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Modelos de Tratamento do
Ludodiagnóstico
Tratamento Cognitivo, Comportamental e
Psicanalítico para transtornos de
Comportamento em crianças e
adolescentes: Ansiedade, Depressão e
Desafiante Opositor
Tratamento cognitivo- comportamental para
transtorno de ansiedade em crianças e
adolescentes
A TCC é direcionada em uma psicoterapia estruturada, de
curta duração, voltada para o presente para solução de
problemas atuais e modificação dos pensamentos e
comportamentos disfuncionais inadequados e inúteis .
As crianças apresentam numerosos medos ao longo do seu
crescimento, os quais muitas vezes costumam ser transitórios, de
intensidade fraca e esperável para sua idade.
Estado evolutivo Situação temida
Do nascimento aos 6 meses Perda do contato físico com a mãe, barulhos
intensos
7 a 12 meses Pessoas estranhas
1 a 5 anos Barulhos intensos, animais, escuro
3 a 5 anos Monstros, fantasmas
6 a 12 anos Machucados, castigos, fracasso escolar
12 a 18 anos Provas e exames, sentir-se socialmente
envergonhado ou excluído
Medos mais freqüentes
(Ducan e Polpper, 1991)
Características gerais do transtorno de
ansiedade
• Reação emocional que ocorre frente à percepção
de uma ameaça ou perigo e tem como finalidade a
proteção do indivíduo, elas creditam estar expostas
a uma ameaça física ou social.
• Fatores de predispostos como os genético-
hereditário, o temperamento e o aprendizado
infantil e fatores principiantes, acontecimentos
aversivos atuais.
Tratamento cognitivo- comportamental para
transtorno de ansiedade em crianças e
adolescentes
Ansiedade Adaptativa Ansiedade Patológica
Preocupação presente ou do futuro
imediato
Desaparece após resolver o problema
Base em uma apreciação irreal ou distorcida da
ameaça
Desmedida, persistente
Restringe a autonomia
Beck, Emary e Greenberg (1985)
Modelo cognitivo da ansiedade
A ansiedade aumenta de acordo com o grau em que:
• Superestima-se a ameaça e o custo ou significado que
lhe é atribuído
• Subestima-se a própria capacidade de enfrentamento e
os fatores de resgate
A ansiedade tende a manter-se devido:
• Às condutas de evitamento
• A atenção seletiva das ameaças
• As medidas de segurança
A técnica Ludodiagnóstica
•Rappor com o responsável
•O termo ludodiagnóstico apresenta várias denominações:
hora lúdica, observação lúdica, hora e jogo, entrevista inicial
com a criança, entrevista clínica com a criança,
•Um momento de observação, investigação, levantamento de
hipóteses e pesquisa principalmente no âmbito do
desenvolvimento do psiquismo infantil.
Denominações
• Hora lúdica
• Observação lúdica
• Entrevista inicial com a criança
• Entrevista inicial com a criança
• Ludodiagnóstico
• A depressão infantil é uma patologia que pode interferir nos aspectos
físicos, afetivos, comportamentais, cognitivos e sociais. (SCHWAN;
RAMIRES, 2011). Nesse sentido, é possível compreendê-la como um
fenômeno biopsicossocial.
• terapia cognitivo-comportamental (TCC), baseia-se no pressuposto
teórico de que os afetos, comportamentos e os pensamentos
automáticos de um indivíduo são determinados pelo seu modo de
estruturar o mundo conforme seus sistemas de crenças (BECK, 1982;
1997).
• conforme os métodos da abordagem cognitiva comportamental. Pode-
se aprender a nomear adequadamente sentimentos agradáveis e
desagradáveis, auxiliando na identificação das próprias emoções
• A representação de diferentes estados emocionais por intermédio de
jogos e desenhos podem auxiliar no processo de educação afetiva e os
procedimentos comportamentais englobam psicoeducação, modelação,
feedback, treino de papéis e reforçamento social, treino em solução de
problemas, role playing e relaxamento.
• Utiliza-se ainda, técnicas e orientações a pais, na qual
experiências de aprendizagens específicas visam ensinar
os pacientes a monitorar os pensamentos automáticos;
reconhecer as relações entre cognição, afeto e
comportamento; testar a validade dos pensamentos
automáticos, substituir os pensamentos distorcidos por
cognições mais realistas; identificar e alterar as crenças,
pressupostos ou esquemas subjacentes aos padrões
errôneos de pensamentos.
• O uso da brincadeira leva a criança a encontrar alternativas
de comportamentos, inicialmente para os personagens de
suas brincadeiras e depois para as situações de sua vida
(GUERRELHAS, BUENO; SILVARES, 2000).
• A principal diferença entre a terapia de adulto e a infantil
talvez esteja na busca constante do terapeuta
comportamental infantil por procedimentos alternativos ao
relato verbal, para obter informações sobre as variáveis
que controlam o comportamento da criança. Enquanto na
terapia de adultos os clientes podem descrever seus
comportamentos e relatar seus sentimentos.
• consideramos que estratégias lúdicas tais como à
utilização de jogos, brinquedos, desenhos e livros de
histórias tem objetivos significativos no tratamento da
depressão infantil pois a criança geralmente, não tem um
repertório verbal desenvolvido a ponto de se beneficiar de
uma terapia puramente verbal Regra (2000), Lima (2004).
• Segundo Pheula e Isolan (2006), cerca de 50% dos estudos de
psicoterapia em crianças e adolescentes investigaram técnicas
cognitivo comportamentais. A justificativa é a atual popularidade
dessa, com uso de questionário estruturados, tratamento focal e
medidas objetivas de avaliação.
• A tcc tem como objetivo, promover avaliações realistas e
adaptativas dos fatos da vida em lugar de distorções, utilizando
uma abordagem colaborativa psicoeducacional de tratamento,
técnicas e orientações a pais, na qual experiências de
aprendizagens específicas visam ensinar os pacientes a
monitorar os pensamentos automáticos; reconhecer as relações
entre cognição, afeto e comportamento; testar a validade dos
pensamentos automáticos, substituir os pensamentos
distorcidos por cognições mais realistas; identificar e alterar as
crenças, pressupostos ou esquemas subjacentes aos padrões
errôneos de pensamentos colaborando para reestruturação
cognitiva da criança.
Transtorno desafiador de oposição (TDO)
• Os transtornos disruptivos são considerados difíceis de diagnosticar e
tratar, uma vez que as crianças e os adolescentes, em seu ciclo normal
de desenvolvimento, apresentam uma série de classes de
comportamentos, incluindo os desafiadores.
• Segundo Bordin e Offord (2000), comportamentos como mentir e matar
aulas fazem parte do desenvolvimento da criança e do adolescente,
especialmente quando ocorrem de forma isolada ou esporádica. Porém,
se esse tipo de comportamento se torna uma constante, um padrão,
pode ser caracterizado como um transtorno. Transtorno desafiador de
oposição
• Segundo o DSM-IV-TR (APA, 2002), são oito os critérios para identificar
a criança ou o adolescente com TDO, sendo que esses sintomas devem
persistir pelo período mínimo de seis meses. São eles: perder a calma,
discutir com adultos, desafiar ou negar-se a obedecer, emitir
comportamentos para incomodar as pessoas, deliberadamente culpar
terceiros por seus comportamentos, irritabilidade, estar enraivecido
constantemente, comportamentos vingativos e rancorosos.
• Segundo Friedberg e McClure (2001), o melhor tratamento dos
transtornos disruptivos é o multimodal. Para tanto, o primeiro passo
seria iniciar com a psicoeducação sobre o modelo de tratamento, pois
isso pode ser uma forma mais eficaz de motivar a criança ou o
adolescente. A falta de motivação está ligada à falta de interesse do
paciente na mudança do próprio comportamento, uma vez que a
motivação para mudança de comportamento vem de terceiros, como os
pais.
• O segundo passo seria o ensino de habilidades comportamentais
básicas para as crianças e adolescentes e seus responsáveis. Em
seguida, o desenvolvimento de habilidades sociais com técnicas
autoinstrutivas e de empatia. O quarto passo seria o uso de
procedimentos cognitivos mais complexos, como reatribuição,
exploração de alternativas e diminuição de atributivos hostis das
crianças. Outro ponto importante é o aumento da capacidade de
raciocínio moral (Friedberg & McClure, 2001). Para esses autores, a
tarefa de casa é uma forma de o paciente poder exercitar o
desempenho em outros momentos.
TREINAMENTO COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
• O primeiro passo para o trabalho com crianças e adolescentes, além da
psicoeducação, é a motivação para o acompanhamento terapêutico. A
automonitoração facilita que o paciente tome ciência sobre a
repercussão de seu comportamento e resulta na maior probabilidade de
mudança. Friedberg e McClure (2001, p. 215) descrevem uma atividade
que facilita a visualização da criança de que seu comportamento está
causando algumas conseqüências negativas, assim como facilita a
adesão ao processo psicoterápico
• Segundo Luiselli (2005), o treinamento em habilidades cognitivas deve
ocorrer diretamente com as crianças e adolescentes com TDO e focar
em habilidades compensatórias para melhorar a adaptação em casa e
na escola. Além disso, possibilita à criança desenvolver estratégias para
lidar com situações conflitivas.
Tratamento de transtornos do comportamento em
crianças e adolescentes na Análise do
Comportamento
Análise do Comportamento
A análise do comportamento é
uma ciência natural, formulada
pelo psicólogo americano B. F.
Skinner, que estuda o
comportamento humano a partir
da interação entre
organismo/ambiente
Análise Funcional
• Para Skinner (1953), o comportamento é o resultado da
interação organismo-ambiente, só podendo ser entendido a
partir da identificação das circunstâncias em que ocorre. O
comportamento é, então, uma unidade interativa que deve
ser investigada sistematicamente. Essa investigação se dá
mediante a descrição e a interpretação de relações
funcionais entre comportamento e ambiente (Matos, 1999b).
• Identificar a função do comportamento-alvo articulando o
estímulo que desencadeou o comportamento, o
comportamento em si, e a conseqüência desse
comportamento, que faz com que este se mantenha. Por
exemplo, as birras de uma criança (comportamento)
ocorrem no supermercado (estímulo) e terminam quando a
mãe compra o objeto pretendido (conseqüência)
• A Terapia analítico-comportamental infantil (TACI) é uma prática
baseada nos princípios da análise do comportamento, mas que
propõe estratégias lúdicas específicas para a intervenção com
crianças, adolescentes e todo o ambiente do qual fazem parte,
incluindo família e escola.
• Na modificação do comportamento, o foco era no
"comportamento problema", muitas vezes deixando-se de lado os
comportamentos encobertos da criança (sentimentos,
pensamentos). Eram escolhidas técnicas que acreditava-se ser
voltada para determinado problema, sendo tratada cada questão
separadamente. Além disso, a intervenção era na maioria das
vezes feita somente com os pais ou professores, deixando as
crianças de fora das sessões em grande parte do tratamento, e
não considerando a relação terapêutica como parte importante no
processo de mudança da criança. (Conte & Regra, 2000; Regra,
2004b). A partir da década de 1970, no entanto, observou-se o
resgate do Behaviorismo Radical e das colocações de
Skinner,levando a uma significativa mudança na forma de se
fazer terapia comportamental, dando ênfase ao comportamento
verbal, comportamentos encobertos e relação terapêutica (Conte
& Regra, 2000).
• Hoje observamos uma terapia analítico-comportamental
infantil mais complexa e completa, baseada na teoria
skinneriana e na qual, além da orientação com os pais,
utilizamos diversas fontes de coleta de dados (escola,
família, outros profissionais) e a criança é incluída
diretamente no processo, sendo as técnicas lúdicas de
extrema importância.
• Na maioria das vezes, o primeiro contato com a queixa
não é com o próprio cliente (criança ou adolescente) e
sim com os responsáveis, a fim de que possamos
conhecer melhor a história de vida da criança. No
entanto, conversar com a criança para entender a sua
própria visão da queixa, traçando metas terapêuticas
com ela, também se faz de extrema importância. O
terapeuta deve tomar cuidado com o fato de que a
queixa trazida pelos pais, muitas vezes, não é vista
como um problema para a criança, podendo dificultar
sua adesão ao processo terapêutico.
Algumas estratégias lúdicas têm sido usadas
por nós na prática clínica com crianças e
adolescentes:
• os objetivos de favorecer a formação do vínculo
com a criança.
• identificar os conceitos e as regras que
governam seu comportamento.
• verificar sua relação com pessoas dos
ambientes em que está inserida.
• identificar seus sentimentos em relação a si
mesma, a determinadas pessoas e situações.
• treinar a solução de problemas, cotidianos,
desenvolver habilidades.
• trabalhar a autoconfiança e favorecer a
concentração e o relaxamento.
Transtorno de Ansiedade
A ansiedade é um sentimento que desestrutura emocionalmente,
induzindo ao medo e à sensação de perigo excessivo em situações do
cotidiano, tornando a pessoa fragilizada e atemorizada. Quando esse
sentimento é potencializado por algum fator, quer seja externo ou
interno, então, o transtorno se instala.
O transtorno de ansiedade leva a pessoa a se tornar refém de sua
mente, de seus sentimentos, uma prisão sem muros, preso em seus
delírios e devaneios. É uma cadeia com correntes imaginárias, mas real,
com conseqüências dolorosas, onde ninguém, a não ser o próprio
prisioneiro, pode fazer alguma coisa pra alcançar a liberdade.
• Transtorno de ansiedade de separação
• Mutismo seletivo
• Fobia especifica
• Transtorno de ansiedade social (fobia social)
• Transtorno de pânico
• Agorafobia
• Transtorno de ansiedade generalizada
• Transtorno de ansiedade induzido por substancia/medicamento
Visão da Análise do Comportamento
• Para a Análise do Comportamento, a
ansiedade, assim como os outros sentimentos
também são considerados comportamentos, ou
seja, não existe uma relação de causa e efeito.
Tal relação mentalista é aprendida pela
sociedade e dificulta bastante o trabalho na
clínica, pois é preciso desconstruir a idéia de
que o sentimento causa um comportamento. O
sentimento faz parte do comportamento, ou
seja, da relação organismo-ambiente. Skinner
(1953) cita Willian James para explicar que são
as circunstâncias externas que levam o
indivíduo ao sentir e que o sentimento o leva a
iniciar a ação apropriada.
• É um sinal de que algo aversivo irá ocorrer, seja ele
real ou não. Para Bravin& Rangel de Farias (2010),
as respostas operantes da ansiedade tem função de
eliminar, evitar ou postergar os estímulos e as
respostas classificadas como “sintomas”. As
respostas são, portanto, reforçadas negativamente
pela eliminação dos eventos aversivos (públicos ou
privados).
• Em função dessas contingências de fuga/esquiva,
alguns indivíduos passam a sofrer prejuízos
acadêmicos, sociais ou profissionais como, por
exemplo, deixar de ir ao colégio para não apresentar
um trabalho em público. Isso acontece porque tais
situações aversivas (“sinal de perigo”) que foram
condicionadas anteriormente, eliciam algumas
respostas privadas de ansiedade e as respostas
públicas de evitação.
Tratamento
• Por ser um comportamento multideterminado, não
podemos pensar em apenas uma técnica para o
tratamento. Inicialmente, é preciso ser feita uma
investigação dos comportamentos do cliente e,
através da análise funcional das contingências pode-
se encontrar quais são as variáveis que controlam as
contingências de ansiedade e quais são os
reforçadores (positivos e/ou negativos) que estão
mantendo as mesmas. Investigar a história de vida
de cada cliente é, também, de extrema importância
uma vez que elas ajudaram a construir os padrões
comportamentais ansiosos (histórias de muita
punição, super proteção, abandono, entre outras).
• Através das análises das contingências, o
terapeuta precisa ampliar o repertório de auto-
observação para que o cliente consiga
discriminar quais são os estímulos que
antecipam as respostas de ansiedade para
que, assim, consigam alterar suas respostas
para novas conseqüências.
• Algumas técnicas também podem ser
utilizadas como a exposição com prevenção de
respostas na qual o terapeuta pode fazer uma
exposição gradual a situações idênticas às
geradoras de ansiedade. Podem ser feitas in
vivo ou de forma imaginária para que os
comportamentos do cliente fiquem sob controle
de conseqüências reforçadoras naturais.
• Por último, muitas vezes, faz-se
necessário utilizar técnicas de
relaxamento e o treino respiratório para
alívio dos comportamentos respondentes,
mas se eles forem excessivamente
incômodos o terapeuta deve encaminhar o
cliente para um Psiquiatra para iniciar o
uso de alguma medicação.
Transtorno da Depressão
• O Transtorno Depressivo Maior é que
chamamos comumente de depressão.
De acordo com o DSM-5 1, suas
características principais são o humor
triste, vazio ou irritável, acompanhado de
mudanças somáticas e cognitivas que
afetam significativamente a capacidade
da pessoa de funcionar.
Visão da Análise do Comportamento
• Para Abreu (2006), a depressão resulta da redução na
taxa de respostas contingentes ao reforçamento positivo.
E seriam três formas pelas quais a redução na taxa de
respostas contingentes ao reforçamento positivo seria
capaz de dar-se: por meio da perda na efetividade
reforçadora dos eventos que antes serviam de
reforçadores positivos; na mudança do ambiente do
indivíduo; e no baixo repertório de habilidades para
acessar os reforçadores positivos.
• análise do comportamento entende a depressão infantil
como um conjunto de comportamentos não adaptativos,
que dificultam ou não permitem que a criança tenha
acesso aos reforçadores positivos disponíveis em seu
ambiente, bem como não a habilitam a se afastar ou a
eliminar os estímulos aversivos que possam se
apresentar em sua vida.
Tratamento
A Análise do Comportamento compreende a
depressão como sendo resultante de
exposição a uma série de situações aversivas,
incontroláveis e sem possibilidade de fuga.
Além disso, destaca outros fatores que
contribuem para a baixa taxa de
comportamentos, fato característico da
depressão: a diminuição da capacidade do
sujeito em desfrutar vivências positivas (ou um
aumento na sua sensibilidade diante de
acontecimentos negativos); déficits nas
habilidades de resolução de problemas (que
impedem o acesso a outras atividades
reforçadoras ou prazerosas, ou diminuem a
capacidade de o sujeito enfrentar com êxito
experiências aversivas) e falta ou perda de
fontes potenciais de prazer no ambiente.
Vejamos, então, medidas preventivas no que tange à depressão infantil:
• O reconhecimento dos esforços dos seus filhos, sejam eles quais forem, são medidas
simples que trazem prazer e que repercutem positivamente na autoestima das crianças. A
baixa taxa de respostas característica da depressão é resultante do falta de consequências
reforçadoras diante dos comportamentos adequados da criança. Portanto, elogie,
reconheça, ofereça afeto incondicional e comunique-se de forma positiva com seus filhos;
• Exercite o autocontrole (sobretudo se você cresceu diante de modelo parental abusador de
práticas de punição corporal e emocional), se for preciso, busque terapia para si mesmo
para medidas mais efetivas. Caso padeça de alguma doença física, cuide-se para melhor
responder às necessidades da criança: lembre-se que ela está sensível aos seus
comportamentos e que ela pode se preocupar com seu estado de saúde, provocando
ansiedade diante de possibilidades de perda (ou mesmo reproduzindo seus
comportamentos);
• Esteja atento a como a criança interage socialmente, participe e se envolva com sua rotina
escolar. Diante de uma queda no desempenho acadêmico e nas atividades de classe,
contate o professor para maiores informações e melhores intervenções. Cuidado com as
exigências escolares neste momento: ao invés disso, busque ouvir criança, certamente ela
tem algo a dizer;
• Não subestime as verbalizações de tristeza e de preocupações das crianças. Isso não
acontece apenas com adultos! Apesar de serem bem peculiares e algumas vezes
fantasiosas, não devem ser vistas como bobagens. A criança ainda está refinando seu
repertório comportamental e, diante de situações adversas, são necessárias habilidades que
ainda não foram adquiridas;
• Cuidado com o excesso de atividades na rotina infantil. Quando muito atribulada, a criança
pode desenvolver um quadro de estresse que pode se agravar e apresentar sintomas
psicossomáticos. Dentre elas está a depressão e transtornos de ansiedade;
• Procure ajuda profissional se constatar qualquer mudança significativa no comportamento
infantil. Quanto antes for diagnosticado, mais favorável é o curso da doença.
Abordagens lúdicas que se utilizam de
brinquedos, desenhos e histórias são
muito úteis em crianças pequenas ou
naquelas que têm dificuldade em
verbalizar seu sofrimento. Já adolescentes
podem se beneficiar de terapias verbais,
diz o psiquiatra Miguel Boarati do Hospital
das Clínicas de São Paulo.
Transtorno desafiante opositor
Segundo a classificação do DSM-5 (APA,
2014) o Transtorno Desafiador Opositivo
(TDO) se encaixa na categoria dos transtornos
disruptivos, do controle de impulsos e da
conduta, incluindo condições que envolvem
problemas de autocontrole, emoções e
comportamentos. O DSM-5 (APA, 2014, p.
462) define o TDO como sendo “Um padrão de
humor raivoso/irritável, de comportamento
questionador/desafiante ou índole vingativa
com duração de pelo menos seis meses”.
Visão da Analise do Comportamento
Os comportamentos mais freqüentemente
observados são: desobedecer a regras;
resistir a se comprometer, ceder ou fazer
negociações; perder a paciência
facilmente; discutir com adultos e
apresentar hostilidade com pessoas de
autoridade; responsabilizar terceiros por
seus erros; emitir comportamentos de raiva
e vingar-se.
A avaliação clínica do comportamento e de
sua relação com o ambiente é tarefa
fundamental para o planejamento de uma
intervenção a ser utilizada por um terapeuta
analítico-comportamental (Silvares, 2000;
Skinner, Todorov, & Azzi, 2003).
Em vez de focar apenas na topografia de um
determinado problema, um terapeuta que
baseia sua prática nos princípios analítico-
comportamentais deve identificar também as
variáveis estabelecedoras e mantenedoras.
Para isso, deve considerar o comportamento
como um produto da seleção filogenética,
ontogenética e cultural.
Através desta, procuram-se estabelecer
relações funcionais entre antecedentes e
conseqüentes de determinados
comportamentos, para assim levantar
hipóteses acerca da manutenção de um
dado comportamento desadaptativo ou do
déficit de outros adaptativos e desejáveis O
auxílio dos pais e dos professores são
formas de tornar a terapia mais eficaz, no
sentido em que facilitam a modelagem e a
modelação de novos repertórios
comportamentais, influenciando também na
manutenção dos comportamentos mais
adaptativos.
Tratamento
Treinamento de Pais
• Treinamento de pais é um procedimento de
modificação do comportamento que tem por
finalidade instruir pais e/ou responsáveis a
atuarem no comportamento de crianças e
adolescentes por meio de métodos disciplinares
e educativos. Os repertórios comportamentais
mantidos pelos pais em relação aos filhos são
variáveis fundamentais na caracterização do
ambiente familiar, principalmente no que se
refere à influência que esse ambiente exerce
sobre a educação das crianças.
• A forma como os pais educam seus filhos é crucial para a emissão de
comportamentos socialmente adequados, entretanto, freqüentemente,
as famílias acabam promovendo condições para comportamentos
inadequados por meio de disciplina incorreta, interação insuficiente e
pouca supervisão das atividades das criança (BOLSONI-SILVA;
MARTURANO, 2002).
• O trabalho junto aos pais visa, sobretudo, auxiliar na identificação e
intervenção das contingências que propiciaram o desenvolvimento e a
manutenção dos comportamentos inadequados.
• Um dos principais objetivos da terapia infantil é programar novas
habilidades no repertorio comportamental da criança de forma a
possibilitar sua melhor adaptação social. Na clinica há a possibilidade
de se atuar diretamente com o treinamento dos pais para que estes
possam atuar de maneira efetiva na disposição de condições que
ajudem as crianças na adaptação social e na aquisição de novos
repertórios comportamentais.
• O reforçamento positivo revela-se como um
procedimento de modificação do comportamento efetivo
e com efeitos colaterais que não são considerados
nocivos ao sujeito. Assim, o procedimento de treinamento
de pais que faz uso predominantemente do reforçamento
posiitivo, pode estar correlacionado com seu alto índice
de efetividade (RIOS; 2006; COELHO; MURTA, 2007;
BUENO; SANTOS; MOURA, 2010).
• Técnicas padronizadas como habilidades sociais
educativas, utilização de vídeos, role-play,
psicoeducação e manejo ambiental são as mais
utilizadas no procedimento e produzem efeitos
satisfatórios. Tais aspectos ficam evidentes pela
correlação positiva entre o repertório e habilidades
sociais adquiridas pelos pais e do desenvolvimento entre
pais e filhos desenvolvidos junto aos terapeutas.
• Foi através dos trabalhos clínicos
desenvolvidos por Sigmund Freud (1856-
1939) que os transtornos de ansiedade
começaram a ser classificados de forma
mais sistemática. Freud descreveu de
maneira objetiva quadros clínicos que
causavam disfunções relacionadas com a
ansiedade, denominando-os crise aguda de
angústia, neurose de angústia e expectativa
ansiosa – atualmente, estes quadros
recebem os nomes de ataque de pânico,
transtorno de pânico e transtorno de
ansiedade generalizada, respectivamente.
• Os primeiros relatos de casos clínicos de
crianças com sintomas de ansiedade datam
do início do século XX. Em 1909, Freud
publicou o caso do pequeno Hans, um
menino de cinco anos que apresentava um
quadro de neurose fóbica. Uma
intensificação no interesse pelo tema
ansiedade infantil pôde ser observada a
partir da década de 40. O aumento do
número de crianças órfãs, resultado da
Segunda Guerra Mundial, serviu como
grande motivação para os pesquisadores da
época, ainda pautados no modelo
psicanalítico (Spelberger, 1973).
Melanie Klein
• Melanie Klein foi uma psicanalista austríaca.
Em geral é classificada como uma
psicoterapeuta pós-freudiana.
• Suas teorias tem como indicação de
Depressão e Ansiedade, três métodos entre
outros, são eles:
Seio bom x Seio Mal
Esquizo-paranoide
Posição Depressiva
Seio bom x Seio Mau
• Podem ser mencionadas as fantasias da
criança de que o objeto externo – seio,
nos primeiros meses de vida – é mau e
persecutório, já que não a gratifica sempre
que ela deseja. Esta frustração, por sua
vez, ocasiona explosões agressivas por
parte da criança, pois ela precisa se
vingar deste seio ruim. Para realizar esta
vingança, a criança utiliza todas as armas
disponíveis, tais como os dentes, unhas, e
até mesmo excreções.
• Concomitantemente, também existe a
imagem de um seio bom, o qual atende a
todas as necessidades da criança. Esta
divisão do seio é necessária para a
proteção deste seio bom, pois, desta
forma, todos os ataques agressivos são
dirigidos ao seio mau, preservando o
bondoso. O seio mau é então sentido, nas
fantasias infantis, como se estivesse
dilacerado, reduzido a fragmentos;
enquanto o bom permanece íntegro,
completo.
Esquizo-paranóide e Depressiva
O termo "posição foi preferido por Klein em relação a "estágio"
porque ele enfatiza o efeito do ponto de vista da criança sobre
suas relações de objeto. A posição paranóide-esquizóide e a
posição depressiva ocorrem na primeira e segunda metade,
respectivamente, do primeiro ano de vida. Elas também podem
ocorrer em diversos momentos na vida como constelações
defensivas e estão envolvidas em conflitos relacionados a todos
os níveis psicossexuias.
A posição paranóide-esquizóide é caracterizada por
dissociação, idealização, negação, identificação projetiva,
relações de objeto parciais e uma preocupação básica ou
ansiedade persecutórias sobre a sobrevivência do self.
• Técnica
• Klein trouxe uma nova ferramenta: a técnica
de brincar (play technique). Inspirado-se nas
observações de Freud (1920) quando ao
brincar da criança com o carretel, klein viu
que o brincar da criança poderia representar
simbolicamente suas ansiedades e fantasias.
Visto que não pode exigir de crianças
pequenas que façam associação livre, ela
tratou de brincar na sala de recreio do
mesmo modo como tratou suas expressões
verbais, isto é, como expressão simbólica de
seus conflitos inconscientes. ( SEGAL, 1975)
ADOLESCÊNCIA
• A diferença da manifestação depressiva entre
adolescentes do sexo feminino e masculino foi
descrita por alguns autores (Baron & Campbell,
1993; Donnelly, 1995; Morgan, 1994; Sadler,
1991). As garotas relatam mais sintomas
subjetivos como sentimentos de tristeza, vazio,
tédio e ansiedade; e costumam ter, também, mais
preocupação com popularidade, menos satisfação
com a aparência, mais conscienciosidade e
menos auto-estima. Enquanto os rapazes relatam
mais sentimentos de desprezo, desafio e desdém,
e demonstram problemas de conduta como: falta
às aulas, fugas de casa, violência física, roubos e
abuso de substâncias.
• Já existem alguns fatores de risco para depressão em
adolescentes razoavelmente bem definidos. O mais
importante é a presença de depressão em um dos
pais, pois sabe-se que a existência de história familiar
para depressão aumenta o risco em pelo menos três
vezes. Outros fatores importantes de risco são os
estressores ambientais como abuso físico e sexual e
a perda de um dos pais, irmão ou amigo íntimo
(Brage, 1995; Brent, 1993; Lewinsohn, Rohde, Seeley,
Klein & Gotlib, 2000; Shaffi & Shaffi, 1992).
• Outros fatores de risco são a presença de conflito
familiar, dúvida quanto à orientação sexual, presença
de comorbidades, especialmente doenças crônicas,
sexo feminino, imagem corporal ruim, história de
abuso, baixa condição socioeconômica, identificação
com grupos minoritários, falta de suporte familiar e
poucas habilidades sociais (I, Curatolo & Friedrich,
2000; Son & Kirchner, 2000; Ward e cols., 2000).
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Modelos de tratamento para transtornos em crianças

  • 1. Modelos de Tratamento do Ludodiagnóstico Tratamento Cognitivo, Comportamental e Psicanalítico para transtornos de Comportamento em crianças e adolescentes: Ansiedade, Depressão e Desafiante Opositor
  • 2. Tratamento cognitivo- comportamental para transtorno de ansiedade em crianças e adolescentes A TCC é direcionada em uma psicoterapia estruturada, de curta duração, voltada para o presente para solução de problemas atuais e modificação dos pensamentos e comportamentos disfuncionais inadequados e inúteis .
  • 3. As crianças apresentam numerosos medos ao longo do seu crescimento, os quais muitas vezes costumam ser transitórios, de intensidade fraca e esperável para sua idade. Estado evolutivo Situação temida Do nascimento aos 6 meses Perda do contato físico com a mãe, barulhos intensos 7 a 12 meses Pessoas estranhas 1 a 5 anos Barulhos intensos, animais, escuro 3 a 5 anos Monstros, fantasmas 6 a 12 anos Machucados, castigos, fracasso escolar 12 a 18 anos Provas e exames, sentir-se socialmente envergonhado ou excluído Medos mais freqüentes (Ducan e Polpper, 1991)
  • 4. Características gerais do transtorno de ansiedade • Reação emocional que ocorre frente à percepção de uma ameaça ou perigo e tem como finalidade a proteção do indivíduo, elas creditam estar expostas a uma ameaça física ou social. • Fatores de predispostos como os genético- hereditário, o temperamento e o aprendizado infantil e fatores principiantes, acontecimentos aversivos atuais.
  • 5. Tratamento cognitivo- comportamental para transtorno de ansiedade em crianças e adolescentes Ansiedade Adaptativa Ansiedade Patológica Preocupação presente ou do futuro imediato Desaparece após resolver o problema Base em uma apreciação irreal ou distorcida da ameaça Desmedida, persistente Restringe a autonomia Beck, Emary e Greenberg (1985)
  • 6. Modelo cognitivo da ansiedade A ansiedade aumenta de acordo com o grau em que: • Superestima-se a ameaça e o custo ou significado que lhe é atribuído • Subestima-se a própria capacidade de enfrentamento e os fatores de resgate A ansiedade tende a manter-se devido: • Às condutas de evitamento • A atenção seletiva das ameaças • As medidas de segurança
  • 7. A técnica Ludodiagnóstica •Rappor com o responsável •O termo ludodiagnóstico apresenta várias denominações: hora lúdica, observação lúdica, hora e jogo, entrevista inicial com a criança, entrevista clínica com a criança, •Um momento de observação, investigação, levantamento de hipóteses e pesquisa principalmente no âmbito do desenvolvimento do psiquismo infantil.
  • 8. Denominações • Hora lúdica • Observação lúdica • Entrevista inicial com a criança • Entrevista inicial com a criança • Ludodiagnóstico
  • 9.
  • 10. • A depressão infantil é uma patologia que pode interferir nos aspectos físicos, afetivos, comportamentais, cognitivos e sociais. (SCHWAN; RAMIRES, 2011). Nesse sentido, é possível compreendê-la como um fenômeno biopsicossocial. • terapia cognitivo-comportamental (TCC), baseia-se no pressuposto teórico de que os afetos, comportamentos e os pensamentos automáticos de um indivíduo são determinados pelo seu modo de estruturar o mundo conforme seus sistemas de crenças (BECK, 1982; 1997). • conforme os métodos da abordagem cognitiva comportamental. Pode- se aprender a nomear adequadamente sentimentos agradáveis e desagradáveis, auxiliando na identificação das próprias emoções • A representação de diferentes estados emocionais por intermédio de jogos e desenhos podem auxiliar no processo de educação afetiva e os procedimentos comportamentais englobam psicoeducação, modelação, feedback, treino de papéis e reforçamento social, treino em solução de problemas, role playing e relaxamento.
  • 11. • Utiliza-se ainda, técnicas e orientações a pais, na qual experiências de aprendizagens específicas visam ensinar os pacientes a monitorar os pensamentos automáticos; reconhecer as relações entre cognição, afeto e comportamento; testar a validade dos pensamentos automáticos, substituir os pensamentos distorcidos por cognições mais realistas; identificar e alterar as crenças, pressupostos ou esquemas subjacentes aos padrões errôneos de pensamentos. • O uso da brincadeira leva a criança a encontrar alternativas de comportamentos, inicialmente para os personagens de suas brincadeiras e depois para as situações de sua vida (GUERRELHAS, BUENO; SILVARES, 2000).
  • 12. • A principal diferença entre a terapia de adulto e a infantil talvez esteja na busca constante do terapeuta comportamental infantil por procedimentos alternativos ao relato verbal, para obter informações sobre as variáveis que controlam o comportamento da criança. Enquanto na terapia de adultos os clientes podem descrever seus comportamentos e relatar seus sentimentos. • consideramos que estratégias lúdicas tais como à utilização de jogos, brinquedos, desenhos e livros de histórias tem objetivos significativos no tratamento da depressão infantil pois a criança geralmente, não tem um repertório verbal desenvolvido a ponto de se beneficiar de uma terapia puramente verbal Regra (2000), Lima (2004).
  • 13. • Segundo Pheula e Isolan (2006), cerca de 50% dos estudos de psicoterapia em crianças e adolescentes investigaram técnicas cognitivo comportamentais. A justificativa é a atual popularidade dessa, com uso de questionário estruturados, tratamento focal e medidas objetivas de avaliação. • A tcc tem como objetivo, promover avaliações realistas e adaptativas dos fatos da vida em lugar de distorções, utilizando uma abordagem colaborativa psicoeducacional de tratamento, técnicas e orientações a pais, na qual experiências de aprendizagens específicas visam ensinar os pacientes a monitorar os pensamentos automáticos; reconhecer as relações entre cognição, afeto e comportamento; testar a validade dos pensamentos automáticos, substituir os pensamentos distorcidos por cognições mais realistas; identificar e alterar as crenças, pressupostos ou esquemas subjacentes aos padrões errôneos de pensamentos colaborando para reestruturação cognitiva da criança.
  • 14. Transtorno desafiador de oposição (TDO) • Os transtornos disruptivos são considerados difíceis de diagnosticar e tratar, uma vez que as crianças e os adolescentes, em seu ciclo normal de desenvolvimento, apresentam uma série de classes de comportamentos, incluindo os desafiadores. • Segundo Bordin e Offord (2000), comportamentos como mentir e matar aulas fazem parte do desenvolvimento da criança e do adolescente, especialmente quando ocorrem de forma isolada ou esporádica. Porém, se esse tipo de comportamento se torna uma constante, um padrão, pode ser caracterizado como um transtorno. Transtorno desafiador de oposição • Segundo o DSM-IV-TR (APA, 2002), são oito os critérios para identificar a criança ou o adolescente com TDO, sendo que esses sintomas devem persistir pelo período mínimo de seis meses. São eles: perder a calma, discutir com adultos, desafiar ou negar-se a obedecer, emitir comportamentos para incomodar as pessoas, deliberadamente culpar terceiros por seus comportamentos, irritabilidade, estar enraivecido constantemente, comportamentos vingativos e rancorosos.
  • 15. • Segundo Friedberg e McClure (2001), o melhor tratamento dos transtornos disruptivos é o multimodal. Para tanto, o primeiro passo seria iniciar com a psicoeducação sobre o modelo de tratamento, pois isso pode ser uma forma mais eficaz de motivar a criança ou o adolescente. A falta de motivação está ligada à falta de interesse do paciente na mudança do próprio comportamento, uma vez que a motivação para mudança de comportamento vem de terceiros, como os pais. • O segundo passo seria o ensino de habilidades comportamentais básicas para as crianças e adolescentes e seus responsáveis. Em seguida, o desenvolvimento de habilidades sociais com técnicas autoinstrutivas e de empatia. O quarto passo seria o uso de procedimentos cognitivos mais complexos, como reatribuição, exploração de alternativas e diminuição de atributivos hostis das crianças. Outro ponto importante é o aumento da capacidade de raciocínio moral (Friedberg & McClure, 2001). Para esses autores, a tarefa de casa é uma forma de o paciente poder exercitar o desempenho em outros momentos.
  • 16. TREINAMENTO COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES • O primeiro passo para o trabalho com crianças e adolescentes, além da psicoeducação, é a motivação para o acompanhamento terapêutico. A automonitoração facilita que o paciente tome ciência sobre a repercussão de seu comportamento e resulta na maior probabilidade de mudança. Friedberg e McClure (2001, p. 215) descrevem uma atividade que facilita a visualização da criança de que seu comportamento está causando algumas conseqüências negativas, assim como facilita a adesão ao processo psicoterápico • Segundo Luiselli (2005), o treinamento em habilidades cognitivas deve ocorrer diretamente com as crianças e adolescentes com TDO e focar em habilidades compensatórias para melhorar a adaptação em casa e na escola. Além disso, possibilita à criança desenvolver estratégias para lidar com situações conflitivas.
  • 17. Tratamento de transtornos do comportamento em crianças e adolescentes na Análise do Comportamento
  • 18. Análise do Comportamento A análise do comportamento é uma ciência natural, formulada pelo psicólogo americano B. F. Skinner, que estuda o comportamento humano a partir da interação entre organismo/ambiente
  • 19. Análise Funcional • Para Skinner (1953), o comportamento é o resultado da interação organismo-ambiente, só podendo ser entendido a partir da identificação das circunstâncias em que ocorre. O comportamento é, então, uma unidade interativa que deve ser investigada sistematicamente. Essa investigação se dá mediante a descrição e a interpretação de relações funcionais entre comportamento e ambiente (Matos, 1999b). • Identificar a função do comportamento-alvo articulando o estímulo que desencadeou o comportamento, o comportamento em si, e a conseqüência desse comportamento, que faz com que este se mantenha. Por exemplo, as birras de uma criança (comportamento) ocorrem no supermercado (estímulo) e terminam quando a mãe compra o objeto pretendido (conseqüência)
  • 20. • A Terapia analítico-comportamental infantil (TACI) é uma prática baseada nos princípios da análise do comportamento, mas que propõe estratégias lúdicas específicas para a intervenção com crianças, adolescentes e todo o ambiente do qual fazem parte, incluindo família e escola. • Na modificação do comportamento, o foco era no "comportamento problema", muitas vezes deixando-se de lado os comportamentos encobertos da criança (sentimentos, pensamentos). Eram escolhidas técnicas que acreditava-se ser voltada para determinado problema, sendo tratada cada questão separadamente. Além disso, a intervenção era na maioria das vezes feita somente com os pais ou professores, deixando as crianças de fora das sessões em grande parte do tratamento, e não considerando a relação terapêutica como parte importante no processo de mudança da criança. (Conte & Regra, 2000; Regra, 2004b). A partir da década de 1970, no entanto, observou-se o resgate do Behaviorismo Radical e das colocações de Skinner,levando a uma significativa mudança na forma de se fazer terapia comportamental, dando ênfase ao comportamento verbal, comportamentos encobertos e relação terapêutica (Conte & Regra, 2000).
  • 21. • Hoje observamos uma terapia analítico-comportamental infantil mais complexa e completa, baseada na teoria skinneriana e na qual, além da orientação com os pais, utilizamos diversas fontes de coleta de dados (escola, família, outros profissionais) e a criança é incluída diretamente no processo, sendo as técnicas lúdicas de extrema importância. • Na maioria das vezes, o primeiro contato com a queixa não é com o próprio cliente (criança ou adolescente) e sim com os responsáveis, a fim de que possamos conhecer melhor a história de vida da criança. No entanto, conversar com a criança para entender a sua própria visão da queixa, traçando metas terapêuticas com ela, também se faz de extrema importância. O terapeuta deve tomar cuidado com o fato de que a queixa trazida pelos pais, muitas vezes, não é vista como um problema para a criança, podendo dificultar sua adesão ao processo terapêutico.
  • 22. Algumas estratégias lúdicas têm sido usadas por nós na prática clínica com crianças e adolescentes: • os objetivos de favorecer a formação do vínculo com a criança. • identificar os conceitos e as regras que governam seu comportamento. • verificar sua relação com pessoas dos ambientes em que está inserida. • identificar seus sentimentos em relação a si mesma, a determinadas pessoas e situações. • treinar a solução de problemas, cotidianos, desenvolver habilidades. • trabalhar a autoconfiança e favorecer a concentração e o relaxamento.
  • 23. Transtorno de Ansiedade A ansiedade é um sentimento que desestrutura emocionalmente, induzindo ao medo e à sensação de perigo excessivo em situações do cotidiano, tornando a pessoa fragilizada e atemorizada. Quando esse sentimento é potencializado por algum fator, quer seja externo ou interno, então, o transtorno se instala. O transtorno de ansiedade leva a pessoa a se tornar refém de sua mente, de seus sentimentos, uma prisão sem muros, preso em seus delírios e devaneios. É uma cadeia com correntes imaginárias, mas real, com conseqüências dolorosas, onde ninguém, a não ser o próprio prisioneiro, pode fazer alguma coisa pra alcançar a liberdade. • Transtorno de ansiedade de separação • Mutismo seletivo • Fobia especifica • Transtorno de ansiedade social (fobia social) • Transtorno de pânico • Agorafobia • Transtorno de ansiedade generalizada • Transtorno de ansiedade induzido por substancia/medicamento
  • 24. Visão da Análise do Comportamento • Para a Análise do Comportamento, a ansiedade, assim como os outros sentimentos também são considerados comportamentos, ou seja, não existe uma relação de causa e efeito. Tal relação mentalista é aprendida pela sociedade e dificulta bastante o trabalho na clínica, pois é preciso desconstruir a idéia de que o sentimento causa um comportamento. O sentimento faz parte do comportamento, ou seja, da relação organismo-ambiente. Skinner (1953) cita Willian James para explicar que são as circunstâncias externas que levam o indivíduo ao sentir e que o sentimento o leva a iniciar a ação apropriada.
  • 25. • É um sinal de que algo aversivo irá ocorrer, seja ele real ou não. Para Bravin& Rangel de Farias (2010), as respostas operantes da ansiedade tem função de eliminar, evitar ou postergar os estímulos e as respostas classificadas como “sintomas”. As respostas são, portanto, reforçadas negativamente pela eliminação dos eventos aversivos (públicos ou privados). • Em função dessas contingências de fuga/esquiva, alguns indivíduos passam a sofrer prejuízos acadêmicos, sociais ou profissionais como, por exemplo, deixar de ir ao colégio para não apresentar um trabalho em público. Isso acontece porque tais situações aversivas (“sinal de perigo”) que foram condicionadas anteriormente, eliciam algumas respostas privadas de ansiedade e as respostas públicas de evitação.
  • 26. Tratamento • Por ser um comportamento multideterminado, não podemos pensar em apenas uma técnica para o tratamento. Inicialmente, é preciso ser feita uma investigação dos comportamentos do cliente e, através da análise funcional das contingências pode- se encontrar quais são as variáveis que controlam as contingências de ansiedade e quais são os reforçadores (positivos e/ou negativos) que estão mantendo as mesmas. Investigar a história de vida de cada cliente é, também, de extrema importância uma vez que elas ajudaram a construir os padrões comportamentais ansiosos (histórias de muita punição, super proteção, abandono, entre outras).
  • 27. • Através das análises das contingências, o terapeuta precisa ampliar o repertório de auto- observação para que o cliente consiga discriminar quais são os estímulos que antecipam as respostas de ansiedade para que, assim, consigam alterar suas respostas para novas conseqüências. • Algumas técnicas também podem ser utilizadas como a exposição com prevenção de respostas na qual o terapeuta pode fazer uma exposição gradual a situações idênticas às geradoras de ansiedade. Podem ser feitas in vivo ou de forma imaginária para que os comportamentos do cliente fiquem sob controle de conseqüências reforçadoras naturais.
  • 28. • Por último, muitas vezes, faz-se necessário utilizar técnicas de relaxamento e o treino respiratório para alívio dos comportamentos respondentes, mas se eles forem excessivamente incômodos o terapeuta deve encaminhar o cliente para um Psiquiatra para iniciar o uso de alguma medicação.
  • 29. Transtorno da Depressão • O Transtorno Depressivo Maior é que chamamos comumente de depressão. De acordo com o DSM-5 1, suas características principais são o humor triste, vazio ou irritável, acompanhado de mudanças somáticas e cognitivas que afetam significativamente a capacidade da pessoa de funcionar.
  • 30. Visão da Análise do Comportamento • Para Abreu (2006), a depressão resulta da redução na taxa de respostas contingentes ao reforçamento positivo. E seriam três formas pelas quais a redução na taxa de respostas contingentes ao reforçamento positivo seria capaz de dar-se: por meio da perda na efetividade reforçadora dos eventos que antes serviam de reforçadores positivos; na mudança do ambiente do indivíduo; e no baixo repertório de habilidades para acessar os reforçadores positivos. • análise do comportamento entende a depressão infantil como um conjunto de comportamentos não adaptativos, que dificultam ou não permitem que a criança tenha acesso aos reforçadores positivos disponíveis em seu ambiente, bem como não a habilitam a se afastar ou a eliminar os estímulos aversivos que possam se apresentar em sua vida.
  • 32. A Análise do Comportamento compreende a depressão como sendo resultante de exposição a uma série de situações aversivas, incontroláveis e sem possibilidade de fuga. Além disso, destaca outros fatores que contribuem para a baixa taxa de comportamentos, fato característico da depressão: a diminuição da capacidade do sujeito em desfrutar vivências positivas (ou um aumento na sua sensibilidade diante de acontecimentos negativos); déficits nas habilidades de resolução de problemas (que impedem o acesso a outras atividades reforçadoras ou prazerosas, ou diminuem a capacidade de o sujeito enfrentar com êxito experiências aversivas) e falta ou perda de fontes potenciais de prazer no ambiente.
  • 33. Vejamos, então, medidas preventivas no que tange à depressão infantil: • O reconhecimento dos esforços dos seus filhos, sejam eles quais forem, são medidas simples que trazem prazer e que repercutem positivamente na autoestima das crianças. A baixa taxa de respostas característica da depressão é resultante do falta de consequências reforçadoras diante dos comportamentos adequados da criança. Portanto, elogie, reconheça, ofereça afeto incondicional e comunique-se de forma positiva com seus filhos; • Exercite o autocontrole (sobretudo se você cresceu diante de modelo parental abusador de práticas de punição corporal e emocional), se for preciso, busque terapia para si mesmo para medidas mais efetivas. Caso padeça de alguma doença física, cuide-se para melhor responder às necessidades da criança: lembre-se que ela está sensível aos seus comportamentos e que ela pode se preocupar com seu estado de saúde, provocando ansiedade diante de possibilidades de perda (ou mesmo reproduzindo seus comportamentos); • Esteja atento a como a criança interage socialmente, participe e se envolva com sua rotina escolar. Diante de uma queda no desempenho acadêmico e nas atividades de classe, contate o professor para maiores informações e melhores intervenções. Cuidado com as exigências escolares neste momento: ao invés disso, busque ouvir criança, certamente ela tem algo a dizer; • Não subestime as verbalizações de tristeza e de preocupações das crianças. Isso não acontece apenas com adultos! Apesar de serem bem peculiares e algumas vezes fantasiosas, não devem ser vistas como bobagens. A criança ainda está refinando seu repertório comportamental e, diante de situações adversas, são necessárias habilidades que ainda não foram adquiridas; • Cuidado com o excesso de atividades na rotina infantil. Quando muito atribulada, a criança pode desenvolver um quadro de estresse que pode se agravar e apresentar sintomas psicossomáticos. Dentre elas está a depressão e transtornos de ansiedade; • Procure ajuda profissional se constatar qualquer mudança significativa no comportamento infantil. Quanto antes for diagnosticado, mais favorável é o curso da doença.
  • 34. Abordagens lúdicas que se utilizam de brinquedos, desenhos e histórias são muito úteis em crianças pequenas ou naquelas que têm dificuldade em verbalizar seu sofrimento. Já adolescentes podem se beneficiar de terapias verbais, diz o psiquiatra Miguel Boarati do Hospital das Clínicas de São Paulo.
  • 35. Transtorno desafiante opositor Segundo a classificação do DSM-5 (APA, 2014) o Transtorno Desafiador Opositivo (TDO) se encaixa na categoria dos transtornos disruptivos, do controle de impulsos e da conduta, incluindo condições que envolvem problemas de autocontrole, emoções e comportamentos. O DSM-5 (APA, 2014, p. 462) define o TDO como sendo “Um padrão de humor raivoso/irritável, de comportamento questionador/desafiante ou índole vingativa com duração de pelo menos seis meses”.
  • 36. Visão da Analise do Comportamento Os comportamentos mais freqüentemente observados são: desobedecer a regras; resistir a se comprometer, ceder ou fazer negociações; perder a paciência facilmente; discutir com adultos e apresentar hostilidade com pessoas de autoridade; responsabilizar terceiros por seus erros; emitir comportamentos de raiva e vingar-se.
  • 37. A avaliação clínica do comportamento e de sua relação com o ambiente é tarefa fundamental para o planejamento de uma intervenção a ser utilizada por um terapeuta analítico-comportamental (Silvares, 2000; Skinner, Todorov, & Azzi, 2003). Em vez de focar apenas na topografia de um determinado problema, um terapeuta que baseia sua prática nos princípios analítico- comportamentais deve identificar também as variáveis estabelecedoras e mantenedoras. Para isso, deve considerar o comportamento como um produto da seleção filogenética, ontogenética e cultural.
  • 38. Através desta, procuram-se estabelecer relações funcionais entre antecedentes e conseqüentes de determinados comportamentos, para assim levantar hipóteses acerca da manutenção de um dado comportamento desadaptativo ou do déficit de outros adaptativos e desejáveis O auxílio dos pais e dos professores são formas de tornar a terapia mais eficaz, no sentido em que facilitam a modelagem e a modelação de novos repertórios comportamentais, influenciando também na manutenção dos comportamentos mais adaptativos.
  • 39. Tratamento Treinamento de Pais • Treinamento de pais é um procedimento de modificação do comportamento que tem por finalidade instruir pais e/ou responsáveis a atuarem no comportamento de crianças e adolescentes por meio de métodos disciplinares e educativos. Os repertórios comportamentais mantidos pelos pais em relação aos filhos são variáveis fundamentais na caracterização do ambiente familiar, principalmente no que se refere à influência que esse ambiente exerce sobre a educação das crianças.
  • 40. • A forma como os pais educam seus filhos é crucial para a emissão de comportamentos socialmente adequados, entretanto, freqüentemente, as famílias acabam promovendo condições para comportamentos inadequados por meio de disciplina incorreta, interação insuficiente e pouca supervisão das atividades das criança (BOLSONI-SILVA; MARTURANO, 2002). • O trabalho junto aos pais visa, sobretudo, auxiliar na identificação e intervenção das contingências que propiciaram o desenvolvimento e a manutenção dos comportamentos inadequados. • Um dos principais objetivos da terapia infantil é programar novas habilidades no repertorio comportamental da criança de forma a possibilitar sua melhor adaptação social. Na clinica há a possibilidade de se atuar diretamente com o treinamento dos pais para que estes possam atuar de maneira efetiva na disposição de condições que ajudem as crianças na adaptação social e na aquisição de novos repertórios comportamentais.
  • 41. • O reforçamento positivo revela-se como um procedimento de modificação do comportamento efetivo e com efeitos colaterais que não são considerados nocivos ao sujeito. Assim, o procedimento de treinamento de pais que faz uso predominantemente do reforçamento posiitivo, pode estar correlacionado com seu alto índice de efetividade (RIOS; 2006; COELHO; MURTA, 2007; BUENO; SANTOS; MOURA, 2010). • Técnicas padronizadas como habilidades sociais educativas, utilização de vídeos, role-play, psicoeducação e manejo ambiental são as mais utilizadas no procedimento e produzem efeitos satisfatórios. Tais aspectos ficam evidentes pela correlação positiva entre o repertório e habilidades sociais adquiridas pelos pais e do desenvolvimento entre pais e filhos desenvolvidos junto aos terapeutas.
  • 42.
  • 43. • Foi através dos trabalhos clínicos desenvolvidos por Sigmund Freud (1856- 1939) que os transtornos de ansiedade começaram a ser classificados de forma mais sistemática. Freud descreveu de maneira objetiva quadros clínicos que causavam disfunções relacionadas com a ansiedade, denominando-os crise aguda de angústia, neurose de angústia e expectativa ansiosa – atualmente, estes quadros recebem os nomes de ataque de pânico, transtorno de pânico e transtorno de ansiedade generalizada, respectivamente.
  • 44. • Os primeiros relatos de casos clínicos de crianças com sintomas de ansiedade datam do início do século XX. Em 1909, Freud publicou o caso do pequeno Hans, um menino de cinco anos que apresentava um quadro de neurose fóbica. Uma intensificação no interesse pelo tema ansiedade infantil pôde ser observada a partir da década de 40. O aumento do número de crianças órfãs, resultado da Segunda Guerra Mundial, serviu como grande motivação para os pesquisadores da época, ainda pautados no modelo psicanalítico (Spelberger, 1973).
  • 46. • Melanie Klein foi uma psicanalista austríaca. Em geral é classificada como uma psicoterapeuta pós-freudiana. • Suas teorias tem como indicação de Depressão e Ansiedade, três métodos entre outros, são eles: Seio bom x Seio Mal Esquizo-paranoide Posição Depressiva
  • 47. Seio bom x Seio Mau • Podem ser mencionadas as fantasias da criança de que o objeto externo – seio, nos primeiros meses de vida – é mau e persecutório, já que não a gratifica sempre que ela deseja. Esta frustração, por sua vez, ocasiona explosões agressivas por parte da criança, pois ela precisa se vingar deste seio ruim. Para realizar esta vingança, a criança utiliza todas as armas disponíveis, tais como os dentes, unhas, e até mesmo excreções.
  • 48. • Concomitantemente, também existe a imagem de um seio bom, o qual atende a todas as necessidades da criança. Esta divisão do seio é necessária para a proteção deste seio bom, pois, desta forma, todos os ataques agressivos são dirigidos ao seio mau, preservando o bondoso. O seio mau é então sentido, nas fantasias infantis, como se estivesse dilacerado, reduzido a fragmentos; enquanto o bom permanece íntegro, completo.
  • 49. Esquizo-paranóide e Depressiva O termo "posição foi preferido por Klein em relação a "estágio" porque ele enfatiza o efeito do ponto de vista da criança sobre suas relações de objeto. A posição paranóide-esquizóide e a posição depressiva ocorrem na primeira e segunda metade, respectivamente, do primeiro ano de vida. Elas também podem ocorrer em diversos momentos na vida como constelações defensivas e estão envolvidas em conflitos relacionados a todos os níveis psicossexuias. A posição paranóide-esquizóide é caracterizada por dissociação, idealização, negação, identificação projetiva, relações de objeto parciais e uma preocupação básica ou ansiedade persecutórias sobre a sobrevivência do self.
  • 50. • Técnica • Klein trouxe uma nova ferramenta: a técnica de brincar (play technique). Inspirado-se nas observações de Freud (1920) quando ao brincar da criança com o carretel, klein viu que o brincar da criança poderia representar simbolicamente suas ansiedades e fantasias. Visto que não pode exigir de crianças pequenas que façam associação livre, ela tratou de brincar na sala de recreio do mesmo modo como tratou suas expressões verbais, isto é, como expressão simbólica de seus conflitos inconscientes. ( SEGAL, 1975)
  • 52. • A diferença da manifestação depressiva entre adolescentes do sexo feminino e masculino foi descrita por alguns autores (Baron & Campbell, 1993; Donnelly, 1995; Morgan, 1994; Sadler, 1991). As garotas relatam mais sintomas subjetivos como sentimentos de tristeza, vazio, tédio e ansiedade; e costumam ter, também, mais preocupação com popularidade, menos satisfação com a aparência, mais conscienciosidade e menos auto-estima. Enquanto os rapazes relatam mais sentimentos de desprezo, desafio e desdém, e demonstram problemas de conduta como: falta às aulas, fugas de casa, violência física, roubos e abuso de substâncias.
  • 53. • Já existem alguns fatores de risco para depressão em adolescentes razoavelmente bem definidos. O mais importante é a presença de depressão em um dos pais, pois sabe-se que a existência de história familiar para depressão aumenta o risco em pelo menos três vezes. Outros fatores importantes de risco são os estressores ambientais como abuso físico e sexual e a perda de um dos pais, irmão ou amigo íntimo (Brage, 1995; Brent, 1993; Lewinsohn, Rohde, Seeley, Klein & Gotlib, 2000; Shaffi & Shaffi, 1992). • Outros fatores de risco são a presença de conflito familiar, dúvida quanto à orientação sexual, presença de comorbidades, especialmente doenças crônicas, sexo feminino, imagem corporal ruim, história de abuso, baixa condição socioeconômica, identificação com grupos minoritários, falta de suporte familiar e poucas habilidades sociais (I, Curatolo & Friedrich, 2000; Son & Kirchner, 2000; Ward e cols., 2000).