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Videogame é arte?
Ms. Aline Corso
● A arte tem alguma função?
● Quando um objeto é obra de arte ou quando não é?
● O valor de uma obra de arte e o seu “preço” são a mesma coisa?
● Que fatores ou circunstâncias podem influenciar o trabalho dos artistas?
● Quem define o que é arte?
Perguntas prévias
O que é arte?
O que é arte?
• Conceito subjetivo, é impossível definir!
• Múltiplas vertentes
“ Não existe Arte. Há somente artistas” ( E. Gombrich )
“ Arte é tudo o que o homem chama Arte” (Dino de Formaggio)
“A arte existe para dizer o que é indizível” (Leonardo da Vinci)
A GRÉCIA CLÁSSICA (séc. V a.C.): a busca do ideal
de “Beleza e a fixação do “Cânone clássico”.
(reivindicação do conceito de CLASSICISMO ao longo
da História : Renascimento (séc. XV-XVI),
Neoclasicismo (séc. XVIII).
A IDADE MÉDIA (Ocidente, séc. VII-XIV) : a
mentalidade religiosa condiciona o valor das
expressões artísticas nesta época e em diferentes
culturas (Cristandade, Islã, etc.). A arte é uma forma
de Honrar Deus.
Na ÉPOCA CONTEMPORÂNEA (a partir do séc. XIX):
deslocação definitiva das tradicionais concepções da
arte. Multiplicidade de movimentos e estilos
artísticos. Triunfo do subjetivismo e do
individualismo.
O CONCEITO DE ARTE: as respostas
ao longo da História
O que é arte?
“Arte é a atividade humana ligada a manifestações de ordem
estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e
ideias, com o objetivo de estimular esse interesse de
consciência em um ou mais espectadores, e cada obra de
arte possui um significado único e diferente”.
A arte tem o poder de nos fazer pensar. Deve provocar
reflexão. A arte não precisa ser agradável pois este não é o
papel dela.
Marcel Duchamp, A
Fonte, 1915.
Marcel Duchamp e o mictório que mudou o
rumo da arte
● “ Arte será arte aquilo que eu disser que
é arte” (Marcel Duchamp)
● Dadaísmo: a vanguarda artística
questionava e contestava, por meio da
sua produção, o status da arte e do
artista;
● Readymade;
Marcel Duchamp, L.H.O.O.Q,
1919.
Nam June Paik: arte + tecnologia
O sul-coreano Nam June Paik está para a
videoarte assim como Marcel Duchamp está
para a arte conceitual. Este cruzou a primeira
metade do Século XX e ajudou a transgredir
ideias e expandir os conceitos da arte para
além das formas e das galerias, aquele
avançou nas descobertas tecnológicas e
rupturas estéticas que cercavam os recursos –
até então novos e comerciais – do vídeo e
buscava sua releitura visionária para o campo
artístico, já na segunda metade do século
passado.
Nam June Paik: arte + tecnologia
Nam June Paik: arte + tecnologia
“O verdadeiro problema implicado em ‘Arte e tecnologia’ não
é apenas inventar um novo brinquedo científico, mas de
poder humanizar a tecnologia e este meio eletrônico de
expressão que conhece progressos rápidos, muito rápidos. O
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programação”.
Nam June Paik
● “One obvious difference between art and games is that you can win a
game” (Roger Ebert)
● “Jogos são um produto de design voltado para o entretenimento”
O que é um jogo?
Atividade voluntária
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É inegável que o desenvolvimento de games siga uma lógica de mercado. O
seu caráter de entretenimento e o fato de estarem sujeitos à lei de oferta e
procura apenas reafirmam seu lugar na indústria cultural.
Mas que outra manifestação cultural na sociedade de consumo está a
salvo do modelo de mercado? A relação entre a liberdade artística e as
pressões comerciais funciona como um pêndulo. E é justamente esse
movimento, este vaivém, que mantém a indústria dos games em constante
renovação. Portanto, arte e mercado são interdependentes (BOBANY, 2007, p.
6).
Videogames: arte ou mero
entretenimento?
Mesmo assim, a afirmação definitiva dos jogos eletrônicos como arte ainda
encontra resistência. Não apenas os videogames, mas qualquer novo
movimento artístico precisa de um aval do meio especializado para que o
grande público também o considere oficialmente como arte.
No caso dos videogames, essa questão ainda é mais complicada pelo simples
fato de seu próprio consumidor não reconhecer os jogos eletrônicos como arte.
Segundo Bobany (2007, p. 12), “a percepção da maioria dos jogadores não
ultrapassa as características superficiais, como gráficos e temas instigantes”.
Videogames: arte ou mero
entretenimento?
A produção de games com um enfoque mais artístico e subjetivo pode ser
considerada uma arte de vanguarda, tendo o experimentalismo como sua
principal motivação para inovações lúdicas ao propor uma estética e/ou
interatividade diferenciadas.
Transformar a jogabilidade numa experiência além do puro entretenimento é a
principal motivação dos desenvolvedores de jogos artísticos.
Desenvolver games artísticos significa escolher com liberdade o quão
importante é a diversão de um determinado jogo em detrimento das reflexões
incluídas nele.
Videogames: arte ou mero
entretenimento?
O desenvolvimento de jogos que não tenham o propósito – pelo menos inicial –
de fazer parte da indústria cultural, ou mesmo de ir contra a mesma, não
possui as mesmas limitações impostas às empresas produtoras de games
para consoles ou aos desenvolvedores independentes que produzem jogos
como forma de sustento. O resultado são experiências lúdicas digitais que
propõem uma nova forma de jogar, pensar e questionar os diferentes aspectos
da indústria cultural e da sociedade.
Videogames: arte ou mero
entretenimento?
Arte do Game ou Game da Arte?
Hoje em dia, não há como negar a influência pervasiva (no sentido de
penetrante) da cultura dos games. Se pensarmos na “estética do Game”, ou,
em como os videogames estão transformando a arte contemporânea,
seguiremos por um caminho.
Entretanto, quando pensamos no “Game de Arte”, separando-o dos produtos
de entretenimento e de mercado, estaremos partindo para outro. Neste
segundo caso, estaremos interessados naqueles games regidos pela função
poética da linguagem, onde seu objetivo final não seja apenas o de entreter,
mesmo que ainda se sustente pelo caráter lúdico.
O que se espera de um game de arte?
O game deve vir a quebrar regras, subverter padrões, ter um papel
questionador frente a propositivas, experimentar novas sensibilidades, lançar
novas hipóteses, sensações, propor outras relações, interferir, re-editar e
criticar o seu próprio modelo criativo, enfim, que trate de uma reflexão estética
e flagre esta sua condição, exercendo sua natureza artística. Mas então, como
definir os limites entre as artes interativas, no momento em que um artista cria
um jogo que não se joga, ou que não venha agir como se é esperado? Para
Matteo Bittanti (2006), no artigo “Game Art, (this is not) A Manifesto, (this is) A
Disclamer”, gamearte é qualquer arte na qual games digitais
desempenharam algum papel significante na criação, produção, e/ou
exibição do trabalho. E a arte resultante pode existir como um game, uma
pintura, uma foto, som, animação, vídeo, performance ou instalação.
Mas, para Lúcia Leão (2005), “a denominação gamearte se refere a projetos
de caráter estético que se apropriam dos games de modo crítico e
questionador, propondo reflexões inusitadas. (...) Os projetos de gamearte se
fundamentam em três grandes questões: a subversão crítica dos usos,
sentidos e objetivos de games conhecidos; o ato de jogar (play) e uma
interatividade complexa composta por várias etapas de interação (fases)”
(LEÃO, 2005:1)
Gamearte
Modelos, texturas, narrativa, música, cinemática: resultado de escolas
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Arte nos jogos
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Construído ao redor de um poema épico, o jogo leva o público a uma escalada de descobertas sobre o maior
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conta com um inimigo implacável, a experiência é da real condição humana de luta contra o tempo e contra a
mortalidade.
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É, basicamente, um memorial interativo criado pelos pais para o filho. E, mais do que isso, uma forma de
levar os jogadores em uma saga extremamente intimista, pelos altos e baixos do tratamento, as esperanças e
as frustrações com o inevitável.
https://youtu.be/60ZCaupyHhc
MoMA - videogames
http://www.moma.org/explore/inside_out/2012/11/29/video-games-14-in-the-coll
ection-for-starters
“Jogos eletrônicos são uma ferramenta poderosa para a arte e para a
mobilização social, mas ainda precisam do apoio da sociedade para que sejam
oficialmente reconhecidos como tais”.
De acordo com Goodman, a pergunta “o que é arte?” deve ser substituída por
“quando é arte?”.
Conclusão
Bibliografia
http://www.cibercultura.org.br/tikiwiki/tiki-index.php?page=game+art
http://lounge.obviousmag.org/zoom_nas_visceras/2015/02/a-arte-eletronica-de-
june-paik.html
https://www.slideshare.net/aczandra/serious-games-art-games?qid=9e27c49f-e
762-4158-968d-e05a7c7b43e3&v=&b=&from_search=48
http://www.fabricadejogos.net/posts/historia-dos-games-o-passado-da-arte-nos
-jogos-digitais/
http://intercom.org.br/papers/regionais/nordeste2011/resumos/R28-0415-1.pdf

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Videogame é arte?

  • 2. ● A arte tem alguma função? ● Quando um objeto é obra de arte ou quando não é? ● O valor de uma obra de arte e o seu “preço” são a mesma coisa? ● Que fatores ou circunstâncias podem influenciar o trabalho dos artistas? ● Quem define o que é arte? Perguntas prévias
  • 3. O que é arte?
  • 4. O que é arte? • Conceito subjetivo, é impossível definir! • Múltiplas vertentes “ Não existe Arte. Há somente artistas” ( E. Gombrich ) “ Arte é tudo o que o homem chama Arte” (Dino de Formaggio) “A arte existe para dizer o que é indizível” (Leonardo da Vinci)
  • 5. A GRÉCIA CLÁSSICA (séc. V a.C.): a busca do ideal de “Beleza e a fixação do “Cânone clássico”. (reivindicação do conceito de CLASSICISMO ao longo da História : Renascimento (séc. XV-XVI), Neoclasicismo (séc. XVIII). A IDADE MÉDIA (Ocidente, séc. VII-XIV) : a mentalidade religiosa condiciona o valor das expressões artísticas nesta época e em diferentes culturas (Cristandade, Islã, etc.). A arte é uma forma de Honrar Deus. Na ÉPOCA CONTEMPORÂNEA (a partir do séc. XIX): deslocação definitiva das tradicionais concepções da arte. Multiplicidade de movimentos e estilos artísticos. Triunfo do subjetivismo e do individualismo. O CONCEITO DE ARTE: as respostas ao longo da História
  • 6. O que é arte? “Arte é a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular esse interesse de consciência em um ou mais espectadores, e cada obra de arte possui um significado único e diferente”. A arte tem o poder de nos fazer pensar. Deve provocar reflexão. A arte não precisa ser agradável pois este não é o papel dela.
  • 7. Marcel Duchamp, A Fonte, 1915. Marcel Duchamp e o mictório que mudou o rumo da arte ● “ Arte será arte aquilo que eu disser que é arte” (Marcel Duchamp) ● Dadaísmo: a vanguarda artística questionava e contestava, por meio da sua produção, o status da arte e do artista; ● Readymade; Marcel Duchamp, L.H.O.O.Q, 1919.
  • 8. Nam June Paik: arte + tecnologia O sul-coreano Nam June Paik está para a videoarte assim como Marcel Duchamp está para a arte conceitual. Este cruzou a primeira metade do Século XX e ajudou a transgredir ideias e expandir os conceitos da arte para além das formas e das galerias, aquele avançou nas descobertas tecnológicas e rupturas estéticas que cercavam os recursos – até então novos e comerciais – do vídeo e buscava sua releitura visionária para o campo artístico, já na segunda metade do século passado.
  • 9. Nam June Paik: arte + tecnologia
  • 10. Nam June Paik: arte + tecnologia “O verdadeiro problema implicado em ‘Arte e tecnologia’ não é apenas inventar um novo brinquedo científico, mas de poder humanizar a tecnologia e este meio eletrônico de expressão que conhece progressos rápidos, muito rápidos. O progresso já ultrapassou nossa capacidade de programação”. Nam June Paik
  • 11. ● “One obvious difference between art and games is that you can win a game” (Roger Ebert) ● “Jogos são um produto de design voltado para o entretenimento” O que é um jogo? Atividade voluntária Fora da realidade Regras Meta
  • 12. É inegável que o desenvolvimento de games siga uma lógica de mercado. O seu caráter de entretenimento e o fato de estarem sujeitos à lei de oferta e procura apenas reafirmam seu lugar na indústria cultural. Mas que outra manifestação cultural na sociedade de consumo está a salvo do modelo de mercado? A relação entre a liberdade artística e as pressões comerciais funciona como um pêndulo. E é justamente esse movimento, este vaivém, que mantém a indústria dos games em constante renovação. Portanto, arte e mercado são interdependentes (BOBANY, 2007, p. 6). Videogames: arte ou mero entretenimento?
  • 13. Mesmo assim, a afirmação definitiva dos jogos eletrônicos como arte ainda encontra resistência. Não apenas os videogames, mas qualquer novo movimento artístico precisa de um aval do meio especializado para que o grande público também o considere oficialmente como arte. No caso dos videogames, essa questão ainda é mais complicada pelo simples fato de seu próprio consumidor não reconhecer os jogos eletrônicos como arte. Segundo Bobany (2007, p. 12), “a percepção da maioria dos jogadores não ultrapassa as características superficiais, como gráficos e temas instigantes”. Videogames: arte ou mero entretenimento?
  • 14. A produção de games com um enfoque mais artístico e subjetivo pode ser considerada uma arte de vanguarda, tendo o experimentalismo como sua principal motivação para inovações lúdicas ao propor uma estética e/ou interatividade diferenciadas. Transformar a jogabilidade numa experiência além do puro entretenimento é a principal motivação dos desenvolvedores de jogos artísticos. Desenvolver games artísticos significa escolher com liberdade o quão importante é a diversão de um determinado jogo em detrimento das reflexões incluídas nele. Videogames: arte ou mero entretenimento?
  • 15. O desenvolvimento de jogos que não tenham o propósito – pelo menos inicial – de fazer parte da indústria cultural, ou mesmo de ir contra a mesma, não possui as mesmas limitações impostas às empresas produtoras de games para consoles ou aos desenvolvedores independentes que produzem jogos como forma de sustento. O resultado são experiências lúdicas digitais que propõem uma nova forma de jogar, pensar e questionar os diferentes aspectos da indústria cultural e da sociedade. Videogames: arte ou mero entretenimento?
  • 16. Arte do Game ou Game da Arte? Hoje em dia, não há como negar a influência pervasiva (no sentido de penetrante) da cultura dos games. Se pensarmos na “estética do Game”, ou, em como os videogames estão transformando a arte contemporânea, seguiremos por um caminho. Entretanto, quando pensamos no “Game de Arte”, separando-o dos produtos de entretenimento e de mercado, estaremos partindo para outro. Neste segundo caso, estaremos interessados naqueles games regidos pela função poética da linguagem, onde seu objetivo final não seja apenas o de entreter, mesmo que ainda se sustente pelo caráter lúdico.
  • 17. O que se espera de um game de arte? O game deve vir a quebrar regras, subverter padrões, ter um papel questionador frente a propositivas, experimentar novas sensibilidades, lançar novas hipóteses, sensações, propor outras relações, interferir, re-editar e criticar o seu próprio modelo criativo, enfim, que trate de uma reflexão estética e flagre esta sua condição, exercendo sua natureza artística. Mas então, como definir os limites entre as artes interativas, no momento em que um artista cria um jogo que não se joga, ou que não venha agir como se é esperado? Para Matteo Bittanti (2006), no artigo “Game Art, (this is not) A Manifesto, (this is) A Disclamer”, gamearte é qualquer arte na qual games digitais desempenharam algum papel significante na criação, produção, e/ou exibição do trabalho. E a arte resultante pode existir como um game, uma pintura, uma foto, som, animação, vídeo, performance ou instalação.
  • 18. Mas, para Lúcia Leão (2005), “a denominação gamearte se refere a projetos de caráter estético que se apropriam dos games de modo crítico e questionador, propondo reflexões inusitadas. (...) Os projetos de gamearte se fundamentam em três grandes questões: a subversão crítica dos usos, sentidos e objetivos de games conhecidos; o ato de jogar (play) e uma interatividade complexa composta por várias etapas de interação (fases)” (LEÃO, 2005:1) Gamearte
  • 19. Modelos, texturas, narrativa, música, cinemática: resultado de escolas consolidadas Arte nos jogos Tarsila do Amaral, Abaporu, 1928. Long Hat House/Raw Fury Dandara, 2018.
  • 20. MINECRAFT O jogador é livre para manusear os blocos pelos cenários, a fim de alterar a paisagem com a construção de edifícios, além de poder coletar recursos por meio da mineração. O minimalismo e a liberdade em sua proposta podem ser a fórmula de sucesso de Minecraft. https://youtu.be/MmB9b5njVbA
  • 21. JOURNEY Um jogo interativo, uma aventura on-line anônima para experimentar a vida, a passagem de uma pessoa e suas interseções com a outra pessoa. https://youtu.be/mU3nNT4rcFg
  • 22. PROTEUS O maior trunfo deste jogo é a confiança em sua própria identidade. Um jogo de descobertas, experimentação e interpretação. https://youtu.be/xvnRX2np2HQ
  • 23. BRAID “O jogo no qual você nunca morre e o tempo anda para trás” (David Moya – Softonic). Remanescente à pintura pós-impressionista. https://youtu.be/QxXkcg-stLE
  • 24. TOREN Construído ao redor de um poema épico, o jogo leva o público a uma escalada de descobertas sobre o maior mito de todos, o sentido de uma vida. Toren é um jogo com a transformação em mente, em um ambiente que conta com um inimigo implacável, a experiência é da real condição humana de luta contra o tempo e contra a mortalidade. https://youtu.be/5Jy3D-Dq2Y8
  • 25. THAT DRAGON, CANCER É, basicamente, um memorial interativo criado pelos pais para o filho. E, mais do que isso, uma forma de levar os jogadores em uma saga extremamente intimista, pelos altos e baixos do tratamento, as esperanças e as frustrações com o inevitável. https://youtu.be/60ZCaupyHhc
  • 27. “Jogos eletrônicos são uma ferramenta poderosa para a arte e para a mobilização social, mas ainda precisam do apoio da sociedade para que sejam oficialmente reconhecidos como tais”. De acordo com Goodman, a pergunta “o que é arte?” deve ser substituída por “quando é arte?”. Conclusão