.
Enternecido sorrio
Do fervor desses carinhos:
É que os conheci velhinhos,
Quando o fogo era já frio.
(...)
27. O Último Poema
Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos
intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais
límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.
28. Consoada
Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
— Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
29. O Anel de Vidro
Aquele pequenino anel que tu me deste,
— Ai de mim — era vidro e logo se quebrou
Assim também o eterno amor que prometeste,
— Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.
Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, —
Aquele pequenino anel que tu me deste,
— Ai de mim — era vidro e logo se quebrou
30. Porquinho-da-Índia
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele prá sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas…
— O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.
31.
32. *Principais Características da obra de Manuel Bandeira.
• Influências simbolistas com ligações parnasianas;
• Fez poemas autobiográficos;
• Tom melancólico e lírico;
• É muito triste em seus textos;
• Temas relacionados a doenças e mortes (tuberculose);
• Folclore negro;
• Às vezes irônico;
• Rebeldia e sátira como no poema “sapos”;
• Temas populares;
• Saudade da infância;
• Desejo de libertação;