1. O documento discute o potencial do turismo criativo na Rota do Café em Londrina, Paraná, Brasil.
2. Ele destaca desafios como contar melhor a história do café e criar novos atrativos e experiências para os turistas.
3. Oportunidades incluem oferecer experiências memoráveis aos visitantes, criar roteiros autoguiados e ter uma forte presença digital.
4. 4 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Expediente
Conselho Deliberativo do Sebrae Paraná
João Paulo Koslovski – Presidente
Sebrae Paraná
Vítor Roberto Tioqueta – Diretor Superintendente
Júlio Cezar Agostini – Diretor de Operações
José Gava Neto – Diretor de Gestão e Produção
Heverson Feliciano – Gerente Regional Norte
Aldo Cesar Carvalho – Coordenador do Programa Estadual de Turismo
Sérgio Garcia Ozório – Consultor da Regional Norte
5. 5Escola de Criatividade
Sumário
A Rota do Café 7
Criatividade no turismo 8
Desafios para o turismo da Rota do Café 9
Oportunidades 11
A Rota do Café como roteiro turístico 14
Café com quê? 16
Alguns conceitos, atrativos e intervenções turísticas sugeridas 18
Diretrizes operacionais 58
Diretrizes de comunicação e vendas 59
7. 7Escola de Criatividade
01 | A Rota do Café
Com todo incentivo público, especialmente do governo federal, com políticas públicas
específicas para criação de roteiros turísticos por todo Brasil, muitos roteiros foram criados.
Alguns com temáticas e diferenciais claros, outros nem tanto. A sobrevivência de cada roteiro
ficou por conta da seriedade em suas bases - com empresários realmente interessados em
trabalhar em conjunto.
Enxerga-se claramente a situação da Rota do Café na região norte do Paraná, em que seus
empresários foram estimulados a manter o pensamento no bem comum do turismo regional.
Todos eles perceberam a necessidade de se organizarem para que este roteiro realmente
acontecesse e permanecesse. Um importante elemento durante todo este processo foram
as entidades, que apoiaram e incentivaram o roteiro. Um deles foi o Sebrae, que participa
ainda hoje de todo processo de reflexão e consolidação do destino.
A partir desta reflexão, a Rota do Café apresentou a necessidade de dar um passo maior.
Todos os passos anteriores já foram dados com segurança e em terra firme. Neste momento,
o passo precisaria ser mais ambicioso, buscando um avanço em diversos aspectos -
repensar novas intervenções, esforço de vendas e promoção, definição de uma estratégia
de comunicação.
8. 8 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
02 | Criatividade no turismo
O turismo no Brasil tem se mostrado uma atividade econômica sem muitos exemplos e
casos de criatividade e inovação, deixando de usar todo seu potencial criativo que existe
naturalmente no povo brasileiro e nos recursos naturais e culturais. Situação que nos deixa
atrás de outros destinos menos privilegiados em sua natureza ou em sua essência, mas que
apostam muito em inovação e na busca de bons conceitos e experiência.
O setor no Brasil por sua pouca capacidade de inovação e ainda baixos números na econo-
mia, apesar de melhoria em alguns indicadores comparados ao passado recente, corre sério
risco de permanecer como a eterna promessa de um país que poderia “viver de turismo”.
Para quebrar conservadorismos e o estado de “zona de conforto” que naturalmente se insta-
la em regiões turísticas que têm muito a oferecer em recursos naturais, mas pouco a diversi-
ficar e a encantar, o setor deve pensar o “negócio turismo” assim como um artista pensa sua
próxima obra e não apenas como um matemático pensa suas soluções práticas e lógicas.
Faz-se necessário inovação e buscar o notável, aliado a um bom planejamento e estratégias.
E para tanto é preciso imaginação, criatividade e atitude de realização de forma constante
– que é a base do conceito de turismo criativo que desenvolvemos.
“Busque algo notável e terá inovação
e a atenção das pessoas.”
- Seth Godin
9. 9Escola de Criatividade
03 | Desafios para o turismo da
Rota do Café
• A história do café não é trabalhada e lembrada, principalmente pelas gerações mais no-
vas. No entanto, essa história faz parte do passado de muitas famílias londrinenses. Sem
esse resgate, as novas gerações acabarão por perder o sentimento de pertencimento
pelo café. Ter a Rota do Café na cidade de Londrina exige a lembrança dessa história
e sua relação individual e coletiva. A partir daí, cada morador de Londrina conseguirá
incorporar essa relação em sua vida.
• A história do café no Paraná é recente. Quando pensamos na economia do café, nos vem
à mente os grandes casarios coloniais dos Barões do Café. Todavia, a história do nosso
café paranaense é um pouco diferente, pois aconteceu num momento mais atual. Já não
existiam mais as grandes fazendas escravagistas. Nossa economia baseou-se na época
da colonização de diferentes imigrantes. Assim, das grandes fazendas cafeeiras com
grandes colônias de imigrantes possibilitou a formação de muitas cidades hoje existen-
tes em nosso estado. É importante esclarecer este contexto histórico aos turistas para
que não remetam a Rota do Café a outros destinos mineiros e paulistas.
• Como trabalhar a Rota do Café de forma que faça parte da cidade de Londrina e região
- a rota precisa existir aos londrinenses. Como integrar melhor com a cidade? Se sairmos
na rua e perguntarmos a qualquer pessoa sobre este roteiro, muitos reconhecerão sua
ignorância sobre o assunto. Esta situação apenas confirmará a necessidade de uma es-
tratégia de comunicação mais efetiva.
• Como atrair turistas para viver a experiência turística da Rota do Café em Londrina? Os
atrativos precisam possibilitar essa experiência com interações que permitam que o tu-
rista compreenda toda história do café e seus desdobramentos. Precisamos contar mais
a história.
• Repensar e criar novos atrativos - mudar o modelo mental do que considera ser a ati-
vidade turística londrinense - usando a metodologia do Turismo Criativo. Para possibili-
tar essa experiência, precisamos pensar em atrativos e conceitos diferentes daqueles já
existentes. Ter um olhar novo sobre cada atrativo e futuras intervenções é importante.
Pensar o café em diversas situações e locais. Aproveitar esta temática em diferentes
contextos.
10. 10 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
• Ousar no posicionamento da marca Café de Londrina, diversificando estratégias do
tema café para envolver a Rota do Café em cima de diversas temáticas e experiências
para o turista e o habitante.
• Criar conceito - turistas não compram produtos, compram histórias. Ao se definir o con-
ceito para um destino ou produto turístico, os desdobramentos ficam mais fáceis e na-
turais. Tudo se desenvolve a partir de uma ideia central - a comunicação, estratégias de
marketing e promoção e estratégias de venda. Depois de algumas conversas em Londri-
na, nasceu um conceito interessante para a Rota do Café, não apenas para a cidade de
Londrina - Café com quê?
11. 11Escola de Criatividade
04 | Oportunidades
Experiência turística
Ao se preparar um destino, empreendimento ou atrativo turístico não basta ter a estrutura
adequada e o bom atendimento, é preciso proporcionar uma “experiência” inesquecível ao
turista. Já não é mais suficiente informá-lo ou deixá-lo realizar determinada atividade. A
experiência precisa ser abrangente.
Desde o momento em que ele pesquise sobre a Rota do Café deverá perceber que sua visi-
ta terá ricas experiências. Isso poderá ser realizado com informações interativas no site da
Rota, nas mídias sociais e em aplicativos. Toda comunicação deve ser trabalhada para que o
turista perceba a existência da interação entre as partes - Turista/Rota do Café.
Nos empreendimentos e atrativos, a preocupação precisa estar nos detalhes, para que em
sua visita ou permanência, o turista tenha momentos agradáveis de vivência em relação
àquilo que a Rota do Café oferece.
Alguns empreendimentos já têm essa preocupação, com a experiência do manuseio de par-
te do processo produtivo do café e de sua degustação. O importante é identificar essa ex-
periência que cada empreendimento e atrativo poderá oferecer.
Roteiros auto-guiados
Muitos são os roteiros existentes no mundo. Uma característica importante em diversos ro-
teiros é a autonomia dada aos turistas durante sua visita. Deixar que o turista escolha o que
visitar, no tempo que dispor e no formato que quiser é importante. Cada turista tem uma
motivação distinta e deixá-lo “experimentar” a Rota do Café em Londrina seguindo suas
vontades e necessidades é o diferencial que podemos dar.
O turista poderá montar seu itinerário de visita de acordo com seu tempo disponível e inte-
resse utilizando as informações disponibilizadas no site ou mesmo utilizando um aplicativo
especifico. Um roteiro que faça parte de um circuito fácil de ser percorrido em um ou dois
dias. Isso facilitaria a venda já que dificilmente visitantes passam por Londrina para ficar
mais que um ou dois dias.
12. 12 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Facilitaria também para as operadoras venderem o roteiro e inserirem o circuito dentro de
outros roteiros conjugados. Além desse circuito poder se vender como um circuito prático e
sustentável onde as pessoas podem percorrê-lo a pé sem a necessidade de intermediações
e de forma rápida e intensa visitando vários pontos em regiões próximas. Circulando a pé,
ou até futuramente com a Jardineira do Café, os turistas interagem mais com a cidade e
também consomem seu comércio e serviços, movimentando a economia local.
Presença digital
Em tempos de redes sociais, o contato com o público é ainda maior, exigindo um planeja-
mento quanto a sua presença digital. Não basta ter uma página no Facebook ou contas em
outras redes se não há uma estratégia definida e monitoramento das ações.
Antes de colocar o pé na estrada o turista em potencial pesquisa na Internet informações
sobre o destino e seus serviços. As redes sociais existem para facilitar a comunicação, se
aproximar dos potenciais clientes e fechar as visitas.
A Rota do Café precisa ter essa presença digital muito bem pensada e definida, mostrando
todas as novas experiências que serão criadas como o novo Museu do Café, Museu Histórico
de Londrina, os espaços Café com quê, memoriais entre outros.
Essa tendência digital pode ser trabalhada facilitando a acessibilidade de turistas quanto às
informações, interações e experiências e ainda fazer com que promova a Rota e a cidade de
forma constante já que visitantes propagarão suas histórias e o que viveram em Londrina
no universo online com seus amigos, parceiros e familiares. Uma força de comunicação hoje
indispensável.
Rua Sergipe
Há alguns anos um grupo de pessoas iniciou o movimento de revitalização da Rua Sergipe,
tradicional rua de comércio de Londrina. O projeto Nova Sergipe previa a requalificação ur-
bana de determinado trecho da rua, sensibilização e mobilização dos comerciantes quanto
à mudança e modernização de suas vitrines, bem como a conservação das fachadas das
edificações, que contam parte da história modernista da cidade. Tal projeto ainda não foi
inteiramente concluído.
13. 13Escola de Criatividade
Para que este trabalho tenha uma relação direta com os trabalhos desenvolvidos anterior-
mente e outros que ainda estão em implantação, sugere-se a integração inteligente e coe-
rente das ações. Neste sentido, as intervenções que apresentaremos, foram pensados para
serem implementados nas proximidades da Rua Sergipe.
Isso facilitaria a circulação de turistas na região central, inclusive mantendo a concentração
num recorte único da cidade. Outros itens também teriam sua aplicação impactada positi-
vamente - comunicação visual e sinalização, definição de um roteiro auto-guiado, definição
de um futuro itinerário de uma jardineira turística, entre outros.
14. 14 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
05 | A Rota do Café como roteiro turístico
O resgate do senso de pertencimento do londrinense
A história do café na Norte do Paraná, especialmente na região de Londrina, passou por di-
versos momentos. O poderoso ciclo econômico, que dominou as exportações brasileiras du-
rante quatro décadas, iniciou seu desenvolvimento por volta de 1929 e começou seu declínio
com a grande geada de 1975. Fazendeiros, com os olhos cheios de lágrimas, incentivados
pelo governo começaram a erradicar milhões de pés de café. “Parecia que a história estava
sendo arrancada a força dos nossos corações”. (depoimento de um cafeicultor)
Os altos e baixos marcados pelas condições climáticas e pelas oscilações do mercado mun-
dial ainda repercutem na memória de muitos. Londrina se ressente com uma certa mágoa
daquilo que já foi - rica, poderosa e clamorosa.
A proposta do desenvolvimento de uma Rota Turística do Café explica o que foi e o que
ainda é o ciclo cafeeiro local e ao mesmo tempo procura trazer benefícios diretos e indiretos
para a região. As ações turísticas propostas procuram resgatar o “senso de pertencimento
dos londrinenses.”
Protagonistas dessa história, atores ligados diretamente com a atividade cafeeira e seus
familiares ainda vivem na cidade e contam suas memórias em conversas particulares. Escri-
tores como Paulo Briguet e Domingos Pellegrini Junior com seus contos e o famoso livro
Terra Vermelha divulgam ao Brasil o que foi essa Odisséia.
15.
16. 16 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
06 | Café com quê?
Conceito a ser trabalhado
O conceito “café com quê” foi criado para estimular o pensar criativo para a Rota do Café
em Londrina e buscar oportunidades e novas ideias para o desenvolvimento de vários seto-
res da cidade, não apenas o turismo.
O café sempre foi e será uma marca forte da cidade, da história e do povo londrinense, no
entanto acreditamos que é preciso diversificar ações, conceitos e estratégias sobre o tema e
a Rota do Café, para que novas histórias sejam contadas e novas experiências sejam criadas
a partir do café.
O objetivo é mostrar a Londrina das várias caras, dos vários pratos, dos vários temas e ex-
periências. A Londrina moderna que avançou rapidamente apesar de ser uma cidade muito
jovem e desde seu nascimento deixou sua marca na história do Brasil e do mundo com o
café. Mas Londrina se diversificou, cresceu e se modernizou.
Pretendemos dizer aos turistas, visitantes de passagem, investidores ou moradores que há
muito mais em Londrina do que se imagina.
E a partir das lendas, histórias e atualidades sobre o café, que está em cada esquina, rota e
construção da cidade, pretendemos mostrar o quanto Londrina se transformou em uma ci-
dade envolvente, inovadora e criativa. E de várias formas, sensações e experiências. Isso em
função da diversidade de sua população, da mistura de gente e de negócios. Não apenas a
Londrina do café. Mas a Londrina do Café com história, Café com humor, Café com design,
Café com gastronomia, Café com cultura, Café com música, Café com esporte, Café com
moda, Café com arquitetura, Café com arte e tantas outras atividades e setores que hoje
formam e impulsionam Londrina e as que podem fazer parte da cidade.
Enfim... o café muito além do café, mostrando Londrina e suas várias caras, aromas, talentos
e nuances. E você quer um café com quê em Londrina?
17. 17Escola de Criatividade
“Se me perguntam quem é
O herói que mais respeito
Lhes direi ser, sem defeito,
O inventor do café!”
18. 18 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
07 | Alguns conceitos, atrativos e
intervenções turísticas sugeridas
Picadas, trilhas e estradas - o café começa a circular
Como o café chegou e saiu dos diferentes lugares
Os meios de transporte
Carroças, balsas, caminhões, ônibus, aviões e navios
O abastecimento de combustível - as oficinas
Os postos de serviços - gasolina, óleo, querosene
As moradias
Os primeiros acampamentos, casas, pensões e hotéis
As campanhas para se atrair moradores
Os imigrantes, as campanhas, as chegadas - a grande mistura racial
Café dos Caminhões
Aproveitar os espaços dos postos de combustíveis e paradas dos viajantes nas principais ro-
dovias que passam pela região para criar um espaço para a divulgação da Rota do Café. Ao
mesmo tempo para contar a história da região, por meio de fotos antigas e objetos em vitri-
nes. Tudo relacionado aos temas expostos acima - meios de transportes, postos antigos de
combustível, oficinas, modelos de caminhões, maquetes, mapas interativos e localizações.
Possibilidade de parcerias com a Abrasel, Sindicato dos Combustíveis, empresas distribui-
dores de petróleo, redes de lanchonetes de estrada, fábricas de caminhões e pick-ups e as
concessionárias das rodovias.
19. 19Escola de Criatividade
Museu dos Caminhões Antigos
Em parceria com fábricas e empresas relacionadas, por meio de leis de incentivo, abrigar a
história da movimentação das cargas e das pessoas na região - das trilhas, ao transporte ter-
restre, à aviação e os embarques nos portos. A Viação Garcia já possui um museu e pode-
se pensar em uma parceria para transformar num espaço museológico com apelo turístico.
20. 20 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Museu da Viação Garcia.
A história da empresa e da cidade de Londrina muitas vezes se confundem. As duas foram
fundadas no mesmo ano. A Viação Garcia possui uma das mais ricas histórias dentre as
empresas de ônibus brasileiras. Além de ter acompanhado a história da cidade de Londrina,
a empresa acompanhou a evolução dos transportes ao longo dos seus anos de atividade.
“A empresa foi fundada em 1934 por Mathias Heim (mecânico e imigrante alemão) e Celso
Garcia Cid (espanhol). O primeiro veículo da empresa foi um caminhão adaptado em jardi-
neira. Em 1937, o também espanhol, José Garcia Villar comprou a parte de Heim. Os anos de
1930 foram marcados pela dificuldade de se chegar ao destino: estradas precárias e veícu-
los ainda primitivos, como a jardineira Catita, primeiro veículo da frota da empresa, faziam
exaustivas viagens, apesar da curta distância, entre as cidades da região. A primeira linha
da empresa, que partia de Londrina com destino à cidade de Jacarezinho (cerca de 150km),
levava um dia inteiro para ser percorrida. Em dias de chuva, devido aos atoleiros, correntes
eram amarradas às rodas da jardineira para auxiliá-la na transposição do terreno escorrega-
dio. Na década de 1940, os combustíveis foram a dificuldade. Devido à Segunda Guerra Mun-
dial, combustíveis passaram a ser racionados e, assim, para manter a operação de suas linhas
sem a preocupação com a falta do óleo diesel, a Viação Garcia adaptou motores GMC para
funcionarem a gasogênio, nos veículos que receberam o apelido “Pavão”. Este percorria a
linha (Londrina a Maringa/Paranavaí na média de 16h). Em 1980, um fato interessante: a visita
do Papa João Paulo II ao Brasil. A Viação Garcia foi a empresa responsável por transportar
a comitiva do Papa em sua visita ao estado do Paraná. Na cidade de Curitiba, com o Papa
Móvel e toda uma equipe de carros de apoio de segurança a sua disposição, para levá-lo do
Centro Cívico até o Aeroporto Afonso Pena, o Papa rompeu o protocolo e foi, em meio à
multidão, a caminho de um ônibus modelo Nielson da Viação Garcia, no qual ocupou a pri-
meira poltrona, ao lado do motorista. O carisma do religioso fez com que a Viação Garcia
conservasse em seu museu, situado na garagem matriz da empresa, em Londrina, o ônibus
que o transportou e ficou famoso entre motoristas e passageiros, recebendo o apelido “Pa-
pa”.”(Texto extraído do wikipedia sobre a Viação Garcia)
Com um espaço que já possui um acervo rico e com grande representatividade para a histó-
ria de Londrina, pode-se sugerir à Administração da Viação Garcia para que se transforme o
espaço num atrativo turístico para a cidade e Rota do Café. A visitação atual do museu se dá
em sua grande parte por escolas municipais. Há a necessidade de uma transformação, para
que o espaço cumpra com os requisitos exigidos pelo Ibram para ser considerado realmente
como um espaço museológico.
21. 21Escola de Criatividade
Ele deve necessariamente ter um acervo, o que ele já tem; e ter ações socio-educativas aos
seus visitantes. Além disso, para que tenha um apelo turístico, poderia existir ações mais
interativas. Um detalhe interessante seria salientar sua relação direta com a história do café,
que foi um importante meio de transporte que colaborou no desenvolvimento da economia
como também do crescimento da cidade.
22. 22 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Como fazer?
Contato com a Viação Garcia para apresentar o projeto e a possibilidade de inserção do
espaço da empresa na Rota do Café, salientando toda importância histórica e educacio-
nal. Mostrar as possibilidades de uso do museu.
Com a aprovação, montar o projeto de como seria o Museu da Viação Garcia - tratamento
de todo acervo, disposição do conteúdo, relação com a história da cidade e do café, ações
socio-educativas, momentos de interação, captação de depoimentos e exposição de víde-
os, visita aos carros da empreesa.
Possível captação de recurso mediante leis de incentivo fiscal.
Caminhões podem levar o nome Rota do Café - Londrina a todo o
Brasil
Aproveitar os caminhões que passam por Londrina e região para adesivagem em suas car-
rocerias sobre a Rota do Café. Distribuição de adesivos e de material dirigido aos caminho-
neiros. Possibilidade de parcerias com fabricantes de lonas - Vinilona Sansuy.
Como fazer?
Contato com as diversas fábricas de lonas de caminhão, como a Vinilona Sansuy, e articu-
lar uma parceria para impressão de frase, logotipo, site da Rota do Café.
Pode-se propor uma ação com caráter institucional, com a divulgação apenas de uma
marca com a frase - Londrina, a eterna capital do café.
Outra situação poderia ser propor uma permuta de espaço de divulgação e comunicação
da Rota do Café por participação em outras ações e eventos, como ações em postos de
combustível com os caminhoneiros como público.
23. 23Escola de Criatividade
Expo aviação e transportes
Durante o período do “ouro verde” a aviação foi um meio de transporte muito utilizado. O
aeroporto de Londrina foi o segundo mais movimentado do país. Resgatar esse momento
histórico com a exposição dos diversos modelos de aeronaves usadas durante este tempo -
DC3 da Real, Paulistinas, Cesnas, etc. Exposição de cartazes, fotos e réplicas.
24. 24 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Espaços museológicos e ícones da cidade
Museus e memoriais fazem parte da história
A nova museologia deve ser antes de tudo universal e incluir, não apenas os elementos de
uma exposição, mas também da arquitetura, conteúdos, comunicação, objetos e equipe. O
museólogo e físico Jorge Wagensberg, criador do museu La Caixa de Barcelona defende
que a palavra-chave para museus modernos é emoção.
“A museologia moderna deve ter alguns elementos emblemáticos que fiquem na memória
coletiva do cidadão. O problema é fazer isso, sem perder o rigor científico. Uma das nossas
hipóteses de trabalho é que a audiência de um museu é universal, não depende da idade, da
formação cultural ou do nível econômico de seus visitantes, nem do lugar onde está situado.
Um bom museu está baseado em emoções, e as emoções são iguais para os jovens, para
qualquer pessoa. O museu para os adultos também deve ser hands-on [toque], minds-on
[reflexão] e heart-on [emoção]. Tem que haver também uma interatividade mental, mais
importante que a manual. Nós queremos que se faça uma nova museologia. A prioridade do
museu é o estímulo, não a educação, embora ela não esteja proibida. Uma visita que dura 3
horas, não há tempo de educar mas, sim, para mudar a atitude diante da educação. É impor-
tante que, na saída, o visitante tenha muito mais perguntas do que ao entrar. O museu deve
mudar a atitude do espectador. Creio que é um erro tentar converter o museu em escola.
Seus recursos devem ser para despertar a curiosidade.” Jorge Wagensberg.
Ícone de uma época de ouro - o Edifício América
Ainda hoje, 80% do café comercializado no Brasil é realizado por Londrina e suas corretoras.
Duas empresas locais detém 40% das exportações de café. A concentração deste comércio
está localizada no Edifício América, importante ícone dos tempos áureos do café no Brasil.
Com este ícone podemos fazer diversas intervenções, uma delas seria identificar um espaço
no edifício para abrigar o Memorial Terra Roxa e Pé Vermelho.
25. 25Escola de Criatividade
Memorial Terra roxa e Pé vermelho
Os dois termos fazem forte referência à região e ao seu povo. Criar memorial sobre as pes-
soas que trabalharam nas lavouras, as diferentes etnias, valorizar o trabalhador anônimo,
aquele que trabalhou e não fez fortuna, o peão, o mascate, o representante comercial. Ao
mesmo tempo falar sobre o solo fertílissimo - qual a sua composição - qual a sua área de
abrangência - a Mata Atlântica, suas árvores e a ocupação dos cafeeiros.
Como fazer?
Aos moldes do Museu da Pessoa, pode-se captar depoimentos dos diversos trabalhado-
res que participaram da época do ouro verde em Londrina. Levantamento das diferentes
etnias que vieram como imigrantes para construir a cidade.
Parceria com instituições de ensino e pesquisadores que já possuem trabalhos e pesquisas
sobre este tema.
Resgate de acervo sobre os trabalhadores - vestimentas, utensílios pessoais, cartas, ma-
pas, moedas, passagens, tudo o que fez parte de sua história.
No espaço pode-se ter uma área em que os visitantes escutem as diversas histórias do
povo que construiu a cidade e trabalhou com o café, e também um ponto em que qual-
quer pessoa pode gravar sua história relacionada ao café e história de sua família na ci-
dade de Londrina. Este material pode ser analisado por um grupo curador do Memorial.
Explicação sobre o solo, suas propriedades e diferenças, seus usos na época e atual.
Estudar e viabilizar um espaço no próprio Edifício América que poderia abrigar este me-
morial, realizando um convênio com empresas para sua manutenção. Pode-se elaborar
projeto para captação de recursos para sua manutenção.
27. 27Escola de Criatividade
Incentivar a produção de um documentário sobre o Edifício
América
Contar a sua trajetória, suas histórias, desde os tempos áureos até os dias atuais. Como eram
feitas as comercializações, os períodos das geadas, a manutenção da corretagem, como
se fazem as provas, as assessorias e ajudas na comercialização e na técnica. O controle da
qualidade do café e depoimentos dos que trabalharam e trabalham no Edifício América.
Entrevista com o porteiro José Gonçalves, o “Zé Cheiroso” que trabalha há 30 anos. Pode-
se pensar em propor a cineastas e roteiristas que criem curtas e longa-metragens usando
o Edifício América como pano de fundo/cenário, criando histórias ao estilo de filmes como
O Iluminado com o Hotel Overlook, Edifício Copan, Edifício Master, etc. O Edifício América,
bem trabalhado, poderá voltar a ser ponto de referência.
Como fazer?
• Criar um concurso de roteiro para um filme ou documentário sobre o Edifício América.
• Verificar a viabilidade de se premiar com incentivos financeiros para produção dos
melhores roteiros.
• Estudar parcerias com cursos de cinema para produção do filme ou documentário.
• Aproveitar o material do Edifício América para produzir um outro vídeo sobre a cida-
de de Londrina, que envolva outros ícones da cidade, como a Ladeira do Sabão, Cine
Ouro Verde, Cadeião, entre outros.
• Distribuir estes vídeos às escolas para servir como material educativo sobre a cidade.
• Realizar exibições públicas em cinemas da cidade.
• Analisar a possibilidade de ter participações especiais de artistas consagrados que
são originalmente de Londrina.
• Incluir nos documentários os depoimentos dos que fizeram parte da história da cidade
e do café.
28. 28 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Rua Sergipe
Considerando a Rua Sergipe como a mais tradicional via de comércio da cidade, ela não po-
deria ficar de fora de um projeto de turismo para Londrina. Historicamente, a concentração
dos armazéns e outros estabelecimentos se deu em razão de sua proximidade com a Esta-
ção Ferroviária. Atualmente tem um grande apelo para o comércio popular. Isso caracteriza
o grande fluxo de pessoas que circulam durante o dia todo - horário comercial.
Com o projeto Nova Sergipe, esperava-se a requalificação urbana de todo trecho da via.
Apenas uma parte foi concluída. Para que se retome esta discussão e dê um apoio ainda
maior para sua plena execução, sugere-se a concentração das intervenções em suas pro-
ximidades. O desejo é que esta rua e o calçadão tenham uma concentração de atrativos
turísticos que justifique a revitalização do calçamento, colocação de mobiliário urbano e
sinalização, manutenção das fachadas.
Uma ação para a Rua Sergipe poderia ser a produção de murais sobre o ciclo do café nas
paredes de empena das diversas edificações da rua. A cada fachada de prédio seria contada
uma parte da história. Poderia ser trabalhado em formato de grafite ou ilustrações plotadas.
Como fazer?
• Verificar junto aos edifícios que possuem paredes de empena a possibilidade de uso.
• Autorização da prefeitura para a intervenção.
• Definição do estilo e conteúdo das imagens.
• Escolha dos artistas que produzirão e solicitação de propostas.
• Pode ser realizado um concurso na cidade.
• Captar recursos de patrocinadores, como fábrica ou loja de tinta.
30. 30 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Calçada da fama “pé-vermelho”
Um local com cenário ligado ao café, de preferência ao lado de um mural - a exemplo da
Calçada da Fama de Hollywood, deixar impresso a gravura dos pés de visitantes ilustres à
Londrina, mas coloridos na cor vermelha. Londrinenses com destaque nacional e internacio-
nal também seriam homenageados. Deve haver uma cerimônia com participação da mídia
local e regional e um diploma ao visitante ilustre - uma comissão poderá dizer quem deve
e quem não deve merecer tal honraria. Um espaço que poderia receber esta intervenção
seria o calçadão da Avenida Paraná, nas proximidades com o Edifício América ou o Museu
Histórico de Londrina. A segunda opção é um espaço com monitoramento constante, o que
contribui para evitar ações de depredação.
Como fazer?
• Definir o espaço onde será implantado. Dependendo do tamanho dessa calçada da
fama pode se estender ao longo do calçadão.
• Criar os critérios de escolha das pessoas que terão seus pés impressos e quem fará
parte dessa comissão de análise. Cuidar para não funcionar como mecanismo de ho-
menagens públicas aos políticos da cidade.
• Identificar londrinenses famosos em várias áreas que poderiam ser homenageados.
• Buscar patrocínio com uma construtora local.
32. 32 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Utilização do Espaço da Cooperativa Integrada
Pode ser utilizado para diversas ações culturais, lançamentos de produtos de empresas e
entidades, eventos esportivos entre outros. Eventos de esportes radicais como skate, bike
trial e escalada, além de shows, teatro e música. O café como pano de fundo pode fazer
parte pela história do local. E as características estimulantes e de bem estar do café também
podem dar destaque a alguns eventos que lá podem acontecer. Exemplos são os eventos
alternativos patrocinados pela RedBull onde o estímulo, a energia e a jovialidade (caracte-
rísticas também do café) são atraentes para o público e visitantes. Transformar em Centro
Cultural e de Eventos Integrada.
Como fazer?
• O prédio e seus equipamentos poderão ser resgatados com apoio da Lei Rouanet.
• Pesquisar possibilidade junto com Iphan e Ibram para implantação do museu e aqui-
sição de acervo.
• Ver possibilidades de manutenção do museu - captação de patrocínios de empresas
locais ligadas ao café, leis de incentivo.
• Fazer parceria com as universidades locais para envolver estudantes de áreas diversas
que tenham interesse em participar de um projeto específico para atrair cultura, es-
porte, música e outras com o tema café.
• Seleção de jovens proativos e interessados em gerar negócios e eventos deverá ser
feita e estes poderão contribuir diretamente com a escolha e criação dos eventos já
que estão por dentro do que acontece de mais atual no mundo do entretenimento,
esporte e shows.
33. 33Escola de Criatividade
Museu do Café
Londrina teve a maior produção de monocultura (o café) e o maior maciço produtivo con-
tínuo do mundo – nem mesmo os eucaliptais da Austrália e nem a citricultura da Flórida fo-
ram ou são maiores. Londrina foi um fenômeno mundial. Uma marca tão forte e importante
não pode ser esquecida, apesar da cidade e da região passarem por outro momento eco-
nômico e realidade. É preciso resgatar a história do café para que não se perca. Talvez essa
seja a única grande marca da cidade. Por esse motivo o Museu do Café pode desempenhar
importante papel nessa memória de uma maneira moderna e intensa.
Propõe-se criar um museu não apenas interativo, mas um museu baseado em emoções.
Aparte do acervo que deve ser recuperado e mantido, o que deve ser repensado é a experi-
ência e a emoção. A emoção é elemento fundamental para transmitir conhecimento científi-
co para o público, já que ela não impõe barreiras sociais ou econômicas. Portanto, o desafio
é criar um Museu do Café com ludicidade, experiências e atrações interativas com o café e
suas variações e histórias como tema central.
Imaginar um ambiente repleto de atividades para todas as faixas etárias, pensando em aten-
der o público em geral, desde crianças à terceira idade. Muitos empreendimentos não pen-
sam em atender ou oferecer atividades variadas que atendam a família toda. E um dos
grandes problemas de atrativos turísticos das cidades é que não são pensados para atender
famílias. Numa viagem a lazer, um grande público são aqueles que viajam em família. Com
isso, os atrativos e serviços precisam estar adequados para bem atender todos os membros
de uma família, podendo ser o casal, filhos crianças ou jovens, acompanhados de avós.
O Museu do Café deverá transmitir não apenas a história a partir de seu acervo e documen-
tos, mas também se transformar em um espaço multi-uso. Em cima do conceito “Café com
quê?” o museu poderá organizar seu acervo e suas alas a partir de um estudo de design de
interiores para permitir interações e diversas experiências ao mesmo tempo.
Pode ser criado o espaço Café com quê? que dará customização a cada tema a ser apro-
veitado nos espaços do museu. Neste espaço o visitante terá a experiência por exemplo de
entrar na ala do Café com arte - onde pinturas, esculturas e outras obras com o tema café
estarão expostas e onde também o visitante poderá pintar seu próprio quadro ou criar sua
própria escultura com o café. Ou a ala do Café com gastronomia - onde receitas com café
estarão escritas nas paredes ou um vídeo de famosos chefs nacionais e locais poderão dar
dicas de como usar o café no dia a dia da cozinha.
34. 34 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Em horas agendadas ou uma vez por semana, um chef prepara um prato no próprio museu
para ensinar as técnicas e os próprios visitantes deixam ou gravam suas receitas com café
na parede ou livro.
A ala do Café com teatro e histórias, onde atores e contadores de histórias em dias alter-
nados podem envolver crianças e pais com pequenas apresentações. Ou o Café com en-
contros, com imagens fotográficas de ícones do cinema, da televisão e das artes tomando
café em momentos marcantes alegres ou tristes. O Café com curiosidade - um espaço onde
vários pequenos bilhetinhos escondidos contam uma pequena história curiosa sobre o café
e onde o próprio visitante também poderá contribuir com seu próprio bilhete e depositar
em uma urna da curiosidade.
Ou então o espaço Café com coragem - onde cada visitante poderá se desafiar a mergulhar
literalmente no café. Uma xícara gigante de café em grãos onde a pessoa salta dentro dela
a partir de um trampolim e onde quem está vendo de baixo não consegue identificar o que
há dentro dando a impressão de que estão saltando em café quente. Café com bobagem -
onde comediantes podem realizar pequenos festivais de humor dentro do museu.
Café com música - músicos locais podem fazer pequenos pocket shows enquanto o público
degusta um cafezinho. Café com desenho - cantos no museu podem promover espaços
para as crianças desenharem sua ala favorita da visita. E onde esses desenhos assinados
seriam digitalizados e colocados na página virtual do museu para que todos confiram e
compartilhem suas artes em suas redes sociais.
Enfim nesses espaços tudo é possível - o que dá vazão à criatividade e à tematização envol-
vendo vários temas e setores ligados ao café. Onde o visitante participa, conhece, interage
e deixa seus depoimentos e contribuições fazendo com que se envolva, volte outros dias e
promova o espaço.
O espaço pode ter alguns ícones gigantes referentes ao café em alguns setores como a
xícara, bule, coador como ambientes de interação, podendo ser um formato diferente para
espaço de leitura, sessão de filmes, espaço de brincadeiras, etc. Pode-se trabalhar diversos
elementos sensoriais como o aroma do café passado na hora, torra do café, flor do cafezal,
experiência em pegar no fruto do café, café torrado, pó do café, até mesmo recriar uma fa-
zenda de café no espaço interno para que possam plantar uma muda de café, colher, secar,
descansar, ensacar, torrar, moer e degustar.
35. 35Escola de Criatividade
Criar alas com depoimentos que mostrem o poder que o café exerceu em seus tempos áu-
reos - tido como moeda nacional e referência para calcular os valores das transações entre
produtos. Semelhante o Memorial Terra roxa e Pé vermelho, estes depoimentos podem dar
o ar emotivo a muitos frequentadores, com falas que remetam às histórias de famílias. Neste
ambiente, os depoimentos podem ter caráter diferente, dando mais enfoque ao uso e mane-
jo do café. Pode-se criar também a versão online do Museu do Café e dos espaços Café com
quê? criando uma plataforma interativa quase como um espaço wikicafé com contribuições
dos internautas para o acervo digital do museu..
Sugere-se que este museu seja instalado no Cadeião, espaço do Sesc Cultural, dando ênfase
à concentração de atrativos e intervenções nas proximidades da Rua Sergipe.
37. 37Escola de Criatividade
Como fazer?
• Analisar junto ao Sesc a possibilidade de construção no Cadeião.
• Definir as prioridades e atividades do museu - quantidade de salas, seus usos e manu-
tenção.
• Identificar e estudar as interações que trabalhem com a emoção do visitante.
• Estratégia de posicionamento - branding - marca Museu do Café - diversificar.
• Design de interiores para facilitar a visitação e experiências a todo instante
• Realizar campanha para arrecadação de acervo e depoimentos.
• Montar o projeto executivo do museu.
• Pesquisar sobre espaços comerciais temáticos dos museus (pontos de tomar café com
determinada marca)
• Realizar posicionamento de marca do museu do café como outros museus pelo mun-
do e diversificar a aplicação da marca para produtos e serviços variados como novos
pontos de café.
38. 38 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Pontos de Café
Ironicamente em Londrina já não há mais pontos para se tomar café nas ruas. Então, por
que não criar pontos de café - ao estilo tradicional e a moda antiga - com a marca do Museu
do Café e onde seus atendentes estarão uniformizados com a marca do museu e utensílios,
xícaras e máquinas com apelo vintage que fariam a diferença no conceito e design.
Pode-se criar atratividade extra em alguns pontos da cidade, envolver a população e pro-
mover o museu por toda parte. Pensando a marca do novo Museu do Café de Londrina para
que seja posicionada e utilizada das mais variadas formas é uma forte estratégia de marke-
ting e vendas que poderá significar grande apelo para a cidade. O Ponto do Museu do Café
estaria em pontos de grande circulação, retomando uma velha tradição e criando um novo
produto para os habitantes e turistas.
Empresas de café podem patrocinar esses pontos e o Museu poderá explorar naming rights
nesse caso, ex: Ponto do Museu do Café - Cacique. Da mesma forma, entidades do comércio
poderão ser parceiras desse programa que certamente favorecerá a todos do comércio ao
redor dos pontos.
40. 40 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Museu Histórico de Londrina
Como dizem os londrinenses, o Museu Histórico de Londrina é um patrimônio afetivo da
cidade. Nos mesmos moldes do Museu do Café, o Museu de Londrina poderá criar conceitos
e sensações que retratem a história da cidade de maneira envolvente. Um dos conceitos a
se explorar sobre a história de Londrina é o fato da cidade ter sido considerada um fenôme-
no. Uma cidade muito jovem, com histórico de grande desenvolvimento econômico e agora
cultural, demonstra sua força como referência no interior do Paraná. Retratar a Londrina em
uma linha do tempo que identifica o que fez e faz dela uma cidade moderna e representativa
no Brasil.
O desafio é ampliar a experiência durante a visita ao Museu Histórico de Londrina, hoje
administrado pela UEL e que pela falta de recursos não consegue trazer alternativas de re-
vitalização para o espaço. O desenvolvimento econômico e o rápido crescimento da cidade
podem ser temas explorados para inclusive gerar negócios e oportunidades a empresas,
que podem ser apoiadores e patrocinadoras do novo momento do museu.
Para trabalhar todo seu caráter de museu histórico, seria interessante que sua história seja
contada de forma interativa. Inclusive com interações que incentivem e oportunizem que
seus visitantes também possam contar sua versão da história. Toda história tem mais de um
ponto de vista. Por que não dar abertura para que estes outros olhares possam ser conta-
dos? Até porque a história ainda está sendo escrita.
Este espaço pode servir para que qualquer visitante consiga compreender o que é a cida-
de de Londrina - desde sua criação como um aglomerado de terra até se transformar na
principal cidade do Norte do Paraná. Interessante seria demonstrar esse crescimento com
fotos e plantas da cidade - plotagem do mapa da cidade, onde o visitante-morador pudesse
identificar onde está localizada a sua residência e como era o espaço em outros momentos
da história. Neste item, também poderia se abordar o futuro da cidade, onde cada visitante
pudesse contribuir com ideias para uma Londrina cada vez melhor.
Outro elemento importante é que Londrina é a cidade mais modernista do Estado. Todo
acervo existente é muito significativo e poderia ser contado no museu. A história das dife-
41. 41Escola de Criatividade
rentes edificações que foram construídas, sua utilidade inicial e suas características arquite-
tônicas. Além disso, todo patrimônio imaterial produzido na cidade com diversos artistas re-
conhecidos e anônimos poderiam estar dispostos neste espaço. Até poderia deixar espaço
para que novos artistas possam mostrar sua arte, gravando depoimentos ou com imagens
a serem expostas.
Criar atividades fora do padrão como Uma noite no Museu de Londrina, onde uma vez por
mês os visitantes e turistas são brindados com alguma ação diferenciada de histórias curio-
sas e instigantes sobre Londrina e londrinenses.
42. 42 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
ilustração da katia
43. 43Escola de Criatividade
Como fazer?
• Analisar junto ao órgão responsável a possibilidade de um novo projeto para criar in-
teratividade no museu.
• Definir as prioridades e atividades do museu - quantidade de salas, seus usos e manu-
tenção a partir de uma equipe especializada e designers de interiores.
• Identificar e estudar as interações que trabalhem com a emoção do visitante com re-
lação a história de Londrina e a sua história.
• Estratégia de posicionamento - branding
• Campanha para arrecadação de acervo e depoimentos de habitantes da cidade - tra-
zendo o londrinense de volta ao museu.
• Montar o projeto executivo do museu.
• Criar eventos atuais constantes dentro do espaço do museu.
44. 44 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Museu das pinturas do café (Reproduções)
Pesquisar e resgatar as pinturas de importantes artistas brasileiros como as de Cândido Por-
tinari, Sigaud e Poty que fizeram referências ao café. Pelo alto custo das obras, poderá ser
um museu no formato virtual e/ou com reproduções em seus tamanhos naturais. Incentivar
os artistas locais também a participarem de concursos para que suas obras sejam selecio-
nadas a participar das exposições temporárias ou até do espaço permanente do museu.
Eventualmente uma grande obra de algum artista renomado - com o tema café - possa ser
exposta dentro do museu.
Este espaço poderia ser colocado junto ao Museu de Arte de Londrina, constituindo uma
de suas salas. Além disso, parte deste acervo poderia constituir a exposição itinerante, que
poderia ser exposta em outros ambientes menos tradicionais, como galerias comerciais,
shopping centers, faculdades. Se o objetivo é universalizar o acesso às obras, elas poderiam
estar em espaços por onde as pessoas circulam.
Como fazer?
• Ver a possibilidade de espaço conjunto com o Museu de Arte.
• Estudar a viabilidade de se conseguir as autorizações para reprodução das obras.
• Possibilidade para uso das imagens em produtos a serem comercializados - licencia-
mento das imagens.
• Definir uma equipe que realize um trabalho de pesquisa sobre obras famosas relacio-
nadas com o café e como produzir as reproduções.
• Identificar obras famosas que podem eventualmente estar expostas como destaque
no museu - desde que seja de forma temporária.
46. 46 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Café em Rota
Exposição itinerante sobre a história do café em Londrina para o Brasil - Coletar e utilizar di-
versos materiais e elementos que contam a história do café na cidade - depoimentos, equi-
pamentos e instrumentos de produção, cartazes, vestimentas, músicas, histórias, desenhos,
obras de arte, fotografias, entre outros para montar uma exposição itinerante que percorra
diversos espaços museológicos e outros espaços de exposição em cidades do Paraná e
outros estados.
O objetivo é que o tema Café de Londrina percorra outros centros para vender a Rota do
Café e sua história a partir de uma exposição temporária sobre o tema café. Os espaços
museológicos e memoriais de Londrina podem ceder parte de seu acervo e equipamentos
para compor essa mostra itinerante. Durante as exposições itinerantes seria desenvolvida
uma campanha para convidar e atrair turistas para conhecer Londrina e a Rota do Café.
Empresas representantes de produção do café de Londrina poderiam participar como apoio
do Café em Rota. A empresa Cacique por exemplo poderia contribuir diretamente com de-
gustações e kits de café de Londrina (selo e marca de origem).
Como fazer?
• Estudar um cronograma de exposição viável para o início do projeto - concentrar em
centros próximos.
• Criar uma rota regional e depois pelo Brasil todo.
• Articular parcerias e acordos com museus e espaços de exposição pelo país, envolver
o empresariado local.
• Estabelecer parceria com o Museu do Café e o Museu Histórico de Londrina e eventu-
almente outros espaços museológicos e memoriais da cidade para que todos contri-
buam com acervo e ações para o Café em Rota, afinal de contas estarão se promoven-
do em outros cantos do Estado e do país.
• Criar um projeto executivo e comercial.
47. 47Escola de Criatividade
Festivais e eventos
Aproveitar os festivais já existentes para divulgação da Rota do
Café
Criar atividades relacionadas aos festivais dentro dos empreendimentos da Rota do Café
para possibilitar novas atividades e interações. Pensar em atividades paralelas aos festivais
em ambientes diferentes - debates, ciclos de leitura, troca de ideias. Trabalhar em conjunto
com as comissões organizadoras dos festivais para que se crie um calendário e programa-
ção oficial destacando as atividades realizadas pela Rota do Café. Identificar os eventos
existentes e trabalhar a comunicação integrada com a Rota do Café. Os empreendimentos
da Rota do Café podem incorporar algumas atividades da programação dos festivais em
seus espaços. É interessante que os visitantes da Rota do Café conheçam os festivais e os
participantes dos festivais conheçam a Rota do Café.
15x15 do Café
Realizar eventos criativos como o 15x15 do Café - convidar personalidades relacionadas ao
mundo do café para que contem suas histórias em 15 minutos - fazendas produtivas, indús-
trias, vendedores/corretores, degustadores, baristas, pesquisadores, embalagem, produto
associados ao café e celebridades. Pode ser um evento anual com programação com mais
atividades. Para os intervalos do 15x15 normalmente são pensadas atividades criativas, com
o serviço de coffee break diferenciado. Pode-se pensar em realizar degustações de pratos e
bebidas diferenciadas com o café. Pode se tornar uma atividade complementar ao 15x15 do
Café. Necessidade de se buscar patrocínio com empresas ligadas ao café.
Concursos e festivais utilizando o tema café.
“Best coffee of the world” produtores, baristas e especialistas que elegerão o melhor café;
o melhor prato relacionado ao café, o melhor design de embalagem, etc. O Iapar já realiza
alguns eventos relacionados ao café com a pesquisa e melhoramento do café como pano de
fundo. Seria interessante divulgar estes eventos ao grande público e estudar realizá-los em
formato mais comercial. Estes eventos permitirão que pessoas diferentes participem ativa-
mente dos concursos, apresentando seus pratos, receitas de cafés, vestuários, embalagens,
pinturas, poesias, entre outros.
48. Rota do Café in Concert
Para contribuir com a popularização da his-
tória do café e seus diversos usos na cida-
de, este evento pode ser realizado com uma
periodicidade mensal ou bimestral. Seriam
encontros de pessoas apreciadoras de café
curiosas em espaços públicos ou privados.
Os empreendimentos participantes da Rota
do Café poderiam participar mais ativamente,
realizando degustação de pratos e bebidas,
apresentando informações e curiosidades so-
bre o café. É interessante a busca de patrocí-
nios para custear os eventos, que já podem
ter um calendário previamente definido.
Cada encontro pode ter um tema específico
e de acordo com o conceito que está sendo
apresentado - café com história, café com
gastronomia, café com música, café com ci-
nema, café com literatura. Nestes encontros
pode-se estimular a participação de músicos
locais e regionais que tenham canções que re-
metam à história da cidade e do café, repro-
dução de filmes sobre a cidade, aproveitando
o incentivo à produção de documentários e
curtas-metragens já sugerido no relatório.
Interessante seria se fosse constituído um
grupo curador em que seria responsável em
pesquisar, analisar e selecionar as atividades
participantes do evento.
Cine Ouro Verde
Com a reforma do Cine Ouro Verde e sua rei-
nauguração em 2015, já poderá ser estudado
um calendário de atividades e eventos que
49. 49Escola de Criatividade
tenham relação direta com o tema café - teatro, musical, roda de leituras, concursos, entre
outros. Este momento atual é o tempo para se planejar todas as ações, envolvendo os pro-
dutores culturais, os grupos de artistas, profissionais e entidades interessados.
Como fazer?
• Montar um grupo de trabalho que envolva as entidades interessadas.
• Realizar um brainstorm com as ideias de possíveis atividades relacionadas ao café,
identificar os parceiros que poderiam assumir estas atividades, definir um calendário
de realização de cada atividade.
• Montar material de divulgação em acordo com a divulgação da reinauguração do Cine
Ouro Verde, definir uma identidade visual única.
• Integrar estas atividades com a programação da Rota do Café.
• Comunicar todos os envolvidos - produtores culturais, classe artística, poder público,
empresários da Rota do Café, entre outros interessados - para que haja uma coerência
nas mensagens
50. 50 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Intervenções gerais
Roteiros turísticos
Criação de roteiros turísticos possibilita a organização dos atrativos pelas temáticas existen-
tes no destino. Duas características marcantes em Londrina são sua relação histórica com o
café e sua arquitetura modernista. Até os dias atuais a cidade preserva edificações com ca-
racterísticas modernistas. Já houve a sugestão deste roteiro em outro momento. Sugere-se
o resgate deste material e o envolvimento dos cursos de graduação em arquitetura, história,
patrimônio cultural, para uma reflexão, estudo e possivelmente a identificação destes mar-
cos da história modernista em Londrina.
Como fazer?
• Resgate de trabalhos já realizados sobre o tema.
• Contato com os grupos acadêmicos e pesquisadores sobre a arquitetura modernista
da cidade, para o levantamento do patrimônio ainda existente e que pode ser visitado.
• Levantamento de todo conteúdo e a criação de todo enredo para narrar o trajeto de
visita, tendo em vista que o turista se encanta com a história, não apenas com a infor-
mação ou o objeto visitado.
• Montagem de roteiro com apelo turístico.
51. 51Escola de Criatividade
Ônibus de turismo - Jardineira do Café
Esta é uma ideia de interesse da cidade, visto que já foi elaborado um projeto em 2010. No
entanto, não foi implantado. Hoje podemos retomar este tema, levando em consideração
este novo contexto. É interessante que haja uma implantação gradual, com funcionamento
aos finais de semana com um ou dois carros para evitar um grande investimento inicial.
Sugere-se que use o exemplo de ônibus de turismo de outros destinos, em que mantém a
validade do ingresso para um dia inteiro (24h). Durante este período, o usuário poderá subir
e descer quantas vezes quiser. O objetivo é proporcionar a visita ao maior número de atra-
tivos da cidade.
É importante que se defina o traçado do ônibus, com melhor aproveitamento e otimização
do tempo. O ônibus de turismo poderá servir como o elemento integrador dos diversos ro-
teiros da cidade. A sugestão para o trajeto contempla: rodoviária, Cadeião/Museu do Café,
Rua Sergipe, Museu de Arte, Calçadão, praça Marechal Rondon, Terminal Urbano, Museu His-
tórico, Edifício América, Teatro Municipal, Museu da Viação Garcia, Cine Ouro Verde, Iapar,
Jardim Botânico, entre outros.
52. 52 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Rua Arcebispo Dom Geraldo Fernandes
Rua Jacob Bartolomeu Minati
Rua Goiás
Rua Pará
Rua Pio XII
Rua Benjamin Constant
Rua Acre
Av.Higienópolis
Av.SãoPaulo
RuaMinasGerais
Av.DuquedeCaxias
Av.JorgeCasoni
Av. Celso Garcia Cid
Rua Sergipe
Rua Maranhão
Terminal Urbano
Calçada da Fama
Catedral
Edifício América
Memorial Terra Roxa e Pé Vermelho
Rodoviária
Teatro Municipal
de Londrina
Cine Ouro Verde
Legenda
Itinerário ônibus
de turismo
Museu do Café
Cadeião
Biblioteca Municipal
Teatro Zaqueu de Melo
Cartaz e Infográfico Museu dos Transportes
Exposição de Cartazes Antigos
Jardim Botânico
Viação Garcia
Aeroporto
Mural do Café / grafites no muro
Cemitério Municipal
Cooperativa Integradas
Concha acústica
Estádio do Café
Mural do café
Museu de Arte de Londrina
Rua Sergipe
Calçadão da Avenida Paraná
Museu das Pinturas de café (Reproduções)
Museu Histórico de Londrina
Exposição de Cartazes e Infográficos
Praça da Imigração Japonesa
Planetário
e de Cartazes Antigos
Exposição Itinerante
Mural do café
Sugestão de itinerário do ônibus de turismo
53. 53Escola de Criatividade
Como fazer?
• Reavaliar o projeto do ônibus de turismo de 2010 para o contexto atual.
• Analisar o itinerário que o ônibus poderia seguir.
• Avaliar os parceiros potenciais - analisar a parceria com o comércio local, inclusive
com os grandes shoppings centers para manutenção do ônibus ou mesmo uma contri-
buição voluntária para o projeto. A contribuição permite que o estabelecimento entre
no itinerário do ônibus. Tem-se que avaliar a viabilidade desta parceria.
• Fazer benchmark com outros destinos que possuem suas linhas de turismo - avaliar
a viabilidade econômico-financeira, satisfação dos usuários. O estudo das melhores
práticas pode facilitar a implantação, inclusive na atração de investidores.
54. 54 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Jardim Botânico
Dar um aproveitamento ao espaço para mostrar a ‘era do ouro verde’ com a criação de uma
área da flora econômica, com a exposição de plantas que contribuem diretamente para a
economia da cidade. Ter diferentes pés de café plantados para que os visitantes possam
reconhecer os tipos de café existentes. Isso poderá até lembrá-los que muitos dos nomes
dos tipos de café já são usados no dia a dia da cidade - Catuaí, Bourbon, Caturra, Sumatra.
Pode-se realizar uma parceria com o Iapar, importante centro de pesquisa e estudo sobre
o café. Eles podem realizar workshops para que todos os funcionárias do Jardim Botânico
conheçam um pouco mais sobre a história do café, descrição, propriedades de cada tipo.
Outra ação interessante é realizar uma campanha de distribuição de mudas de café para
serem plantadas em espaços púbicos da cidade, como o calçadão. Com o tempo, diversos
pontos da cidade conhecerão o ciclo do café, o tempo da florada, frutos e pequenas colhei-
tas.
Como fazer?
• Avaliação sobre a possibilidade para uma área para a flora econômica junto aos admi-
nistradores do Jardim Botânico.
• Contato para firmar a parceria com o Iapar para repasse de conhecimento sobre os
diferentes tipos de pé de café.
• Análise da viabilidade da distribuição de mudas de pé de café em parceria com o Par-
que Florestal Arthur Thomas e seu horto florestal.
55.
56. 56 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Rua Arcebispo Dom Geraldo F
Rua Pio XII
Rua Benjamin Constant
Av.Higienópolis
R
Terminal Urbano
Calça
Jardim Botânico
Estádio do Café
Mural do café
Rua Sergipe
Cal
Mural do café
Concha acústica, Biblioteca e Teatros
Teatro Municipal de Londrina, Teatro Zaqueu de Melo
- palco para ações paralelas aos festivais já existentes
com apresentações com a temática café. Uso dos es-
paços para exposição de cartazes e infográficos que
contam informações e curiosidades sobre o café. Será
melhor descrito no item Estratégias de comunicação
e vendas.
57. 57Escola de Criatividade
Fernandes
Rua Jacob Bartolomeu Minati
Rua Goiás
Rua Pará
Rua Acre
Av.SãoPaulo
RuaMinasGerais
Av.DuquedeCaxias
Av.JorgeCasoni
Av. Celso Garcia Cid
Rua Sergipe
Rua Maranhão
ada da Fama
Catedral
Edifício América
Memorial Terra Roxa e Pé Vermelho
Rodoviária
Teatro Municipal
de Londrina
Cine Ouro Verde
Museu do Café
Cadeião
Biblioteca Municipal
Teatro Zaqueu de Melo
Cartaz e Infográfico Museu dos Transportes
Exposição de Cartazes Antigos
Viação Garcia
Aeroporto
Mural do Café / grafites no muro
Cemitério Municipal
Cooperativa Integradas
Concha acústica
Museu de Arte de Londrina
lçadão da Avenida Paraná
Museu das Pinturas de café (Reproduções)
Museu Histórico de Londrina
Exposição de Cartazes e Infográficos
Praça da Imigração Japonesa
Planetário
e de Cartazes Antigos
Exposição Itinerante
Mapa com as intervenções sugeridas
58. 58 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
08 | Diretrizes operacionais
Tem-se que ter o cuidado para não aumentar a responsabilidade do poder público, pela
sua dificuldade em fazer a gestão do atrativo, destinação do orçamento para outras áreas,
prioridades diferentes da iniciativa privada. Mesmo algumas intervenções que possam ser
de responsabilidade do poder público, sugere-se a criação de projetos para captação de re-
cursos públicos estaduais e federais. Um bom exemplo disso foi o trabalho de turismo para a
cidade de Barracão, bem semelhante ao presente projeto de Londrina. Na época, o prefeito
de Barracão, de posse do relatório, articulou-se para captar R$4 milhões para executar parte
do projeto. Essa atitude demanda uma boa articulação local, colocando os principais atores
(prefeito, sua equipe e deputados) sensíveis às demandas dos projetos turísticos elabora-
dos.
Identificar a entidade que tem maior caráter idôneo, como o Comtur, governança, Conven-
tion Bureau, para ser o grande gestor. Não significa que deverá ser o único responsável.
Pode-se criar um modelo de gestão compartilhada de acordo com a necessidade. Exemplo
seria o Museu das Pinturas do Café (Reproduções), em que seria criado um coletivo de en-
tidades para dividir as responsabilidades. É um formato inovador de gestão de patrimônio
turístico e cultural. Outro exemplo pode ser o Centro Cultural e de Eventos Integradas, em
que a entidade Cooperativa Integrada não tem como foco a área cultural e turística. No en-
tanto, tem espaço e acervo que podem ter um melhor aproveitamento turístico e cultural. A
cooperativa não precisa fazer esta gestão sozinha, pode ter a colaboração de outas entida-
des, mediante um contrato de concessão ou de gestão.
Busca de recurso. Para a implantação de algumas intervenções, sugere-se a elaboração de
projetos executivos específicos para identificar o montante necessário para sua construção.
A partir daí, há a necessidade de elaborar um segundo projeto - agora o de captação de
recursos. Essa captação pode estar vinculada a alguma lei de incentivo fiscal municipal ou
federal.
Algumas das intervenções sugeridas estão em propriedades de empresas ou entidades,
como o Museu do Café, na área do Sesc, o Centro Cultural Integradas, na Cooperativa Inte-
grada, o Museu dos Transportes, na Viação Garcia, o Memorial Terra Roxa e Pé Vermelho, no
Edifício América. Com estas, há a necessidade de elaborar projeto de captação de recursos,
caso não tenham recursos próprios para o investimento. O ideal é que apliquem as leis de
incentivo para terem benefícios fiscais.
59. 59Escola de Criatividade
09 | Diretrizes de comunicação e vendas
A necessidade de uma linha de comunicação
Qualquer projeto dessa envergadura exige um plano de comunicação que oriente, ao longo
do tempo, as ações para se conseguir engajamento e venda. Ao mesmo tempo que se vende
a ideia da Rota do Café aos locais, procura-se obter resultados imediatos na forma de venda
de pacotes turísticos. É preciso fazer gols nos dez primeiros minutos do jogo.
As ações de comunicação podem ser trabalhadas de forma que reconte a história do café
e mostre que ela ainda existe de forma latente na memória de todos. Organizada na forma
de novos atrativos turísticos e na criação de produtos correlatos ao tema café poderá gerar
novas riquezas, empregos e valores subjetivos à marca Londrina.
Divulgação nas estradas - utilizar os benefícios oferecidos às concessionárias de pedágio
da região às prefeituras, para comunicar ações de divulgação da Rota do Café. Panfletagem
em períodos prévios a feriados e férias escolares, outdoor nas rodovias, anúncios e reporta-
gens nas revistas e site das concessionárias.
Acordo com postos de combustível para divulgação da Rota do Café - instalação de to-
tens, exposições e banners de indicação da Rota.
Mural do Café - mural que conta a história da era do café. A ser colocado em espaços públi-
cos com grande circulação, como uma praça movimentada ou próximo de terminal rodoviá-
rio. Sugere-se o uso do muro do Cemitério para a produção do mural e algumas paredes de
empena dos prédios da Rua Sergipe. Algumas edificações possuem paredes propícias para
a produção de grandes murais, que ficariam facilmente à vista aos passantes.
61. 61Escola de Criatividade
Grafites - convidar coletivos de artistas grafiteiros para desenhar em espaços públicos e
privados da cidade de Londrina usando o tema café. Pode-se utilizar diversos espaços para
realizar o trabalho de grafite, como parte do muro do Estádio do Café, Terminal Urbano.
Uma ação interessante seria uma campanha para que os londrinenses pudessem indicar os
muros que os coletivos pudessem deixar a sua arte.
62. 62 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Cartazes e infográficos que contam a
história e curiosidades sobre o café -
distribuí-los por diversos pontos da ci-
dade: terminais de ônibus, hall de ho-
téis, janelas de ônibus, ruas, painéis em
edifícios públicos, elevadores, shopping
centers, etc. Uma forma de sensibilizar
a sociedade sobre a história, pertinên-
cia, benefícios, tipos e usos do café no
nosso dia a dia seria a produção de car-
tazes diferentes e com grande apelo vi-
sual com esse conteúdo. Este material
poderia ser itinerante e espalhado em
diversos espaços, como o terminal ur-
bano de ônibus, teatros, biblioteca.
63.
64. Exposição de cartazes antigos de Londrina e sobre o café - resga-
tar os antigos cartazes que eram utilizados para divulgar o café da
região e o Café do Brasil. Expor de forma itinerante e em espaços pú-
blicos para trabalhar o sentido de pertencimento à história da cidade.
Se possível uma exposição itinerante que percorra outras cidades.
Interessante seria mostrar este material nos dois principais portões
de entrada da cidade - rodoviária e aeroporto. Ao chegar na cidade,
todos os visitantes seriam recebidos com uma exposição de cartazes
que foram utilizados nos tempos áureos do café.
65.
66. 66 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Novos produtos - artesanato, moda, objetos - associados à Rota do Café - o tema café po-
derá ser motivo para a criação de uma grife e referência para outras artes. Com os elementos
da iconografia do café criar base para a produção de vestuários e acessórios. Convidar um
grande ícone da moda brasileira com o Ronaldo Fraga e desafiá-lo a criar uma coleção usan-
do este tema. Pode-se criar um concurso para novos estilistas para produzir suas coleções
e realizar um grande desfile. Convidar Vick Muniz e desafiá-lo a criar uma obra sobre o café,
utilizando-o como matéria-prima. Pode-se trabalhar o cunho socio-cultural dessa atividade.
fotos produtos
67.
68. 68 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Ciência, alimentação e nutrição - desafiar
cientistas a estudarem novos produtos que
se utilizem dos benefícios do café. Estimu-
lar centros de pesquisa de todo mundo
que façam isto. Como o Ital de Campinas.
Propor parcerias entre o Iapar e os cen-
tros de pesquisas de nutrição. Londrina é
reconhecida como polo acadêmico, com
uma concentração grande de morado-
res-estudantes e professores. Uma apro-
ximação com este público é interessante
para se criar tradição em pesquisa sobre o
tema. Qualquer área pode relacionar suas
pesquisas ao tema café - área de saúde,
gastronomia, agronomia, engenharia, de-
sign, humanas. Estimular elaboração de
monografias sobre o tema café nos cursos
acadêmicos e de pós-graduação.
69.
70. 70 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Planejamento da presença digital - identificar as principais redes sociais de acordo com
perfil dos visitantes, realizar o planejamento dessa presença digital, com a definição da linha
de comunicação, regularidade de postagens, investimentos necessários para posts patroci-
nados, site planejado com SEO para facilitar o rankeamento no google. A Rota do Café e os
empreendimentos participantes poderiam contratar uma única empresa que prestasse esse
serviço, fazendo um acordo comercial para melhorar o valor para cada contribuinte.
Comercialização online - os produtos e serviços da Rota do Café podem ser comercia-
lizados pelo ambiente virtual, pode-se ter uma loja virtual no site ou na página do Face-
book para concentrar as reservas das visitas, integrando com o sistema de comercialização
individual dos empreendimentos. Uma dificuldade apresentada pelos empreendedores da
Rota do Café é a comercialização de seus produtos, que fica restrito aos frequentadores do
roteiro. Uma vez disponibilizado na Internet, a amplitude de atendimento aumenta conside-
ravelmente. Atenção para capacidade produtiva de cada empreendimento, cálculo do valor
do frete, atendimento às normas sanitárias.
Criação de aplicativo sobre a Rota do Café - mapa interativo com informações sobre os
atrativos e empreendimentos, depoimentos, curiosidades, história do café, infográficos so-
bre variedades de café, como prepará-lo, harmonização com pratos, jogos para o público
jovem e infantil, espaço para interação.
Definir uma linha de comunicação mais moderna - repaginação da logo, identificando as
tendências de logotipia praticadas em outros roteiros turísticos, definição de linha de comu-
nicação base aos eventos da Rota do Café e suas atividades para facilitar a identificação e
relação da imagem com o roteiro. Realizar um plano de comunicação com foco no posicio-
namento das marcas que envolvem o tema café da cidade conforme intervenções, conceitos
e estratégias sugeridas neste projeto.
Campanhas de sensibilização - Atuação junto às escolas e faculdades de Londrina para
que conheçam e tenham interesse pela história do café. Incentivar a realização de feiras de
ciências, feiras de literatura com produção de textos literários sobre a história do café na
cidade e em suas famílias. Já na graduação, pode-se ter a adesão de diversos cursos com o
incentivo à pesquisa sobre o tema café. Outra maneira de incentivo poderia ser o plantio de
pés de cafés dentro das escolas. Com isso os alunos reconhecerão um verdadeiro pé de café
e todo seu ciclo de produção.
71. 71Escola de Criatividade
Criar uma campanha de comunicação - “Café com quê?” na cidade, no entorno, na rota, em
outros centros e principalmente nas redes sociais. Uma campanha que instigue o público
sobre seus gostos e hábitos de se tomar café. Onde tomam? Como? Com quem? Por que?
Quais ocasiões? Hábitos diferentes, tradicionais de família ou malucos. Café com leite, café
com bolacha, café com bolinho de chuva, café com creme, café com bolo, café com briga-
deiro, café com amor, café com sexo, café com amigos, café com frio, café com filme, café
com música, café com rock, café com beleza, café com…! Pensar e desenvolver a campanha
para que as pessoas contribuam com ideias e curiosidades sobre o café e onde a marca
do Café de Londrina e da Rota assinam o projeto convidando a todos a conhecer a “eterna
capital do café” e a conhecer e experimentar a Londrina. Uma referência é o trabalho do
Indiretas do Bem (https://www.facebook.com/indiretasdobem).
Dependendo de como a campanha for trabalhada e da repercussão, pode-se criar um espa-
ço próprio em Londrina do Café com quê?.
72. 72 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Projeto 1.000km - promoção e comercialização da Rota do Café, nos principais mercados
emissores dentro do raio de mil quilômetros para aumentar o fluxo turístico na região e dar
mais visibilidade por meio de ações de venda e comunicação dirigida. A maioria dos turistas
que visita a região norte paranaense chega por meio rodoviário - com veículo próprio. O
turismo rodoviário no país é ainda bastante comum e em ascensão, apesar do crescimento
do turismo aéreo. As estatísticas do setor de turismo comprovam esta situação, além de
todos os resultados que as empresas rodoviárias apresentam - empresas de transporte e
concessionárias de rodovias.
A estratégia objetiva captar os turistas dos principais mercados emissores que viajam de
carro ou ônibus prioritariamente diante do potencial de público e também sensibilizar os
turistas que viajam via aérea a também visitarem a Rota do Café e seus diversos empreen-
dimentos e atrativos.
A proposta abrange diversas e variadas ações promocionais e de venda em um raio de 1000
km a partir de Londrina atingindo os principais centros emissores de turistas. Mercados
importantes como Brasília, Goiânia, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Flo-
rianópolis, Porto Alegre e Campo Grande, bem como destinos internacionais como Monte-
vidéo, Buenos Aires, Córdoba, Rosário, Assunção e Santa Cruz de La Sierra serão pontos de
parada para a promoção da Rota do Café.
Outras cidades importantes de entorno em cada região da rota dos 1000 km serão também
incorporadas como mercados emissores potenciais e pontos de passagem do projeto. A
venda do turismo viajará na sua rota dos 1000 km em meio a uma população potencial de
mais de 60 milhões de brasileiros aproximadamente e 20 milhões entre argentinos, para-
guaios, uruguaios e bolivianos que podem vir a ser os novos turistas da região.
O Projeto 1000 km seria a principal, mais viável e mais ágil estratégia de venda para a região
neste início, considerando turismo regional e abrangendo grandes centros para captar futu-
ros turistas de outras regiões e países
Café de Londrina - o Café do Paraná - criação de uma nova marca do Café de Londrina e
de uma campanha que remeta a marca de qualidade, história e selo de origem do café do
Paraná.
73. 73Escola de Criatividade
Agradecimentos
Adrian Saegesser / Pousada Marabu - Rota do Café
Alexandre Simioni / Sesc
Alini Nunes de Oliveira / Unopar
Altemir Lopes / Codel - Diretor de Turismo
Armínio Kaiser / Fotógrafo
Arnaldo Falanca / Abrasel
Carlos Amaral / A Rural Corretora de Café
Ciro Ohara / Cooperativa Integrada
Diego Rigon Menão / ACIL
Domingos Pellegrini / escritor
Florindo Dalberto / Iapar
Irineu Pozzobon
Miryam Alves / Londrina Convention & Visitors Bureau
Paulo Briguet / ACIL
Paulo Sendin
Rafael Lamastra / Rede Massa
Regina Alegro / Museu Histórico de Londrina
Renne Mello / Assessoria do Diretor de Turismo de Londrina
Vanda Moraes / Prefeitura de Londrina - Secretaria da Cultura
Widson Schwartz / jornalista, ruralista e historiador
74. 74 Café com quê? Turismo criativo em Londrina
Equipe técnica
Eloi Zanetti – criatividade, comunicação, marketing e vendas
Jean Sigel – criatividade, marketing turístico
Lívia Kohiyama – criatividade, planejamento turístico e administração
Elisa Carneiro – comunicação e administração
Apoio
Fernanda Sawczyn – pesquisa
Kátia Koti – ilustradora
Studio Borges – projeto gráfico
Imagens e fotografias
Escola de Criatividade
Pesquisa na Internet