Criatividade: exercício e prática para superar medos e barreiras
1. E, hoje, empresas de todos
os portes, embora queiram
profissionais criativos, versáteis e
inovadores, mantêm ambientes
e sistemas que restringem
conexões de pessoas e de ideias,
e liberdade de criação”, explica
o expert, deixando claro nos
treinamentos e eventos de sua
escola que o poder da criatividade
não morre. Só precisa
ser reavivado e praticado.
Uma enorme barreira é o
medo da falha, uma vez que
somos culturalmente inibidos
de fracassar. “Só que artistas e
outros identificados como
criativos costumam ser aqueles
que testam muito e vacilam
mais ainda, mas que eventualmente
criam obras incríveis”, opina o
empresário e escritor Alberto
Brandão. Que o diga a artista
plástica Anna Guerra, que chegou
a cursar Veterinária e Arquitetura,
mas optou por seguir pintando.
Ela comenta que algumas pessoas
têm a ilusão de que a criatividade
surge do nada na mente de
alguns privilegiados, como nos
desenhos animados. “Não baixa
luz nem santo, é exercício.
Quanto mais eu pinto, mais crio.
Uma amiga, que é atriz, me disse
que quanto mais pesquisa,
melhor consegue caracterizar
seu personagem. Não tem milagre.
Eu passo às vezes três dias
só pensando, observando,
me aproximando das imagens
existentes”, detalha Anna.
Considerar-se criativo é a
primeira condição. “Apenas 5%
dos alunos que recebemos se
julgam capazes de criar algo
novo e acham que é habilidade
de quem está ligado às áreas de
artes, cultura, design etc. Puro
engano. Há criatividade e inovação
em qualquer setor, é para qualquer
pessoa e perfil”, declara Jean.
Após essa consciência, devemos
estimular hábitos criativos,
como ouvir melhor a intuição
para tomar decisões.
Veja mais sugestões para pôr
em prática já:
Quebre convicções e rotinas.
“Vivemos com convicções quase
inabaláveis na vida pessoal e
profissional. Expressões como ‘ihh,
já vi isso antes, não tem jeito’, ‘não
adianta tentarmos isso’ ou ‘sempre
fizemos do mesmo jeito, por que
mudar?’ são perigosas para o
processo criativo e limitam
a inovação. É preciso questionar
processos, sistemas, métodos
para que sejam melhorados ou
até transformados”, aconselha
Jean. Pelo medo da mudança
ou da crítica, muitas pessoas
sabem que há um problema,
mas não se comunicam. Em time
que está ganhando, se muda,
sim, sempre que necessário,
em nome da criatividade.
Una o improvável. Bruno
Scartozzoni, professor de
storytelling e transmídia da
Universidade de São Paulo (USP),
da Escola Superior de Propaganda
e Marketing (ESPM) e da Faculdade
de Informática e Administração
Paulista (Fiap), sugere: “A melhor
dica que eu posso dar, apesar
de básica, funciona muito para
mim. Quer ativar a criatividade?
Tente juntar mentalmente dois
elementos de universos que,
aparentemente, não se conversam.
Astronauta com criança. Segunda
Guerra e marcianos... Sempre
vai sair coisa interessante”.
Consulte bons autores.
O primeiro que Alberto indica é
bem simples, explicando vários
mitos e caminhos a seguir
para nos tornarmos mais criativos