2. A CONSTRUÇÃO DO ESTADO NOVO
1928 – O presidente Óscar Carmona convida António de Oliveira
Salazar para assumir o cargo de Ministro das Finanças.
Objetivo: Resolver a grave crise económica e financeira em que o
país se encontrava.
. Salazar vê garantida a possibilidade de supervisionar
os
orçamentos de todos os ministérios e de ter direito de veto sobre
os aumentos da despesa. Inicia uma política de austeridade e
procura reorganizar as finanças do País.
3. Medidas:
Aumento de impostos;
Redução da despesa pública;
(no domínio da educação, da saúde e na redução dos salários dos funcionários públicos);
Resultados alcançados: Equilíbrio orçamental e fim do défice
financeiro;
Aumento da
popularidade e
prestígio de
Salazar
A caricatura de Francisco Valença à política financeira de Salazar,
“Sempre Fixe”, fundado em 1926;
Postal ilustrado de
1935, representando Salazar, como
“Salvador da Pátria”, no corpo de D.
Afonso Henriques,
4. 1932 – Salazar assume a chefia do Governo com o cargo de
Presidente do Conselho de Ministros (equivalente a 1º Ministro)
Estado Novo:
- Reforço do poder executivo;
- Regime monopartidário;
- Imperialismo colonial ;
6. O Estado Novo defende a preservação dos valores tradicionais:
Deus, Pátria e família;
(Uma sociedade educada segundo o modelo cristão - Deus, nacionalista – Pátria, e
corporativa - Família;)
Sala de Aula no Estado Novo
7. Cartaz da série “A lição de Salazar”, de Martins Barata (um dos sete cartazes que , em 1938, Salazar mandou distribuir por todas as escolas
8. Estes valores eram transmitidos na escola, através de cartazes de
propaganda…
Sala de Aula no Estado Novo
11. Na Escola
ANTES DA AULA:
Todos: Em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo. Ámen.
Professor: Jesus, divino Mestre…
Todos:
…iluminai
a
minha
inteligência,
dirigi
a
minha
vontade, purificai o meu coração, para
que eu seja sempre cristão fiel a Deus e
cidadão útil à Pátria.
Todos: Pai Nosso, Avé Maria, Glória.
“Excerto do Livro de Leitura da Primeira Classe”
Caderno escolar
12.
13. DEPOIS DA AULA:
Professor: Graças Vos damos, Senhor…
Todos: …por todos os benefícios que nos tendes concedido. Ámen.
Professor: Abençoai, Senhor…
Todos: …a Vossa Igreja, a nossa Pátria, os nossos Governantes, as
nossas famílias e todas as escolas de Portugal. Pai-Nosso, AveMaria, Glória. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ámen.
“Excerto do Livro de Leitura da Primeira Classe”
16. A CONSTITUIÇÃO DE 1933
Em abril de 1933 foi aprovada a Constituição que pôs fim à Ditadura
Militar e instituiu o Estado Novo.
«Leis especiais regularão o exercício da liberdade de expressão do
pensamento,
de
ensino,
de
reunião
e
de
associação, devendo, quanto à primeira, impedir preventiva ou
repressivamente a perversão da opinião pública (…)»
2º, Art. 20º, Constituição de 1933
17. Em 1934, a União Nacional (único partido legalizado e autorizado
por Salazar), elegeu a totalidade dos deputados para a Assembleia
Nacional.
Salazar dominou todos os setores da vida portuguesa – em 1936
além de chefiar o Governo,
era também titular da pasta das
Finanças, da Guerra e dos Negócios Estrangeiros.
18. AS ORGANIZAÇÕES FASCISTAS
Em 1936 surgiram duas organizações de carater fascista:
A
Legião
Portuguesa:
organização paramilitar cujo
objetivo era defender o
regime
salazarista
e
Cartão de identificação da Legião Portuguesa
combater o comunismo;
Bivaque da Legião Portuguesa
Legionários em Lisboa
19. A
Mocidade
organização
procurava
Portuguesa:
juvenil
promover
que
a
devoção à Pátria, o respeito
pela ordem, o culto do chefe
Cartão de identificação da Mocidade Portuguesa
e o espírito militar. Tina
como
destinatários
a
juventude em idade escolar
(entre os 7 e os 14 anos era
obrigatória).
O Ministro da Educação Nacional, Carneiro Pacheco, num evento da Mocidade
Portuguesa.
20. Em dezembro de 1937 formou-se
a
Mocidade
Feminina,
cujos
Portuguesa
objetivos,
de
acordo com a ideologia do Estado
Novo, eram formar uma nova
mulher, boa católica, futura mãe e
esposa obediente.
21. MECANISMOS DE REPRESSÃO
CENSURA
Tal como nas outras
ditaduras, Salazar também
limitou os direitos e
liberdades dos cidadãos. A
censura instituída em 1926
durante a ditadura militar
vai incidir sobre os meios
de comunicação socialjornais, teatro, cinema, rádi
o e televisão (cujas
emissões
regulares
começaram em 1957).
22. OBJETIVOS:
- Supervisionar os assuntos políticos, militares e religiosos;
- Impedir notícias que pudessem influenciar a população;
- Impedir qualquer atividade que pusesse em risco o governo;
Para os autores era um
verdadeiro
desafio,
conseguir
transmitir
a
sua
mensagem
nas
entrelinhas
do
texto, escapando assim
à
vigilância
dos
censores.
23. A PIDE
A polícia política, cujas origens remontam a 1926, foi reorganizada
na década de 1930. Primeiro chamada Polícia de Vigilância e
Defesa do Estado (P. V. D. E.), passou a ser conhecida por Polícia
Internacional e de Defesa do Estado (P. I. D. E.) a partir de
1945, data em que viu as suas atribuições consideravelmente
ampliadas. Na época Marcelista foi a D.G.S - Direção Geral de
Segurança.
Símbolo da PIDE
Rua António Maria Cardoso. Sede da PIDE/DGS
24. A PIDE perseguia os opositores ao regime, controlava maioria dos
cidadãos, através dos informadores.
Identificação de um agente da PIDE
Os opositores ao regime eram enviados para prisões especiais
(Caxias e Peniche) ou para o campo de concentração do Tarrafal
(Cabo Verde), onde eram torturados.
25. Em 1936 a PVDE criou o presídio do Tarrafal em Cabo Verde, sob o
seu controlo direto, como um destino para os presos políticos, que o
regime considerava mais perigosos.
Edifícios das celas do Campo do Tarrafal
26. Durante 40 anos de ditadura, 32 pessoas morreram
no Tarrafal, devido aos rigorosos regimes de internamento.
Chegada a Portugal dos restos mortais dos presos políticos falecidos no Tarrafal (1978).
28. A POLÍTICA ECONÓMICA
CARACTERISTICAS
A intervenção protecionista do Estado visava promover o
nacionalismo económico. Para isso:
- assume o controlo da economia do país;
- ambiciona a autarcia;
- promove o corporativismo;
30. Salazar procurou controlar a sociedade e a economia através do
corporativismo. Assim:
. Proibiu os sindicatos livres que foram
substituídos por sindicatos nacionais;
. Proibiu greves e o lock-out
(encerramento
temporário
das
empresas);
. Criou as Casas do Povo (uniões rurais
de trabalhadores e patrões) e as Casas
dos Pescadores com o objetivo de
melhorar as condições de vida da
população;
Cartaz do Secretariado de Propaganda
Nacional
31. INDÚSTRIA
Noa anos 30 o Estado incentiva a indústria nacional
através:
• do protecionismo ( cria barreiras alfandegárias que
dificultavam as importações);
• da facilitação ao nível da concessão de crédito
bancário;
• da redução dos salários (para manter os preços
competitivos);
32. Nos anos
permitiram
50 os planos de fomento para a indústria
o
desenvolvimento
da
indústria
química, metalúrgica e do plano hidroelétrico nacional.
Barragem de Castelo de Bode (rio Zêzere) inaugurada em 1951
Siderurgia Nacional
35. A POLÍTICA DE OBRAS PÚBLICAS
O Estado Novo investiu nas obras públicas para criar
infraestruturas que permitissem o desenvolvimento económico do
país e combater o desemprego.
38. O COLONIALISMO
As colónias foram fundamentais para a política do nacionalismo
económico: eram importantes fontes de matérias-primas
(café, sisal, algodão, minérios) e excelentes mercados para escoar
os produtos agrícolas e industriais.
Cartaz de Propaganda Nacionalista
39. - Após a 2ª Guerra
Mundial, inicia-se o processo de
descolonização, mas Portugal recusa e mantém as suas colónias.
- Em 1955 Portugal integra a ONU que exige a independência das
colónias, mas Salazar insiste em mantê-las: designa-as como
províncias ultramarinas e defende a ideia que o Estado Português
era multirracial e pluricontinental (princípio que mantém desde o
Ato Colonial de 1930).
40. As imagens foram obtidas através de pesquisa realizada na Internet.