SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
Baixar para ler offline
União hipostática (também conhecida como união mística ou dupla natureza de Cristo)
é a doutrina clássica da cristologia que afirma ter Jesus Cristo duas naturezas,
sendo homem e Deus ao mesmo tempo.
Desenvolvimento teológico.
Apolinário de Laodiceia foi o primeiro a usar o termo hipostática na tentativa de
compreender a encarnação. Apolinário descreveu a união do divino e humano em Jesus
Cristo como sendo de uma única natureza e tendo uma única essência ou substância - uma
união hipostática. Entretanto, Apolinário propunha que Cristo tinha um corpo humano
porém uma mente divina, esse conceito também chamado de apolinarianismo foi rejeitado
e considerado heresia no primeiro Concílio de Constantinopla.
Teodoro de Mopsuéstia foi em outra direção, argumentando que em Jesus Cristo
havia duas naturezas (humana e divina) e duas substâncias (hipóstase), no sentido de
"essência" ou "pessoa", que co-existiam ao mesmo tempo.
O Concílio de Calcedónia, em 451, concordou com Teodoro a respeito
da encarnação, entretanto o Concílio insistiu que a definição não seria da natureza e que
deveria ser na pessoa, o que concordava com o conceito trinitariano de Deus.
Assim, o Concílio declarou que em Cristo há duas naturezas, cada uma mantendo as
suas próprias propriedades, e juntas unidas numa substância e, em uma única pessoa.
Aqueles que rejeitam o Credo da Calcedôniasão também conhecidos
como monofisistasporque só aceitam uma definição que caracteriza Jesus Cristo encarnado
como tendo uma única natureza. Os demais são diofisistas (duas naturezas) porque aceitam
a união hipostática de Cristo.
Como a compreensão humana não consegue explicar de que forma é realizada essa
união das substâncias, a união hipostática de Cristo é também conhecida como "união
mística".
A união hipostática foi o motivo da separação da igreja síria e alexandrina (copta)
também conhecidas como Igrejas ortodoxas orientais
Monofisismo (do grego: monos - "único, singular" e physis - "natureza") é o ponto de
vista cristológico que defende que, depois da união do divino e do humano
na encarnaçãohistórica, Jesus Cristo, como encarnação do Filho ou Verbo (Logos) de Deus,
teria apenas uma única "natureza", a divina, e não uma síntese de ambas. O monofisismo é
contraposto pelo diofisismo (ou "diafisismo"), que defende que Jesus preservou em si as
duas naturezas.
Historicamente, o monofisismo se refere primordialmente à posição dos que
(especialmente no Egito e, em menor grau, na Síria) rejeitaram as decisões do Concílio de
Calcedônia em 451 (o quarto concílio ecumênico). Os membros mais moderados entre eles,
porém, defendem a teologia "miafisita", que se tornou a oficial para as Igrejas Ortodoxas
Orientais. Muitos ortodoxos orientais, porém, rejeitam essa classificação, mesmo como um
termo genérico, mas ele é amplamente utilizado na literatura histórica.
Após o Concílio de Calcedônia, a controvérsia monofisita (juntamente com outros
fatores institucionais e políticos, além de um crescente nacionalismo) levaram a um
duradouro cisma entre as Igrejas Ortodoxas Orientais de um lado e as Igrejas Ortodoxas e
a Igreja Católica de outro. O conflito cristológico entre monofisismo, diofisismo e suas sutis
combinações e derivações durou do século III até o VIII e deixou sua marca em todos os
concílios ecumênicos, com exceção do primeiro. A vasta maioria dos cristãos atualmente
pertence às chamadas igrejas "calcedônias", ou seja, a Católica Romana, a Ortodoxa e as
igrejas protestantes históricas(que são as que aceitam a autoridade de pelo menos os quatro
primeiros concílios). Todas elas sempre consideraram o monofisismo como sendo herético.
À luz da pesquisa histórica moderna e de discussões ecumênicas, as posições dos
miafisitas e calcedônios diferem principalmente no uso do termo chave "natureza"
(em grego: φύσις; transl.: phýsis, como utilizado nos textos originais dos concílios envolvidos
na controvérsia) ao invés da cristologia subjacente, mas outras pequenas diferenças de
interpretação ou de ênfase também existem. A comunhão plena[1]entre os ortodoxos
orientais e as várias igrejas calcedônias ainda não foi restabelecida.
Introdução
Uma breve definição do monofisismo é: "Jesus Cristo, que é idêntico ao Filho, é uma
pessoa e uma hipóstase em uma natureza: divina.".[2]
O monofisismo nasceu na "Escola Teológica de Alexandria" (um movimento e não um
local), que começou a sua análise cristológica com o (divino) Filho eterno ou Verbo de Deus
e procurou explicar como este Verbo Divino se encarnou como um homem. Pelo caminho
contrário, a Escola de Antioquia (onde nasceu o nestorianismo, a antítese do monofisismo)
partiu de Jesus (humano) dos evangelhos e tentou explicar como este homem se uniu com
o Verbo Divino na Encarnação de Jesus. Ambos os lados, é claro, concordavam que Jesus
era divino e humano, mas os alexandrinos enfatizavam a divindade (incluindo o fato de a
natureza divina ser "impassível", ou seja, imune ao sofrimento) enquanto que os antioquenos
enfatizavam a humanidade (incluindo o conhecimento limitado e a "sabedoria crescente" de
Cristo nos evangelhos). Teólogos monofisitas e nestorianos, na realidade, raramente
acreditavam nas visões extremas que seus adversários lhes atribuíam (embora alguns
possam tê-lo feito).
A doutrina monofisita foi condenada pelo Concílio de Calcedônia em 451, que, entre
outros atos, adotou a chamada "Definição de Calcedônia" (geralmente chamado de "Credo
Calcedoniano") afirmando que Cristo é o eterno Filho de Deus "que se fez conhecer em duas
naturezas sem confusão (ou seja, mistura), imutável, indivisível, sem separação, sendo as
diferenças entre as naturezas de maneira nenhuma removidas por causa da união, mas as
propriedades de cada natureza sendo preservadas e aglutinadas em umaprosopon [pessoa]
e uma hypostasis [substância] - não dividida ou partida em duasprosopa [pessoas], mas
apenas um e o mesmo Filho, unigênito, divino Verbo, Senhor Jesus Cristo".[3]
Aceito pelas sés de Roma, Constantinopla e Antioquia, o acordo firmado
em Calcedôniaencontrou forte resistência em Alexandria (e em todo o Egito), levando,
finalmente, ao cisma entre as Igrejas Ortodoxas Orientais (que rejeitam Calcedônia) e as
demais, calcedônias, que sempre consideraram o monofisismo como herético e consideram
que esta seja a posição (implícita ou explícita) dos ortodoxos orientais. Estes, por sua vez,
consideram sua própria cristologia, conhecida externamente como miafisismo e baseada
fortemente nos textos de Cirilo de Alexandria (que ambos os lados aceitam ser ortodoxo),
como sendo distinta do monofisismo e, geralmente são contra serem chamados como
tais.[4][5]
Desenvolvimento histórico
O monofisismo e sua antítese, o nestorianismo, foram temas discutidos
acaloradamente e foram dogmas que provocaram divisões nos primeiros anos do
cristianismo, especialmente na primeira metade do século V, os tumultuados anos finais
do Império Romano do Ocidente. Foi uma época marcada por uma mudança do centro de
gravidade do poder, agora localizado no Império Bizantino, particularmente na Síria,
no Levante e na Anatólia, regiões onde o monofisismo era muito popular.
Duas doutrinas desta época podem ser indiscutivelmente chamadas de "monofisitas":
▪ Eutiquianismo, que defendia que as naturezas humana e divina de Cristo foram fundidas em uma
nova natureza única (mono): sua natureza humana teria "se dissolvido como uma gota de mel no
mar".
▪ Apolinarianismo, que defendia que Cristo tinha um corpo humano e um "princípio de vida" humano,
mas que o Logos havia tomado o lugar do nous, ou "princípio pensante", análogo, mas não idêntico,
ao que se chama de "mente" nos dias de hoje.
Depois que o nestorianismo, ensinado pelo arcebispo de Constantinopla Nestório, foi
rejeitado no Primeiro Concílio de Éfeso, Eutiques, um arquimandrita na capital imperial,
emergiu com visões diametralmente opostas. A energia e imprudência com que ele dava
suas opiniões lhe valeram uma acusação de heresia em 448 e, finalmente, a excomunhão.
No ano seguinte, no controverso Segundo Concílio de Éfeso(chamado de "Latrocínio de
Éfeso"), Eutiques foi re-instalado e seus principais oponentes, Eusébio de Dorileia, Domno e
o arcebispo Flaviano de Constantinopla, foram depostos. O monofisismo e Eutiques foram
finalmente condenados em Calcedônia.
Posteriormente, o monotelismo - a crença de que Cristo tinha duas naturezas e uma
pessoa, mas tinha apenas uma "vontade", a divina - foi desenvolvida para tentar acabar com
o cisma entre os monofisitas e calcedônios, mas ela também foi rejeitada, apesar de ter sido
defendida por vários imperadores bizantinos e tendo escapado de ser condenada por ao
menos um papa, Honório I.
Diofisismo (em grego: δυοφυσῖται), também difisismo, é um termo teológico utilizado para
identificar um particular ponto de vista cristológico sobre o entendimento de como as
naturezas humana e divina se relacionam na pessoa de Jesus Cristo. O termo vem do grego
e significa literalmente "duas naturezas". Nesta interpretação, se refere às duas naturezas
distintas existindo em uma única pessoa, una e singular, de Jesus (união hipostática).
História
Diofisismo foi inicialmente utilizado para descrever o nestorianismo, a doutrina
de Nestório que afirmava que Cristo existiu como duas pessoas distintas: a humana, Jesus,
e a divina, Logos (Cristo), condenada no Primeiro Concílio de Éfeso (431 d.C.). Depois do
Concílio de Calcedônia, em 451 d.C., o uso do termo para descrever os que apoiavam a
posição calcedoniana (que continua até hoje na Igreja Católica e na Igreja Ortodoxa) era o
mesmo que chamá-las de nestorianas, que era exatamente o que acreditavam os opositores
do Concílio (Igrejas ortodoxas orientais).
Os calcedonianos se defendem enfatizando a completa e perfeita unidade das duas
naturezas em uma hipóstase. Para os eles, a união hipostática era a questão central para a
"unidade" de Jesus (sua humanidade e divindade sendo descritas como "naturezas"),
enquanto que para os ortodoxos orientais, a questão central eram a natureza como o ponto
de unidade.
Ortodoxos orientais.
O termo é utilizado para descrever a posição do Concílio de Calcedônia (451 d.C.),
sendo inicialmente aplicado pelos que rejeitaram a posição do concílio e que, por isso, eram
ou monofisitas ou miafisitas. São monofisitas os docetistas, que acreditam que Jesus só
tinha a natureza humana, e os eutiquianistas, que afirmavam que a natureza humana se
"diluiu" na natureza divina como um copo de vinagre no oceano. Já os miafisitas estão numa
posição intermediária, afirmando que Jesus tem as duas naturezas, humana e divina,
fundidas em uma só. As Igrejas ortodoxas orientais, incluindo os coptas, consideram-se
miafisitas.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aula 4 - Quarto Período - A Idade Média Cristã
Aula 4 - Quarto Período - A Idade Média CristãAula 4 - Quarto Período - A Idade Média Cristã
Aula 4 - Quarto Período - A Idade Média CristãAdriano Pascoa
 
Historia da igreja i aula 1
Historia da igreja i  aula 1Historia da igreja i  aula 1
Historia da igreja i aula 1Moisés Sampaio
 
Apostila de teologia sistematica
Apostila de teologia sistematicaApostila de teologia sistematica
Apostila de teologia sistematicaBispoAlberto
 
Aula 2 - Segundo Período - A Igreja Perseguida
Aula 2 - Segundo Período - A Igreja PerseguidaAula 2 - Segundo Período - A Igreja Perseguida
Aula 2 - Segundo Período - A Igreja PerseguidaAdriano Pascoa
 
Escatologia o Estudo das Últimas Coisas.
Escatologia o Estudo das Últimas Coisas.Escatologia o Estudo das Últimas Coisas.
Escatologia o Estudo das Últimas Coisas.Márcio Martins
 
Teologia sistematica - Cristologia
Teologia sistematica - CristologiaTeologia sistematica - Cristologia
Teologia sistematica - CristologiaGcom digital factory
 
SEITAS E HERESIAS - TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
SEITAS E HERESIAS - TESTEMUNHAS DE JEOVÁSEITAS E HERESIAS - TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
SEITAS E HERESIAS - TESTEMUNHAS DE JEOVÁLeonam dos Santos
 
As cartas pastorais
As cartas pastoraisAs cartas pastorais
As cartas pastoraisguest1671d3
 
Seitas, heresias e falsos ensinos - Introdução
Seitas, heresias e falsos ensinos - IntroduçãoSeitas, heresias e falsos ensinos - Introdução
Seitas, heresias e falsos ensinos - IntroduçãoLuan Almeida
 
Aula 5 Quinto Período - A Reforma Protestante
Aula 5   Quinto Período - A Reforma ProtestanteAula 5   Quinto Período - A Reforma Protestante
Aula 5 Quinto Período - A Reforma ProtestanteAdriano Pascoa
 
Panorama do NT - Efésios
Panorama do NT - EfésiosPanorama do NT - Efésios
Panorama do NT - EfésiosRespirando Deus
 
A doutrina do espírito santo
A doutrina do espírito santo A doutrina do espírito santo
A doutrina do espírito santo André Rocha
 
Curso de formação de diáconos
Curso de formação de diáconosCurso de formação de diáconos
Curso de formação de diáconosCleiton Azevedo
 

Mais procurados (20)

Aula 4 - Quarto Período - A Idade Média Cristã
Aula 4 - Quarto Período - A Idade Média CristãAula 4 - Quarto Período - A Idade Média Cristã
Aula 4 - Quarto Período - A Idade Média Cristã
 
Historia da igreja i aula 1
Historia da igreja i  aula 1Historia da igreja i  aula 1
Historia da igreja i aula 1
 
7. atos dos apóstolos
7. atos dos apóstolos7. atos dos apóstolos
7. atos dos apóstolos
 
Apostila de teologia sistematica
Apostila de teologia sistematicaApostila de teologia sistematica
Apostila de teologia sistematica
 
Aula 2 - Segundo Período - A Igreja Perseguida
Aula 2 - Segundo Período - A Igreja PerseguidaAula 2 - Segundo Período - A Igreja Perseguida
Aula 2 - Segundo Período - A Igreja Perseguida
 
Escatologia o Estudo das Últimas Coisas.
Escatologia o Estudo das Últimas Coisas.Escatologia o Estudo das Últimas Coisas.
Escatologia o Estudo das Últimas Coisas.
 
Teologia sistematica - Cristologia
Teologia sistematica - CristologiaTeologia sistematica - Cristologia
Teologia sistematica - Cristologia
 
SEITAS E HERESIAS - TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
SEITAS E HERESIAS - TESTEMUNHAS DE JEOVÁSEITAS E HERESIAS - TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
SEITAS E HERESIAS - TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
 
LBA LIÇÃO 1 - O que é ética cristã
LBA LIÇÃO 1 - O que é ética cristãLBA LIÇÃO 1 - O que é ética cristã
LBA LIÇÃO 1 - O que é ética cristã
 
As cartas pastorais
As cartas pastoraisAs cartas pastorais
As cartas pastorais
 
27
2727
27
 
Seitas, heresias e falsos ensinos - Introdução
Seitas, heresias e falsos ensinos - IntroduçãoSeitas, heresias e falsos ensinos - Introdução
Seitas, heresias e falsos ensinos - Introdução
 
As sete dispensações
As sete dispensaçõesAs sete dispensações
As sete dispensações
 
Aula 5 Quinto Período - A Reforma Protestante
Aula 5   Quinto Período - A Reforma ProtestanteAula 5   Quinto Período - A Reforma Protestante
Aula 5 Quinto Período - A Reforma Protestante
 
Panorama do NT - Efésios
Panorama do NT - EfésiosPanorama do NT - Efésios
Panorama do NT - Efésios
 
Paulo vida e_obra
Paulo vida e_obraPaulo vida e_obra
Paulo vida e_obra
 
A doutrina do espírito santo
A doutrina do espírito santo A doutrina do espírito santo
A doutrina do espírito santo
 
Curso de formação de diáconos
Curso de formação de diáconosCurso de formação de diáconos
Curso de formação de diáconos
 
Cristologia aula02
Cristologia aula02Cristologia aula02
Cristologia aula02
 
26 Quem é Jesus Cristo?
26   Quem é Jesus Cristo?26   Quem é Jesus Cristo?
26 Quem é Jesus Cristo?
 

Semelhante a União hipostática

Resumo do Verbete Cristologia segundo o Dicionário Patrístico e de Antiguidad...
Resumo do Verbete Cristologia segundo o Dicionário Patrístico e de Antiguidad...Resumo do Verbete Cristologia segundo o Dicionário Patrístico e de Antiguidad...
Resumo do Verbete Cristologia segundo o Dicionário Patrístico e de Antiguidad...JAVE DE OLIVEIRA SILVA
 
Teologia Contemporanea
Teologia ContemporaneaTeologia Contemporanea
Teologia ContemporaneaCarlos Alves
 
Hermenêutica dos textos religiosos
Hermenêutica dos textos religiososHermenêutica dos textos religiosos
Hermenêutica dos textos religiososJoão Pereira
 
Filosofiamedieval 130322112129-phpapp02
Filosofiamedieval 130322112129-phpapp02Filosofiamedieval 130322112129-phpapp02
Filosofiamedieval 130322112129-phpapp02Thais Madureira
 
Artigo Wesley Arruda
Artigo Wesley ArrudaArtigo Wesley Arruda
Artigo Wesley ArrudaWesley Arruda
 
Slides da Disciplina de Filosofia da Religião
Slides da Disciplina de Filosofia da ReligiãoSlides da Disciplina de Filosofia da Religião
Slides da Disciplina de Filosofia da Religiãoandrealvessobral
 
4- A igreja primitiva.pptx
4- A igreja primitiva.pptx4- A igreja primitiva.pptx
4- A igreja primitiva.pptxPIB Penha - SP
 
Aula 2apartepatristica-120404143143-phpapp02
Aula 2apartepatristica-120404143143-phpapp02Aula 2apartepatristica-120404143143-phpapp02
Aula 2apartepatristica-120404143143-phpapp02Mário Oliveira
 
Teocentrismo x criacionismo
Teocentrismo x criacionismoTeocentrismo x criacionismo
Teocentrismo x criacionismoDyhorrano Nunes
 
Filosofia medieval e cristianismo
Filosofia medieval e cristianismoFilosofia medieval e cristianismo
Filosofia medieval e cristianismoKeiler Vasconcelos
 
0 ecumenismo religioso-por- tomás nsunda lelo.cmt
0 ecumenismo religioso-por- tomás nsunda lelo.cmt0 ecumenismo religioso-por- tomás nsunda lelo.cmt
0 ecumenismo religioso-por- tomás nsunda lelo.cmtLELO
 

Semelhante a União hipostática (20)

Resumo do Verbete Cristologia segundo o Dicionário Patrístico e de Antiguidad...
Resumo do Verbete Cristologia segundo o Dicionário Patrístico e de Antiguidad...Resumo do Verbete Cristologia segundo o Dicionário Patrístico e de Antiguidad...
Resumo do Verbete Cristologia segundo o Dicionário Patrístico e de Antiguidad...
 
Teologia Contemporanea
Teologia ContemporaneaTeologia Contemporanea
Teologia Contemporanea
 
Filosofia medieval slide
Filosofia medieval slideFilosofia medieval slide
Filosofia medieval slide
 
Hermenêutica dos textos religiosos
Hermenêutica dos textos religiososHermenêutica dos textos religiosos
Hermenêutica dos textos religiosos
 
Filosofiamedieval 130322112129-phpapp02
Filosofiamedieval 130322112129-phpapp02Filosofiamedieval 130322112129-phpapp02
Filosofiamedieval 130322112129-phpapp02
 
Filosofia medieval
Filosofia medievalFilosofia medieval
Filosofia medieval
 
Artigo Wesley Arruda
Artigo Wesley ArrudaArtigo Wesley Arruda
Artigo Wesley Arruda
 
Slides da Disciplina de Filosofia da Religião
Slides da Disciplina de Filosofia da ReligiãoSlides da Disciplina de Filosofia da Religião
Slides da Disciplina de Filosofia da Religião
 
4- A igreja primitiva.pptx
4- A igreja primitiva.pptx4- A igreja primitiva.pptx
4- A igreja primitiva.pptx
 
Aula 2apartepatristica-120404143143-phpapp02
Aula 2apartepatristica-120404143143-phpapp02Aula 2apartepatristica-120404143143-phpapp02
Aula 2apartepatristica-120404143143-phpapp02
 
Filosofia medieval
Filosofia medievalFilosofia medieval
Filosofia medieval
 
Filosofia 04 - Filosofia Medieval
Filosofia 04 - Filosofia MedievalFilosofia 04 - Filosofia Medieval
Filosofia 04 - Filosofia Medieval
 
Teocentrismo x criacionismo
Teocentrismo x criacionismoTeocentrismo x criacionismo
Teocentrismo x criacionismo
 
Cristologia aula04
Cristologia aula04Cristologia aula04
Cristologia aula04
 
O quinto concílio
O quinto concílioO quinto concílio
O quinto concílio
 
Filosofia medieval deia 23
Filosofia medieval deia 23Filosofia medieval deia 23
Filosofia medieval deia 23
 
Filosofia medieval e cristianismo
Filosofia medieval e cristianismoFilosofia medieval e cristianismo
Filosofia medieval e cristianismo
 
O Credo de Calcedônia.pptx
O Credo de Calcedônia.pptxO Credo de Calcedônia.pptx
O Credo de Calcedônia.pptx
 
História da Igreja #7
História da Igreja #7História da Igreja #7
História da Igreja #7
 
0 ecumenismo religioso-por- tomás nsunda lelo.cmt
0 ecumenismo religioso-por- tomás nsunda lelo.cmt0 ecumenismo religioso-por- tomás nsunda lelo.cmt
0 ecumenismo religioso-por- tomás nsunda lelo.cmt
 

Mais de Cesar Oliveira (20)

Carta aos Hebreus
Carta aos HebreusCarta aos Hebreus
Carta aos Hebreus
 
TESSALONICENSES
TESSALONICENSESTESSALONICENSES
TESSALONICENSES
 
CARTA AOS GÁLATAS
CARTA AOS GÁLATASCARTA AOS GÁLATAS
CARTA AOS GÁLATAS
 
Apóstolo Paulo
Apóstolo PauloApóstolo Paulo
Apóstolo Paulo
 
Epistolas do cativeiro
Epistolas do cativeiroEpistolas do cativeiro
Epistolas do cativeiro
 
igrejas do apocalipse
igrejas do apocalipseigrejas do apocalipse
igrejas do apocalipse
 
Carta de tiago
Carta de tiagoCarta de tiago
Carta de tiago
 
Cartas gerais (epístola de judas)
Cartas gerais (epístola de judas)Cartas gerais (epístola de judas)
Cartas gerais (epístola de judas)
 
Cartas pastorais
Cartas pastoraisCartas pastorais
Cartas pastorais
 
Carta aos efesios
Carta aos efesiosCarta aos efesios
Carta aos efesios
 
Carta aos colossenses
Carta aos colossensesCarta aos colossenses
Carta aos colossenses
 
Jejum
JejumJejum
Jejum
 
Carta aos laodicenses
Carta aos laodicensesCarta aos laodicenses
Carta aos laodicenses
 
Nomes de Deus
Nomes de DeusNomes de Deus
Nomes de Deus
 
Livros da biblia
Livros da bibliaLivros da biblia
Livros da biblia
 
Historia da bíblia
Historia da bíbliaHistoria da bíblia
Historia da bíblia
 
7 palavras de jesus na cruz
7 palavras de jesus na cruz7 palavras de jesus na cruz
7 palavras de jesus na cruz
 
7 EU SOU
 7 EU SOU 7 EU SOU
7 EU SOU
 
A fé e o guarda chuva
A fé e o guarda chuva A fé e o guarda chuva
A fé e o guarda chuva
 
Pregação (Jonas)
Pregação (Jonas)Pregação (Jonas)
Pregação (Jonas)
 

Último

Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxLição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxCelso Napoleon
 
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da AutorrealizaçãoDar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealizaçãocorpusclinic
 
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxLição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxCelso Napoleon
 
As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)natzarimdonorte
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................natzarimdonorte
 
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAEUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAMarco Aurélio Rodrigues Dias
 
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...MiltonCesarAquino1
 
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresOração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresNilson Almeida
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoRicardo Azevedo
 
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfO Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfmhribas
 
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPaulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPIB Penha
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.LucySouza16
 
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfTabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfAgnaldo Fernandes
 
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...PIB Penha
 

Último (17)

Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxLição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
 
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da AutorrealizaçãoDar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
 
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxLição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
 
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmoAprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
 
As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................
 
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAEUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
 
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
 
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresOração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
 
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfO Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
 
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPaulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
 
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfTabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
 
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
 
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITAVICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
 
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
 

União hipostática

  • 1. União hipostática (também conhecida como união mística ou dupla natureza de Cristo) é a doutrina clássica da cristologia que afirma ter Jesus Cristo duas naturezas, sendo homem e Deus ao mesmo tempo. Desenvolvimento teológico. Apolinário de Laodiceia foi o primeiro a usar o termo hipostática na tentativa de compreender a encarnação. Apolinário descreveu a união do divino e humano em Jesus Cristo como sendo de uma única natureza e tendo uma única essência ou substância - uma união hipostática. Entretanto, Apolinário propunha que Cristo tinha um corpo humano porém uma mente divina, esse conceito também chamado de apolinarianismo foi rejeitado e considerado heresia no primeiro Concílio de Constantinopla. Teodoro de Mopsuéstia foi em outra direção, argumentando que em Jesus Cristo havia duas naturezas (humana e divina) e duas substâncias (hipóstase), no sentido de "essência" ou "pessoa", que co-existiam ao mesmo tempo. O Concílio de Calcedónia, em 451, concordou com Teodoro a respeito da encarnação, entretanto o Concílio insistiu que a definição não seria da natureza e que deveria ser na pessoa, o que concordava com o conceito trinitariano de Deus. Assim, o Concílio declarou que em Cristo há duas naturezas, cada uma mantendo as suas próprias propriedades, e juntas unidas numa substância e, em uma única pessoa. Aqueles que rejeitam o Credo da Calcedôniasão também conhecidos como monofisistasporque só aceitam uma definição que caracteriza Jesus Cristo encarnado como tendo uma única natureza. Os demais são diofisistas (duas naturezas) porque aceitam a união hipostática de Cristo. Como a compreensão humana não consegue explicar de que forma é realizada essa união das substâncias, a união hipostática de Cristo é também conhecida como "união mística". A união hipostática foi o motivo da separação da igreja síria e alexandrina (copta) também conhecidas como Igrejas ortodoxas orientais Monofisismo (do grego: monos - "único, singular" e physis - "natureza") é o ponto de vista cristológico que defende que, depois da união do divino e do humano na encarnaçãohistórica, Jesus Cristo, como encarnação do Filho ou Verbo (Logos) de Deus, teria apenas uma única "natureza", a divina, e não uma síntese de ambas. O monofisismo é contraposto pelo diofisismo (ou "diafisismo"), que defende que Jesus preservou em si as duas naturezas.
  • 2. Historicamente, o monofisismo se refere primordialmente à posição dos que (especialmente no Egito e, em menor grau, na Síria) rejeitaram as decisões do Concílio de Calcedônia em 451 (o quarto concílio ecumênico). Os membros mais moderados entre eles, porém, defendem a teologia "miafisita", que se tornou a oficial para as Igrejas Ortodoxas Orientais. Muitos ortodoxos orientais, porém, rejeitam essa classificação, mesmo como um termo genérico, mas ele é amplamente utilizado na literatura histórica. Após o Concílio de Calcedônia, a controvérsia monofisita (juntamente com outros fatores institucionais e políticos, além de um crescente nacionalismo) levaram a um duradouro cisma entre as Igrejas Ortodoxas Orientais de um lado e as Igrejas Ortodoxas e a Igreja Católica de outro. O conflito cristológico entre monofisismo, diofisismo e suas sutis combinações e derivações durou do século III até o VIII e deixou sua marca em todos os concílios ecumênicos, com exceção do primeiro. A vasta maioria dos cristãos atualmente pertence às chamadas igrejas "calcedônias", ou seja, a Católica Romana, a Ortodoxa e as igrejas protestantes históricas(que são as que aceitam a autoridade de pelo menos os quatro primeiros concílios). Todas elas sempre consideraram o monofisismo como sendo herético. À luz da pesquisa histórica moderna e de discussões ecumênicas, as posições dos miafisitas e calcedônios diferem principalmente no uso do termo chave "natureza" (em grego: φύσις; transl.: phýsis, como utilizado nos textos originais dos concílios envolvidos na controvérsia) ao invés da cristologia subjacente, mas outras pequenas diferenças de interpretação ou de ênfase também existem. A comunhão plena[1]entre os ortodoxos orientais e as várias igrejas calcedônias ainda não foi restabelecida. Introdução Uma breve definição do monofisismo é: "Jesus Cristo, que é idêntico ao Filho, é uma pessoa e uma hipóstase em uma natureza: divina.".[2] O monofisismo nasceu na "Escola Teológica de Alexandria" (um movimento e não um local), que começou a sua análise cristológica com o (divino) Filho eterno ou Verbo de Deus e procurou explicar como este Verbo Divino se encarnou como um homem. Pelo caminho contrário, a Escola de Antioquia (onde nasceu o nestorianismo, a antítese do monofisismo) partiu de Jesus (humano) dos evangelhos e tentou explicar como este homem se uniu com o Verbo Divino na Encarnação de Jesus. Ambos os lados, é claro, concordavam que Jesus era divino e humano, mas os alexandrinos enfatizavam a divindade (incluindo o fato de a natureza divina ser "impassível", ou seja, imune ao sofrimento) enquanto que os antioquenos enfatizavam a humanidade (incluindo o conhecimento limitado e a "sabedoria crescente" de Cristo nos evangelhos). Teólogos monofisitas e nestorianos, na realidade, raramente acreditavam nas visões extremas que seus adversários lhes atribuíam (embora alguns possam tê-lo feito). A doutrina monofisita foi condenada pelo Concílio de Calcedônia em 451, que, entre outros atos, adotou a chamada "Definição de Calcedônia" (geralmente chamado de "Credo Calcedoniano") afirmando que Cristo é o eterno Filho de Deus "que se fez conhecer em duas
  • 3. naturezas sem confusão (ou seja, mistura), imutável, indivisível, sem separação, sendo as diferenças entre as naturezas de maneira nenhuma removidas por causa da união, mas as propriedades de cada natureza sendo preservadas e aglutinadas em umaprosopon [pessoa] e uma hypostasis [substância] - não dividida ou partida em duasprosopa [pessoas], mas apenas um e o mesmo Filho, unigênito, divino Verbo, Senhor Jesus Cristo".[3] Aceito pelas sés de Roma, Constantinopla e Antioquia, o acordo firmado em Calcedôniaencontrou forte resistência em Alexandria (e em todo o Egito), levando, finalmente, ao cisma entre as Igrejas Ortodoxas Orientais (que rejeitam Calcedônia) e as demais, calcedônias, que sempre consideraram o monofisismo como herético e consideram que esta seja a posição (implícita ou explícita) dos ortodoxos orientais. Estes, por sua vez, consideram sua própria cristologia, conhecida externamente como miafisismo e baseada fortemente nos textos de Cirilo de Alexandria (que ambos os lados aceitam ser ortodoxo), como sendo distinta do monofisismo e, geralmente são contra serem chamados como tais.[4][5] Desenvolvimento histórico O monofisismo e sua antítese, o nestorianismo, foram temas discutidos acaloradamente e foram dogmas que provocaram divisões nos primeiros anos do cristianismo, especialmente na primeira metade do século V, os tumultuados anos finais do Império Romano do Ocidente. Foi uma época marcada por uma mudança do centro de gravidade do poder, agora localizado no Império Bizantino, particularmente na Síria, no Levante e na Anatólia, regiões onde o monofisismo era muito popular. Duas doutrinas desta época podem ser indiscutivelmente chamadas de "monofisitas": ▪ Eutiquianismo, que defendia que as naturezas humana e divina de Cristo foram fundidas em uma nova natureza única (mono): sua natureza humana teria "se dissolvido como uma gota de mel no mar". ▪ Apolinarianismo, que defendia que Cristo tinha um corpo humano e um "princípio de vida" humano, mas que o Logos havia tomado o lugar do nous, ou "princípio pensante", análogo, mas não idêntico, ao que se chama de "mente" nos dias de hoje. Depois que o nestorianismo, ensinado pelo arcebispo de Constantinopla Nestório, foi rejeitado no Primeiro Concílio de Éfeso, Eutiques, um arquimandrita na capital imperial, emergiu com visões diametralmente opostas. A energia e imprudência com que ele dava suas opiniões lhe valeram uma acusação de heresia em 448 e, finalmente, a excomunhão. No ano seguinte, no controverso Segundo Concílio de Éfeso(chamado de "Latrocínio de Éfeso"), Eutiques foi re-instalado e seus principais oponentes, Eusébio de Dorileia, Domno e o arcebispo Flaviano de Constantinopla, foram depostos. O monofisismo e Eutiques foram finalmente condenados em Calcedônia.
  • 4. Posteriormente, o monotelismo - a crença de que Cristo tinha duas naturezas e uma pessoa, mas tinha apenas uma "vontade", a divina - foi desenvolvida para tentar acabar com o cisma entre os monofisitas e calcedônios, mas ela também foi rejeitada, apesar de ter sido defendida por vários imperadores bizantinos e tendo escapado de ser condenada por ao menos um papa, Honório I. Diofisismo (em grego: δυοφυσῖται), também difisismo, é um termo teológico utilizado para identificar um particular ponto de vista cristológico sobre o entendimento de como as naturezas humana e divina se relacionam na pessoa de Jesus Cristo. O termo vem do grego e significa literalmente "duas naturezas". Nesta interpretação, se refere às duas naturezas distintas existindo em uma única pessoa, una e singular, de Jesus (união hipostática). História Diofisismo foi inicialmente utilizado para descrever o nestorianismo, a doutrina de Nestório que afirmava que Cristo existiu como duas pessoas distintas: a humana, Jesus, e a divina, Logos (Cristo), condenada no Primeiro Concílio de Éfeso (431 d.C.). Depois do Concílio de Calcedônia, em 451 d.C., o uso do termo para descrever os que apoiavam a posição calcedoniana (que continua até hoje na Igreja Católica e na Igreja Ortodoxa) era o mesmo que chamá-las de nestorianas, que era exatamente o que acreditavam os opositores do Concílio (Igrejas ortodoxas orientais). Os calcedonianos se defendem enfatizando a completa e perfeita unidade das duas naturezas em uma hipóstase. Para os eles, a união hipostática era a questão central para a "unidade" de Jesus (sua humanidade e divindade sendo descritas como "naturezas"), enquanto que para os ortodoxos orientais, a questão central eram a natureza como o ponto de unidade. Ortodoxos orientais. O termo é utilizado para descrever a posição do Concílio de Calcedônia (451 d.C.), sendo inicialmente aplicado pelos que rejeitaram a posição do concílio e que, por isso, eram ou monofisitas ou miafisitas. São monofisitas os docetistas, que acreditam que Jesus só tinha a natureza humana, e os eutiquianistas, que afirmavam que a natureza humana se "diluiu" na natureza divina como um copo de vinagre no oceano. Já os miafisitas estão numa posição intermediária, afirmando que Jesus tem as duas naturezas, humana e divina, fundidas em uma só. As Igrejas ortodoxas orientais, incluindo os coptas, consideram-se miafisitas.