O documento resume as principais fases do capitalismo e teorias econômicas associadas, incluindo: 1) o capitalismo comercial pré-industrial; 2) o capitalismo industrial do século 18 impulsionado pela Revolução Industrial; e 3) o capitalismo monopolista-financeiro moderno centrado no sistema bancário. Também discute teorias como o liberalismo, keynesianismo e neoliberalismo.
1. RESUMO DE GEOGRAFIA
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FASES DO CAPITALISMO E TEORIAS
- Primeira Fase: Capitalismo Comercial ou Pré-Capitalismo
Este período estende-se do século XVI ao XVIII. Inicia-se com as Grandes
Navegações e Expansões Marítimas Européias, fase em que a burguesia
mercante começa a buscar riquezas em outras terras fora da Europa. Os
comerciantes e a nobreza estavam a procura de ouro, prata, especiarias e
matérias-primas não encontradas em solo europeu. Estes comerciantes,
financiados por reis e nobres, ao chegarem à América, por exemplo, vão
começar um ciclo de exploração, cujo objetivo principal era o enriquecimento e
o acúmulo de capital. Neste contexto, podemos identificar as seguintes
características capitalistas: busca dos lucros, uso de mão-de-obra assalariada,
moeda substituindo o sistema de trocas, relações bancárias, fortalecimento do
poder da burguesia e desigualdades sociais.
- Segunda Fase: Capitalismo Industrial
No século XVIII, a Europa passa por uma mudança significativa no que se
refere ao sistema de produção. A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra,
fortalece o sistema capitalista e solidifica suas raízes na Europa e em outras
regiões do mundo. A Revolução Industrial modificou o sistema de produção,
pois colocou a máquina para fazer o trabalho que antes era realizado pelos
artesãos. O lucro ficava com o empresário que pagava um salário baixo pela
mão-de-obra dos operários.
Muitos países europeus, no século XIX, começaram a incluir a Ásia e a África
dentro deste sistema. Estes dois continentes foram explorados pelos europeus,
dentro de um contexto conhecido como neocolonialismo.
- Terceira Fase: Capitalismo Monopolista-Financeiro
Iniciada no século XX, esta fase vai ter no sistema bancário, nas grandes
corporações financeiras e no mercado globalizado as molas mestras de
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desenvolvimento. Podemos dizer que este período está em pleno
funcionamento até os dias de hoje.
Grande parte dos lucros e do capital em circulação no mundo passa pelo
sistema financeiro. A globalização permitiu as grandes corporações produzirem
seus produtos em diversas partes do mundo, buscando a redução de custos.
Estas empresas, dentro de uma economia de mercado, vendem estes produtos
para vários países, mantendo um comércio ativo de grandes proporções. Os
sistemas informatizados possibilitam a circulação e transferência de valores em
tempo quase real. Apesar das indústrias e do comercio continuarem a lucrar
muito dentro deste sistema, podemos dizer que os sistemas bancário e
financeiro são aqueles que mais lucram e acumulam capitais dentro deste
contexto econômico atual.
TEORIAS CAPITALISTAS
• O LIBERALISMO ECONÔMICO:
A teoria do liberalismo econômico surgiu no contexto do
fim do mercantilismo. A idéia central é a defesa da
emancipação da economia de qualquer dogma externo a
ela mesma (eliminação de interferências na economia).
ADAM SMITH
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Tal teoria surgiu no final do século XVIII, tendo em François Quesnay um dos
seus principais teóricos. No entanto, o principal teórico e pai da teoria do
liberalismo econômico foi Adam Smith. O economista escocês em seu livro “A
Riqueza das Nações” defendeu as principais idéias do liberalismo econômico: a
prosperidade econômica e a acumulação de riquezas não são concebidas
através da atividade rural e nem comercial, mas sim, através do trabalho livre,
sem nenhum agente regulador ou interventor.
Para Smith, não eram necessárias intervenções na economia, visto que o
próprio mercado dispunha de mecanismos próprios de regulação da mesma: a
chamada “mão invisível”, que seria responsável por trazer benefícios para toda
a sociedade, além de promover a evolução generalizada. Os liberalistas
defendem a livre concorrência e a lei da oferta e da procura. Estes teóricos
foram os primeiros a tratar a economia como ciência.
• O KEYNESIANISMO:
No final do século XIX a “mão invisível” do capitalismo
começou a ser criticada. Os mecanismos do capitalismo
não estavam sendo eficientes no sentido de uma regulação
social. A teoria da “mão invisível” foi
amplamente questionada com a Crise de 1929. Nessa
época, o mundo inteiro se interrogou a respeito da eficiência
do capitalismo.
Oferecendo uma saída para a crise, John Maynard Keynes, em 1926, postulou
uma teoria que rompia totalmente com a idéia liberalista, afirmando que o
Estado deveria sim, interferir na sociedade, na economia e em quais áreas
achasse necessário. O modelo do Estado intervencionista (Welfare State -
Estado de bem-estar social) foi adotado por muitos países após o fim da
Segunda Guerra Mundial, já que a interferência estatal parecia essencial para a
recuperação do mundo no pós-guerra. O Estado de bem-estar social ou
Estado-providência é um tipo de organização política e econômica que coloca
o Estado (nação) como agente da promoção (protetor e defensor) social e
organizador da economia, garantindo serviços públicos e proteção à
população.
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A partir dos anos 1960, com a crise dos países centrais, ocasionada pela
acumulação intensiva e por uma regulação monopolista, o keynesianismo
também foi questionado, pois problemas como inflação e instabilidade
econômica tornaram-se reais. Foi assim que nasceu um novo modelo
de liberalismo: o neoliberalismo.
• O NEOLIBERALISMO:
Estabelecia certo limite ao Estado e afirmava
que as garantias da liberdade econômica e
política estavam ameaçadas pelo
intervencionismo. Conforme o neoliberalismo,
Estado e Mercado são formas de
organizações antagônicas e irreconciliáveis.
A partir da década de 1970, a supremacia do modelo capitalista sob o
estagnado projeto de desenvolvimento dos países socialistas marcou o
surgimento dos primeiros teóricos da doutrina neoliberal. Para esses novos
pensadores da economia, um governo só pode manter o equilíbrio dos preços
do mercado interno fazendo uso de mecanismos de estabilização financeira e
monetária, aliada a políticas que contém os índices de inflação e preserve as
reservas cambiais do país. As liberdades de mercado continuam, mas as
autoridades políticas devem conter os excessos do capital especulativo e dos
grandes monopólios (Estado mínimo).
Outra faceta específica da política neoliberal também atinge diretamente a
relação de gastos que o Estado mantém com as necessidades essenciais da
sociedade civil. De acordo com tal teoria, os gastos públicos do governo
neoliberal com educação, previdência social e outras ações de cunho
assistencial devem ser reduzidas ao máximo.
Entre as décadas de 1970 e 1980 observamos que os primeiros governos
neoliberais ganharam espaço no cenário político internacional. Ronald Reagan,
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nos Estados Unidos; Margaret Thatcher, no Reino Unido; e Helmut Kohl, na
Alemanha. No caso dos países subdesenvolvidos, a implantação do modelo
neoliberal teve como maior manifestação a onda de privatizações que atingiram
as empresas estatais.
De fato, o projeto neoliberal não conseguiu atingir as prometidas metas que
deveria promover os sonhados tempos de desenvolvimento e modernização de
certas nações. Ao entregar empresas do setor público para o capital privado, a
situação de muitos trabalhadores esteve ameaçada pelo interesse de
ampliação dos lucros e a redução do quadro de funcionários. Além disso, a
necessidade de constante modernização e mecanização de serviços também
fechou várias portas do mercado de trabalho.
Mediante essas contradições impostas pelo modelo de desenvolvimento
neoliberal, percebemos a formação de movimentos de oposição que lutam pela
ampliação dos programas de assistência social oferecidos pelo Estado. Nesse
aspecto, a melhoria das condições de vida, o acesso à informação e qualidade
de ensino seriam pressupostos inevitáveis para que o neoliberalismo – que não
vem apresentando resultados nada satisfatórios – fosse remodelado pela ação
de transformações democráticas.