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Fato Social e Solidariedade Mecânica
Stefanie Ferreira Rodrigues / Curso de Psicologia UFMS
Do ponto de vista sociológico não há nenhum acontecimento humano
que não seja considerado um fato social. Os homens pensam, dormem,
acordam, comem, bebem. Essas ações são de extremo interesse para a
sociedade. Quando o homem exerce seus deveres de esposo, filho,
irmão, cidadão, ele está praticando ações que se encontram fora dele,
essas ações não foram situações criadas internamente pelo homem,
mas sim criadas externamente pela sociedade. Tudo o que o homem
encontra ao nascer como crenças, e práticas que devem ser adotadas
por ele, surgiram bem antes dele nascer e é algo totalmente externo a
ele. Essas condutas são impostas quer ele queira, ou não.
Se as leis forem violadas pelo homem, estas reagem contra ele de
maneira que impede o ato cometido por ele, com a intenção de anular
tal ato e estabelecer sua conduta a uma forma normal caso esse ato
seja irreparável. O homem é levado a se vestir e se comportar de
maneira semelhante a classe que pertence, caso não se comporte da
forma que sua classe ache adequada ele é excluído, provoca riso nos
demais e isso acaba por produzir no individuo uma sensação de
punição. É coagido a pensar, agir e sentir de acordo com o que é
imposto pela sociedade, não lhe é permitido pensar, agir e sentir de
forma agradável a seus próprios olhos, ele não é totalmente livre para
viver o que se passa em seu eu interior.
As ideias e tendências não são elaboradas pelo homem, vem de fora e
são penetradas dentro dele de forma imposta e nem sempre desejável.
Os sentimentos que nascem dentro dos grupos é um sentimento
diferente do sentimento individual de cada um, o individuo tem a
impressão de que é dominado por forças que não são suas, se sentem
em outro mundo totalmente diferente do seu mundo interno individual.
O homem sente a necessidade de seguir as mudanças, que ocorrem na
sociedade, as mudanças tecnológicas, ele sabe que não seguir essas
mudanças será uma forma dele trazer ruína para si próprio, ele não é
obrigado a ser como os outros, mas ele sabe que seria praticamente
impossível não ser ou não agir como os outros. Como a humanidade
está em constante evolução, existe a necessidade dos homens evoluírem
de acordo com essas mudanças, daí a sociedade começa a se organizar
em alguns tipos de solidariedade, que são denominadas, mecânica e
orgânica.
Na solidariedade mecânica, os homens vivem de maneira semelhante,
são ligados por crenças e sentimentos que todos têm em comum, são
ligados pela condição de existência e todos vivem de forma coletiva. Não
existe espaço para o individualismo, podemos caracterizar esse grupo
de clã e aquele que age de forma individualista dentro desse clã, acaba
por tumultuar o modo de vida dos outros que ali se encontram. Nesse
tipo de solidariedade não existe divisão de trabalho, a consciência social
é menor, o mecanismo de intimidação ao indivíduo é de forma punitiva
e um tanto violenta. Nesse tipo de solidariedade, o indivíduo deve deixar
de lado o seu eu, seus desejos e vontades pessoais e agir em prol da
coletividade e harmonia social. E as sociedades são pouco
desenvolvidas.
Na solidariedade orgânica (considerada sociedade “moderna”), há uma
grande variedade de atividades, mas é necessário que todas as
consciências representem um único ponto de vista. Essa solidariedade é
produzida pela divisão do trabalho, implica que os indivíduos sejam
diferentes uns dos outros. Esse tipo de solidariedade só é possível se
cada um tiver sua própria esfera de ação, e consequentemente, uma
personalidade. A sociedade tem maior capacidade de se mover, se cada
um tiver seus próprios movimentos. Nessa solidariedade as sociedades
são industriais, os indivíduos são diferentes, independentes, tem maior
consciência social, o mecanismo de intimidação é mais formal e as
sociedades são bem desenvolvidas. Nesse tipo de solidariedade não
existem crenças e valores religiosos, mas existem os direitos e deveres
jurídicos.
O homem não escapa de fazer parte de uma sociedade, seja essa
sociedade vivida dentro da solidariedade mecânica ou solidariedade
orgânica. Não tem como o homem fugir, não teria como ele existir, não
há possibilidade de viver sozinho e isolado de tudo, e de todos. Não tem
como viver fora da realidade, longe dos direitos e deveres, dos olhos da
justiça, da convivência em grupo. De certa forma a sociedade “obriga” o
homem a passar por cima de si mesmo e colabora muito para que isso
aconteça. A sociedade transmite ao homem aquilo que ela acredita ser
certo, errado ou imoral, impõe suas regras e essas regras não mudam,
continuam ao longo do tempo passando de geração em geração e isso
acontece e continua acontecendo, quer o homem queira, ou não.

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  • 1. Fato Social e Solidariedade Mecânica Stefanie Ferreira Rodrigues / Curso de Psicologia UFMS Do ponto de vista sociológico não há nenhum acontecimento humano que não seja considerado um fato social. Os homens pensam, dormem, acordam, comem, bebem. Essas ações são de extremo interesse para a sociedade. Quando o homem exerce seus deveres de esposo, filho, irmão, cidadão, ele está praticando ações que se encontram fora dele, essas ações não foram situações criadas internamente pelo homem, mas sim criadas externamente pela sociedade. Tudo o que o homem encontra ao nascer como crenças, e práticas que devem ser adotadas por ele, surgiram bem antes dele nascer e é algo totalmente externo a ele. Essas condutas são impostas quer ele queira, ou não. Se as leis forem violadas pelo homem, estas reagem contra ele de maneira que impede o ato cometido por ele, com a intenção de anular tal ato e estabelecer sua conduta a uma forma normal caso esse ato seja irreparável. O homem é levado a se vestir e se comportar de maneira semelhante a classe que pertence, caso não se comporte da forma que sua classe ache adequada ele é excluído, provoca riso nos demais e isso acaba por produzir no individuo uma sensação de punição. É coagido a pensar, agir e sentir de acordo com o que é imposto pela sociedade, não lhe é permitido pensar, agir e sentir de forma agradável a seus próprios olhos, ele não é totalmente livre para viver o que se passa em seu eu interior. As ideias e tendências não são elaboradas pelo homem, vem de fora e são penetradas dentro dele de forma imposta e nem sempre desejável. Os sentimentos que nascem dentro dos grupos é um sentimento diferente do sentimento individual de cada um, o individuo tem a
  • 2. impressão de que é dominado por forças que não são suas, se sentem em outro mundo totalmente diferente do seu mundo interno individual. O homem sente a necessidade de seguir as mudanças, que ocorrem na sociedade, as mudanças tecnológicas, ele sabe que não seguir essas mudanças será uma forma dele trazer ruína para si próprio, ele não é obrigado a ser como os outros, mas ele sabe que seria praticamente impossível não ser ou não agir como os outros. Como a humanidade está em constante evolução, existe a necessidade dos homens evoluírem de acordo com essas mudanças, daí a sociedade começa a se organizar em alguns tipos de solidariedade, que são denominadas, mecânica e orgânica. Na solidariedade mecânica, os homens vivem de maneira semelhante, são ligados por crenças e sentimentos que todos têm em comum, são ligados pela condição de existência e todos vivem de forma coletiva. Não existe espaço para o individualismo, podemos caracterizar esse grupo de clã e aquele que age de forma individualista dentro desse clã, acaba por tumultuar o modo de vida dos outros que ali se encontram. Nesse tipo de solidariedade não existe divisão de trabalho, a consciência social é menor, o mecanismo de intimidação ao indivíduo é de forma punitiva e um tanto violenta. Nesse tipo de solidariedade, o indivíduo deve deixar de lado o seu eu, seus desejos e vontades pessoais e agir em prol da coletividade e harmonia social. E as sociedades são pouco desenvolvidas. Na solidariedade orgânica (considerada sociedade “moderna”), há uma grande variedade de atividades, mas é necessário que todas as consciências representem um único ponto de vista. Essa solidariedade é produzida pela divisão do trabalho, implica que os indivíduos sejam diferentes uns dos outros. Esse tipo de solidariedade só é possível se cada um tiver sua própria esfera de ação, e consequentemente, uma personalidade. A sociedade tem maior capacidade de se mover, se cada
  • 3. um tiver seus próprios movimentos. Nessa solidariedade as sociedades são industriais, os indivíduos são diferentes, independentes, tem maior consciência social, o mecanismo de intimidação é mais formal e as sociedades são bem desenvolvidas. Nesse tipo de solidariedade não existem crenças e valores religiosos, mas existem os direitos e deveres jurídicos. O homem não escapa de fazer parte de uma sociedade, seja essa sociedade vivida dentro da solidariedade mecânica ou solidariedade orgânica. Não tem como o homem fugir, não teria como ele existir, não há possibilidade de viver sozinho e isolado de tudo, e de todos. Não tem como viver fora da realidade, longe dos direitos e deveres, dos olhos da justiça, da convivência em grupo. De certa forma a sociedade “obriga” o homem a passar por cima de si mesmo e colabora muito para que isso aconteça. A sociedade transmite ao homem aquilo que ela acredita ser certo, errado ou imoral, impõe suas regras e essas regras não mudam, continuam ao longo do tempo passando de geração em geração e isso acontece e continua acontecendo, quer o homem queira, ou não.